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História My Angel - Padackles - Está Quase Acabando


Escrita por: GirllSallvatore

Notas do Autor


Vamos ao capítulo e desculpem a demora 😕

Capítulo 21 - Está Quase Acabando


Fanfic / Fanfiction My Angel - Padackles - Está Quase Acabando

— Por favor, por favor. Que não seja tarde demais — Jensen sussurra repetidas vezes com os olhos fechados e a cabeça ainda apoiada no ombro de Jared. Ambos estão caídos no chão, com Jensen por cima dele, suas mãos ainda juntas. Não seria uma posição desconfortável se Jared estivesse acordado pra apreciarem a proximidade juntos.

Jensen está tenso, nervoso e angustiado, ele sabe que precisa estar totalmente concentrado pra conseguir prosseguir, mas sua mente e corpo não conseguem relaxar, não sabendo que está deitado no homem que ama, homem esse cuja alma está ansiado para atravessar o véu.

Jensen sabe o que está fazendo, mas isso não quer dizer que seja fácil fazer. Como o anjo que é, ele consegue segurar uma alma humana na palma de sua mão com facilidade, e é exatamente isso que ele está fazendo agora, está prendendo a alma de Jared com a força de sua graça em meio aquele abraço, e impedido que a alma siga para outro plano.

É como um aperto de morte interdimensional, sua graça é como um grande punho, agarrando a alma ansiosa de Jared, e a impedindo de seguir para onde deve ir. Levam minutos para uma alma humana escapar do corpo quando morto. São fazes de aceitações e expurgações de culpa, para saber se aquela alma merece seguir para o paraíso.

Jared é um homem que carrega muita culpa nos ombros, seus olhos são assombrados e as suas mãos estão sujas de sangue, o próprio Jared duvidaria em acreditar que pode receber a paz, e isso torna o processo mais lento.

Para a felicidade de Jensen.

Tudo seria mais fácil se Jensen pudesse entrar no céu, mas os portões estão trancados para ele, seus irmãos o detestam, sentem nojo de sua desobediência, Jensen seria expulso mais uma vez se tentasse, e assim não poderia salvar Jared, pois salvar o homem que ama é a sai principal prioridade.

— Cas, queria que estivesse aqui, pra me aconselhar — Jensen morde o lábio, seus olhos ainda bem fechados mas a umidade ameaçava transbordar — Não sei se consigo fazer isso sozinho.

Suas emoções, desde que ele as descobriu, são sempre cristalinas, trasbordam facilmente pelas margens, Jensen não tem paredes, nunca teve, mesmo antes quando era anjo. Qualquer um pode ler facilmente o que acontece por dentro dele, e ele não tem vergonha de deixar tudo sair. Então quando as lágrimas voltam a cair, Jensen não as impede de seguirem seu fluxo.

— Eu não quero morrer — Jensen diz baixinho entre lágrimas e soluços suaves. Ele não está chorando sem controle, mas o choro está lá, o impossibilitado de falar sem tremer. Jensen funga sugando todo o muco que quer escapar do nariz e aperta a mão de Jared novamente na sua — Mas eu prefiro a morte a saber que não puder salvar você... Jay.

Jay. Jensen gosta do som disso em sua língua, como desliza facilmente por seus lábios. Jensen vai pensar em Jared de agora em diante apenas como Jay. Parece mais íntimo e suave em sua cabeça.

Com um suspiro instável e o rosto ainda manchado de seu pranto, Jensen volta a tentar se controlar. Ele ainda pode ouvir Dean em sua cabeça, pedindo pra que ele pare, pra que ele pense melhor, mas a sua voz está distante agora.

Dean não pode entender os motivos para Jensen ter tomado tal decisão. É precipitado sim, e é louco, mas na mente de Jensen, é a única coisa viável a se fazer. Ele jamais se perdoaria se soubesse que foi a causa da morte de Jared, e o seu coração jamais seria feliz novamente nos dias que a sua vida humana lhe permitisse viver

Jensen ama como nunca amou antes, é um amor além da carne, é alma, é coração. Jensen não pode continuar sem Jared pois as suas vidas já estão entrelaçadas com os mais fortes cordões de ouro. É forte e puro... É bonito.

— Não o deixe ir... Não o deixe ir... — Jensen suaviza suas feições enquanto murmura cada palavra como um mantra. As palavras rolando soltas de sua língua enquanto se concentra para invadir algo antes inatingível. A alma de Jared. A alma que Jensen abraça agora mesmo, sem possibilidade de fuga — Não o deixe ir... Não deixe...

