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História My Boss - Jenlisa - Seu inferno


Escrita por: kimbelle21

Notas do Autor


Pra quem não sabe, o homem na foto é o Teddy kk

demorei um pouco mas vim kkkk

Capítulo 27 - Seu inferno


Fanfic / Fanfiction My Boss - Jenlisa - Seu inferno

 

vamos lá ,leiam depois da metade dele em local privado rs

 

-

 Mais uma semana havia se passado e Lisa se culpava por ainda não ter encontrado uma solução para resolver aquela situação. Sua vontade era de correr para os braços de Jennie e fazer dali seu refúgio, onde nada nem ninguém fosse capaz de alcançar. Mas ela sabia que não era tão simples assim.

Mas as coisas eram mais difíceis do que aparentavam ser e ainda era um terreno complicado para caminhar.

A cada dia que passava o desespero aumentava. Tinha medo de perdê-la de vez. Tinha medo de não conseguir ajudar. Tinha medo do que poderia acontecer. Aquela situação já estava ficando insustentável, principalmente porque ela não poderia se abrir com ninguém.

O sábado chegou após uma longa semana que havia passado se arrastando. Passou o dia agoniada, aflita. E ela sabia o porquê.

- Eu queria que você fosse comigo, mãe. - estava enrolada em sua toalha enquanto procurava uma roupa em seu guarda-roupa.

- Eu não posso, filha. - Chitthip observava a morena sentada em sua cama – O Matthew me convidou para jantar na casa dele hoje. Disse que tinha uma surpresa pra mim. Não posso desmarcar.

- Eu não queria ir sozinha. - suspirou.

- Chame o Bambam, tenho certeza que ele adoraria ir.

- Já chamei, mas ele também tem um compromisso inadiável. - bufou irritada.

- Ah, agora que ele conheceu esse novo namorado misterioso vai ser difícil encontrar ele disponível. Deixa ele curtir, início de namoro é sempre assim.

- Ele me disse que não é namoro. - levou um vestido ao seu corpo e analisou no grande espelho na porta do guarda-roupa. - Disse que o tal cara misterioso vai ter que conquistar ele primeiro e fazer por merecer.

- E ele tá certo mesmo. Já sofreu tanto, tadinho. Precisa ter certeza de que está com alguém que o dar valor.

- É verdade. - fez uma careta e jogou o vestido na cama.

- Esse está bonito, filha, por que não usa ele?

- Não, não está.

- Você fica linda de qualquer jeito, não precisa escolher tanto.

- Quem dera fosse assim mesmo.

- Deixe de drama. É só uma festinha de criança, qual a dificuldade de escolher uma roupa?

- Eu não posso simplesmente querer estar bonita pra mim mesma? - disse passando cabide por cabide.

- Pode. Mas tem certeza que é só pra você mesma?

- Eu não sei do que você está falando mãe.

Chitthip levantou-se e abraçou a filha pelo ombro.

- Você sabe, eu sei, todo mundo sabe Lisa. - sorriu. - Diga a ela que mandei lembranças, tá bom? - deu um beijo na testa de Lisa e saiu.

***

- Lalisa! - a figura elegante de Teddy a recebeu assim que ela adentrou em sua casa. - Obrigado por ter vindo.

- Eu que agradeço pelo convite, Teddy. - disse o abraçando.

- Como você está?

- Estou bem, e você como vai? - encarou com um sorriso terno.

- Bem também, obrigado. - devolveu o sorriso. - Vem, vamos entrando. - a levou até o quintal dos fundos.

- Onde está a aniversariante?

- Está ali. - apontou para uma pequena sentada em um banquinho onde recebia uma pintura no rosto. - Yuna! - se aproximou com Lisa.

- Que pintura bonita! - a morena se agachou a fitando. - Você está linda.

- Obrigada. - agradeceu com um largo sorriso.

- Filha, essa é a Lalisa.

- Meus parabéns Yuna! Posso te dar um abraço?

