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História My Bad Boy - (Em Revisão) - Jungkook é Minha Família


Escrita por: MoonxShine

Notas do Autor


Hey, olha só quem finalmente voltou? Eu demorei, né? Espero que me perdoem, estava sem criatividade. Esse capítulo ficou bem grande, para compensar vocês! Espero que gostem.

Aliás, tem trailer da Fanfic agora! Foi feito pelo @FicTrailer_Pjct e a trailer maker foi a @Parkjat. Estou realmente grata, eu amei.

Capítulo 41 - Jungkook é Minha Família


Fanfic / Fanfiction My Bad Boy - (Em Revisão) - Jungkook é Minha Família

Fiquei andando pela sala, nervosa com o que havíamos acabado de ler. E se realmente fosse Miyako? Se ela sabe, Jungkook pode estar correndo algum "perigo", né? Talvez ela queira dar uma chance a ele de parar com isso e me deixar, para que não chegue aos ouvidos de seu pai.

Bufei para mim mesma e finalmente parei, encostando lentamente na parede atrás de mim. Tive visão para o moreno, que estava no sofá com os nossos celulares, tentando descobrir quem havia mandado aquela mensagem, mas até então, nada. Ele me encarou de volta e negou, dando a entender que não conseguiria.

— Merda, Jeongguk! E agora, o que faremos? — Questionei irritada, indo para o seu lado.

— Eu sei que estamos em uma situação de risco, mas por favor, não me chame assim. Você sabe que eu prefiro apenas Jungkook!

— Mas... Certo, certo, me desculpe.

Encostei minhas costas no sofá e suspirei. O garoto fez o mesmo, mas usou sua mão para puxar minha cabeça e fazê-la deixar em seu ombro. Senti um leve carinho em minha mão, logo em seguida, acho que na tentativa de me tranquilizar.

— Eu sei que é cansativo tudo isso, mas nada pode ser resolvido enquanto eu não falar com os seus pais.

— Sim, eu entendo. Essa história toda está me levando à loucura e os meus pais, eles... Eles ficarão tão decepcionados ao saber que eu praticamente estraguei um relacionamento. Que eu sou sua aman-

— Amante é uma palavra muito forte, já conversamos sobre isso. Somos maiores de idade, sabemos muito bem o que estamos fazendo. Nem eu e nem você faríamos algo assim sem ter certeza de que o que sente, é amor!

— Acha que meu pai arriscaria algo assim por talvez uma "paixãozinha" de sua filha? Tenho medo de que ele não concorde.

— Seus pais te conhecem o suficiente para ter certeza do que sente. Se tiver que ser, será. Senão, eu não sei o que farei...

Pela primeira vez, eu tive mais medo do que Jungkook. Medo de perdê-lo, de dar errado, de tudo. De um de nós sair machucado, ou pior, os dois saírem. Não gostava nem de criar tantos planos e expectativas sobre nós, já que tudo que estamos vivendo é algo incerto.

É algo que não conseguimos ver futuro.

— Não gosto quando você pensa demais, me deixa nervoso. Te ver calada e motivo para aflição. — Ele comentou e eu ri.

— Deixa de ser bobo! — Jeon abriu um sorrisinho. — Que tal nós apenas curtirmos esse final de semana? Pode ser nosso último.

— Aigoo, não fala uma coisa dessas! Já está pensando em me deixar? — Reclamou com um bico nos lábios e uma carinha emburrada.

— Eu estou brincando! — Ri e deixei um selar em seus lábios malcriados. — Vamos apenas esquecer isso por um tempo. Segunda-feira voltamos a nos preocupar, ok?

— Está bem!

Sábado, 11:10 AM

Depois de uma noite com filmes, pizza e muitas risadas mesmo a pós tensão, nos encontrávamos no sofá mais uma vez, dormindo juntos. Eu realmente tenho que parar de dormir nesse sofá. Só uso meu quarto para tomar banho e colocar uma roupa, porque fora isso...

