1. Spirit Fanfics >
  2. My Beautiful Omega >
  3. Capítulo 2

História My Beautiful Omega - Capítulo 2


Escrita por: WWandLZ

Notas do Autor


Novo capítulo! Yay!
Se preparem, porque hoje vai ter emoção!

Capítulo 2 - Capítulo 2


Fanfic / Fanfiction My Beautiful Omega - Capítulo 2

Quatro semana haviam se passado desde o incidente. Midoriya se sentia realizada por estar estudando na tão querida Universidade. A maioria de seus colegas eram ômegas e betas, o que era bom para si, afinal não precisava ficar alarmado o tempo todo na sala de aula com medo de algum feromônio forçar seu cio, mesmo que agora estivesse tomando um supressor mais forte por indicação médica. E para melhorar seu humor, o prédio de biologia era diferente do de medicina, o que diminui as chances de ver o representante do curso para 10%. Estava vivendo seu sonho acadêmico sem interferências, o que o deixou muito realizado.

Mas a situação em casa era outra. Depois de passar dois dias hospitalizado sua mãe ficou mais superprotetora do que nunca, muitas vezes ficando quase paranoica. Izuku não a culpava, afinal era mãe solteira e não sabia como lidar com um filho omega por falta de experiência. E apesar de ser sufocante o excesso de atenção dela não a afastava, ao contrário disso, a abraçava forte quando a via tremer de preocupação.

 Izumi se tornou mais presente desde então, dormindo quase todos os dias em casa. Enquanto Inko se preocupava demais com Izuku, Izumi se preocupava mais ainda com ela. Alguns outros familiares vieram vistar ele e a mãe quando souberam do ocorrido. A família também se demonstrou em alerta.

Kirishima se tornara uma figura muito presente também, já até recebendo algumas visitas suas em casa e fazendo visitas a ele. Se tornaram bons amigos. Descobriram ter muitos gostos em comum e gostavam de dividir outros. Por Kirishima ser alguém extremamente extrovertido o que era um círculo de dois amigos se estendeu para quatro.

Uraraka Ochaco e Tsuyu Asui se aproximaram dos dois e então formaram um grupo bem unido. Uraraka era um garota um tanto agitada e adorava conversar, assim como Kirishima, a compatibilidade dos dois era muito boa, e ambos costumavam trazer muitos assuntos novos e diferenciados para a roda. Tsuyu, diferente de Uraraka, era mais reservada e preferia apenas escutar a conversa, vez ou outra comentando algo e dando sorrisos sinceros. E assim, o grupo foi formado por dois betas, um omega e uma alfa. Ah, sim, Uraraka era a única alfa da sala de biologia. Não foi novidade quando muitos ômegas demonstraram interesse nela, já que era um alfa simpática e receptiva. Era rotina ver algum omega da sala jogando alguns flertes em sua direção. Vez ou outra ela até respondia com apenas um piscar de olhos sedutor fazendo os omegas soltarem suspiros prazerosos. Kirishima adorava zoar a amiga por conta disso a chamando de "Uraraka esmagadora de corações".

Era só mais um dia comum, quando novamente Kirishima a chamou de esmagadora de corações e ela respondia com algum comentário rude.

—Você provoca, mas está com inveja por não receber tanta atenção com eu. —Respondeu com um olhar superior.

—Não tenho interesse nisso. —Devolveu o olhar. —Sou um beta independente.

—Aham, até achar alguém que vai lhe roubar o coração! Aí quero ver o independente.

Já era quase rotina os dois discutirem de forma amigável no almoço. Enquanto os dois estavam sendo barulhentos Midoriya e Tsuyu conversavam tranquilamente sobre a aula de hoje.