- Sim. - disse sem jeito recebendo o abraço carinhoso de Lisa.

- Eu trouxe um presente pra você. - pegou um pacote embrulhado no chão e a entregou. - Espero que goste.

- Como se diz, filha? - Teddy incentivou.

- Obrigada tia Lisa. - sorriu largo já rasgando o embrulho. - Uma boneca! É uma Barbie, pai, olha! - levantou a caixa saltitante.

- Você gostou?

- Sim! Ela é linda! - disse com os olhinhos brilhantes na boneca. - Se parece com você. - ergueu-a ao lado do rosto de Lisa e comparou.

- Oh, você acha mesmo?

Sim. Parece mesmo.

No mesmo instante a pequena encarou um ponto atrás de Lisa e sorriu alegre.

- Tia Jennie! - correu em direção a mulher logo atrás.

Lisa sentiu seu coração errar uma batida ao ouvir aquela voz que tanto conhecia e mexia com todo o seu ser.

- Yuna meu amor! Que saudades! - a ergueu no colo em um abraço apertado. - Como você está lindinha?

- Bem.

- Que boneca linda! Você ganhou de presente hoje?

- Sim, foi a tia Lisa que me deu. Aquela ali, olha. - apontou para onde Lisa estava observando a cena ao lado de Teddy.

Jennie encarou Lisa sentindo um aperto em seu peito. Era estranho vê-la e ter a sensação de que eram estranhas ou meras conhecidas. Era estranho sentir mágoa, mas não conseguir ter raiva ou rancor. Era difícil saber lidar com o orgulho quando tudo que ela mais queria era tê-la de volta. Seus olhares se cruzaram como se tivessem magnetismo puro.

- Ela se parece uma boneca, né? - a pequena tirou Jennie de devaneios.

A coreana se limitou a sorrir balançando a cabeça e ir em direção aos dois.

- Olá. - sorriu fraco.

- Olá senhorita Kim. - o homem sorriu. - obrigado por ter vindo.

- Não precisa agradecer Teddy. Você sabe que eu adoro seus filhos. - deu um beijo na bochecha de Yuna – E por favor, nada de senhora ou senhorita, aqui é só Jennie.

O homem assentiu concordando.

- Yuna! - uma voz fina foi ouvida. - Venha tirar foto com a vovó. - era uma moça de cabelos castanhos, mãe da criança.

- Venha querida. - Teddy a pegou dos braços da coreana – Vamos lá tirar fotos. Você é a estrela do dia!

- Depois volte para pegar os presentes que eu trouxe. - a coreana disse recebendo um sorriso empolgado da menina.

Um breve silêncio pairou entre as duas mulheres que agora estavam a sós no quintal.

- Como vai Lisa?

- Bem – a fitou – e você?

- Ótima.

- Por que você não trouxe o seu namorado? - Jennie questionou com as sobrancelhas erguidas.

- Pelo mesmo motivo que você não trouxe a sua namorada. - Lisa devolveu no mesmo tom.

- Eu não estou namorando ninguém. - sorriu irônica.

- Justamente. - a morena semicerrou os olhos e saiu dali.

Antes que Jennie pudesse protestar sentiu um pequenino bater contra suas pernas.

- Tia Jennie! - o filho mais novo de Teddy rodeou os bracinhos nas pernas de Jennie.

- Oi Charlie! - disse o abraçando de volta. Tudo bem com você?

- Sim. - sorriu largo.

- Olha só como você está grandão! - o admirou. - Está crescendo rápido.

- Eu sou um guerreiro policial e ninja! - levantou os bracinhos. - Sou forte que nem o papai!

- Estou vendo. - sorriu com ternura. - Vamos lá pegar os presentes que eu trouxe pra vocês?

- Vamos! - pulou animado.

***

- Sua família é linda, Teddy. - Lisa dizia sentada em uma das mesas enquanto observava as crianças brincando com o palhaço que animava a festa.

- Obrigado. São o meu maior tesouro. - disse orgulhoso.