Bocejo e coço meus olhos, ainda me acostumando com a luz que invadia o ambiente. Olho para o lado e vejo meu pequeno anjinho dormindo serenamente, como quem teve uma noite tão tranquila quanto a minha. Deslizei meu dedo pelo seu rosto, fazendo um leve carinho, logo vendo sua feição mudar para mais tranquila do que já estava. Abri um sorrisinho e me levantei delicadamente, subindo e indo para o banheiro fazer as minhas higienes.

Descendo, ainda encontro o garoto dormindo. Vou até a cozinha e começo a preparar o um café para me despertar. Não pretendia comer nada, já que estava quase na hora do almoço e eu queria esperar o Jeon acordar para pedirmos algo, mesmo estando com fome. Encosto na pia, dou um suspiro e sinto o líquido quente queimar minha boca. Dou um baixo gritinho de dor, colocando a caneca na pia e procurando por água. Merda.

— Bom dia, desastrada! — Olho para frente e vejo o moreno rindo do que acabara de acontecer.

— Não ri, está doendo! — Fechei meus punhos e bati os pés irritada, arrancando-o mais risadas do que antes. — Aish, Jungkook!

— Minha marrentinha, deixe de birra logo cedo. — Ele me abraçou e deixou um selar em minha cabeça. — Não comeu ainda?

— Acordei há pouco tempo, prefiro almoçar logo.

— Então vamos ver no aplicativo ou vamos a algum lugar? — Ele pegou a minha xícara e tomou um gole normalmente, enquanto eu o olhava indignada. — Que foi?

— Como você bebeu e não se queimou?!

— Costume. — Deu de ombros e continuou tomando mais alguns goles, ainda por cima oferecendo-me. ERA O MEU CAFÉ!

— Enfim, prefiro aplicativo. Não podemos sair, alguém pode nos flagrar.

— Certo, vamos procurar.

Peguei meu celular na sala, enquanto Jungkook já mexia no seu, na cozinha. Ao ligá-lo, vi algumas ligações perdidas de minha mãe e algumas mensagens de meu pai. Rapidamente liguei para a mulher, com medo de que poderia ter acontecido algo de ruim.

Com o coração aflito e quase saindo pela boca por conta da demora, eu esperava a mesma atender. Depois de muito tempo, ela atendeu.

Ligação On

— Mãe??

— Oi, meu amor!

— Pelo amor de Deus, aconteceu alguma coisa? Por que tantas ligações suas e do papai? — Perguntei enquanto ia para a cozinha.

— Ah, não se preocupe. Eu queria ligar para avisar que chegaremos hoje mesmo em Seoul! Provavelmente umas 20:00 horas, então faça o jantar. 

— Que bom que já estão vindo, estou com saudades.

— Aliás, seu pai quer conhecer seu namorado. Por que não o chama para o jantar?

— C-claro! Mas mãe...

— Sim?

— Preciso contar algo a vocês, no jantar. 

— Eu e seu pai estamos entrando no avião, não posso mais conversar. Até mais tarde!

— Até!

Ligação Off

Suspirei frustrada e olhei para meu falso namorado, que me encarava confuso, já que eu conversava com a minha mãe em português.

— Meus pais chegarão hoje e nós temos que fazer um jantar. É a hora de contarmos a verdade, Jungkook.

— Tudo bem, mas acha que eles irão aceitar?

— Eu não sei, mas é o que eu espero...

Tentamos mais uma vez desviar do assunto, pensando em coisas mais leves. Jung voltou a procurar a comida ideal para nós, enquanto eu procurava a receita dos pratos de comida favoritos de meus pais, para fazer mais tarde. Eu precisava urgentemente me adiantar com isso, já que não sou lá uma boa cozinheira e Jungkook então, nem se fala. Tenho quase certeza que se um dia nós morarmos juntos, vamos morrer de fome.

Acho que viver de comida congelada seria a melhor solução, não? Não.

Jungkook avisou que o pedido já estava a caminho. Continuei com minhas pesquisas, enquanto separava todos os ingredientes. Torcia a cada segundo para ter tudo que precisava e não ter que ir atrás de alguma coisa, principalmente perto do meu momento sagrado: Almoço.

— O que está fazendo, hum? — Duas grandes mãos pousam em meu quadril e me puxam para trás, colando nossos corpos.

