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História Mútuo ( Suga) - Bem, não fisicamente


Escrita por: YoonChae

Notas do Autor


Alguém viva depois daquele mini drama? Já quero mais❤



Ah, por que eu escrevo tais coisas?

Capítulo 45 - Bem, não fisicamente


Manhã de domingo. Normalmente eu teria rejeitado a ideia de sair da minha cama quentinha e aconchegante para caminhar ao amanhecer, mas como eu o faria acompanhada do Yoongi, levantei disposta a isso.

Era 06 da manhã quando ouvi sua voz me chamando. Abri meus olhos com certa dificuldade e pedi alguns minutos para despertar completamente. Eu estranhei quando ele sugeriu  isso após...bem, enfim. Min Yoongi afim de caminhar cedo? Ao invés de aproveitar cada segundo da sua folga descansando, ele prefere passar um momento comigo. Essas foram as suas palavras.

Como ele passou três dias longe da rádio, ele está cobrindo esses dias agora. Mal temos nos visto e olha que moramos debaixo do mesmo teto. Quando ele chega em casa, fica com os meninos - que sempre pedem por atenção - e com a mãe. Obviamente fico feliz com isso, mas fico triste por nós. Muitas das vezes que entramos nesse quarto dispostos a esquecermos todos fora dele, um dos meninos entra e acaba com o clima. Frustante. E eu não sinto sua falta no sentido sexual, mas sim de uma conversa, de um carinho e abraço...do nosso silêncio.

E é isso que ele quer.

Mas, precisava ser ás 7 da manhã e no meio do mato?

Saio do prédio e brinco com a "fumaça" que sai da minha boca. Está frio, mas é suportável. Saímos sem avisar, apenas deixamos um bilhete na ilha da cozinha informando para onde estamos indo. Ah, é só por algumas horas.

Dirigimos por aproximadamente 25 minutos até a reserva florestal. Frio, mato, bichos, sem sinal de internet.... É, Yoongi está querendo um tempo MESMO. Aqui no estacionamento há outras pessoas bem equipadas, prontas para fazer trilha, escaladas e tal. Viemos apenas com comida e uma troca de roupa de calor. Vai que esquenta.

Pegando uma trilha sem pessoas por perto, caminhamos por um caminho asfaltado, mas com 267854 árvores ao redor. O sol tímido vai e volta, deixando algumas frestas por dentre as várias árvores, proporcionando uma visão bonita e tranquila. Um raio de sol bem no rosto do Yoongi o incomoda, mas me dá a chance de obter uma bela foto sua. Ele nem percebe.

Seguimos adiante cortando um caminho ou outro. Por sorte, placas de sinalização estão por toda a parte, assim não nos perderemos. Subimos uma pequena ribanceira nos apoiando em árvores e cipós escorregadios. Deveria ter uma escada aqui. Yoongi é ágil, então sobe primeiro. Cara, é a primeira vez que vejo esse seu lado "aventureiro". De acordo com o mapa, no topo teremos uma visão legal.

Com uma mão agarrando um cipó e a outra pronta para segurar a sua mão, apoio o meu pé direito em um buraco e o esquerdo em uma pedra. Com musgo.

Resultado?

Escorrego na pedra e, com o susto, agarrei ainda mais no cipó, mas com todo o peso do meu corpo, acabou por arrebentar. Yoongi apenas gritou e tentou me segurar, mas meu belo corpinho agora é morada de galhos, matos e terra. Tudo aconteceu rápido, porém, cada esbarrão que eu dei em uma pedra, tronco ou sei lá o que, vi em câmera lenta. Por sorte a ribanceira não é tão íngreme assim.

Paro quando chego no chão asfaltado. Claro, ne? Dele não posso passar!! Que azarada! 

Olho para o céu e rio da situação, apesar de querer chorar por causa das dores que estou sentindo. Bom, a cabeça eu não bati, então não corro perigo. Apenas movo meu olhos para o lado e vejo Yoongi descer como se estivesse numa pista de gelo encima de uma prancha de snowboard. Pelo amor, porquê tão habilidoso?

__ Sai, me deixe aqui. - digo rindo quando ele se aproxima. - O chão é o meu lugar. Mereço por ser tão lesada.

__ Você está bem? Me diga aonde dói. E a sua cabeça? Você bateu? E as costas? Ai Meu Deus! E se você fraturou as costelas? E se...