- É... - o encarou sem jeito. - Como estão as coisas lá na empresa?

- Até onde eu sei está tudo bem.

- Que bom. E na casa da Jennie? Está tudo certo? Nenhum acontecimento estranho?

- Não. Tudo normal, por que?

- Nada. Só pra saber.

- Lalisa, eu não sei se você se lembra, mas além de motorista eu sou chefe da segurança da Jennie. Meu dever é cuidar do seu bem estar. Eu devo isso à família Kim, mas principalmente a ela. Se você sabe de algo que possa colocar em risco sua segurança, por favor, me diga.

- Não, eu não... Eu não sei de nada Teddy. - disse nervosa. - Por que acha que eu saberia de algo?

- Porque eu sou treinado para saber quando alguém está mentindo ou escondendo algo.

A morena suspirou pesado e fixou seus olhos em suas mãos que suavam sobre a mesa.

- Olha, desde o dia que você saiu da empresa, percebi que estava agindo estranhamente. - o homem continuou – No início, imaginei que você por causa da...bem você sabe. Mas então percebi uma movimentação estranha de uns tempos pra cá. E agora você me faz esses questionamentos. Lisa, se você sabe de algo, por favor me fale. Eu sei que você não quer o mal da Jennie.

- Não, eu não quero. Muito pelo contrário. - olhou mais a frente, observando a coreana brincar com algumas crianças. "Adorável". Foi a primeira palavra que veio na sua mente vendo a cena. - O que aconteceu pra você desconfiar que algo esteja errado?

- Eu tenho percebido que alguém tem observado a Jennie. Ela é seguida constantemente. No início achei que fosse repórter, paparazzis ou algo assim, mas resolvi me certificar. E foi aí que aconteceu o mais estranho. Esse homem que estava a seguindo, foi de encontro ao irmão dela, o Jiyong.

Lisa sentiu seu coração gelar na mesma hora.

- Fiquei na espreita observando de longe. Eles se encontraram em um lugar afastado, uma espécie de galpão alguns quilômetros depois da saída da cidade. Não deu pra ouvir o que diziam, mas vi quando Jiyong entregou para ele um pacote, que presumi ser dinheiro.

- Ele não estava brincando. - Lisa sentiu seu corpo estremecer. Seu coração acelerado e seus olhos marejados denunciavam o quanto ela estava nervosa. - Ele vai...Meu Deus! - levou as mãos ao rosto, estava desesperada.

- O que houve Lisa? O que está acontecendo?

- Eu preciso da sua ajuda Teddy. Você é o único que pode me ajudar, por favor!

- Ajudar com o que? Me conte o que sabe para que eu possa entender.

- O Jiyong ele... - suspirava nervosa. - Ele está desviando dinheiro da empresa. A Jennie descobriu há um tempo e me pediu pra ajudá-la a investigar, mas antes que conseguíssemos provas suficientes aconteceu aquilo tudo e eu tive que sair da empresa.

- Tudo aquilo o que? - a olhava atento.

Lisa sentia sua garganta doer por tanto prender o choro. Seu coração se apertava em seu peito e suas mãos tremiam como todo seu corpo.

- Calma. - Teddy segurou em suas mãos. - Calma Lisa, eu vou ajudar, mas preciso que me conte tudo o que sabe.

- Com licença. - a mulher de Teddy se aproximou fitando os dois com os olhos semicerrados. - Querido, vamos lá cantar os parabéns para Yuna.

- Sim, vamos sim. - se levantou rapidamente seguido por Lisa. - Amor, essa é a Lalisa, que trabalhava na empresa da senhorita Kim. - disse apresentando-a.

- Ah sim. - a encarou. - Você já me falou dela. - sorriu estendendo a mão para um cumprimento. - Você é a namorada da Jennie, né? Muito prazer Lalisa.

- Não, querida. Elas não estão mais juntas. - Teddy cochichou sem jeito.

- Oh me desculpe. Eu não sabia.