— Minha mãe me pediu para fazer o jantar, então estou procurando a receita de pratos que eles gostam. 

— Interessante... — Seus lábios selaram meu ombro e depois pescoço, enquanto suas mãos deslizavam lentamente pelo meu corpo. — Que ótima filha você é, né? — Disse, continuado a me tocar com outras intenções.

— Sim, sei que sou. — Continuei a ignorar sua investidas, procurando mais a fundo o modo de preparo.

— Não me ignore, senhorita. — Ele suspirou um pouco frustrado e voltou a deixar selares quentes pelo meu pescoço. — Aish, por favor... Eu preciso...

— Hum, acho que não. — Abaixei lentamente meu corpo e empinei minha bunda contra seu membro; inocentemente — sintam a ironia — e apoiei meus cotovelos no balcão, enquanto mexia no notebook para "procurar" o que eu desejava.

Ouvi o garoto soltando um suspiro prazeroso e irritado ao mesmo tempo, sabendo que fiz aquilo para provocá-lo, já que meu corpo estava praticamente colado com o seu. Suas mãos, cujo estavam em meu quadril ainda, apertaram-o com força, descontando suas vontades ali mesmo.

— Ai, Jungkookie, assim você me machuca! O que foi? — Questionei, tentando virar para ele. Eu disse tentando.

Antes que pudesse continuar, ele impediu e me manteve na posição de antes, agarrando mais ainda meu corpo contra o seu e suspirando rente ao meu ouvido.

— Deixa de ser sonsa, você fez de propósito! 

— Fiz o quê? — Abri um sorrisinho e o garoto me virou bruscamente para si.

— Me atiçou.

Jungkook atacou, repito, atacou os meus lábios, esbanjando luxúria com os seus. Mãos bobas, atitudes, a rapidez, tudo foi colocando entre nós naquele momento. Posta sobre o balcão que antes eu usava para meios nada safados, Jungkook estava prestes a fazer o que nós dois tínhamos em mente ali mesmo.

Ele retirou a minha camisa e logo depois a sua, distribuindo seus beijos quentes pelo meu corpo meio descoberto.

[Campainha]

— Que inferno! — O moreno reclamou, quase gritando, enquanto eu bufava. — Deve ser a comida.

Coloquei minha camisa de volta e desci do balcão, voltando a navegar na internet. Uns segundos depois o garoto voltou com os pedidos em mãos, colocando-os sobre o lugar que eu estava antes, tendo um momento com Jeon.

— O que pediu para nós? — Tentei olhar, mas o garoto escondeu, tentando fazer uma surpresa.

— Espera, vou arrumar nossos pratos. Não espiona, em!

— Para alguém que havia ficado totalmente irritado com o empata foda do entregador, até que você está animadinho.

— Eu nunca vou me esquecer desse dia. Pode ter certeza que vou fazer uma reclamação dessas no aplicativo. Se a comida estiver boa, dou três estrelas. Se estiver ruim, não vai ganhar nem comentário.

— Ri. — Muito bobo mesmo. Pediu algo para beber? — Negou. — Então pega uma jarra de suco aí na geladeira. Deixei pronto ontem.

Desviei meu olhar do garoto e voltei minha atenção para o que eu antes fazia. Comecei a ler a receita, até que tomo um susto ao ouvir um barulho de vidro caindo no chão. Levanto rapidamente do banco e olho para trás, vendo um Jungkook boquiaberto, enquanto olhava para o chão, onde tinha a jarra de suco favorita de minha mãe, despedaçada.

— JUNGKOOK! — Gritei.

— E-eu, foi sem querer!

— É a jarra favorita da minha mãe! Céus, o que eu vou fazer agora? Esse negócio era mais velho do que eu!

— Droga, estamos ferrados. 

— "Estamos"? Você está, não fui eu que deixei cair! — Apontei para o objeto caído no chão.

— Isso mesmo, me jogue para a cova dos leões e saia como se nada tivesse acontecido! — Ele bufou e se agachou, começando a juntar os cacos em sua mão.

Revirei os olhos e fiz o mesmo, enquanto resmungava tudo o que podia para o garoto, enquanto ele tentava se justificar. Nada era justificável para uma coisa dessas.