Pouco antes do almoço chegar ao fim um dos senpais¹ do curso se aproximou com um sorriso grande no rosto. Ele cumprimentou alegremente os calouros e então perguntou se eles estariam interessados em um confraternização que iria ocorrer depois da aula, onde alguns alunos de diferentes cursos iriam se reunir em um barzinho perto do campus. Kirishima logo confirmou a presença de todos sem ao menos perguntar aos amigos se queriam, típico dele.

Midoriya o olhou um pouco desconfortável. Não gostava muito de ir em bares e era muito tímido as vezes, principalmente se tivesse que se reunir a um monte de gente, mas desistiu de dizer algo ao ver os sorrisos de animação dos amigos. Não faria mal nenhum ir, não é? É apenas um confraternização entre alunos da Universidade Yuei.

Totalmente errado!

Quando os amigos se juntaram a um grupo de senpais e outros calouros prontos para irem ao bar outro grupo menor se aproximou. Midoriya a princípio não prestou muita atenção a sua volta olhando para os próprios tênis vermelhos distraído sem perceber a aproximação de outras pessoas quando um forte vento bateu em seu rosto trazendo um cheiro familiar, tão familiar que quase como a velocidade da luz ele levantou o rosto e virou-o em direção ao cheiro. E lá estava ele, o aluno representante do curso de medicina. Quando seus olhos se encontraram pela primeira vez, Midoriya desviou o olhar tão rápido quanto levantou o rosto. Sentiu uma mão segurar seu braço de repente e tremeu com receio de levantar o olhar.

—Izu, você está bem? —A voz doce de Uraraka o fez relaxar e sem perceber segurou forte a mão da amiga procurando por conforto. —O que foi? Está se sentindo mal?

Antes que pudesse responder algo Kirishima se aproximou com o rosto um pouco culpado e tocou seu outro braço do amigo depositando um carinho acolhedor.

—Sinto muito, Midoriya, não sabia que ele iria aparecer. —Disse sincero. —Quer ir embora?

Kirishima sabia que Midoriya, por alguma razão desconhecida, não queria ter nenhum tipo de relação com o alfa, ainda mais depois do pedido da mãe.

Uraraka um pouco confusa olhou para Kirishima perguntado o que estava acontecendo.

—Bem, —ele olhou para Izuku pedindo permissão para explicar e ao receber o olhar de consentimento prosseguiu. —Aquele lá é o aluno representante de medicina.

—Sim, eu conheço o Todoroki. Ele é bem famoso pelo campus na verdade. —Ela disse ainda confusa trocando o olhar de Kirishima para Midoriya.

Todoroki, este era o nome do seu alfa? Não, ele não era seu! Midoriya chacoalhou a cabeça tentando espantar pensamentos mais complicados.

—Ele, bem, é o true mate de Midoriya. —Revelou fazendo a garota arregalar os olhos completamente estupefata.

—Não é confirmado. —Izuku falou baixo querendo se convencer que aquilo não passava de um mal entendido.

—Mas se ele é seu true mate porque você quer fugir? —Perguntou sem entender nada.

—É complicado, Ochaco. —Kirishima disse e puxou o amigo num abraço forte com medo de ver ele sofrendo como da outra vez.

—Hey, pombinhos! Vamos logo! —Um senpai gritou para eles.

Kirishima abriu a boca pronto para dizer que não iriam mais quando Izuku afastou o abraço e puxou os dois amigos em direção ao grupo de mais de 15 pessoas. Não iria impedir de se divertir por conta de uma pessoa que nem conhecia.

—Vamos! Vamos beber bastante! —Disse decidido ignorando a voz que gritava para ir diretamente ao seu alfa e o agarrá-lo com força.

Iria ignorar o calor que estava sentindo e a voz que brigava consigo. Estava com seus amigos e nada o impediria de se divertir. Mesmo que tivesse que ignorar completamente sua natureza omega.