- Tudo bem, não tem problema. - sorriu sem jeito. - O prazer é todo meu senhora Park. - cumprimentou de volta. - Eu estava dizendo para o Teddy que vocês têm uma família linda.

- Obrigada! Mas vamos lá?

- Yuna, faça um pedido antes de assoprar as velinhas. - alguém gritou ao redor da mesa onde estavam todos reunidos.

A pequena sorriu e pensou por uns instantes.

- Eu desejo ficar boa do meu coraçãozinho logo para mamãe e papai não chorarem mais por mim. - com um sorriso inocente, ela se abaixou e soprou as velas, que se apagaram todas de uma vez.

Não houve quem não se emocionasse ali. Todos bateram palmas, muitos com os olhos marejados e sorrisos direcionados a pequena.

Lisa observou Jennie que levou uma mão aos olhos tentando esconder uma lágrima. A coreana suspirou fundo como se lhe faltasse o ar para então se afastar dali.

Seguiu para dentro da casa, sumindo das vistas da morena. Lisa pensou por alguns segundos para então a seguir.

Procurou pela cozinha, sala e por fim varanda na frente da casa, onde a encontrou em um pequeno sofá com a cabeça abaixada.

- Oi. - se aproximou devagar.

Ao percebê-la ali, Jennie se ajeitou e enxugou seu rosto rapidamente. Sem obter resposta, Lisa se sentou ao seu lado.

- Ela é uma criança adorável. - puxou assunto novamente.

- Ela não merecia passar por isso. É só uma criança. - respondeu sem olhar pra ela.

- A vida tem dessas que a gente não entende.

- A vida é injusta às vezes. - fungou tentando conter o choro.

- Ela vai ficar bem, tenho certeza disso. Você ajuda tanto ela e essa família.

- Eu queria poder ajudar mais. Não é o suficiente, ela ainda não conseguiu o transplante. A qualq momento ela pode... - respirou fundo e sentiu uma lágrima escorrer pelo seu rosto.

- Algumas coisas estão fora do nosso alcance, você faz o que pode. Se não fosse por você, provavelmente ela não teria chegado até aqui. Não seja injusta com você mesma.

Dessa vez ela não conseguiu mais segurar o choro que estava preso em sua garganta. Desabou sendo amparada pelos braços de Lisa.

Vai ficar tudo bem. - Lisa sussurrou passando as mãos em seus cabelos de forma carinhosa contornando até as pontas.

- Nada na minha vida tem ficado bem. - disse tentando se acalmar aos poucos.

- Mas vai ficar.

Jennie se afastou.

- Engraçado você falar isso. A pessoa que é um dos motivos pelo caos na minha vida dizendo que vai ficar tudo bem. - sorriu sem vontade.

- Eu sinto muito, por ser um caos na sua vida.

- Não era pra ser assim. Você poderia ter sido a melhor coisa que já me aconteceu, mas preferiu se tornar a pior.

- Você ver assim? Me tornei a pior coisa que já aconteceu na sua vida?

- Digamos que no ranking, você está num nível bem elevado.

Lisa sorriu entristecida.

- Sabe qual o problema todo? - Jennie disse sem encará-la. Eu não consigo esquecer. Não consigo simplesmente tirar você da minha cabeça, da minha vida. Como você fez tão facilmente.

- E quem disse que eu consegui fazer isso?

- É o que parece. Eu me odeio por não conseguir odiar você. Eu queria poder te jogar em um baú bem fundo na minha mente e perder as chaves pra nunca mais pensar, nem me lembrar.

- Eu não queria que fosse assim.

- Ah, não? Pois você parece ótima assim. Ou então disfarça muito bem.

- Talvez a necessidade tenha me tornado uma boa atriz.

Jennie a fitou nos olhos.

- O que eu fui pra você em sua vida, Lisa?

Após uma pausa sem desviar o olhar uma da outra, ela respondeu.

