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História My Boss - Você não é dono da minha vida.


Escrita por: natymoreira

Notas do Autor


— Olá meus amores, como estão? Já quero começar pedindo desculpas por toda essa demora, sem novos capítulos e atualizações. Mas eu realmente estava muito ocupada, ainda estou, mas agora tenho um tempo livre pra escrever. Como eu expliquei naquele jornal, eu estava estudando para o meu vestibular e como agora ele já passou, eu não preciso estudar tanto como antes. Ufa!

— Não sei todas sabem, mas eu vou voltar a postar todas as sextas-feiras, isso é quando eu não tiver nenhum compromisso ou precisar estudar pra alguma coisa. Eu sei que prometi um capítulo enorme pra esse 21, mas como eu escrevi ele com um pouco de pressa talvez não tenha cheagdo ao resultado gigantesco. Eu posso ter esquecido alguns detalhes. De qualquer forma, eu gostei dele e espero que vocês também ><

— Eu quero muito agradecer por todos os comentários e CARAMBA! 4.000 favoritos? Gente, eu nunca pensei que fossemos chegar tão longe *-* Sem palavras, obrigada a cada uma de vocês que favoritam, que leem e que comentam. Podem ter certeza que eu amo com todas as minhas forças esses 4.000 <3

— Sobre a a fanfic do Niall, que veio muitas pessoas me perguntarem: Sim, eu vou postar. Mas só depois que eu finalizar MSB ou SMH. Porque eu não quero dar mais atenção para uma fanfic e deixar a outra de lado. Certo?

— Enfim, anjos, eu espero que vocês gostem, que me desculpem. Perdão por qualquer erro, e perdão se não gostarem desse capítulo, fiquei meio indecisa quanto uma coisa :( KKKK Porém, desejo a todos uma ótima leitura e aproveitem :)

Capítulo 21 - Você não é dono da minha vida.


Fanfic / Fanfiction My Boss - Você não é dono da minha vida.

Capítulo 21 – Você não é dono da minha vida.

 

Sábado. Finalmente sábado. Fim de semana e um tempo pra descansar. Tudo bem que aquela semana foi a que eu menos trabalhei e ainda tive dois dias livres em casa, mas ainda sim eu estava feliz por ser sábado. Não sabia dizer qual era o motivo em si para tanta felicidade, porém, eu não me importava.

Dos últimos dois anos, aquele foi o dia em que eu acordei mais feliz e mais bem disposta para levantar e fazer as coisas que eu tinha para fazer. Sentei-me na cama, bocejei longamente enquanto erguia os braços para me alongar. Olhei para o lado observando a hora marcada no relógio. Eram exatamente 8h00. Se alguém que gosta de acordar cedo no sábado existe, eu queria conhecê-lo. Nem eu era uma simpatizante de acordar aquela hora, porém, eu estava contente. Na verdade bem mais do que isso. Algo diferente fazia com que eu me sentisse bem e quisesse sair pulando e gritando por todos os lados. Joguei o cobertor para o lado e dei um pulo para fora da cama. Puxei as cortinas e abri as janelas para aspirar um ar fresco. A nevoa do dia anterior já se dissipava pelas calçadas e já era possível notar alguns raios de sol brotando por entre as nuvens. Sorri comigo mesma ao atentar para o belo dia que estava nascendo lá fora. Parecia até que tinha sido feito para combinar com o meu humor. A minha animação era tanta que nem o som alto de Micaela estava me incomodando.

Caminhei até o banheiro, parei em frente ao armarinho e me olhei no espelho. Escovei os dentes, joguei uma água no rosto e por ultimo sorri para o meu reflexo. Ao voltar para o quarto, eu rapidamente me livrei do pijama e coloquei outras roupas descentes. Isso é se usar jeans, camiseta, jaqueta e vans (1) forem algo fora do comum. Dei uma penteada básica nos cabelos e passei um gloss nos lábios. Antes de terminar, eu ouvi algumas batidas na porta.

— ‘Tá aberta.  —gritei.

— Bom dia.  —a voz de Micaela soou.  — Ui, vejo que acordou bem disposta.  —disse depois de me olhar da cabeça aos pés.  — Será que isso tem a ver com a noite de selvagem com seu chefe?  —senti meu rosto esquentar no mesmo instante.

— Não. É claro que não.  —quase me engasgo com a minha própria saliva.  — E quer parar de falar essas coisas?  —tentei transparecer que estava brava.

— Qual o problema? Só estou dizendo a verdade.  —ela se encostou a porta fechada.  — Além do mais, você sabe que eu estou certa.

— Escuta, o que você quer?  —coloquei as mãos na cintura impaciente.

— Vim te fazer um convite.  —Micaela piscou.

— Obrigada, mas não estou afim.  —respondi logo.

— Calma, você ainda nem ouviu o que eu pra dizer.

— Então, vai logo. Eu espero com pressa.

— Caleb e eu vamos a uma festa hoje e... —antes que ela continuasse, eu a cortei.

— Nem pensar. Eu não vou ficar de vela.  —balancei a cabeça de um lado para o outro negando.  — Pode arrumar outra pessoa, ‘to fora.

— O que? Qual é, Lisy? Você não vai ficar de vela, eu prometo. E pra comprovar que eu falo sério, um amigo de Caleb vai estar lá e vocês dois podem ficar conversando.

— Pior ainda. Você sabe muito bem como eu sou para fazer amizade com alguém, ainda mais um estranho.

— Quer parar de ser antissocial?  —ela perguntou alterando o tom da voz.  — Fazer isso uma vez na vida não vai te matar.

— Não sou antissocial, só não sou boa em me aproximar das pessoas. E a resposta é não.  —falei firme.

— Tudo bem, eu é que eu não vou insistir. Mas caso mude de ideia, você tem até as sete pra me falar.  —Micaela segurou a maçaneta pra abrir a porta.

— ‘Tá, ‘tá, ‘tá bom.  —mandei um ‘tchau’ com a mão para que ela saísse logo do meu quarto.

Quando eu finalmente me vi sozinha, suspirei e passei uma quantidade mínima de perfume em meu pescoço. Procurei pelo meu celular e assim que o achei, coloquei-o no bolso traseiro da minha calça. Dei uma última olhada no espelho e corri para fora do quarto. Desci as escadas também correndo e cheguei a cozinha. Pude sentir meu estomago roncar só com o cheiro que impregnava o local.

— Bom dia.  —falei para mamãe.

— Bom dia.  —respondeu no mesmo tom.  — Dormiu bem?

— Muito.  —peguei uma torrada em cima da mesa e dei uma enorme mordida.  — Fazia tempo que eu não dormia tão bem assim. 

— Oh, isso é ótimo.  —ela assentiu com a cabeça.  — E porque está tão animada?

— Estou ansiosa para rever Florence.  —retruquei de boca cheia.  — Também quero saber se ela está bem. Fiquei preocupada desde que ela teve o ultimo ataque de asma. Só quero ter certeza de que ela está perfeitamente bem.  —aquilo era verdade.

— Isso não tem nada a ver com Louis, não é?  —mamãe estreitou os olhos pra mim.

— Você e Micaela combinaram de me perguntar isso hoje?  —agarrei outra torrada.  — Não, não tem.  —aquilo era mentira.

Embora eu estivesse muito feliz rever Florence, relembrar o fato de que Louis também estaria lá, fazia meu coração palpitar de forma ágil.

— Espero que não tenha se esquecido do que eu lhe falei.  —ela me alertou.

— Não esqueci, mãe. E não se preocupe com isso.  —suspirei e senti meu celular vibrar no bolso. Busquei-o e encontrei o nome de Matt na tela junto com a mensagem.

‘’Tudo certo pra hoje? Temos muito que conversar, girl.’’

Dei risada e balancei a cabeça sem acreditar enquanto dava outra mordida em minha torrada. Desbloqueei a tela para responder.