“Bastaria apenas um sopro para derrubar uma folha seca de uma árvore, mas deixe-a presa em seu galho, e ela sustentará por séculos se a permitir" Jensen levanta a cabeça, seu rosto jovem exalando um sorriso aberto e curioso.

Castiel estica a sua mão e acaricia a plumagem frágil das pequenas asas do querubim a sua frente. Jensen larga uma risada, sentindo as cócegas do toque como faíscas em seu ser.

“Gostaria de ver você sorrir assim, tão inocente e feliz para toda a eternidade, meu pequeno passarinho” Castiel sorri carinhosamente e puxa Jensen para seu colo, suas graças se tocando e confortando o pequeno anjinho com suavidade.

Jensen acabara de chegar ao mundo, faz tão pouco tempo, mas o seu destino já está traçado, seu futuro já está condenado. Sua curiosidade, sua necessidade de aprender mais e mais, sua desobediência, isso o levará a um poço profundo demais para pega-lo de volta.

Castiel sente a dor invadir o seu ser, pois sabe que um destino não pode ser reescrito, não pode ser mudado.

“Pai... Não o deixe ir... Não o tire de mim” Castiel implora através de sua prece “Não deixe que ninguém o sopre para longe”

Seus músculos relaxam e a inconsciência o leva diretamente aonde ele quer ir. Sua mão ainda aperta a de Jared, ainda segurando a alma de Jared com força. Sua graça está dando conta do trabalho, e partícula por partícula Jensen vai remendar de volta a alma de Jared em seu corpo, pois agora ela está solta e ansiosa para partir.

Com a sua graça Jensen vai curar a ferida em Jared, vai redefinir os seus órgãos, e vai trazer Jared de volta. Ele sabe que é jovem demais e inexperiente demais para concluir tudo isso com maestria, sua graça pode se perder no meio do caminho, toda ela será lançada lentamente de seu ser para a alma de Jared, a curando, a fixando onde deve estar.

E Jared pode não querer ficar, mas Jensen vai convence-lo. Enquanto a sua graça cura Jared, Jensen estará lá, conversando com Jared mais uma vez, uma última vez, o impedindo de ver o que está acontecendo na vida real. Para o seu próprio bem.

Quando Jensen abre os olhos novamente, ele se encontra diante de uma porta vermelha e bastante conhecida. Aparenta ser uma das portas dos motéis que ambos ficavam a noite quando precisavam dormir.

Não espanta Jensen saber que foi esse o lugar que Jared escolheu para esperar sua partida, e dói saber que motéis baratos são os únicos lugares que Jared considera como sua verdadeira casa. Seu lugar de descanso final.

Jensen estremece e percebe que está nervoso novamente. Ele esperava essa reação, a cada segundo tocando a alma de Jared, a cada segundo pingando a sua graça na alma dele, é menor a sua força para curar a si mesmo. É como uma doença, que o come por dentro de acordo com que ele cura o homem que ama.

Não dói tanto quanto esperava, mas ele sabe que a cada segundo ele está mais fraco, até ele sumir, e sobrar apenas Dean. Dean vai ficar bem, vai ficar livre, Jensen vai poder se redimir e partir em paz. Esse é o seu plano.

Jensen pode dizer que salvou a si mesmo quando caiu, mas agora chegou a hora de salvar as pessoas que ama. Pessoas a quem ele prejudicou.

Pontinhos negros salpicam diante de seus olhos e Jensen precisa respirar fundo de olhos fechados para tentar manter a compostura. Suas pernas começam a formigar, o que é estranho se contar que ele não está ali de corpo presente. Jensen já pode sentir os efeitos de expurgar a sua graça e ele pode dizer que logo isso vai piorar.

Ele precisa ser rápido.

Jensen pisca algumas vezes rápido e limpa a garganta antes de levantar a mão e bater na porta 3 vezes. Segundos parecem horas antes da porta se abrir e Jared aparecer diante dele.

Algo toma Jensen por dentro e expõe todas as suas emoções com força. Seu corpo num impulso pula em Jared sabendo que o outro homem vai lhe segurar. Jensen começa a chorar no pescoço de Jared, seu peito contrai com cada poderoso soluço. Ele sabe que depois disso, ele não verá Jared novamente, quando ele viu Jared novamente, só o lembrou dessa dolorosa realidade.

— Ei, ei. O que foi? — Jared pergunta usando aquela mesma voz suave porém preocupada, suas mãos acariciando as costas e os cabelos de Jensen. Aquele amor e preocupação apenas faz Jensen soluçar com mais força — Você está bem?