- Você foi como aquela música boa que a gente escuta pela primeira vez e não cansa de repetir. Que faz a gente sentir o coração vibrar ao ouvir. Que acalma a alma e ao mesmo tempo te faz querer pular feito louca gritando em alto e bom som como é boa a sensação e como você sente bem quando ouve.

Jennie avançou sobre ela para um beijo, mas Lisa desviou o rosto.

- Não, Jennie.

- Por que não Lisa? - segurou em sua nuca com o rosto colado ao seu.

- Eu não posso, por favor. Vai ser melhor assim.

- Não vai não. - roçou os lábios em seu maxilar aspirando seu cheiro profundamente. - Eu sinto a sua falta e sei que você também sente a minha.

- Por favor, não torna isso mais difícil. - apertou seus olhos ao sentir aquele toque.

Jennie depositou um beijo em seu rosto, seguido por vários outros até chegar em sua boca, onde parou. Segurava seu rosto com as duas mãos delicadamente.

- Eu sei que você ainda escuta essa música aí, Lisa. - a olhava no fundo dos olhos castanhos dela. - Vamos ouvir juntas.

Lisa se afastou respirando fundo. Sentiu seu peito doer de tão forte que batia seu coração.

Suspirou mais uma vez, tomando coragem. Precisava fazer aquilo ou a coreana sofria as consequências. Tirou do fundo da alma forças para não demonstrar seu desespero.

- Não dá Jennie...Isso...Nós...eu...preciso ir.

Jennie sentiu como se tivesse levado um soco no estômago. As lágrimas voltaram aos seus olhos fazendo com que elas secassem rapidamente. Não se permitiria sofrer. Não na frente dela.

- Tudo não passou de um momento de diversão pra você. Não foi? Você aproveitou o momento, enjoou e foi embora. - dizia com mágoa na voz.

Lisa sentia como se despedaçasse por dentro a cada palavra, mas preferia que fosse assim. Não poderia fraquejar. Não ainda.

- Eu só vou descansar quando tudo isso que eu sinto por você se tornar desprezo. E isso já não está longe de acontecer.

Lisa viu ela partir sem nada a dizer. O desespero tomou conta de si. A raiva, o medo. Tudo de uma só vez. Fazendo com que ela desabasse ali mesmo.

- Lisa? - ouviu a voz de Teddy. - O que houve?

- Ela vai me odiar Teddy. - dizia em meio ao choro. - Ela vai me odiar e eu não posso fazer nada pra mudar isso agora.

- Não, calma. - a abraçou pelos ombros.

- Eu preciso ir. - se afastou enxugando seu rosto.

- Você precisa me contar o que sabe, o que está acontecendo. Temos que resolver essa situação. Você não pode continuar sofrendo sozinha.

- É melhor eu ir, sua esposa não gostou muito de me ver com você.

- Não se preocupe. Eu já expliquei tudo a ela.

- Você não contou nada a ela, contou?

- Não, só falei sobre você e a Jennie e sobre a situação complicada de vocês. Fique tranquila.

- Tudo bem. Vá até meu escritório na semana que vem que eu vou lhe contar tudo o que está acontecendo, te deixarei a par dessa situação. Preciso muito de sua ajuda!

- Está bem, nós vamos resolver isso, Lisa. Nós vamos dar um fim a esse problema, juntos.

***

- Boa noite Senhorita Jennie, necessita alguma coisa? - a governanta a recebeu com a cerimonia habitual.

A coreana passou rapidamente por ela sem responder. Começou a subir as escadas, mas antes da metade parou e desceu, sendo observada por Ester.

Foi até a bancada do bar em sua sala e encheu um copo com a bebida mais forte que havia ali. Virou-se para sair e deu meia volta, voltando para pegar a garrafa inteira.

Estava na sacada de seu quarto, largada no chão. Copo não usava mais, dava longos goles direto da garrafa.

Eu vou te odiar, Lalisa Manoban! - dizia a si mesma. - Eu vou te odiar, nem que eu precise arrancar meu coração a força daqui. Nem que seja a última coisa que eu faça.