__ Respira, por favor! Eu estou bem. - sorrio tentando acalmá-lo. Ele está apavorado. - Não acho que fraturei nada. Relaxa e me ajuda.

__ Mas...e se ao te levantar  piorar o seu estado?

__ Que estado? Sério, eu estou bem.

Ele finge acreditar e me pega pela cintura. Cada vez que meu corpo fica mais ereto, sinto dores por todos os lados. Até tento segurar um grito, mas não consigo. Meu joelho esquerdo, ombro direito e ambos os braços estão latejando. Será que eu fraturei?

__ Ai, aposto que devo estar cheia de hematomas verdes. Nem roxo é.

__ Vamos embora. Eu vou te levar para o hospital.

__ Não. - grito. - Não agora. Eu não quero passar o nosso dia assim.

__ Emily, você acabou de cair de uma ribanceira. Tem galho saindo do teu ouvido. - rio. - Vai me dizer que você quer ficar aqui cheia de dor? Para, né?!

__ Quero, pelo menos por enquanto. Vamos comer e nos sentar, depois, vamos para o hospital. Por favor?

Faço um bico e lhe roubo um selinho. Não adianta.

__ Belo dia para querer pagar de Tarzan e Jane. 

Apoiada em Yoongi, ando com uma perna só. Não quero colocar todo o meu peso nele. Quando entramos num caminho mais "habitável", um grupo de pessoas vem até nós e perguntam o que aconteceu, em seguida me levando até o nosso carro quando digo que cai.

__ Pega a mochila pra mim. - peço, me ajeitando no banco do passageiro. Foi um sacrifício entrar no carro.

__ Coma isso. - ele me dá uma banana e impede o meu protesto. Caramba, isso não vai matar a minha fome.

__ Queria passar o dia aqui com você. - lamento.

__ Bom, eu vou poder cuidar de você o dia todo, mas na cama. - sorrio imaginando coisas, mas logo penso que não poderei fazer nada. Não vou aguentar. - Eu vou. - beija minha bochecha. - Curar. - beija a ponta meu nariz. - Todos esses hematomas. - beija meu pescoço. - Com muitos beijos.

__ Muito tentador.

Rio, recebendo um doce sorriso em troca e um terno beijo na testa também. 

Aquele sorriso está guardado em minha memória e agora está por todos os lados, espalhados pelo ar. Isso torna o momento ainda mais sofrível.

Meu coração falhou quando olhei para Sojin e a vi nos braços de um homem todo de preto. Seus olhos carregam espanto. Dou um passo para trás, e numa tentativa falha de gritar, tenho a minha boca tapada por um alguém.

As lágrimas silenciosamente caem quando a vejo ser arrastada para o carro ao lado. Tento me debater e me livrar das garras do sujeito, mas pouco a pouco sinto que perco o sentido e a força.

Esse cheiro estranho...

*

Um gosto amargo na boca, uma terrível dor de cabeça e dores no corpo por estar largada no chão. Está gelado e  escuro.

Sojin!

Me levanto e tateio o chão ao meu redor. Não há nada aqui. Não tem uma mínima luz, nem mesmo indicando uma janela ou porta.

Que lugar é esse? 

__ Sojin? Sojin?

Grito. Não obtenho respostas. O desespero bate.

Dois homens de preto num estacionamento escuro. Isso é um sequestro?

Levo as mãos até o meu cabelo e caminho de um lado para o outro. Por que isso está acontecendo? Por que eu? Por que a Sojin? Será que estamos separadas? Ela está bem? Está viva? Ainda estamos no Estados Unidos?

São tantas perguntas...

Caminho pelo pequeno espaço e sinto uma porta, mas não um puxador. Só abre do outro lado.

Céus, que diabos está acontecendo aqui?

É inútil não pensar o pior nessa situação. Consigo me visualizar morta daqui alguns instantes, assim como também visualiso Sojin. Se eu não sei onde estou, como pedirei ajuda?

Eu vou morrer, isso é um fato!

Meu corpo desliza pela porta e cai no chão; não tenho controle sobre ele. Eu não quero chorar, mas é o que faço. Deus, estou com tanto medo....

Me deito no chão e faço das minhas mãos, um travesseiro. As minhas lágrimas caem sobre elas e seguem um caminho pelo meu braço. Deixo.