— Não foi de propósito, Cheryl!

— Eu sei que não foi, mas você tinha que ter prestado atenção, merda! — Briguei.

— Eu não tenho culpa se estava molhada e... Ai! — Olhei para o mesmo na hora e logo encarei sua mão, que estava sangrando. — Aish, me cortei.

— Era só o que faltava!

— Chel, está doendo! Pode me ajudar ao invés de ficar brigando comigo?! — Um bico se formou em seus lábios. 

Levantei e ele também, indo para perto da pia. Puxei seu braço e levei sua mão até a torneira, abrindo e deixando a água gelada cair sobre o pequeno corte em sua palma. O garoto gritou de dor e logo arrancou seu braço de mim.

— Isso dói!

— É um corte pequeno, deixa de ser fracote! — Peguei sua mão novamente e levei para a água novamente, ouvindo o moreno espernear.

Depois de lavar com sabão, peguei a caixa de primeiros socorros e o deixei sentado, enquanto fazia o curativo. Tive que ouvir todos seus gritos, gemidos e até mesmo reclamações de dor, por causa de um negocinho de nada! Imagina se fosse grande! 

Fazendo a higienização completa, coloquei um curativo e larguei sua mão, logo encarando seu rosto choroso.

— Estava chorando ou quase?

— Não vai nem dar um beijinho para sarar? — Perguntou com um bico nos lábios.

— Jungkook, deixa de ser criança! Isso nem foi um corte direito, é quase como se tivesse arrancado um pedacinho da pele. 

— Por favor...

— Eu me recuso a fazer isso. Você quebra o jarro da minha mãe, suja o chão, diz que a culpa deveria ser minha também, se corta, faz um escândalo quando eu vou cuidar de um machucado pequeno e... — Fui interrompida por um beijo. 

Seus lábios eram macios como sempre. Eu sabia que ele havia feito isso apenas para me calar, mas eu não iria reclamar de jeito nenhum. Sua boca era totalmente gostosa e viciante, quem resistiria? 

Afaguei seus cabelos e aprofundei nosso ósculo, tirando-lhe um sorrisinho. Quando a falta de ar enfim chegou, nos separamos e colamos nossas festas, com sorrisos bobos no rosto.

— Fez isso para que eu parasse de falar, né?

— Sim, mas também porque você fica irresistível quando está irritadinha e eu não me aguentei.

— Olha, você... É impressionante, sabia? — Rimos. — Vamos limpar isso e comer logo, estou morta de fome!

{...}

Mesa de jantar arrumada, comida quase pronta, "namorado" arrumado, só faltava uma coisa: Eu. Pedi para Jungkook ficar de olho na comida enquanto eu tomava banho, mas logo me lembrei que não poderia arriscar e esperei mais uns minutos, até que tudo ficasse pronto e eu desligasse o fogão.

Debaixo do chuveiro, comecei a pensar na mesa. Para os meus pais, tudo deve estar impecável sempre, mesmo que eles não exijam isso diretamente. Agradá-los não era difícil, já que ser filha única tinha algumas vantagens. Ser a princesinha deles, a filha perfeita, nunca foi uma coisa ruim para mim.

Ah, filha perfeita... Nessa noite eu tenho medo do que posso me tornar para eles. Tenho medo de decepcioná-los, pois jamais havia passado uma imagem ruim para eles. Como disse a garota misteriosa do blog, que inventou aquela mentira sobre mim: Parece que a senhorita perfeitinha não é tão perfeita assim. Eu não sou. Se meus pais me vêem assim, talvez seja porque eu quis passar essa imagem a eles. Por amá-los, não quis mostrar o meu pior lado, o lado que eu não sou a definição de perfeição.

Termino meu banho e vou até meu closet, procurar por uma roupa ideal. Enrolada na toalha, vasculho por tudo, mas não me identificava com nada naquele momento. Joguei vários vestidos no chão, saias, camisas, sapatos, tudo! Me sentia tão nervosa com a chegada deles, que não conseguia pensar em nada.

— Que merda, eu não acho nada aqui! — Gritei com raiva, jogando mais um vestido no chão, com raiva.