***

Do outro lado da cidade, Lisa chorava no sofá de sua casa.

"Eu devia me odiar por ser tão covarde assim. - pensava. - Eu deveria enfrentar tudo isso por nós, mas deixei o medo me vencer. Eu sou um lixo, eu não mereço você Jennie. - fungava entre um soluço e outro. - Mas foi por você. É tudo por você. Eu vou te merecer, você vai ver."

- Eu vou merecer o seu amor! - disse baixinho por fim.

Sentiu seu celular vibrar e ao olhar a tela seu coração disparou. O número não identificava o remetente, mas ela já imaginava quem seria.

Fechou os olhos assim que leu a mensagem e se deixou cair no choro novamente com o desespero tomando conta de si na mesma hora.

***

Chovia fortemente naquela noite fria de segunda-feira em Los Angeles. Lisa estava tão concentrada em seu trabalho que não havia percebido o tempo passar.

Há horas tinha mandado Minnie encerrar suas atividades e ir pra casa, mas nem notou se a mulher já havia saído e muito menos que horas eram.

Mantinha os olhos fixos em uma pilha de papéis em sua mesa. Lia atentamente, parecendo não se importar com o cansaço de já lhe abatia. Sua concentração foi interrompida pelo barulho de sua porta da sala sendo aberta.

Antes mesmo de levantar o olhar ela abriu a boca para protestar com a secretária por ainda estar ali.

- Minnie, por que ainda não...

Assim que pôs os olhos na figura à frente, sua boca se calou. As conhecidas sensações que só uma pessoa em toda sua vida foi capaz de lhe causar tomaram conta de si.

Seu corpo estremeceu, um arrepio correu por sua espinha e seu coração batia tão forte e acelerado que ela temia que ele saísse do seu peito a qualquer momento.

- Você devia ser mais cuidadosa. Não é nada seguro deixar a porta aberta enquanto está sozinha aqui. - aquela voz suave e firme ecoou pelos seus ouvidos, fazendo com que ela despertasse.

- O que está fazendo aqui? - disse com dificuldade.

Jennie se aproximou calmamente e sentou na poltrona a frente dela.

- Eu estava passando aqui por perto e me lembrei que ainda não tinha te parabenizado pela nova conquista.

Um clarão entrou pela janela atrás, já embaçada pela chuva que escorria pelo vidro. Em seguida um estrondoso trovão ressoou, fazendo com que Lisa contraísse seu corpo em sua cadeira.

Apertou as pálpebras com força. Engoliu saliva com dificuldade. Ela estava nervosa e Jennie notou.

- Obrigada. - abriu os olhos e encarou a mulher a sua frente.

Aqueles olhos castanhos felinos estavam fixos no dela. Mais um clarão e mais um estrondo. Dessa vez ela se manteve firme, mas não o suficiente para conseguir esconder seu nervosismo.

- Tem medo de tempestades?

- Os trovões me incomodam um pouco, mas acho que tenho outras coisas com que me preocupar no momento. - a encarou.

- Tem medo de mim?

- Eu deveria ter?

- Talvez. - sorriu. - Se importa se eu tirar meu casaco? - disse se levantando e retirando seu sobretudo na cor escura, sem esperar uma resposta.

Lisa observou atentamente seus movimentos calmos e elegantes, analisando a silhueta bem desenhada do seu corpo surgir sob o seu habitual traje formal de trabalho.

- Eu não acho que... - desceu o olhar lentamente pelas costas de Jennie que virou-se para depositar o casaco sobre um móvel ao lado. - pigarreou – não se incomode. Eu já estou de saída.

Se levantou e começou a juntar seus pertences sobre a mesa.

Rapidamente juntou alguns papéis e os levou até o armário ao lado, guardando-os em seus arquivos.

Mal virou-se e sentiu o choque contra seu corpo. Aquele conhecido perfume invadiu suas narinas. As mãos fortes a seguravam pela cintura, pressionando seu corpo de forma firme contra o dela.