‘’Tudo certo. Estarei te esperando às 4, boy’’

Guardei o celular no bolso e bati as mãos para limpar os farelos de torrada nos dedos. Em minha mente eu já podia escutar as coisas que Matt iria me falar quando eu soubesse que eu tinha feito sexo com Louis. Se ele quase enfartou quando eu sem querer mencionei o nosso beijo, não quero nem imaginar o que aconteceria quando ele soubesse disso.

— Mãe, eu já vou. Até daqui a pouco.  —mandei um beijo no ar pra ela.

— Até querida.  —ela sorriu.

Ajeitei a jaqueta, joguei meus cabelos todos para trás e sai de casa. Naquele dia sem fone, sem nada. A melodia que me acompanhava era apenas o vento e o barulho dos carros passando pelo asfalto.

 

 

Assim que cheguei em frente ao orfanato, eu chequei a hora só para ver se não estava atrasada — já que os trens ainda não estavam funcionando e foram necessário três ônibus para chegar ali — fiquei aliviada quando vi que faltavam exatos quinze minutos. Fui dando passos longos até a entrada do local e inspirei uma boa quantidade de ar quando por fim, parei. Estranhei o fato de Zoey não estar na recepção e o corredor estar completamente vazio. Franzi o cenho quando escutei um pequeno barulho vindo de um ponto mais distante.

Caminhei lentamente, ainda meio receosa. Quando me aproximei um pouco, eu escutei a risada de várias crianças. Cheguei a uma sala enorme e me surpreendi ao ver todos sentados no chão e prestando atenção em uma pequena peça de teatro na frente deles. A cena passada era de dois coelhinhos cantando e fazendo brincadeiras. Cada movimento deles era motivo de riso para as crianças. Yane e Zoey estavam uma ao lado da outra próximas da janela, ambas sorriram pra mim quando nos encaremos.

Apoiei-me ligeiramente no batente da porta e tombei a cabeça para encostar na mesma. Fiquei a observar Florence balançando e batendo as mãozinhas no ritmo da música. Sorri com seu gesto. Fiquei alguns poucos minutos daquela forma até sentir alguém se posicionar atrás de mim.

— Você olha pra ela como uma mãe, sabia disso?  —me virei no segundo seguinte e pude fitar aqueles olhos azuis que tanto me causavam desassossego.

— Louis?  —falei ainda surpresa.  — Achei que fosse chegar mais tarde.

— Estou aqui desde as nove.  —ele deu um meio sorriso.

— Nossa!  —exclamei sem graça.  — E então... como ela está?  —voltei a observar Flore.

— Yane me disse que ela está ótima e não teve mais nenhuma crise.

— Ainda bem. Fiquei preocupada com ela durante a semana. Queria poder vê-la não só no sábado, mas ou outros dias também.

— Já pensou em adoção?  —ele sussurrou.  — Assim você poderia passar mais tempo com ela.

— Falar é fácil, Louis.  —cruzei os braços.  — Pra que eu a adotasse, eu antes precisaria de um marido e não querendo parecer feminista demais, mas eu não tenho planos de me casar tão cedo.

— Qual o problema em ser mãe solteira?  —Louis perguntou como se não soubesse.

— ‘Tá brincando? Como eu vou criar uma criança sozinha? Não é nada fácil cuidar de uma.  —eu confesso que sempre estranhei a adoção, porque eu não me via nunca adotando uma criança, entretanto, minha opinião mudava quando se tratava de Florence.

— É. Você tem razão. É fácil falar só que na pratica é bem mais complicado.  —ele suspirou.  — Como você está?  —de todas as perguntas que ele poderia fazer, aquela era a única que eu não esperava.

— Eu ‘to bem.  —respondi sem tirar os olhos do teatrinho.  — E você? Como está?

— Vou indo.  —percebi quando ele sacudiu os ombros.

Depois disso, nós entramos em silêncio e ficamos prestando atenção nos dois coelhos encenando. Em certo momento, Louis colou seu peito em minhas costas, de modo que eu jurava poder sentir suas partes baixas roçando na minha parte traseira. Lutei para não suspirar e nem virar, tudo isso para não deixar a vontade de agarrá-lo me dominar.

Finquei minhas unhas com força na palma da mão e mordi os lábios sem fazer pressão.

Quase soltei um graças a Deus quando a peça finalmente terminou e Louis se afastou para poder aplaudir. Só quando ele se pôs ao meu lado, eu pude notar calmamente a maneira que ele se estava vestido. Louis trajava um jeans escuro, camisa de mangas longas cinza e um all star branco. Seus cabelos estavam penteados para o lado e isso só servia para deixá-lo ainda mais bonito.  

Afastamos um pouco da porta para que as crianças conseguissem sair e ficamos esperando Florence vir ao nosso encontro. Assim que ela me avistou, seu sorriso se alargou no rosto e ela correu para os meus braços.

— Tia Lisy.  —ela disse quando eu a peguei no colo.

— Como vai, anjo?  —a abracei forte.

— Eu ‘tava vendo os coelhinhos.  —me explicou.  — Você viu eles, tia Lisy?

— Vi sim, querida. Eles eram fofos iguais a você.  —fiz cócegas em sua barriga. Quando sua mão pairou sob a minha, eu vi uma coisa que me chamou a atenção.  — O que é isso?

Referi-me ao desenho feito em seu pulso de canetinha, imitando a tatuagem de Louis também no mesmo lugar.

— Ah, isso?  —ele se fez de desentendido e Flore riu.  — É apenas uma coisa nossa.  —ele piscou.

— Tio Lou disse que você também vai fazer uma.  —Flore agarrou meu pescoço.

— Ah, ele disse?  —fitei-o.  — Tudo bem, é claro que eu vou fazer.  —a coloquei no chão.  — Que tal se você pegar as canetas e nós te esperamos aqui?

— ‘Tá bom.  —respondeu prontamente.

Florence correu na direção oposta a nossa.

— Yane vai te matar se ver isso.  —alertei-o cutucando seu peito.

— Não...  —Louis disse de modo debochado.  — Ela também fez uma.

— O que?  —pronunciei sem acreditar.

— Ninguém resiste a um pedido do Tomlinson.  —falou maliciosamente.

— Cala a boca.  —pedi revirando os olhos.

— Não precisa ficar com ciúmes. Você sabe que é a minha preferida.  —não demorou muito pra que eu sentisse o tapa em minha bunda.

Soltei um gritinho e minha boca permaneceu aberta, incrédula. Louis começou a caminhar na mesma direção que Florence havia ido e eu fiquei ali tentando absorver tudo o que tinha acontecido ali.

 

 

Louis estava sentado ao meu lado no chão e Florence estava a nossa frente. Ela se divertia com Louis desenhando em meu pulso.

— Você é um ótimo desenhista.  —ironizei ao ver que os naipes de baralho feitos por Louis completamente garranchosos comparado aos de sua tatuagem.

— Não tire sarro da minha obra de arte.  —ele também riu.  — Pronto, terminei.

— Agora estamos iguais.  —Florence subiu a manga de sua blusa para mostrar a tatuagem de mentirinha.

— Graças a Louis.

— Estão perfeitas.  —ele bagunçou os cabelos de Flore.

— O que vamos fazer agora?  —perguntou ela.

— E se brincássemos de esconde-esconde?  —Louis sugeriu.  — Vocês se escondem e eu procuro.

— Oba! Vamos, tia Lisy.  —Florence se levantou e ergueu a mão para mim.

— Vamos.  —me coloquei de pé.

No exato momento em que Louis se ergueu, seu celular tocou e pela cara que ele fez quando viu o nome no visor, não significava coisa boa.

— Eu já volto, não comecem sem mim.  —juro que senti uma pontada de desanimo em sua voz.

Ele se afastou para atender e até Florence me olhou estranhando sua reação. Um aperto anormal inundou o meu peito. Eu não soube explicar o porque, mas eu quis sair dali e nem sequer olhar para trás.

Os momentos que se seguiram, Louis falava no celular e passava a mão pelo rosto como se não acreditasse em algo. Sua expressão era de desinteresse e eu só não dizia de má vontade porque não tinha certeza.