— Amor, tudo bem?! Eu ouvi uns barulhos de lá debaixo e achei que você estava jogando uns tijolos no chão. — O mesmo entrou no quarto assustado, logo depois encarando a bagunça que eu havia feito por indecisão. — Eita...

— Os "tijolos", eram os meus sapatos. Kookie, eu não sei o que vestir! Não tem nada, me ajuda!

— Nada? Só as roupas que estão no chão dão metade do meu guarda-roupa!

— Nem vem, você tem várias roupas! — Reclamei. — Sério, me ajuda! Eu realmente não sei o que vestir...

— Que tal não vestir nada, hum? Tenho certeza de que eu vou aproveitar muito bem essa visão. — Ele se aproximou com um olhar esfomeado e me agarrou contra seu peito.

— Deixa de ser pervertido, Jungkook! — Me soltei de seus braços e voltei para o closet. — Prefere o azul de renda ou o preto moderno?

— Ainda prefiro sem. — Revirei os olhos e xinguei o moreno, farda daquilo. — O azul te deixa com um ar inocente e jovem, já o preto te deixa elegante e madura.

— Uau, obrigada! Acho que vou ficar com o azul, então. Não quero passar uma imagem ruim aos meus pais.

— A imagem que você deve passar é que você já cresceu e amadureceu, Chel. Você não é mais uma garotinha, precisa mostrar que é uma nova pessoa! Não fique com medo de decepcioná-los por não ser mais quem eles esperavam que você fosse.

— Você tem razão. Obrigada por ter as palavras certas, eu realmente estava com medo disso! — Dei-lhe um selinho e depois abri um sorrisinho. — O que fica melhor com o vestido preto, scarpin ou sandália? — Ele revirou os olhos e saiu andando. — Você acha que é melhor uma maquiagem mais leve ou pesada? Volta aqui, eu gostei da sua opinião!

1 Hora Depois...

Bela, intacta e esbanjando confiança, essa era eu. Na verdade eu estava ao ponto de surtar por dentro, temendo cada segundo que se aproximava do horário de meus pais chegarem. 

Desci as escadas de mármore e procurei por Jeon, que parecia entretido em um programa de culinária. Ri da cena, acabando por chamar sua atenção. Seu olhar percorreu todo o meu corpo, também boquiaberto. Ele soltou um "Uh la la" e veio até mim, apreciando-me mais de perto. Sua grande mão acariciou a minha bochecha delicadamente, fazendo-me fechar os olhos ao sentir seu carinho.

— Você está perfeita! — Expressou admirado.

— Não gosto dessa palavra, Jungkook. — O moreno revirou os olhos e deixou um beijo em minha testa.

— Você está maravilhosa ou qualquer outro bom adjetivo que te descreva! Satisfeita? — Eu ri e assenti. — Ótimo. Vamos sentar e esperá-los.

A mesa principal estava decorada com talheres de pratas, dois tipos de taça; uma para o vinho e outra para o champanhe, guardanapos bordados com os sobrenomes da família e entre outras coisas. A mesa ficava sob um lindo lustre que transmitia harmonia ao lugar esbranquiçado. Dei uma última olhada para ver se estava tudo bem arrumado e fui com Jeon até o sofá da sala. Assim que sentei, ouvi um barulho de destranca e a porta principal ser aberta, revelando a face de meus progenitores.

Corri até os mais velhos e os abracei intensamente, sentido a mistura de seus perfumes; o doce de minha mãe e o forte de meu pai. 

— Que saudades de vocês, não aguentava mais! — Sorri ao me afastar e eles também. — Papai, eu poderia estar chateada por ter ido viajar na nossa primeira semana aqui, mas te perdôo.

— Minha princesa, não fique chateada comigo, sim? — Assenti. — Como você está linda! Tudo isso para nós? — Ele olhou a mesa de jantar e esbanjou um sorriso orgulhoso. — Até para decoração você é boa.

— Me puxou, é claro! — Retrucou minha mãe, arrancando-nos risadas. — Cadê o Jungkook, filha?

— Fico impressionado por ainda lembrar o meu nome, senhora White! — O citado apareceu ao meu lado, com um sorriso encantador que só ele conseguia ter.