A tailandesa sentia um calor subir por todo o corpo.

Um apagão. A energia caiu e tudo escureceu ali na sala do escritório de Lisa.

- Eu acho que não. - um sussurro contra seu rosto e mais um relâmpago.

O contorno da feição de Jennie foi desenhado pelo clarão vindo da janela. O castanho daqueles olhos de gatinho intensos penetravam os dela, que permanecia imóvel. Não pensava. Não respirava, só sentia.

- Vai embora Jennie! - um fio de voz de saiu de si.

- Não, eu não vou.

- Por que isso?

- Porque eu estou com raiva de você! Porque se eu não posso ter seu coração, eu vou ter seu corpo. - Jennie avançou em seu pescoço desenhando com a língua e distribuindo beijos pela região, deixando-a completamente ensandecida – Porque eu quero você. Lalisa, eu quero agora.

Lisa desejava com todas as suas forças conseguir mandá-la parar e sair dali, mas tudo que saiu de sua boca foi um longo suspiro.

- Jennie... - disse quase sem voz. - O que pensa que vai fazer? - tentava se manter firme.

A mais baixa parou imediatamente e a encarou novamente.

Eu vou foder você. - sussurrou em seu ouvido lentamente. - B-e-m g-o-s-t-o-s-o! Até você não ter forças nem pra me pedir pra parar. E vai ser tão delicioso que você só vai conseguir chamar meu nome por mais.

Lisa a encarou sem fala. A única reação que seu corpo teve foi sentida entre suas pernas. Sentia sua calcinha já totalmente encharcada.

Não teve tempo de assimilar o que ouvira e logo sentiu seus lábios serem pressionados contra os da coreana e sua boca ser invadida por sua língua. Era um beijo impaciente. As duas línguas batalhavam por espaço em desespero enquanto mais um trovão era ouvido.

Num momento de razão a morena se afastou, empurrando Jennie e fugindo dali. Mas seus passos não foram longe. No mesmo instante, a coreana agarrou seu braço e puxou para si novamente.

- Me larga Jennie!

- Eu não vou largar.

- Quem você pensa que é pra chegar aqui e simplesmente achar que pode fazer comigo o que bem entender?!

- Eu preciso mesmo responder essa pergunta? - um sorriso irônico aparecia em seus lábios.

- Vai pro inferno!

- Jennie a empurrou contra a mesa ao lado fazendo com que ela se sentasse na madeira fria. Puxou pelas pernas e se encaixou entre elas, colando seus corpos novamente.

Já estamos no inferno senhorita Manoban. -segurou o rosto da tailandesa levemente. - Eu sou o seu inferno!

Lisa a encarou se perdendo naqueles olhos castanhos intensos a sua frente e deixando que seu desejo urgente por Jennie falasse mais alto.

Finalmente, ela sorriu e já entregue ao momento, disse a frase que enlouqueceria de vez a sua ex-chefe:

- Então eu quero me queimar, Senhorita Kim. - disse sussurrando em seu ouvido.

Jennie suspirou pesadamente e no instante seguinte ela se abaixou um pouco e segurou a tailandesa pela cintura, impulsionando-a para cima de uma forma que quando Lisa foi perceber, já estava com as pernas enroscadas em sua cintura novamente. Ela a levou até a outra mesa maior que havia em seu escritório e a sentou ali.

Sua mão apertava seu seio e sua boca a devorava sem pudor, sem nenhuma calma. Gemidos abafados entre suas línguas apenas inebriaram ainda mais o calor que as queimava e as consumia. Quando o ar faltou, Lisa descolou sua boca da de Jennie a encarando profundamente nos olhos.

Mais um clarão as iluminou e naquele momento Lisa percebeu que seria impossível fugir. Ela não poderia fugir. Ela não queria fugir.

Os olhos febris iluminados em sua frente a fizeram crer. Ela realmente estava no inferno e aquela era a diaba mais linda que ela já havia visto na vida.

 

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