Ele desligou o aparelho e guardou-o no bolso da calça. Louis se virou completamente e começou a caminhar em nossa direção, mas sem o sorriso de antes no rosto.

— Algum problema?  —perguntei assim que ele se aproximou consideravelmente.

— Na verdade, sim.  —ele baixou a cabeça.  — Eu lamento, mas eu tenho que ir embora.

— O que? Por quê? O que aconteceu?  —me preocupei.

— Eleanor vai ter que fazer uma viagem de ultima hora e ela quer que eu vá com ela. É um problema de família, por isso eu não pude recusar.  —sua voz estava baixa e mesmo negando, eu percebi o pesar naquelas palavras.

— Oh, tudo bem.  —balancei a cabeça de um lado para o outro rapidamente procurando espantar a vontade de chorar.

— Florence, eu preciso ir.  —ele se agachou e segurou o rosto dela com as duas mãos.  — Nos vemos semana que vem, pode ser?  —Louis depositou um beijo em sua testa e Florence apenas assentiu acompanhado de um risinho.

— Lisy, eu sinto muito.  —ele se endireitou e me fitou sério, quando ele me encarava daquela forma, eu sabia que ele estava mesmo sentindo muito. Porém, eu ainda estava decepcionada. Não sei se com ele ou comigo mesma.  — Eu queria ficar, mas infelizmente ela precisa de mim.

— Louis, não precisa me dar explicações.  —forcei um sorriso.  — ‘Tá tudo bem.

— Eu sinto muito.  —se lamentou mais uma vez.

— Não se preocupe. Nós vamos ficar bem.  —desviei o meu olhar dele para Florence.  — Vamos Flore, vamos entrar, aqui fora ‘tá frio.  —estendi a mão para que ela a segurasse.

Florence me encarou com uma expressão de completo desentendimento. Chegou até ser engraçado e fofo vê-la daquela forma. Acenei para Louis com a cabeça e dei meia volta acompanhada de Flore. Começamos a andar e eu ainda tinha a certeza de que Louis estava lá parada e nos observando se afastar.

— Aconteceu alguma coisa, tia Lisy?  —perguntou inocentemente.

— Não, meu bem. Não aconteceu nada.  —sorri para ela e depois olhei para frente.  — Nada.  —meus olhos se encheram de lágrimas.

A alegria que eu estava horas atrás foi para o espaço. É como se tivessem jogado um balde de água fria bem em cima de mim e ainda risse da minha cara. O pior é que foi tudo repentino demais. Eu estava tão feliz por ficar com Florence e Louis, que me esqueci do principal; Louis é comprometido e é obvio que Eleanor como sua namorada, precisa dele. E também era obvio que ele jamais trocaria um pedido dela pra passar uma manhã com outra garota qualquer. Só que doía pensar assim. E merda... eu estava com ciúmes. Sim, eu estava com ciúmes de Louis Tomlinson.

Como é que isso foi acontecer?

Eu não deveria me sentir daquela forma. Talvez mamãe tivesse mesmo razão. Eu tinha me envolvido demais com Louis, tinha confundido as coisas. Nosso relacionamento deveria ser apenas de chefe e funcionário e jamais passar disso. Mas eu fui idiota em me deixar levar por algo completamente estúpido. Eu estava com raiva de mim, raiva de Louis, raiva de tudo que aconteceu e raiva por ter imaginado coisas que nunca iriam se concretizar. Pensando bem, eu que sou a idiota da história toda.

As próximas horas demoraram a passar como nunca. Apesar de estar com Florence e ela me distrair muito, eu ainda queria ir pra casa, deitar na minha cama e mais uma vez me culpar por tudo. Eu queria ver Matt e contar a ele as coisas que se sucederam, como eu estava me sentindo e queria ouvir seus conselhos idiotas. Ele era a única pessoa que me entenderia e que não me julgaria — coisa que eu mesma estou fazendo — eu estava precisando conversar com alguém e não existia ninguém melhor do que Matt para isso.

Perdi as contas que quantas vezes eu segurei o choro enquanto estava no orfanato. Foi difícil não me derramar em lágrimas. A única coisa que eu repetia para mim mesma era o de sempre; você não vai chorar por um cara, ele não merece suas lágrimas e nada do que você tem.

Eu não sei dizer se aquele lema ainda funcionava comigo, mas funcionou naquele momento. Tentei pensar em outras coisas, lembranças de criança e até mesmo pensar em Zayn. Eu sei que parece ridículo, mas recordar os conselhos dele me deixou melhor e diminuiu a vontade de espernear. Florence não tocou no nome de Louis e foi um alivio. Caso isso acontecesse, eu acho que desmoronaria ali mesmo. Eu não sei se conseguiria manter aquela barreira de fortaleza intacta por muito tempo.

Apesar de tudo, eu tinha consciência do poder que Louis exercia sobre mim. Não no sentido possesso, mas mentalmente. Ele foi a única pessoa que teve a capacidade e quebrar o pilar de frieza que eu demorei anos pra construir. Não era qualquer coisa que fazia chorar, nem me fazer sentir pena e era difícil eu me apegar às pessoas. Mas Louis tinha que chegar e mudar isso.

Eu acho que esse lado feminista, foi herdado de mamãe. Desde os meus dez anos que eu aprendi com ela que não é bom mostrar fraqueza por qualquer coisa. Ainda mais quando se trata de um homem. Papai foi o único que mereceu as minhas lagrimas, os outros são apenas mais um e eu detestava o fato de sentir vontade de chorar por causa de Louis. Ele não era melhor do que ninguém. Nem no meu único namoro, eu chorei com termino e agora eu queria chorar por algo que nem teve um começo.

Isso chegava a ser injusto e idiota.

 

 

Meu trajeto para casa foi estilo aqueles filmes em que a garota principal sofre uma desilusão amorosa, entra no ônibus, encosta a cabeça no vidro e fica pensando nos bons momentos que teve com ele. Isso soava tão ridículo e clichê pra mim. Eu não queria dar o braço a torcer e cogitar a possibilidade de estar apaixonada... por um cara comprometido. Na minha vida podia acontecer tudo, exceto isso. Se apaixonar não estava em meus planos e menos ainda por Louis. Não, não, não. Isso está errado. Eu não deveria nem saber seu nome do meio, nem dos lugares onde ele tem tatuagem, ele não deveria vir em minha casa, nem dormir na minha cama ou então tomar chocolate quente com a minha família.

Mamãe estava certa; eu não podia me machucar por alguém que já tinha proteção. Louis já tinha Eleanor e jamais precisaria de mim. Por mais que nós tivéssemos bons momentos juntos, não era pra mim que Louis contava como foi o seu dia, nem os problemas do seu trabalho. Era para Eleanor. Era com ela que Louis dividia tudo e não apenas alguns momentos fúteis no sábado.

— Lisy!  —mamãe falou assim que me viu, porém, eu não respondi nada.  — Tudo bem?

— Na medida do possível.  —falei tirando a jaqueta e empurrando a porta com o pé para fechá-la.

— Aconteceu alguma coisa?  —ela perguntou preocupada.

— Tudo.  —respondi subindo as escadas.

Corri para o meu quarto, entrei e encostei a porta. Joguei a jaqueta no chão e me livrei dos tênis. Deitei na cama quase escondendo a cabeça em meio aos travesseiros. Suspirei várias e várias vezes seguidas, buscando conter o nó da garganta e torcendo para que as lágrimas nos olhos não escorrerem.

Abracei um dos travesseiros e olhei fixamente para a janela. É incrível como apenas um mísero detalhe pode estragar todo o seu dia. Eu me sentia feio uma flor que acabou de florescer e murchou minutos depois. Essa sensação era pior do que a dor de quando você bate o dedo mindinho na quina dos móveis. E convenhamos que dói demais. Eu não gostava desse tipo de sentimento porque pra mim eu aparentava estar fraca e imune a todos.

— Tem como parar de ser burra, Lisy?  —perguntei á mim mesma.  — Você já deveria saber das consequências quando entrou nesse jogo.