— Como esquecer um Jeon. Esse aqui é meu marido, você não o conhece, né? — Minha mãe puxou meu pai para perto dela. Jungkook estendeu a mão em sua direção, mas meu pai apenas olhou, arqueou uma sobrancelha e o deixou no vácuo.

— Eu não dou aperto de mãos aos namorados de minha filha.

— É o primeiro namorado dela! — Ri baixinho da situação, enquanto procurava um lugar para enfiar a minha cabeça.

— Amor, eu não dou aperto de mãos porque eu quero é um abraço! — Meu pai agarrou Jungkook, que até ficou sem jeito com a situação. Ele deu uns tapinhas nas costas do mais novo, enquanto ríamos. — É a primeira vez em anos que eu vejo um Jeon pessoalmente, ainda mais o filho de meu velho amigo, Chung-Ho!

— Vocês conheceram meus pais, né? Eram amigos deles?

— Oh, sim! Sua mãe sempre foi uma doce mulher, e seu pai, um grande amigo. Infelizmente, depois que sua mãe... Bom, me desculpe dizer isso... — Ele negou, como se não houvesse problema. — Faleceu, ele se fechou para o mundo. Acabou brigando com a maioria dos amigos e família, inclusive eu. Chung se tornou um homem amargurado com a vida, você já deve saber disso.

— Eu sofro as consequências disso. — Jeon abaixou seu olhar cabisbaixo, mas quando eu coloquei minha mão em seu ombro, ele se recompôs. — Enfim, por que não nos sentamos? 

Todos assentimos e seguimos até o cômodo de refeições, cujo eu nunca usava. Meus pai tirou seu paletó e afrouxou sua gravata, indo até o banheiro ali perto, lavar suas mãos. Minha mãe também deixou um casaco de lado e foi fazer o mesmo, logo nos mandando também.

Após todos se sentarem à mesa, meus pais de frente para nós, começamos a conversar. Falamos muito sobre suas viagens, a adolescência romântica do mais velhos e muitas outras coisas, até que chegasse em nós dois. No nosso romance, na nossa adolescência, na nossa história de amor.

A história de amor que talvez nunca tenha uma continuação.

— Vocês me disseram que se conheceram no colégio, né? — Disse minha mãe e assentimos. — Podem nos contar a história?

— Pode começar se quiser. — Jung ofereceu e eu assenti.

— Tudo começou no meu primeiro dia de aula. Eu esbarrei com o nosso amigo, Park Jimin e digamos que eu não fui muito bem recepcionada. Jungkook também foi péssimo comigo, bancando de Bad Boy com a novata.

— Qual é, eu não sabia que me apaixonaria por você! — Todos rimos.

— Mas nós dois somos o foco do assunto que queríamos tratar com vocês. — Eu disse com uma postura mais séria, preocupando as feições de meus pais. — Achei que o jantar seria a melhor hora para a verdade. Mãe, pai... A verdade é que o Jungkook não é meu namorado. 

Eles se assustaram, logo depois me encarando sem compreender, confusos.

— Eu vou explicar. A forma que nos conhecemos, é verdade. O que eu não contava é com a Miyako, a garota que me ajudou no meu primeiro dia de aula e não me disse que namorava o Jungkook. A Miya é bem possessiva e louca, digamos assim. Acho que esse foi o motivo de não ter me falado nada sobre o Jungkook, no primeiro momento. Eu não vou mentir e dizer que nos apaixonamos à primeira vista, é claro que não. Eu não gostava dele de jeito nenhum, até que em um encontro duplo, aconteceu o nosso primeiro beijo. Eu conheci mais o Jungkook e acabei vendo que tirei muitas conclusões precipitadas sobre ele.

— Encontro duplo? — Perguntou minha mãe.

— Jihoon, o garoto que veio me deixar em casa, gostava de um amigo do Jungkook, o SoonYoung. Isso é uma longa história, mas basicamente eu tinha que me aproximar do Soo para saber se ele era hétero ou gay. Fomos em um encontro duplo, onde eu levei o Jihoon e o SoonYoung levou o Jungkook.

— Se o Jungkook namorava, por que ele foi em um encontro, sabendo que encontraria você? — Questionou meu pai.