É normal pensar em comida num momento como esse? Poxa, meu Mc estava quentinho pronto para ser devorado...

Emily, idiota! Como pode pensar em comida numa hora dessas? Você não sabe onde está, não sabe onde sua sogra está, está longe dos seus filhos, do Taehyung e do Yoongi, E ESTÁ PENSANDO EM COMIDA? Idiota.

Mas o que posso fazer? Estou com fome.

Estou com sede.

Estou com frio.

Estou com medo.

Quero fazer xixi.

Está chovendo. O som é semelhante ao contínuo e tranquilizante que eu escutava no meu quarto da minha antiga casa, em Portland, caindo sobre as árvores da floresta ao lado . Isso significa que eu estou no meio do mato. Trágico.

Suspiro.

Fecho meus olhos na tentativa de parar as lágrimas e isso faz com que meus pensamentos vá automaticamente em Daniel e Jinhei. Aqueles doces sorrisos, verei outra vez? 

Verei?

E pensando nisso, sinto meus olhos pesarem e o sono me dominar.



Acordo com um peso ainda maior que antes. Quanto tempo se passou desde que adormeci?

Me levanto, cambaleante, e paro na porta na esperança de ouvir algum som. É assim.

Uma movimentação num outro provável cômodo fornece uma fraca e inútil luminosidade onde estou. Há um som diferente ali, e parece...parece que um corpo está sendo arrastado.

Tapo a minha boca e abafo um grito. Será que é a Sojin? Será que ela...

__ E-Emily...

A ouço dizer o meu nome. Bato na porta o mais forte que posso e grito seu nome sem parar. Ela tem que saber onde estou, talvez assim possamos nos ajudar a sair daqui.

Passos lentos em minha direção me torna positiva por um segundo. São passos leves, provavelmente dela. Me afasto da porta pronta para vê-la se abrir, e me assusto com os esmurros dado nela. Recuo alguns passos e sinto meu corpo bater na parede.

Novamente o som de corpo arrastado, e com ele, gemidos de Sojin. Tem alguém fazendo isso com ela!

Me encolho em um canto qualquer e vejo a luz acender. Olho ao redor e confirmo o que sabia: não há nada aqui, nem nas paredes, que, por sinal, são puramente de piso branco. Medonho e solitário. 

Um barulho de chaves.

A porta se abre, revelando um homem alto com um boné cobrindo parte do seu rosto, mas o que me choca, é Sojin ao seus pés sendo carregada pelas cabelos. O homem a joga para dentro do cômodo e me olha.

__ Desculpe-me por isso. Aqui está. - ele me dá uma nota de 10 dólares e sorri.

O homem da fila do Mc Donalds!

__V-você. Por que está fazendo isso? - meu olhar ora está nele, ora em Sojin.

__ Acerto de contas. - diz simplista.

__ Com ela? Comigo? O que fizemos a você?

__ Você, nada. Ela, tudo. - ele a chuta, ela geme de dor. Sojin está aqui a pouco tempo, o que poderia ter feito a esse homem? .- Por causa dessa imunda, tive minha vida destruída.

Associo tais palavras à história trágica da vida dos Min. Então esse é o maldito que tanto fez mal a eles? Como ele pode culpar Sojin por suas ações desumanas e doentias? Ele roubou a vida dos três! Os destruiu.

O ódio me domina na medida em que lembro da história. Não controlo meus passos e movimentos. Estou encima dele. Minhas mãos tentam apertar seu pescoço. Meus dedos procuram entrar em seus olhos. Consigo isso. Mas...

Meus braços são agarrados com força. Meu corpo frágil e sem forças é jogado contra a parede. Meus braços procuram bloquear os chutes. Um no estômago, outro na cara, mais um no estômago. Sangue. Mãos me pegando pela camiseta. Meu corpo novamente é jogado contra a parede. Dor e lágrimas. Socos e mais socos.

Olho para Sojin e a vejo esticar os dedos em minha direção como se quisesse me ajudar. E ela poderia? Está pior que eu.

Ou não. Seus olhos estão bem abertos, diferente dos meus que parecem se fechar na medida em que os socos são diferidos em mim.

Por fim meu corpo é jogado no chão. Não sinto nada, nem dor.

Bem, não sinto fisicamente.


Notas Finais


Eu sou louca


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