História My Annoying Roommate - LuQi - Chapter Seven

24/01/2020 - 12:35 pm

— Eu comprei sim, eu lembro que comprei!

— Então cadê?!

Yuqi perguntou, pela quinta vez.

— Eu juro que tinha comprado ontem...

— Então cadê?

— Sumiu. – Ele deu um sorriso descarado, enquanto juntava todas as compras da sacola 

— Tu vai comprar de novo, eu tenho quase toda a certeza que você comeu e não quer me contar.

Eles estavam naquela pequena discussão para saber onde estava o pacote de macarrão que Yuqi tinha mandado Yukhei comprar no dia anterior. Ele realmente tinha comprado, mas só naquele momento reparou que aquelas compras não condiziam com as que tinha feito.

— Eu acho que eu peguei a sacola errada...

— O que?

— É... Ontem de noite, quando eu voltei do mercado, eu larguei a sacola na mesa e dormi no sofá. Eu não verifiquei as compras.

Yuqi o olhava com os lábios entreabertos e uma expressão de "Você é burro?".

— Eu não acredito nisso... – Seu amigo queria rir, mas decidiu que não era o momento. — Você nunca fez compras na vida?!

— Na maioria delas o Ji-sung ia comigo, e a outra você foi comigo e eu não fiz nada, então tecnicamente eu nunca fiz compras sozinho. 

Ela balançou a cabeça negativamente e sentou na bancada.

— E o que tem aí?

— Tem biscoitos amarelos, aquele tal de pocky que você falou, atum enlatado, uma garrafa de refrigerante, spray de chantilly e... e isso.

Ele levantou uma sacola transparente, e ela definiu de imediato o que era.

— Carne?

— Acho que é.

— O que está no rótulo?

— Carne moída bovina.

Ela saiu da bancada e pegou a sacola, guardando-a na geladeira.

— Você vai voltar naquele mercado e vai comprar tudo que estava na lista que eu pedi ontem.

— Por que eu?

— Porque você não está fazendo nada! Eu sei que você já acabou aquela música, então nem venha com a desculpa de que está compondo.

— E o que você está fazendo?

— Estou preparando aulas de física para o meu primeiro dia, que é amanhã. E me preparando mentalmente para isso.

Ele riu e pegou sua carteira, pondo no bolso e saindo do apartamento. Yuqi foi até seu quarto e sentou na cama, com o notebook no seu colo.

Pesquisou várias lojas que faziam entregas, e continuou a procurar um notebook para o seu amigo. Seu celular começou a tocar e ela sorriu ao ver o nome na tela.

— Oi pai.

— Como está indo aí fora?

— Bem, por enquanto.

— Sua mãe me disse que conseguiu um emprego, decidimos continuar te ajudando até você conseguir ficar instável no seu emprego.

— Como vocês sabem disso? 

— Você comentou com a Annchi, e ela contou pra sua mãe.

— Ah... Muito obrigada, sério, muito obrigada mesmo.

— Não precisa me agradecer. E aquele menino?

— O Yukhei?

— É.

— Eu mandei ele ir no mercado, porque ele pegou a sacola errada ontem a noite.

— Como assim?

— Ué. Ele foi no mercado, e pegou a sacola errada. Aí eu o mandei ir de novo comprar as coisas. Entendeu?

Nenhuma resposta.

— Pai?

A Song desligou, pois achou que a conexão caiu, e foi até a cozinha.

— I had a dream...

Ela lavava a mínima louça que tinha na pia, enquanto cantava uma música de uma cantora americana, alheia aos barulhos de carros pela janela ou qualquer outro som que tivesse por ali. Guardou toda a louça e deixou uma panela com água fervendo. Pegou seu celular e sentou sobre a mesa, navegando na internet enquanto esperava Yukhei voltar com as compras. 

A tela do instagram sumiu, e mostrou que alguém estava ligando. Ela atendeu, pois viu o nome "poophey" piscando. 

— Que foi? 

— Abre a porta por favor.

— Por que não tocou a campainha? – Perguntou enquanto calçava os chinelos, indo até o pequeno cômodo de entrada do apartamento.

— Eu quebrei a campainha.

Revirou os olhos e desligou, abrindo a porta.

— Como você conseguiu quebrar isso?

— Não tenho certeza, eu apertei e caiu.

Negou com a cabeça e segurou uma das sacolas para ajudá-lo, voltando até a cozinha.

— Vai fazer o que?

— Comida.

— Que tipo?

— Daquelas que você pensa duas vezes antes de comer. – Fez um olhar um tanto quanto assustador, mas riu depois.

— Credo. Posso te ajudar?

— Só se você prometer não me chamar de burra. 

— Eu vou tentar.

— Promete! Tem que prometer.

— Eu prometo.

.

.

.

[14:02 pm]

Lucas estava deitado no sofá, assistindo um filme de terror. Ele tinha noção que estava esquecendo alguma coisa importante, mas não tinha certeza. Yuqi saiu do banheiro com uma toalha nos cabelos e encarou Yukhei enquanto seu nariz mexia pouco visivelmente, mostrando que estava inalando um cheiro que não era para sentir.

— Você desligou o fogão?