— A Miyako havia me acusado de traição, sem ter feito nada. Eu fiquei chateado e o Soo quis me levar para sair um pouco e rir.

— Eu e o Jungkook nos beijamos porque pintou um clima. De cara eu fiquei desesperada e ele também, já que agora sim ele havia traído a namorada. O problema é que aquele beijo não foi o suficiente. Nós queríamos mais e tivemos mais. Durante alguns dias, nós ficamos, brigamos e entre outros. Meus sentimentos pelo Jungkook só cresciam, assim como os dele.

— Até que eu finalmente disse que queria algo com a Cheryl. Sempre deixei claro de que queria me apaixonar por ela, mesmo com todas as brigas que tínhamos por coisas simples. No fim... Sou perdidamente apaixonado pela filha de vocês.

— Começamos um relacionamento às escondidas. Sabíamos e sabemos que é errado, mas o que sentimos é forte! Jungkook chegou a cogitar várias vezes em terminar com a Miyako para ficarmos juntos, mas tinha um problema. A empresa do senhor Jeon tem um contrato com a família da Miyako, que será renovado esse ano. Se o Jungkook fizesse algo que magoasse a garotinha Yang, o contratado seria cancelado e ele seria literalmente morto pelo pai.

— Chung-Ho lhe ameaçou?! — Ele assentiu. — Céus, como ele mudou! Continuem.

— Eu tenho até o final do ano para decidir se quero ou não assumir a empresa de meu pai, é praticamente o sonho dele. Segundo ele, eu faria algo de útil uma vez na minha vida e iria me sair bem, já que um Jeon tem o espírito natural de liderança. Assumindo a empresa, eu terminaria com a Miyako e estaria por conta do senhor Yang sair, mas a empresa perderia um grande investidor e nós poderíamos cair muito no mercado, principalmente porque os Yang são uma das famílias mais influentes da Coreia.

— Levamos esse relacionamento por muito tempo, até a minha mãe aparecer de surpresa. Eu queria contar a verdade, mas não estava pronta para ver a cara de decepção dela. Menti e disse que Jungkook era o meu namorado, pelo menos até pensarmos em uma solução e eu criar coragem de contar a verdade para vocês.

— E qual seria a tal "solução"? — Perguntou minha mãe, fazendo aspas.

— A senhora White me disse que o senhor era um grande empresário influente também. Eu fiquei bem surpreso, já que nem fazia ideia. Sabendo finalmente disso, me surgiu a solução para os nossos problemas: Eu iria assumir a empresa, os Yang acabariam com os vínculos e vocês, os White/Kim poderiam investir em nós. Poderíamos ser sócios! Não seria uma queda para nós e eu ainda poderia ficar com a Cheryl.

Pronto, verdade revelada. Meus pais se entreolharam algumas vezes e ficaram em silêncio por alguns segundos, processando toda a história. Eu tinha medo do que eles diriam de mim, do que achariam da minha atitude. Meu coração se apertava a cada suspiro que eles davam, fazendo meus olhos se encherem de água.

— Por favor, digam alguma coisa! — Disse aflita. — Eu sei que o que fiz e estou fazendo é errado, mas eu juro a vocês que nunca me senti tão bem assim com alguém. Que nunca fui tão feliz ao estar com uma pessoa que me completa como ninguém nunca completou!

— Meu pai suspirou. — Minha filha, eu não julgo você amar. Você jamais seria uma decepção para nós, sabe disso. Sim, o que vocês fizeram e fazem é errado, mas pelo o que sua mãe me contou sobre vocês, mesmo sem saber da verdade, dá para ver que são muito apaixonados um pelo outro. Vocês são jovens, adolescentes, mas assim como nós, tiveram a certeza de que se amam com apenas um toque. Pessoas assim são raras e isso é um sentimento admirável!

— Nós traímos uma pessoa, papai.

— É errado e o certo seria vocês pararem ou o Jungkook se separar dela. Se realmente se amam, farão o certo, mesmo que seja necessário magoar algumas pessoas ou bem, vocês mesmos nesse percurso. — Foi a vez de minha mãe falar.