O barzinho não era longe, o que fez com que eles chegassem muito rapidamente e reunissem muitas mesas acomodando o enorme grupo. As conversas começaram e Izuku conseguiu se esquecer do alfa sentado a algumas cadeiras de distância. De qualquer modo, Izuku estava aliviado por saber que o alfa na verdade não o havia o visto naquela vez, de acordo com Kirishima, sendo assim ele não fazia ideia que o de cabelos bagunçados era seu true mate.

Não se atreveu a beber mais do que alguns goles de soju² e aproveitou muito a presença dos amigos, acabou por se enturmar com alguns ômegas também. Estava rindo com mais facilidade com a ajudinha do álcool, mesmo que não estivesse bêbado. Quando se passou meia hora uma pessoa inusitada apareceu para se juntar ao grupo de alunos, logo que o alfa chegou Midoriya reconheceu o cheiro e se levantou da cadeira abruptamente chamando a atenção de todos.

—Kacchan? —Chamou pasmo.

O alfa loiro com olhos vermelho intenso o olhou com raiva.

—Seu nerd de merda! Não precisa gritar assim, porra! —Reclamou.

—Vocês se conhecem? —Um senpai perguntou surpreso.

—Sim, somos amigos de infância. —Respondeu ainda um pouco chocado de ver o amigo ali.

—Nossa, não acredito que Bakugou Katsuki é amigo de um omega. Ele até te chamou de "Kacchan". —Brincou o senpai, mas logo se calou ao ver o olhar quase assassino de Katsuki sobre si. —Ok, calei a boca.

—Já disse para parar de me chamar assim! —Gritou insatisfeito e se sentou ao lado de Midoriya.

—Quanto tempo! Que surpresa agradável, não sabia que era aluno da Yuei. —Disse sincero e animado.

—Sei, cala a boca agora. —Respondeu e roubou o copo de soju de Midoriya.

Com algumas tentativas de conversa com Katsuki Bakugo, e toda cortada, Izuku desistiu e voltou a conversar com os amigos.

Uma hora havia se passou e a maioria dos alunos já estavam bêbados. Com o teor do álcool ao máximo os alfas começaram a lançar olhares para os omegas presentes. Alguns feromônios eram soltos. Com os poucos omegas presentes sentindo-se alertas foram embora, deixando apenas dois omegas presentes no meio de cinco alfas famintos procurando o omega mais formoso para tirar vantagem. Havia três outros alfas sóbrios na mesa, sendo eles Uraraka, Todoroki e Katsuki, que apesar de beber muito não se mostrava nem um pouco abalado.

Os cinco alfas acharam a presa perfeita quando Midoriya sorriu de forma encantadora para o amigo a sua frente. A tensão na mesa então mudou. Os betas presentes logo sentiram-se incomodados e atentos. Uraraka ainda não havia percebido os olhares sem boas intenções em cima do amigo e continuava a conversar com Tsuyu, mas Kirishima já se remexia preocupado.

E então o que mais preocupou Kirishima aconteceu. Um alfa soltou um feromônio forte. Midoriya respondeu inconsciente soltando um pouco e logo que percebeu o que havia feito oito alfas se levantaram da cadeira. Uraraka logo puxou Midoriya para trás e rosnou para os outros ameaçadoramente. Katsuki segurou o braço do menor com uma força quase bruta. Diferente de Uraraka ele soltou um cheiro ameaçador, praticamente chamando os outros para brigar por território. O único que não soltou feromônio ou cheiro algum foi Todoroki, apesar de ser o que mais dominante dali.

Ele olhou para Midoriya praticamente o chamando para perto de si. Mas o pequeno omega não conseguia parar de tremer. Ele entraria em um cio forçado se os feromônio continuassem daquela forma. O outro omegas correu para fora do bar e as pessoas começaram a notar a comoção. Os betas não se mexeram com medo de entrar no caminho dos alfas e saírem estraçalhados.