— Eu... — Jensen morde o lábio tentando manter sua respiração mais estável. Ele não consegue se afastar de Jared, não consegue pois sabe que logo ele não poderá mais toca-lo. Mesmo que aquilo seja apenas na mente de Jared, ainda é Jared ali, nem menos nem mais, aquele é Jared — Eu quero ficar com você.

Jared sorri confuso — Já decidimos isso, Jen, eu não vou deixar você — Jared segura o rosto de Jensen com uma mão e acaricia a sua bochecha com o polegar. Ele sorri quando Jensen se inclina no toque — O que está acontecendo?

— Eu acho que só preciso ter certeza de que você está mesmo aqui — É tudo o que Jensen diz. Seus dedos ainda apertando a camisa de Jared.

Jared não responde nada por algum tempo, mas ele continua acariciando a bochecha de Jensen com carinho. Jensen está apertando todos os seus músculos faciais pra não chorar novamente, ele não quer desperdiçar esse momento chorando, ele quer estar feliz, quer que Jared tenha essa última imagem dele assim.

— Tá carente hoje, não é? — Jared questiona com a voz baixa e compreensiva. Jensen abaixa o rosto e morde o lábio como um garotinho, antes de murmurar um frágil “Uhum" Jared sorri e o beija na testa demoradamente antes de guia-lo pra dentro do quarto.

Jensen sabe que está sendo pegajoso, durante todos os 10 passos para a primeira cama do quarto, Jensen permanece todo o tempo com a cabeça e o corpo grudados ao de Jared. É tão incrivelmente prazeroso o contato, a sensação de saber que o mais puro Jared está bem ao seu lado. O verdadeiro Jared, sua total alma o abrigando em seus braços.

— Me desculpe por isso — Murmura Jensen envergonhado, um rubor percorrendo o seu rosto.

— Jen, sabe que eu faria qualquer coisa por você, não é? E se você quer ficar assim aconchegado comigo por toda a noite eu ficaria com prazer. Eu amo estar com você. Desde que te encontrei caído naquela estrada minha vida tem se baseado apenas em fazer você feliz, seguro — Diz o homem alto com cuidado e verdade, seus olhos castanho-esverdeado o encarando profundamente. Tão diferente do Jared fechado de sempre, quando ele não está totalmente coberto por um manto de carne.

— Obrigado por ter acreditado em mim, por não ter me abandonado quando teve a chance, não sabe o quanto isso é importante pra mim — Fala Jensen se esforçando para encarar Jared enquanto diz cada palavra — Queria poder mostrar o quanto você importa pra mim.

— Jensen, sabe que não...

Antes que Jared possa terminar Jensen avança e agarra os lábios dele em um beijo, juntando as suas bocas e acariciando os seus lábios juntos. Por mais que ele já tenha beijado Jared antes, ele sabe que dessa vez é diferente. O beijo é mais calmo e cuidadoso, suave e doce.

Jared não o afasta, ao invés disso ele puxa Jensen pra cima de seu colo e acaricia a curva de sua coluna lentamente, enquanto suga cada canto pecaminoso dos lábios do menino.

Seus peitos se unem causando uma fricção gostosa, Jensen agarra os cabelos de Jared e acaricia o couro cabeludo com os dedos nervosos enquanto aprecia o gosto de Jared na língua.

Pode não ser real, Jensen pode não estar tocando a pele solida de Jared, mas é a alma dele, e tocar a alma de alguém é totalmente mais íntimo que isso. É o modo mais genuíno de sentir alguém. É o modo de um anjo fazer “amor" como dizem os humanos.

— Jen... tem certeza que... — Pergunta Jared incerto quando se afastam para tomar ar. O rosto de Jensen está corado, suas bochechas vermelhas e suas pupilas dilatadas em desejo.

— Eu tenho, eu tenho, por favor, eu preciso sentir você.

Jared intensifica o beijo, enrolando as suas línguas juntas e sugando para a sua própria boca provocando gemidos em Jensen. Suas mãos em algum momento invadiram as roupas de Jensen e agora estão acariciando a pele nua do menino por debaixo da camisa. Jensen arrepia e estremece com os olhos fechados e a boca entreaberta quando Jared começa a beijar o seu queixo, sua língua rastejando pela pele quente lentamente.

Jensen não consegue segurar o gemido de êxtase quando Jared morde o lóbulo de sua orelha. É incrível a sensação, tão quente e íntimo, Jensen nunca fez isso antes e ele nunca imaginou que quando fosse fazer seria assim, invadindo a alma de Jared e o enganando para que ele não saiba que Jensen está morrendo do lado de fora.