— Então nós temos que terminar? Mesmo que eu seja fadado a viver em um relacionamento que eu não estou feliz e não sinta absolutamente nada pela pessoa?

— Querido, é claro que não! Se você está infeliz em seu relacionamento, o certo é acabar com ele. Entendemos que se fizer isso, Chung-Ho será capaz de fazer algo que nós nunca imaginaríamos dele, com você.

Jungkook assentiu para a minha mãe e abaixou sua cabeça. Eu encarava meu pai, esperando que ele dissesse mais alguma coisa.

— Vocês se amam mesmo? — Ele questionou. — Ama a minha filha de verdade, Jeongguk?

— Sim senhor, eu amo demais! Não consigo mais imaginar a minha vida sem ela, e isso não é bajulação. A Cheryl foi uma luz no fim do túnel para mim. Se não fosse ela, eu estaria tendo que conviver até hoje com uma pessoa que eu não amo de verdade.

— Ele a ama, amor! — Minha mãe bateu no braço de meu pai, um pouco emocionada. Eu ri e voltei minha atenção para o mais velho.

— E você, minha princesinha? Ou melhor, princesona!

— Você não tem noção, pai. Eu nunca estive em relacionamentos sérios, como vocês sabem. Nunca tive essa vontade, eu queria esperar a pessoa certa, até que ela apareceu. Foi da maneira errada, mas que talvez nos salve de uma vida solitária.

— Eu vou vincular a minha empresa com os Jeon, Jungkook. Mas eu quero que saibam de uma coisa e tenham consciência disso. O que estamos fazendo aqui, não passa apenas de um romance entre jovens, mas sim de negócios que valem muito dinheiro. Se um dia vocês brigarem e terminarem, pode custar caro aos dois lados.

— Sabemos disso, senhor. Por isso eu quero adicionar uma cláusula no contrato. Não importa o que aconteça entre mim e a Cheryl, não vamos deixar que isso nos afete. As empresas continuarão sócias, fazendo dinheiro até que ambas possam se estabelecer e desvincular se quiserem.

— Você realmente pensou em tudo, né? Seu pai acertou em dizer que você seria um grande empresário. — Meu progenitor abriu um largo sorriso.

— E-ele já disse isso? — Jungkook não aguentou e logo perdeu sua confiança de antes. Falar de sua família o destruía completamente.

— Sim, antes de você nascer. — Respondeu minha mãe. — Jungkook, agora você faz parte da nossa família. Será sempre tratado como um White/Kim e será como um filho para nós! Seja bem-vindo!

Meus pais se levantaram e vieram até nós. Ambos abraçaram o Jeon, que rapidamente se levantou para retribuir. Eu sentia que naquele momento, meu amor se sentia amado, com uma família que poderia amá-lo de verdade. Fico feliz e aliviada por saber que meus pais nos apoiam, mesmo não gostando muito de como isso se iniciou.

Assim que eles se separaram, vi lágrimas escorrendo dos olhos de meu moreninho, que começou a desabar como um bebê. Minha mãe ficou emocionada também e o abraçou novamente, enquanto eu ria com meu pai.

— Pode nos chamar de família, garoto! Eu sempre tive um apego por você, mesmo que antes de nascer. Eu sabia que você seria especial e torcia para que se casasse com a minha princesa. — Meu pai deu tapinhas nas costas de Jeon, que ainda era consolado pela minha mãe.

— O-obrigado, s-senhores! E-eu acho que n-nunca tive uma família a-antes!

— Não chore, querido! — Minha mãe o abraçou mais forte.

— Hey, desse jeito eu fico com ciúmes! Ninguém vai me abraçar não? — Perguntei enciumada. Meu pai veio até mim e me levou para perto deles, fazendo um abraço coletivo.

— Se você quiser um abraço de seu futuro noivo... — Jungkook respondeu, enxugando suas lágrimas.

— É claro que eu quero! — Fui até o mesmo e o abracei com toda a força que tinha. Deixei que algumas lágrimas caíssem, já que aquele momento era tão especial para mim, quanto para ele.

Céus, eu amava demais o Jungkook e a minha família.

Jungkook agora também seria a minha família.

Continua...?


Notas Finais




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