O calor subiu no corpo de Midoriya e sem que quisesse esperou pelo alfa mais forte para lhe satisfazer. Sem que percebesse soltou mais de seu feromônio adocicado instigando os alfas. Todoroki em resposta bateu com força na mesa e sem mais aguentar liberou seu aroma dominante e sufocante. Apenas os alfas mais resistentes não recuaram, sendo ele Katsuki e mais um outro. Uraraka sentou-se frustrada e com medo. Ela não conseguiria proteger o amigo.

—Afastem —ordenou Katsuki.

Midoriya se escondeu atrás do amigo de infância, mesmo que seu corpo o implorasse para ir atrás de Todoroki.

—Não! —O outro alfa rosnou pronto para atacar, e foi o que fez. Subindo na mesa como um animal atacou Katsuki que empurrou Midoriya para longe com força. O omega caiu nos braços de um alfa que tinha se abaixado, mas logo ele  recuperou a força e agarrou forte Midoriya. O aroma dele não era agradável e Midoriya não queria ele. Estava com medo dele.

—Alfa! —Gritou inconscientemente por estar sentindo-se em perigo e então os braços que o agarraram grosseiramente o largaram e foram substituídos por braços gentis.

Se agarrou nas roupas do outro assim que sentiu o cheiro agradável. E apesar de escutar gritos a sua volta ele se sentiu protegido e salvo. Afundou o rosto no peito do alfa se permitindo sentir mais daquele aroma delicioso.

—Midoriya! —E então sua consciência total voltou e ele tentou se afastar do alfa mesmo que a contragosto, mas foi impedido. O alfa o apertou mais forte, mesmo que não aplicasse forçar para machucá-lo.

—Espere. —A voz gentil de Todoroki o fez tremer e sem vontade de negar o pedido ficou quieto.

Percebeu que o maior estava o encobrindo com o próprio cheiro claramente marcando território. Não era tão eficaz quanto uma marca, mas serviria para que nenhum alfa tentasse atacar mais um vez. Apesar disso, Midoriya ainda pode escutar o barulho de socos e cadeiras sendo arrastadas. O cheiro de Katsuki e o do outro alfa ainda era forte, entretanto eles não brigavam mais pelo omega, mas sim por dominância.

Todoroki o soltou lentamente. Assim que se viu fora dos braços do alfa desejou olhá-lo e agradecê-lo, mas não conseguiu se mexer. Não sabia se estava com vergonha ou outra coisa, só não conseguiu afastar o rosto do peito do alfa. O aroma era tão bom.

Seu corpo encheu-se novamente de calor, mas antes mesmo que pudesse segurar o braço do alfa e implorar por atenção foi puxado para longe dele. Kirishima e Tsuyu o puxaram para bem longe. Abriu a boca para protestar e viu a mão do alfa estendida em sua direção querendo correr para si e ajudá-lo com o que o omega queria, mas sua mão tremia violentamente como se estivesse se segurando muito para não avançar. Um parte de si quis gritar irritado com ele por não atender o chamado, mas outra estava tão aliviada por ele se segurar e não deixar que uma besteira decorrente ao lado animalesco acontecesse.

Quando foi completamente puxada para longe do bar ele se virou para brigar com os amigos por tê-los separado de seu alfa, mas se calou ao ver ambos com os olhos cheios de lágrimas.

—Midoriya! —Gritou Kirishima completamente preocupado e agarrou o amigo em um abraço de urso.

Estupefato o omega não entendeu o que estava acontecendo até Tsuyu dizer entre soluços.

—Mido-chan, os alfas o olharam de forma tão feia. Parecia que iria fazer coisas ruins ali mesmo. Eles queria te machucar.

—Uraraka ainda está lá? —Perguntou Midoriya preocupado ao lembrar-se de como a garota havia o protegido.

—Ela ficou para ajudar alguns omegas que estavam no bar a sair. —Explicou Kirishima.

—E Kacchan? Ele estava brigando, não?

—Ele está, mas não tem que se preocupar com ele. —Tsuyu disse com a voz embargada. —O outro alfa está levando a pior.