Com uma mão Jared agarra a coxa de Jensen e a acaricia enquanto desce beijos por sua clavícula e ombro. Jensen apenas fica parado e sente cada toque, cada movimento, cada carícia. Com movimentos rápidos Jensen ajuda Jared a despi-lo, arrancando cada botão de sua camisa e a abrindo antes de passar pelos braços.

Jared sem avisar agarra um dos mamilos de Jensen com os lábios e o chupa, o quase grito de Jensen o pega desprevenido, a sensação é incrível e perfeita, quase o leva a loucura. O menino joga a cabeça pra trás e morde o lábio com força, sentindo o desconforto nas calças.

— Jay...

— Tudo bem.

Jared afasta o rosto, seus cabelos estão bagunçados e a luxúria é totalmente visível em seus olhos. Ele também quer Jensen, a sua alma o quer intensamente, por mais que esteja enfraquecendo com a perda de sua graça agindo no corpo humano de Jared, Jensen nunca se sentiu mais feliz.

O moreno puxa Jensen com cuidado, o deitando na cama e com a cabeça nos travesseiros, pairando por cima dele como um lobo faminto. Seus olhos vagam pelo corpo de Jensen, quase que o despindo apenas com o olhar, antes de se abaixar e juntar novamente os seus lábios juntos.

Eles permanecem ali, apenas se beijando preguiçosamente, seus membros agarrados, seus corpos juntos e suas peles se tocando por cima da maciez da cama.

Jared o trata com total carinho, tocando nele como se Jensen fosse uma boneca de porcelana frágil, beijando a sua boca como uma caverna inexplorada. É excitante mas também calmo, é incrível. Jensen queria que isso durasse pra sempre, mas o tempo está passando.

— Eu te amo tanto, você não faz idéia quanto — Jared sussurra a centímetros do rosto de Jensen, seus dedos retirando uma mecha de cabelos loiros de sua testa — Você é o meu anjinho.

Jensen ri, uma risada encorpada, mas quando uma lágrima escorrega por sua bochecha Jensen rapidamente a seca, não querendo que Jared veja a sua angústia, apenas querendo aproveitar cada segundo disso.

Ele está prestes a responder, quando algo aperta o seu peito retirando quase que todo o seu ar. Jensen ofega e empurra Jared de cima dele se sentando rapidamente. É agoniante, como se uma poderosa mão estivesse esmagando o seu peito o impedindo de respirar.

— Jensen!

Jared grita com os olhos preocupados, agarrando os ombros de Jensen e tentando de alguma forma ajudar sem saber como. Não demora muito a dor passar, e Jensen se sente totalmente drenado, algo molhado escorrega de seu nariz e quando passa a mão vê o vermelho cobrir seus dedos.

“Seu tempo está se esgotando”

— Cristo, Jensen, o que está acontecendo? Seu nariz está... que porra — Jared parece agoniado e perturbado, sem saber o que á de errado com Jensen e sem saber o que fazer.

“Precisa ser mais rápido, Jensen"

Ele sabe que o que vai falar agora, pode fazer com que Jared o odeie profundamente, o odeie por tê-lo traído, por ter mentido, o odeie por não ser humano e queira mata-lo. Jared faria isso?

— Jared, eu não queria, eu juro que não queria.

— Do que está falando, Jen? Porque o seu nariz está sangrando? — Jared tenta tocar no rosto de Jensen mas o menino agarra seu pulso o impedindo.

— Eu preciso que me escute — Diz Jensen com dureza. Jared franze a testa mas acena mesmo assim — Ouve uma missão, algo importante, meus irmãos me escolheram pra cumpri-la. Eu não tive escolha, eu precisei obedecer.

Jared permanece quieto, mas seu rosto está totalmente confuso, Jensen não deixa isso para-lo e continua:

— Eu fui escolhido para liderar uma missão de resgate. Um de meus irmãos havia sido pego e brutalmente torturado por... por pessoas ruins. Eu precisei descer e salva-lo, e pra isso eu precisei de uma... de uma casca humana — Jensen abaixa o rosto, suas pernas tremendo — Eu precisei entrar no corpo de alguém pra transitar no meio humano.

Jared parece congelado, confusão e medo tomaram conta de suas feições mas ele ainda não fala nada, provavelmente tendo dificuldade em assimilar o que ouviu. Parece uma loucura, mas Jared é um caçador, ele já viu coisas loucas antes.