O que mais me deixou triste foi o fato de Louis ter me ‘’trocado’’ por outra. Mas o que eu podia esperar? Que ele preferisse a mim? Eu não era sua namorada, não era nada sua. No máximo uma funcionária estagiando em sua empresa. Não havia nada que eu pudesse desejar vindo de Louis.

E pensar que ele estava bem ali ao meu lado na tarde anterior, sendo fofo comigo e até me dizendo aquelas palavras bonitas. Como sempre, era tudo bom demais para ser verdade.

Talvez eu devesse tirar um aprendizado de toda essa história; nunca se iludir é bom. E escutar os conselhos da mãe é a melhor coisa a se fazer quando você está metido em algo que envolve esses assuntos do coração. Quem sabe se eu a tivesse dado ouvidos quando ela me deu o primeiro alerta, eu não estaria me corroendo por dentro agora.

Você só aprende quando quebra a cara. Nunca me identifiquei tanto com um dito quando esse. Ele descrevia bem o estado em que eu me encontrava.

Comecei a orar pra que as horas passassem depressa e Matt chegasse logo.

 

 

Micaela e mamãe tentaram umas três vezes falar comigo, mas eu neguei todas. Não queria falar o que eu estava sentindo pra elas porque eu tinha vergonha. Do jeito que eu deitei quando cheguei do orfanato, eu permaneci até a campanhinha soar. Mamãe fez p favor de abrir a porta para Matt e eu fiquei o esperando sentada na cama. Pude ouvir sua voz ecoando pelo corredor e finalmente quando ele atingiu a minha porta, Matt gritou e abriu os braços alegremente.

— Lisy!  —ele veio caminhando até mim, mas antes eu tive que cortá-lo.

— Fecha a porta, Matt.  —pedi e no mesmo instante ele abraçou os braços.

— Obrigado por acabar com a minha alegria.  —ele disse, mas obedeceu. Matt trancou a porta e enfim veio me abraçar.  — Como você está?

— Eu nem sei mais.  —soltei um suspiro sôfrego e Matt se sentou na ponta da cama de frente pra mim.  — Acordei bem, mas agora tudo o que eu quero é dormir e não acordar nunca mais.

— Calma ai.  —ele ergueu as mãos.  — Vamos do começo... como assim você beijou o Tomlinson?

— Precisamos mesmo ser tão diretos assim? Não vai perguntar se eu dormi bem ou com o que eu sonhei?

— Você sabe que não. Eu gosto de ir direto ao ponto. Agora começa.

— Tudo bem.  —outro suspiro.  — Matt, tem acontecido algumas coisas que não eram para existir nem em meu pensamento.  —ele ficou em silêncio esperando que eu continuasse.  — Desde que eu e Louis nos beijamos pela primeira fez, foi como se a minha vida tivesse dado uma completa reviravolta. Nós passamos algum tempo juntos e isso não foi bom pra mim.

— Quer parar de enrolar?  —ele revirou os olhos.  — Eu já sei que vocês dois estão apaixonados um pelo o outro, mas não precisa bater nessa tecla agora.

— O que? Não. Nós não estamos... apaixonados.  —sussurrei a ultima palavra.  — Nós apenas deixamos nossa relação ir longe demais. Eu deixei e acho que tudo isso é culpa minha.

— Tudo isso, o que? Quer ser mais precisa? Eu agradeço.

— Eu e Louis nos beijamos mais do que duas vezes. 

— E o que tem de mais nisso?  —zombou.  — É um beijo, Lisy. Vocês não mataram ninguém.

— Isso não é a pior parte, Matt.  —olhei para o teto buscando coragem para falar.  — É que...  —interrompi a frase no meio e mordi o lábio enquanto brincava com os meus dedos.  — Matt, e-eu me entreguei pra ele.

— Ai meu deus.  —ele cobriu a boca com a mão.  — Você fez amor com Louis?  —foi a minha vez de cobrir sua boca com a minha mão.

— Não precisa gritar. Minha mãe não sabe disso. Não agora. Ou talvez ela saiba e está só esperando que eu mesma conte.  —abaixei a mão.

— Ai meu deus, ai meu deus, ai meu deus.  —ele repetiu.  — E quando foi? Como foi? Você precisa me contar.

— Foi na quarta-feira, nós fomos naquela reunião que nem era direito uma reunião. Depois fomos embora e começou a chover, Louis pediu que eu dormisse na casa dele e acabou acontecendo.  —nem ousei a encará-lo enquanto falava.

— Caramba, caramba! Eu nem estou acreditando.  —ele cobriu a boca outra vez.  — Eu te falei que isso iria acontecer e você nunca acreditou, apenas duas palavras: Eu avisei.  —ele levantou os dedos ao percurso que proferia.

— Não precisa jogar na cara.  —reclamei.  — Nós não devíamos fazer isso, Matt. Foi errado, é errado.

— Porque acha isso? Foi algo que vocês dois quiseram, não há nada de errado nisso.

— Matt, eu queria ver as coisas como você vê, mas eu não sou tão sonhadora assim.  —funguei segurando o choro outra vez.  — Louis namora, Louis é meu chefe, Matt. Como você poder dizer que não há nada de errado nisso?

— Lisy, eu tenho certeza de que Louis nunca faria isso se não gostasse de você. E eu também sei que você não se entregaria para Louis se não gostasse dele.  —ele dizia e eu apenas balançava a cabeça negando.  — Não me diga que se arrependeu, porque se é assim, nem deveria ter feito sexo com ele.

— Eu não me arrependo, Matt. Isso é o que mais me irrita. Eu não consigo me arrepender de nada. Nem dos beijos, nem do sexo, de nada. Eu não consigo sentir ódio de Louis, não consigo mantê-lo longe, não consigo dizer ‘não’ pra ele. Estou me sentindo um lixo por feito a coisa errada, mas se ele entrasse por essa porta agora, eu faria tudo de novo.

— Isso é amor, Lisy.  —ele segurou em minhas mãos.

— Não, não é. Eu só sou uma idiota.

— Você sabe que não é.  

— Sim, eu sou.  —abaixei a cabeça.  — Micaela tem razão quando fala que ninguém seria louco o suficiente para gostar de mim. E Louis nunca se apaixonaria por uma garota como eu.

— Não deveria se menosprezar. Garota, você é linda, você é engraçada e inteligente.  —ele bateu na lateral da minha cabeça.  — E ainda por cima tem um amigo muito gato.

— Você está se achando demais.  —dei risada.  — E obrigada.

— Não foi nada.  —ele piscou.  — E agora, o porquê está tão desanimada? Não se pode chorar pelo leite derramado.

— Hoje eu acordei feliz, Matt. Fazia anos que eu não acordava tão bem como hoje. Eu estava feliz porque iria ao orfanato e também iria ver Louis... eu meio que estava no mundo da imaginação. Mas algo me trouxe de volta a realidade.  —movi os dedos um contra o outro.  — Nós estávamos com Florence, até que o celular dele tocou e era ela. Louis me disse que precisava ir porque ela precisava dele. Você não tem ideia de como eu fiquei, Matt. Era como se eu estivesse prestes a voar e algo me puxasse de volta para baixo, prendendo meus pés na superfície.

— Porque isso te machucou?  —ele provavelmente sabia a resposta, porém, ele também sabia que eu estava segurando o choro e essa era intenção dele: me fazer chorar.

— Porque eu acho que queria ele ali comigo, entende? Queria que ele estivesse sorrindo comigo. Só de ele estar ao meu lado, eu já estava feliz. Mas nada é como a gente quer.  —minha voz já estava embargada.  — Ele foi embora e eu fiquei lá feito uma estúpida que tentou ignorar o fato de que o cara ao meu lado era extremamente comprometido.

— Ah, Lisy.  —ele engatinhou sobre a cama e ficou ao meu lado.  — Já pensou na possibilidade dele se separar de Eleanor para ficar com você?

— Seria mais fácil o Papai Noel descer pela minha chaminé no Natal do que isso acontecer.  —falei sarcástica.  — E pensar dessa forma é egoísmo. Ele deve ser feliz com ela e eu jamais faria algo para interferir nisso.