—Todoroki! —Disse separando o abraço e se preparando para voltar preocupado com o alfa que acabara de deixar.

Kirishima segurou forte o braço do omega o impedindo de dar mais um passo.

—Ele está bem, mas se você voltar ele com certeza vai perder o controle. —Falou sério.

—Perder o controle? —Indagou confuso.

—Mido-chan, você não percebeu? Ele estava se controlando o tempo todo para não rasgar sua roupas e o consumar ali mesmo. Afinal você estava soltando feromônios muito fortes. —Explicou Tsuyu.

Seu coração disparou. Todoroki estava se controlando? Mas era tão difícil um alfa ter controle ainda mais quando um omega ameaçava entrar no cio por conta de uma briga de território. Sentiu-se inexplicavelmente afeiçoado ao alfa. Mesmo não conhecendo ele Todoroki o respeitou e se segurou para não cair na tentação que nosso labo interior proporcionava. Sentiu uma vontade maior ainda de vê-lo, não apenas uma parte mas todo o seu ser queria agradecê-lo pela consideração admirável.

—Midoriya. —Kirishima o chamou sério ao ver a feição do amigo. —Você acha mesmo que é melhor manter distância dele? Digo, sua mãe tem motivos para se preocupar, assim como você, mas depois disso não acredito que Todoroki seja uma pessoa ruim que vá atrapalhar sua vida.

Talvez estivesse certo, mas a incerteza no coração de Midoriya era maior, mesmo que agora a vontade de se manter longe tivesse diminuído.

[...]

A dor era insuportável. Não sabia de onde tirara tanta força para se manter firme e não rasgar as roupas do omega naquele lugar e o atacar ali. Era um desejo sexual tão grande que seu corpo todo latejava e pulsava em expectativa. Ah, aquele cheiro doce era tão tentador e erótico. O desejo carnal era maior do que o desejo de matar todos aqueles alfas que ousaram olhar para seu omega.

Ainda estava se controlando apesar dele ter ido embora, pois sabia que não importava aonde ele o acharia e saciaria seu desejo.

Tentou ao máximo se acalmar e pensar em outra coisa, qualquer coisa que não fosse o garoto de cabelos verdes e ondulados, com sardas e olhos verde como esmeralda. A comoção ao redor pareceu tranquilizar e finalmente o cheiro de um alfa só prevaleceu, sendo este o de Bakugo, um de seus colegas de sala. Virou-se afim de ver a situação do outro alfa. Deplorável como o esperado. O alfa estava largado no chão com o rosto banhado de sangue fresco e uma de suas pernas parecia quebrada, talvez houvesse outros ossos quebrados, mas não era visível.

—Wow, fazia tempo que não tinha uma luta assim. —Riu vitorioso.

O bar já estava quase vazio e com cadeiras quebradas quando três viatura da polícia chegaram. Policiais armados com tranquilizantes entraram, mas logo abaixaram as armas ao ver que a briga já havia acabado. Um deles ligou para uma ambulância e outro pediu para que todos que sobraram no recinto fosse para a delegacia depor.

Sem vontade de lidar com tudo isso revirou os olhos e acompanhou o oficial a contragosto. No caminho até a viatura percebeu estar sendo acompanhado por uma das alfas que protegeu seu omega e por curiosidade a olhou, analisando todo o seu perfil e memorizando seu cheiro.

—O que? Tá olhando o que? —Perguntou ela parecendo estar irritada.

Novamente sem vontade, apenas desviou o olhar e entrou na viatura, a garota entrou logo em seguida. Bakugo entrou também após alguma gritaria que teve com um oficial.

Os três ficaram quietos esperando um policial entrar e levá-los para a delegacia até que a garota se virou para Todoroki com determinação desenhada em seus olhos.

—Você é o alfa do Midoriya, não? —Perguntou.