Ele pegou o controle e pausou o filme, logo olhando para ela.

— Eu sabia que estava esquecendo alguma coisa...

A garota arregalou os olhos e foi para a cozinha correndo, sendo seguida por ele, e desligou o fogão levantando a tampa da panela.

— Puta merda, Yukhei.

— Você xingou!

— Como eu não vou xingar?! Você só tinha que desligar o fogão enquanto eu terminava o banho, agora a gente vai comer peixe com o que?!

— Macarrão.

— O macarrão que você deixou queimar?

— Eu não senti o cheiro de queimado...

— Pelo amor de deus, cheio de fumaça por aqui e você não reparou em nada?

— Desculpa, coleguinha.

— Desculpa não vai fazer o macarrão ficar bom.

— Desculpa.

— Para de pedir desculpas!

— Tá bom, desculpa!

Ela o olhou novamente, e ele riu um pouco, mas depois os dois riram juntos.

— Eu estou querendo matar você, mas eu não consigo – riu mais um pouco.

— Eu posso fazer outro se quiser.

— Não, não quero. Pode ir ver seu filme que eu faço outro. 

Lucas deu de ombros e saiu da cozinha, culpando-se mentalmente por não fazer uma simples tarefa. Ela começou a fazer um simples macarrão instantâneo, pois já estava tarde e ambos estavam com fome.

— Hey, baixinha!

— O que foi?

Lucas estava parado a frente da porta, e ela o fitou.

— Quer comer assistindo um filme comigo?

— Depende, se for de terror eu não quero.

Ele assentiu e foi de volta para a sala, provavelmente mudaria de filme. Yuqi colocou o alimento nas tigelas com os dois pares de hashis, e foi até a sala.

— Come quando eu voltar, agora não.

Ele assentiu e ela pegou dois copos com um refrigerante transparente, voltando para a sala.

— Que filme é esse?

— Mama.

— Isso é o que?

— Comédia aterrorizante.

— Isso existe? – questionou, tirando os chinelos e se sentando, começando a comer.

— Acho que sim – disse de boca cheia.

— Seu porco! – Ela esticou a perna e o chutou.

— Ai! Ó, vai começar.

Começou a abertura e Yuqi se deu conta de que não era um filme de "comédia aterrorizante", o que, parando para pensar melhor, é ridículo acreditar.

— Não. – Se levantou, carregando a tigela consigo. .

— Fica aqui – ele riu, a segurando pela cintura.

— Não! Eu me assusto fácil, sério.

Ele segurou a tigela dela, e pôs no seu lado do sofá, a puxando e a prendendo no sofá.

— Me solta.

— Não.

— Me solta agora.

— Não, e abre a boca.

Yuqi abriu a boca e Yukhei pegou o hashi com macarrão e colocou na boca da garota.

— Você vai assistir esse filme comigo, nem que eu tenha que te dar na boca.

— Eu prometo não sair, mas você demora muito pra trazer o hashi, deixa eu comer.

Ele deu o recipiente com a comida dela e voltou a comer, presa pelas pernas dele.

— Isso está me assustando.

— Mal começou!

— Se começando está assustador, imagine na metade…

— Nem é tão assustador. É mais suspense.

— Eu não gosto da sensação do suspense. – justificou, terminando de mastigar.

— Como não?! É ótimo, eu acho incrível. 

— Não, dá um nervoso. Pode tirar sua perna de cima da minha virilha?

— Tá machucando?

— Não.

— Então não.

— Ah! 

Ela se encolheu um pouco, prestando atenção no filme. De fato era suspense, mas também tinha partes em que dava medo.

— Por que essas garotas estão parecendo lobos?

— Você está prestando atenção mesmo?

— Estou, mas eu não entendi essa parte.

— Quando acabar eu te explico.

Ela começou a sentir sono, e lembrou que não havia feito suas aulas Seria o primeiro dia, deveria ser algo bem mais elaborado. Deixou de prestar atenção no filme e fez contas mentais de aproximação para ver quanto tempo restava-lhe a partir do término do filme.

E não era muito.

— Eu tenho que fazer aulas.

— Mas você não tinha feito na hora que eu fui no mercado?

— Não fiz muita coisa, estava sem ideias – mentiu.

— Então vai lá.

Ele tirou as pernas de cima dela e Yuqi correu até o seu quarto, pegando as coisas e voltando para a sala.

— Ué.

— É legal ficar aqui com você.

Yukhei a olhou e sorriu mínimo, mas logo concordou.

— Você é mais agradável que o Ji-sung.

— Mas ele é tão fofo...

— Fofo?! O Ji-sung é um demônio.

— Qual de vocês é o mais velho?

— O Hendery. Ele tem vinte e dois.

— E o Ji-sung?

— Ele tem vinte.

— Viu? Ele é o mais novinho, que coisa mais fofinha. E o Ximen?

— Vinte e um, que nem eu. Só que ele nasceu dois meses antes.

— Que coisa mais linda. 

— E eu sou o do meio.

— Caguei pra você, eu queria saber deles.

Ele colocou as mãos no peito fingindo indignação, mas não estava ligando.

— Qual deles você... achou menos chato?

— O Hendery. Ele é bem legal.

— Hm...