— Você é muito negativa.

— Eu sou realista, é diferente.  —fitei-o.  — O que me dói ainda mais é que eu estou aqui me lamentando e ele, provavelmente, nem deve se lembrar de mim.  —fechei os olhos para impedir a porcaria do choro.

— Porque teima em não chorar?  —ele perguntou.

— Eu não vou chorar por um cara, Matt. Louis não merece isso.  —falei com firmeza.  — E chorar mostra fraqueza. Eu não quero chorar e ser fraca por causa dele.

— Lisy, você é muito orgulhosa. Chega a ser pior do que Louis.  —Matt segurou em meu queixo.  — Chorar não significa que você é fraca, mas sim que é forte o suficiente para admitir que pode cair as vezes.

— Eu não consigo chorar, Matt. Tem alguma coisa que me impede de fazer isso e é maior do que eu.  —falei.

Matt se afastou se levantou olhando para todos os lados.

— Você tem uma tesoura? 

— Uma tesoura? Matt, eu estou em um momento sensível e você vem me falar de tesoura?

— Você vai entender, então, você tem? Uma tesoura ou qualquer objeto pontiagudo?

— Deve ter algum dentro das ultimas gaveta da cômoda, mas em que isso vai me ajudar?  —disse receosa.

Matt passou alguns minutos vasculhando as minhas gavetas e depois de muito procurar, ele finalmente achou uma tesoura e voltou correndo pra cama.

— Pra que isso? Cortar meus pulsos?  —perguntei sem entender.

— Quer parar de ser idiota?  —Matt falou ríspido.  — Isso é uma forma de você descontar a raiva e colocar de ruim tudo pra fora. É uma espécie de terapia que a minha mãe me ensinou. Ela é psicóloga, entende dessas coisas.  —explicou.  — Funciona assim, você pega um travesseiro, fala as coisas que tem vontade e conforme faz isso, você espeta o macio travesseiro.

— O que? Não vou fazer isso com meu pobre travesseiro. É loucura.  —neguei.

— Dê uma chance, Lisy. Você verá que funciona, apesar de parecer idiota.  —ele me estendeu a tesoura e eu fiquei imóvel por um tempo até suspirar e aceitar a ideia.

— Tudo bem, mas você vai ficar me devendo um travesseiro novo.

— Prometo te dar outro depois.  —ele cruzou os dedos.  — Agora vai.

— É só falar o que eu estou sentindo?  —posicionei o travesseiro a minha frente.

— Ou o que você quiser.

— Eu vou tentar.

Fechei os olhos, contei até dez mentalmente e suspirei. Aquela ideia me parecia esquisitice, mas como não tinha nada melhor pra fazer, eu resolvi entrar na de Matt. Voltei a abrir os olhos e segurei a tesoura a poucos centímetros do travesseiro.

— Eu me sinto uma idiota.  —lá se foi a primeira furada.  — Me sinto estúpida por criar cenas na minha cabeça que eu sei que nunca vão acontecer. Eu sou idiota por ter me deixado levar por uma atração boba. Eu não deveria gostar dele. Não deveria gostar do jeito que ele se veste. Do jeito que ele fala. Do jeito que ele me olha.  —cada frase pronunciada, era um furo no travesseiro. Eu já podia ver a cor da espuma e o nó aumentando gradativamente em minha garganta.  — Eu odeio querer ele sempre por perto, eu odeio gostar do seu toque, eu odeio o jeito que o meu coração bate quando eu o vejo...

Minha voz se embargou de uma vez e eu consegui enxergar a marca das primeiras lágrimas na fronha branca. Eu não tinha percebido qual fora o momento exato que o choro se iniciou.

— Eu odeio ele, Matt. Odeio tudo sobre ele. Odeio o jeito que ele me faz sentir bem. Eu odeio Louis Tomlinson. Com todas as minhas forças.  —nesse ponto, eu já me encontrava soluçando e furando a espuma mesmo sem falar nada.

Eu estava mesmo precisando chorar, precisando desabafar, precisando desmoronar. Conforme eu chorava, meu peito ia me agradecendo por aliviar o que ele queria a tanto tempo. Deixei as lágrimas escorrerem sem ter medo e larguei a tesoura. Joguei meu corpo para trás e fui amparada pelos braços de Matt. Eles me circularam e me abraçaram calorosamente. Matt me balançava como se eu fosse um bebê e massageava meus cabelos.

E eu não suporto você
Tudo o que você faz me faz querer sorrir
Eu posso não gostar de você por um instante?

— Porque, Matt? Por quê?  —perguntei inconsolada.  — Com tantos caras no mundo, porque logo ele?

— Querida, Lisy... você não escolhe por quem se apaixonar; o coração faz esse trabalho por você.  —Matt depositou um beijo cuidadosamente em minha testa.

— Queria que tudo fosse mais simples. Eu gostaria que as minhas únicas preocupações fossem a faculdade e o meu trabalho, mas sempre tem algo pra atrapalhar a Lisy.  —enterrei minha cabeça em seu peito.

— Até o mais forte tem suas fraquezas, baby. Você só não pode deixá-las serem maior que sua força.

— Você acha que um dia eu vou encontrar a pessoa certa?  —falei manhosa.

— Se não encontrar, a gente casa no final.  —demos risadas juntos.  — Mas você já achou a pessoa certa, Lisy. Vocês só precisam parar de dar uma de durões e assumirem logo que se amam.

— Eu espero que você não esteja certo dessa vez.  —brinquei.

— Eu sempre estou certo. É bom se acostumar com isso. 

— Também espero isso.  —aconcheguei-me ainda mais em seu peito.

E eu odeio o quanto eu amo você, garoto 

 

 

Eram quase seis horas quando Matt foi embora e eu nunca poderei agradecê-lo por tudo que ele fez por mim. Depois de uma crise de choro, uma cara inchada e os olhos vermelhos, eu resolvi tomar um banho. O que serviu para que eu chorasse mais ainda. A tatuagem de caneta que Louis fez eu meu pulso, eu passei a bucha com força em cima e pouco a pouco a tinta ia desaparecendo. Terminei o banho e saí do banheiro com uma ideia em mente.

Primeiro, sequei meus cabelos e os deixei escorridos. Maquiei-me com algo simples, destacando apenas a boca com o meu costumeiro batom vermelho. Minha roupa também era simples, mas eu tinha gostado de como havia ficado em meu corpo. Um cropped branco coladinho de mangas compridas, short cintura alta listrado em preto e branco e nos pés uma sapatilha preta. Passei bastante perfume e descartei meu celular naquela noite. Desliguei o aparelho e coloquei-o embaixo do travesseiro.

Dei uma ultima olhada no espelho e satisfeita eu saí do quarto. Ficar deitada na cama, não iria mudar nada e nem melhorar a minha vida. De que adiantaria chorar por Louis e ele estar com outra agora? Eu não podia me lamentar e muito menos deixar de me divertir por sua causa.

Parei em frente a porta do quarto de Micaela e dei duas batidas secas na mesma. Ela não demorou a atender. Surpreendi-me com o jeito que ela estava vestida. Vestido, cardigã e botas. Ainda assim ela estava linda.

— O que foi?  —perguntou logo.

— Eu estava pensando no que você me disse hoje mais cedo e queria saber se... o convite ainda ‘tá de pé?  —falei.

Micaela me encarou e um sorriso malicioso brotou em seus lábios.

Por sorte, ela não me perguntou o porquê da mudança de resposta, sem duvidas foi bem melhor assim.

 

 

O local que Caleb nos levou não era tão longe de casa, mas era um que eu nunca tinha ido. Tivemos que deixar o carro há dois quarteirões de onde estávamos. Havia muitas pessoas na rua e eu supus que também iam para o mesmo lugar que nós. Caleb nos contava sobre seu amigo — o mesmo que Micaela tinha falado que ia junto conosco, porém, eu nem sequer vi a sua sombra — enquanto Micaela caminhava segurando em sua mão e eu em seu braço.