— Do que diabos está falando, Jensen? Nada do que você disse faz sentido — Jared larga um grito sussurrante e incrédulo, Jensen tenta não estremecer pelo olhar de Jared em sua direção. Ele não quer que Jared o odeie, nunca quis, por isso ele mentiu. No momento porém tudo o que importa é manter Jared entretido enquanto a sua graça o cura.

— Eu... eu sou um anjo, Jared. Eu desobedeci e caí, por isso você me encontrou naquela estrada.

Jensen fala rápido, querendo apenas deixar tudo sair, não querendo mais mentir. Mesmo que as lágrimas manchem o seu rosto, Jensen se sente aliviado, tudo o que estava preso dentro de seu peito saiu, ele se sente leve.

Mas e as consequências disso?

— Não diga besteiras, Jensen, não é engraçado — Jared bufa e tenta rir, suas mãos sobem aos cabelos num movimento nervoso — Anjos não existem.

— Sim, existem, anjos vigiaram você desde que nasceu, anjos vigiam o seu irmão. Preciso que acredite em mim — Jensen suplica.

— Jensen, por favor, isso é ridículo.

— Eu sei que é difícil de acreditar...

— Não! Fica calado — Jared grita, sua voz trazendo um estrondo feroz do lado de fora. Jared comanda tudo ali, as suas emoções logicamente transparecem pelas paredes — Se isso é algum tipo de piada, Jensen, eu não estou achando a menor graça.

Jensen ainda está encolhido do grito irritado de Jared, lágrimas ainda estão escorrendo de seus olhos, mas ele precisa acabar logo com isso.

— Você iria me odiar, iria sentir nojo de mim... por isso não contei. Bobby tinha razão, eu não sou humano, eu sou uma das coisas que você caça — Jensen funga, seus pés torcendo por cima do carpete — Sinto muito.

— Anjo? — Jared bufa com pudor, seus olhos vermelhos porém parecem devastados, como se não quisesse acreditar nisso, como se acreditar doesse demais — Sei. Quem você está possuindo então? Algum garoto de rua viciado em...

— Dean Winchester. Estou no corpo de Dean Winchester desde 4 de dezembro de 1997. O dia em que ele disse Sim.

Jared paralisa, seu rosto perdendo toda a cor instantaneamente. Jensen sabe que aquilo o fez acreditar, e aquilo faz uma lágrima solitária descer pela bochecha de Jared. Tudo aquilo é demais pra ele, Jared não merecia passar por nada disso. Jensen se sente um lixo.

— Jay, eu sinto...

— Você o matou — Jared cospe, palavras trêmulas e raivosas — Você o possuiu como um demônio faria. Você é um monstro.

E ouvir aquilo foi pior que sentir cada gota de sua graça ser drenada de seu ser. É como um forte soco em seu rosto, ele pode sentir fisicamente o seu coração rachar. Era exatamente isso que ele nunca quis ouvir saindo da boca de Jared. Jared sente repulsa dele. Jensen não se impede de quebrar em lágrimas novamente.

— Não, você não entende...

— Eu entendo, Jensen. Eu entendo que abriguei e cuidei de um fodido monstro dissimulado por todo esse tempo. Que merda, eu quase transei com você — Jared parece horrorizado com a idéia. Jensen sente cada vez mais o ódio de Jared o enfraquecer, e isso não envolve a perda de sua graça — Bobby perdeu um garoto que considerava seu filho. Você o levou de sua família. Ele era só um garoto!

— Dean ainda está vivo. Ele ainda está aqui dentro — Explica Jensen como se aquilo fosse resolver o problema. Infelizmente foi o total oposto.

— Meu Deus, você o está mantendo preso aí? Ele esteve preso por todo esse tempo?

Jared está totalmente devastado, seu rosto desmanchado em desgosto enquanto continua puxando os próprios cabelos com força. Jensen se sentindo ousado e culpado se aproxima e toca no braço de Jared.

O que acontece depois é como um flash. Jared o empurra com força, levando Jensen ao chão. Sua visão escurece e Jensen tem certeza de que ouviu a voz de Jared gritar:

— Sai da minha cabeça!

Quando Jensen abre os olhos novamente e para sentir que não pode mais levantar. Seu corpo está fraco e a sua respiração está difícil. Sua graça está quase acabando, e ele sente perfeitamente ela saindo de dentro dele e seguindo para Jared. Sua ferida sumiu, e Jensen sente a alma de Jared quase que toda reconectada em seu corpo.

Está quase acabando.



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