Uraraka sabia que o garoto por alguma razão não conhecia seu amigo, mas no fundo ela tinha certeza que Todoroki sabia que ele era seu true mate no instante em que eles trocaram olhares rápidos. 

E não estava errada, de fato, Todoroki soube que algo era diferente no omega de cabelos verdes assim que o viu desviar os olhos rapidamente. Mas só teve certeza quando levantou-se da mesa pronto para entrar em um batalha sangrenta pelo omega. Afinal já havia presenciado várias brigar por território, mas nunca entrara por falta de interesse e por ter um excelente autocontrole.

—De quem? Do Deku? Que palhaçada. Quem iria querer aquele omega? —Bakugo disse de repente.

Os dedos de Todoroki se fecharam com força antes dele olhar para seu colega. Como ele tinha a coragem de desrespeitar seu omega daquela forma?

Apesar do olhar assustador de Todoroki, Bakugo não recuou e apenas mostrou os dentes com raiva se preparando para mais um briga.

—Quero ver você tentar. —Desafiou o alfa loiro com um ar provocativo.

—Meninos! Não! —Uraraka disse firme olhando para ambos com desaprovação.

Shoto respirou fundo antes de ceder e desviar o olhar para a garota e responder a pergunta de antes.

—Não. Ele não é meu omega. —Respondeu com desgosto por não gostar das palavras que usou, afinal ele era sim seu omega! Só podia ser.

—Certeza? Midoriya parecia um tanto confortável com você. —Ela disse, tentando instigá-lo.

—O nome dele é Midoriya? —Perguntou esquecendo do resto da fala da garota. Seu olhos brilharam.

—Ahn, sim —Disse um pouco desconfortável com o olhar todo brilhoso e incomum vindo do garoto que era taxado como frio pelos omegas e betas da Universidade.

É, ele era o true mate do seu amigo, não havia como negar.

Bakugo bufou com raiva antes de virar sua atenção completamente para a janela sem nenhuma intenção de querer ouvir a conversa

—Midoriya. —Repetiu o nome.

Seu coração deu um pulo alegre. Aquele era um nome bonito, mas queria saber o primeiro e iria perguntar se não fosse pelo oficial que entrou finalmente no carro pronto para levar os alfas para a delegacia.

Como imaginou, foi exaustivo ficar quase a noite inteira relatando o ocorrido várias vezes. Uraraka e Todoroki foram liberados mais cedo que o loiro, que por cometer agressão precisava ficar detido até um responsável vir o buscar. Todoroki acompanhou a alfa até a saída e antes que ela fosse embora a chamou para conversarem melhor. Ambos andaram até uma cafeteria 24horas para tomarem um café.

Conversaram por quase meia hora sobre o omega. Todoroki não segurou sua curiosidade e perguntou o nome completo, a idade e um pouco mais sobre ele. Seria até assustador, mas Uraraka compreendeu que Todoroki não perguntava com malícia e sim por uma genuína vontade de conhecer melhor seu parceiro.

—Por que não o chama para sair? —Uraraka sugeriu quando o café já estava acabando.

A encarou um pouco incerto sobre o que dizer. Conseguia lembrar-se vividamente do dia da confusão. O cheiro forte do omega que chamou por si. O cansaço que passou e a frustração de o ter que deixar ir para longe. No dia seguinte não teve coragem de ir atrás do omega. Estar atado tão fortemente a alguém era uma ideia tão assustadora. Não sabia ser carinhoso ou atencioso, nunca teve um modelo de um casal feliz por perto. Seus pais eram casados apenas por interesses de gene. Sua mãe quase nunca saia do quarto e seu pai era um homem muito ocupado com o trabalho. As poucas vezes que os vira juntos estavam brigando. E sem contar que não tinha recebido muito carinho na infância, então não fazia ideia de como agir com seu omega. O queria fazer feliz, mas como? Queria o mimar e enchê-lo de amor, mas não sabia como. Então como poderia ir atrás dele?

—Não sei. —Falou por fim.