— Eu achei que ele viria junto com a gente.  —falei.

— Dylan foi quem nos convidou.  —Caleb explicou.  — Ele já deve estar nos esperando lá.  — Vocês vão gostar dele. Dylan é um cara legal.

— Se ele é tão legal, porque não quis vir com a gente?  —Micaela questionou.

— Ele tem seus motivos.  —Caleb sacolejou os ombros.

Caminhamos em silêncio pelo resto do trajeto. Assim que chegamos a porta de entrada, eu estranhei o fato da musica não ser um pop ou eletrônica, mas sim um rock pesado. Era tanto que eu sentia meus tímpanos doerem. Nós não precisamos pegar nossa entrada, algo que eu também estranhei.

Ao passar pela entrada nós demos de cara com a pista de dança e apesar da imagem que me veio à cabeça quando ainda estávamos do lado de fora — pessoas vestidas de preto, com penteados malucos, piercings em todas as partes do corpo e tatuagens — tudo era bem diferente. Certo que algumas eram mesmo assim, porém, a maioria estava vestida no meu estilo. Algumas até eram mais novas do que eu. O bar era típico de baladas, ficava atrás da pista e das mesas.

— Cadê o seu amigo?  —Micaela perguntou impaciente.

— Que tal eu ir procurá-lo e vocês pegam alguma bebida?  —Caleb nos sugeriu.

Micaela e eu não contestamos nada, apenas soltamos Caleb e começamos a passar por entre as pessoas da pista. A música estava tão alta que eu nem ao menos conseguia ouvir Micaela que estava bem ao meu lado. Ao chegar ao balcão, nós sentamos naqueles assentos altos. Pedimos nossas bebidas — no caso Micaela, porque eu preferi um refrigerante mesmo.

— E então, porque quis vir comigo? Você mesma disse que estava a fim.  —pensei que ia me ver livre daquela pergunta, mas me enganei.

— Não tinha nada pra fazer e não queria ficar em casa.  —menti.

— Sei.  —disse como se soubesse que eu estava mentindo.  — Olha, eu vou atrás de Caleb, volto já.

— O que? Não, não me deixa aqui.  —pedi.

— Para de ser medrosa. Eu só vou atrás dele e volto em um segundo.  —ela soltou a minha mão.

Nem tive tempo de questionar, Micaela saiu de perto de mim e foi em busca de Caleb. Fiquei batendo as unhas no copo de Coca e comecei a me arrepender de não ter levado meu celular. Ergui o copo para levar até a boca, mas antes de fazer isso, fui interrompida.

— Você não vai beber isso aqui. Qual é? É uma balada, não uma festa infantil.  —a voz tinha um tom de brincadeira e ligeiramente eu me virei pra responder.

O rapaz estava do outro lado do balcão, ele tinha um sorriso no rosto e estava vestido como um devido rocker. Camisa sem mangas como o logo de alguma banda, jeans escuro, pulseiras de couro nos dois pulsos e os cabelos espetados pra cima com pouco gel.

— Eu não gosto muito de beber.  —respondi e mandei um sorrisinho.

— Não vou deixar você beber isso, não hoje.  —ele pegou um novo copo e começou a preparar uma bebida. Desisti da Coca e a coloquei de lado.  — Um pra você...  —ele me entregou o copo com o liquido laranja dentro.  — E um pra mim.

O rapaz circulou o balcão e veio se sentar onde antes estava Micaela.

— O que é isso?  —referi-me a bebida.

— Um licor típico da casa.  —ele piscou.  — Não tenha medo. Beba.

— Vou confiar.  —bebi o primeiro gole e gostei do saber doce e refrescante.  — É ótimo.

— Eu disse.  —ele também bebeu o dele.

— Escuta, seu chefe não vai brigar por você estar aqui conversando comigo e não atendendo as pessoas?  —juro que não quis parecer grossa.

— Digamos que eu e o dono somos bem próximos.  —ele chegou mais perto e sussurrou.  — A propósito, meu nome é Dylan.  —ele me estendeu a mão.

Parei o copo rente a minha boca e o observei por uns segundos. Aquele não seria o amigo de Caleb, seria?

— Lisy.  —segurei em sua mão.  — Você, por um acaso, é o colega que convidou um tal de Caleb para vir aqui hoje?

— Caleb? Loiro, alto e forte?  —ele gesticulou com o braço e eu assenti.  — Sim, eu sou esse colega que o convidou. Porque?

— Minha irmã é a namorada dele. Ela me chamou para vir com eles e disse que você também viria, mas espera!... Você é o dono, não é?  —ergui uma das sobrancelhas.

— Você me descobriu.  —Dylan terminou sua bebida.  — Mas é um prazer conhecê-la, Lisy.

Dylan ser o dono explicava o porquê de não termos a entrada.

— Me desculpe por ter achado que você era algum funcionário. Eu pensei que o dono fosse mais velho.

— Eu não sou tão novo assim, Lisy. Quantos anos acha que eu tenho?

— Não sei. Uns vinte e três?  —mordi o lábio inferior.

— Seria ótimo.  —ele gargalhou.  — Porém, eu já estou nos trinta.

— O que? Não está brincando comigo, está?

— Não. É a verdade, falo sério. Quantos anos você tem?

— Dezoito.  —beberiquei mais um gole.  — Quando Micaela me convidou, eu achei que fosse mais uma dessas baladas comuns. Onde as pessoas se pegam por todos os lados e bêbadas assim que chegam. Gostei do estilo punk.

— Era exatamente o que eu queria. Fazer algo diferente, sair do comum e veja... deu certo.  —Dylan apontou para as pessoas pulando com outra música de rock.  — Então, já terminamos nossas bebidas, já conversamos, você sabe quem eu sou... que tal se a gente, dançar não seria o correto, e diria pular e balançar os braços. Topa?

— Eu iria procurar a minha irmã e Caleb, mas não quero ficar de vela.  —coloquei o copo de volta no balcão.  — Nesse caso, eu topo.  —sorri e ele também.

Levantamos-nos juntos e caminhamos até a pista se misturando com as outras pessoas. Assim que ficamos de frente um para o outro, uma nova música começou a tocar. Para minha sorte, era uma que eu conhecia e que adorava. In the End não podia chegar em um momento melhor. Passei a cantar junto e a movimentação das pessoas fazia com que eu também pulasse e sentisse vontade de balançar todo o corpo. Eu podia ouvir a voz de Dylan em um fio — já que todas se misturavam em um só som — de vez em quando ele sorria pra mim. Na parte mais rápida da musica, eu ergui os braços e quando o refrão chegou, eu pulei mais alto.

Era quase um jogo de corpo ficar entre aquelas pessoas. Entretanto, a batida forte da música e os movimentos ritmados chegavam a ser uma sensação extasiante.

O que mais me deixava daquela foram, era que cada segundo que passava eu me sentia melhor, aliviada. A música, a letra, as vozes dos cantores, pareciam levar tudo o que me afligia para longe. Como mágica. Eu não sabia explicar aquilo, então, fechei meus olhos, joguei a cabeça para trás e permiti que a melodia fundisse completamente em minha mente.

— I've put my trust in you, pushed as far as I can go, for all this… there's only one thing you should've known.  —cantarolei o mais alto que pude.

Aquilo estava me fazendo tão bem que eu poderia passar horas e horas daquele jeito. Dylan permanecia na mesma situação que a minha. Em dado momento, nós entrelaçamos os dedos e ficamos juntos.

A música continuou por mais alguns segundos, mas eu não queria parar naquele momento.

Não queria parar tão cedo.

 

 

Quase três horas da manhã, nós tivemos que ir embora. Eu bebi mais do que deveria e por isso estava elétrica. Não aguentava ficar parada. Dylan bebeu junto comigo e no final nós já tínhamos nos tornado bons amigos, até trocamos números de telefone. Micaela nem acreditou que eu tinha bebido tanto e ainda por cima ter se dado bem com Dylan. Caleb disse a mesma coisa e eu resolvi não ligar para os dois.

No caminho de volta, eu senti um sono incontrolável. Fiz de tudo para não pregar os olhos, só que foi inútil. Foi só encostar a cabeça no vidro da janela e o sono me tomou por inteira. Aquilo foi o bastante pra chegar em casa com uma tremenda ânsia de vomito e dor de cabeça.

Subia as escadas ainda zonza e com o estomago todo embrulhado. Felizmente, eu não joguei tudo pra fora. Consegui me livrar das sapatilhas e daquele mesmo jeito, eu me joguei na cama sem nem preocupar em tirar aquela roupa apertada e colocar algo mais leve.

Eu só queria dormir. Apenas.

 

 

No dia seguinte, a dor de cabeça ainda predominava e foi um sacrifício para que eu tomasse coragem e levantasse da cama. Resolvi tomar um banho bem quente para ver se meu corpo criava forças. Depois eu vesti um jeans simples, camiseta e nem sequer tive vontade para secar meus cabelos. Meu estomago roncava devido a fome, porém, eu não queria comer nada. Sentei na ponta da cama quando ouvi as batidas na porta. Elas ecoaram feito um alto-falante. Senti-a latejar mais do que já estava e gritei um ‘’entra’’ para mamãe.

— Estava dormindo?  —ela perguntou quando me viu.

— Acordei faz um tempo.  —passei as mãos pela testa.  — Precisa de algo?

— Eu vou fazer algumas e queria saber se você quer ir comigo.  —mamãe balançou as chaves do carro na mão.

— Eu quero.  —falei logo.  — Vai ser bom pra me distrair e esquecer essa droga de dor de cabeça.

— Que bom. Então vamos.  —mamãe se animou.

Calcei os sapatos e bocejei preguiçosamente. Coloquei um moletom cinza e saí com mamãe. Descemos as escadas e fomos até o carro. Acomodei-me no banco e mamãe no do motorista. Logo, ela deu partida e fomos para o mercado.

— Micaela me falou sobre o seu novo amigo. Dylan.  —ela puxou assunto.

— Micaela fala demais.  —revirei os olhos.  — E qual é a anormalidade em se ter um novo amigo? Parece até que eu não sou desse mundo.

— Nenhuma. É que eu gosto de saber quem são as pessoas que você e sua irmã conhecem.

— Vocês duas são estranhas.  —apoiei minha cabeça na mão.

— Está chamando sua própria mãe de estranha?  —ela dividiu seu olhar entre mim e a estrada.

— Tudo o que eu faço é motivo de algazarra pra vocês.

— Isso não é verdade. Nós apenas nos preocupamos com você.

— Mesmo? Eu não posso ter um amigo homem que vocês duas já pensam coisas erradas, e quando eu conheço alguma pessoa nova vocês agem como se fosse algo raro de se acontecer. Qual é o problema com vocês duas?  —encarei-a esperando pela resposta.

— Ok. Não vamos mais falar sobre isso.

— Obrigada.  —agradeci.

— Sobre o que quer conversar?  —ela perguntou e eu suspirei cansada.

— Será que podemos ficar em silêncio? Não quero conversar agora.

— Tudo bem. Como quiser.  —com certeza ela se ofendeu, mas eu apenas falei a verdade.

 

 

Já era fim de tarde quando eu fui preparar algo para comer. Com a dor de cabeça mais amena, eu preferi assistir algum filme a fazer outra coisa. Micaela ficou enchendo o meu saco sobre o que eu tinha achado de Dylan e isso me irritou profundamente. Porque será que as pessoas pensam que se uma garota conversa com um garoto, ela já quer ter algo com ele? Isso é ridículo.

Meu domingo foi o pior de todos. Pra começar eu estava com dor de cabeça e depois, eu não conseguia parar um segundo sequer de pensar em Louis. Isso me causou ainda mais irritação.

Eu só queria ficar um minuto sem pensar naqueles olhos azuis. Será que isso era pedir demais?

 

 

Se tinha uma coisa que eu achava sem fundamento era existir segundas-feiras. Pode até ser que o problema não esteja no dia em si, mas no que acontece nele; nada. A única coisa boa é que eu não estava mais com dor de cabeça e até com um pouco de coragem. Em casa, eu tomei um banho rápido, me arrumei (2), comi alguma coisa rápida e depois saí para o trabalho.

Se eu pudesse ficaria o resto daquele mês sem ir aquela empresa. Não queria encarar Louis. Eu sei que ele não tem culpa pelo o que estou sentindo, mas mesmo assim eu não queria vê-lo. Seria mais fácil não encarar sua cara do que vê-lo e me sentir pior.

Saí do elevador e caminhei direto para a sala de Zayn. Preciso ser sincera e dizer que eu estava morrendo de saudades do Malik. Ele e Matt eram as duas pessoas que eu mais gostava ali dentro. A porta de sua sala estava aberta como sempre e Zayn digitava algo no computador. Ele parou de digitar quando me viu e abriu um sorriso.

Cat? Quanto tempo.  —disse.

— Pois é.  —entrei na sala.  — Tive alguns probleminhas esses dias e ainda por cima essa paralisação dos trens não me deixou vim trabalhar na sexta. E então, como você está?  —coloquei minha bolsa em cima da mesa e sentei na ponta da mesma.

— Eu estou ótimo, cat. E você?  —Zayn escorou os braços em meio à papelada e respondeu passivamente.

— Bem. Só um pouco cansada. Acho que preciso de férias.  —balancei a cabeça.  — Férias de tudo.

— Qual o problema dessa vez, cat? Faculdade? Garotos?  —ele parecia até um psicólogo.

— Talvez um pouco dos dois.

— Quem sabe isso aqui te ajude a se entreter.  —ele ergueu duas pastas e apontou para mim.

— Justo o que eu precisava.  —ironizei e fui até lá pegar.

— É coisa fácil. Apenas para organizar os valores nos Balanços. Aposto como termina isso antes do horário de almoço.

— Eu espero que você esteja certo.  —pisquei e voltei ao meu lugar.

— Vou almoçar com Harry e Louis hoje, quer nos fazer companhia?  —eu até poderia dizer não, porém, não havia motivos pra isso. Zayn era meu amigo, não existiam problemas.

— Eu adoraria.  —sorri.

 

 

As horas se passaram rápido, para a minha felicidade. A tarefa dada por Zayn já estava quase pronta e por incrível que pareça, eu me distraí com todos aqueles números. No horário de almoço, eu saí de braços entrelaçados com ele — já que íamos ficar no restaurante da própria empresa — e conversávamos sobre o clima. Era um assunto bobo, porém, ficava legal quando a pessoa que você estava falando era Zayn.

Descemos pelo elevador até chegar ao térreo, onde ficava o restaurante, antes de escolhermos uma mesa Zayn e eu compramos um cappuccino cada um. Em seguida, sentamos em uma das mesas vazias. Zayn ficou ao meu lado e isso já foi o suficiente para despertar uma fuzilada de Valery sobre mim, que estava sentada com mais duas garotas em um canto distante de nós. Eu juro que eu queria tirar proveito da situação, entretanto, quando eu pensei em fazer isso, meus olhos imediatamente encontraram duas orbes azuis. Engoli o seco tentando controlar as batidas aceleradas no meu coração. Respirei profundamente desejando quebrar o contato visual, mas foi impossível.

Nossa encarada durou até o momento em que Louis e Harry sentaram-se de frente para mim e Zayn.

— Lisy! Que bom te rever.  —Harry sorriu para mim.

— Digo o mesmo, Harry.  —falei e tomei alguns goles do cappuccino.

— Vejo que já estão matando as saudades.  —Louis olhou diretamente pra mim sem desviar nem um segundo para Zayn.

— Algum problema com isso, Tomlinson?  —perguntei séria e ele franziu o cenho.

— Porque teria?  —ele balançou os ombros.

— Também me perguntou a mesma coisa.  —Zayn lhe lançou um olhar sugestivo.

— Então...  —Styles pigarreou.   — Como foi o fim de semana de vocês?