Uraraka podia ver a indecisão nos olhos heterocromáticos do garoto então apenas sorriu tentando ao máximo compreendê-lo.

—Tenho certeza que ele iria adorar saber mais sobre você também. —Disse antes de se levantar cansada desejando apenas ir para casa e dormir. —Até mais Todoroki.

Se despediu com um aceno e foi embora.

No outro dia Todoroki se sentiu disposto a ver o omega chamado Midoriya Izuku.

 Assim que chegou no campus foi direto para o prédio de biologia totalmente esperançoso. Queria apenas olhar para ele e talvez até tentar puxar conversa, mas infelizmente o garoto não estava em lugar algum. Teve que voltar para o prédio de medicina quando viu o horário em seu relógio de pulso.

Um pouco decepcionado não teve tanta energia para prestar atenção na aula. Preferiu por olhar para um canto da sala e lembrar-se do rosto belo de seu omega. Ah, como queria tocar as sardas de seu rosto.

Quando deu o horário do almoço se levantou decidido a uma segunda tentativa, mas assim que levantou-se foi abordado por Momo que lhe encheu de deveres dizendo sobre a entregas dos trabalhos e teve que segurar o bloco de folhas que a garota lhe passou e ir para a sala do professores. Ao chegar jogou a pilha na mesa do professor Aizawa e se preparou para correr atrás do garoto sendo impedido novamente desta vez por Aizawa.

—Hey, garoto. Para que a pressa? —Perguntou desconfiado.

—Preciso ir. —Respondeu simples.

—Para onde?

—Para o prédio de biologia. —Disse sincero.

Não gostava de mentir, principalmente para seu professor preferido, mesmo que às vezes esse o enchia o saco.

—Vai finalmente atrás do omega? —Deduziu.

Não respondeu, não havia necessidade. Estava estampado em seu rosto. Aizawa estalou a língua no céu da boca e acenou para que o garoto saísse logo da sala.

E finalmente conseguiu correr para o prédio. A cantina não era tão grande quanto a do prédio de medicina, mas ainda assim o lugar estava cheio com vários odores misturados, Todoroki se sentiu um pouco desesperado. Fechou os olhos por alguns instantes tentando reconhecer o cheiro adocicado de seu querido omega. E lá está, o seu cheiro predileto. Caminhou até uma mesa mais afastada e de longe reconheceu o cabelo verde do garoto. Seu coração bateu mais forte no peito e suas mãos suaram um pouco. Uraraka notou rapidamente sua presença e disfarçadamente cutucou Midoriya. Quando estava quase perto da mesa o garoto se virou arregalando os olhos verdes e belos. Tão lindo, pensou Todoroki.

Ao finalmente estar bem ao lado do garoto, não soube o que dizer. Tinha planejado de encontrar ele, mas não havia planejado o depois então ficou um tempo apenas encarando o belo rosto do omega.

—Oi. —Falou a primeira palavra que pensou.

—Oi. —Ele respondeu devolvendo o olhar.

Ambos se encaram com intensidade e curiosidade. Seria impossível alguém ver a cena e não ter certeza que aquele alfa era daquele omega e aquele omega era daquele alfa.

Ainda incerto sobre o que fazer apenas esticou a mão para o garoto e disse:

—Todoroki Shoto.

Midoriya olhou para a mão e pareceu hesitar antes de segurar sem força a mão grande do alfa.

—Midoriya Izuku.


Notas Finais


Senpais¹ = não sei nem porque vou traduzir já que eu sei que todos sabem o que, maaas. Senpai é uma palavra em japonês, usada para se referir com respeito a uma pessoa mais velha ou mais experiente

Soju² = é um é uma bebida destilada transparente de origem coreana. Muitos japoneses bebem ela.

Foi isso por hoje galera! Espero que tenham gostado! Eu me diverti muito escrevendo a cena do bar, achei emocionante kkk.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...