— Não quero falar sobre isso.  —Louis jogou o corpo contra as costas da cadeira.

— Eu até que me diverti. Conheci uma pessoa nova e ele é legal.  —respondi.

— Ao menos alguém teve um final de semana bom.  — Zayn tombou a cabeça para o meu lado.  — Minha irmã pediu que eu fosse com ela comprar algumas ‘’coisinhas’’ com ela e no fim ela quase levou o shopping inteiro pra casa. Minhas pernas estão doendo de tanto andar.

— Da próxima vez eu posso ir por você, Malik.  —Harry piscou maliciosamente.

— Acho bom você ficar longe da minha irmã, seu pervertido.  —Zayn apontou o dedo alertando-o. Todos rimos, menos Louis.

Ele parecia estar longe, pensando em algo que não fosse desse mundo. Em partes eu achei ótimo ele ficar calado, só assim não sairia perguntas que eu não saberia responder.

Por fim, eu consegui sobreviver a tudo aquilo. Perfeito.

 

 

Já estava quase na hora de eu ir embora e eu mal podia esperar. Só mais alguns minutos e eu estaria livre. Fechei o notebook, entreguei os documentos a Zayn e olhei sem cessar para o relógio. Era tanta aflição que eu estava contando até os segundos. O barulho de saltos no chão me fez perder a concentração e olhar para a pessoa parada á porta. Torci com todas as forças para que ela não estivesse ali para me falar baboseiras.

— Com licença, senhor Malik.  —ela puxou a saia um pouco para baixo.  — Lisy... Louis quer falar com você na sala dele. E ele disse para não demorar.

Que droga! Justo quando eu já estava prestes a ir embora.

Suspirei derrotada e decidi ir. Afinal, Louis não tinha feito nada pra mim. Era eu mesma que estava me culpando.

— Eu já estou indo.  —respondi já levantando.

Saí da sala junto com Valery, só que dessa vez eu caminhava a sua frente. Ela não proferiu nenhuma palavra, mas eu sabia que ela queria. Sorri internamente.

Em menos de um minuto eu já estava batendo na porta da sala de Louis e ele dando permissão para eu entrasse. Louis estava em pé, com as mãos para trás e um sorriso mal intencionado nos lábios. Juro que gelei na hora.

— Nós precisamos conversar, Lisy.  —ele permaneceu na mesma posição.

— E eu preciso ir embora, Louis. Não podemos fazer isso em outra hora?

— Você não entendeu, querida.  —Louis deu alguns passos.  — Não estou perguntando se você quer conversar, eu estou dizendo que nós precisamos conversar e nós vamos conversar.  —a possessão de Louis me assustava às vezes.

— Tudo bem.  —coloquei as mãos na cintura.  — Mas pode tentar ser rápido, por favor?

— Onde exatamente você se meteu esses últimos dois dias?  —perguntou simplesmente.

— O que?  —falei incrédula.  — Não acredito que me chamou aqui pra perguntar isso. Olha, se não for muito pra você... eu ‘to indo.  —dei meia volta pronta a ir embora, mas ele segurou em meu pulso e me impediu.

— Nem pense em sair dessa sala. Nós ainda nem começamos.  —ele parecia calmo demais para situação.  — E me responda logo. Não complique as coisas.

— Porque isso importa pra você? Louis, você não é dono da minha vida.

— Acontece que eu tentei falar com você durante toda a porra do fim de semana e você não atendeu nenhuma das minhas ligações.  —ele explicou.

— Meu celular está desligado desde o sábado a noite.  —balancei a cabeça.  — E como foi que conseguiu meu número?

— Zayn...  —disse envergonhado.  — Mas ainda não respondeu a minha pergunta.

— Isso vai mudar alguma coisa? Eu só saí com a minha irmã e o namorado dela, eu desliguei o celular porque não queria nada me incomodando.

— E agora eu sou um incomodo?  —Louis soltou meu pulso.

— E como eu ia saber que você iria me ligar?  —aumentei o tom da voz.  — E quer parar de ser idiota? Eu estava fazendo as minhas coisas assim como você as suas.

— Agora eu sou o culpado?  —Louis abriu os braços.  — Eu estava preocupado, queria falar com você. Enquanto isso, você se divertia com algum filho da puta idiota.  —ele praticamente gritou.

— Louis, já chega!  —exclamei nervosa.  — Você não pode agir como se fosse algo meu. Eu não te devo explicações e nem você a mim.  —inspirei calmamente.  — E eu também não tenho culpas se você está com ciúmes.

— Ciúmes? Senhorita Monroe, faça-me o favor...  —céus, que homem orgulhoso era aquele? Eu sei que era perigo provocá-lo, mas ele merecia, então eu fui falando as primeiras coisas que me vieram a cabeça.  — Eu não estou com ciúmes.

— É mesmo? Pois eu tenho certeza de que está.  —debochei.  — Está com ciúmes porque eu estava com outro e não com você. E quer saber, Tomlinson? Eu adorei estar com ele. Adorei o jeito ele me tratou, o jeito que dançou comigo e adorei ainda mais o seu toque...

Eu nem terminei de falar e senti as mãos de Louis me puxando fortemente pela blusa. Choquei-me contra seu peito e ele me girou e passou a me guiar para trás.

— Deixe-me explicar uma coisa pra você, Lisy.  —ele dizia enquanto dava passos lentos.  — Eu detesto ser provocado. Só que tem uma coisa a qual eu odeio ainda mais...  —ele pausou.  — Quando a provocadora é você. E sabe o por quê?  —neguei com a cabeça.  — Porque você me deixa vulnerável. Porque você sabe que qualquer coisa que você faça me deixa completamente louco.

Ele parou de andar e suspirou contra os meus lábios. Nesse ponto minhas pernas tremiam tanto que eu só estava em pé porque Louis me segurava pela blusa.

— Eu prometi que não faria caso dessa merda toda que você tem com o Malik. Mas gostar de sair com outro cara, Monroe.  —ele balançou a cabeça como se estivesse chateado.  — Isso já é demais pra mim.

— Você é louco.  —espalmei minhas mãos por seu peito a fim de empurrá-lo, porém, minhas forças falharam no segundo seguinte.

Louis desceu as mãos por minha cintura e a apertou de modo suave. Mantive-me parada e buscando ajuda do além para correr dali.

— Você não pode tirar a minha paz desse jeito, Lisy. Não pode me provocar. Parece até que você não aprendeu a lição ainda.  —o olhei sem entender.  — Você é minha. E mesmo que queira não pode mudar isso. Aceite a ideia de que você é toda de Louis Tomlinson.

Abri a boca para pronunciar algo, mas fui impedida pelos lábios macios e terrivelmente viciantes de Louis. Pelejei para não corresponder, tentei afastá-lo, mas o esforço foi em vão. Sua língua umedeceu os meus lábios e ao invés de usar as mãos para mandá-lo longe, eu segurei sua camisa entre os meus dedos para que ele não se distanciasse. As mãos faziam um movimento de sobe e desce na lateral do meu corpo e pouco a pouco a minha blusa passada por dentro da saia, vinha para fora.

Senti suas mãos subirem por minhas costas causando um arrepio bem no meio delas. Os dedos compridos acariciaram a minha nuca e pararam por entre os fios dos meus cabelos. Louis puxou-os para trás, quebrando o nosso beijo e colocando meu pescoço totalmente a sua mercê. A outra mão entrava ardilosamente por baixo da minha saia e ia deixando um rastro de fogo onde tocava. Rocei as coxas uma na outra e mesmo não querendo, eu torci para ele tocar no meu desejo. Mas Louis não fez. Os dedos astutos rumaram até as minhas nádegas e agarraram sem pudor a carne do local. Suspirei ao pé de seu ouvido e então a mesma mão subiu novamente. Dessa passando por minha saia e brincando com a barra.

Quando ele apertou um dos meus seios eu tive que comprimir os lábios para não gemer.

— Vamos ver se você aprende algo dessa vez, minha Lisy.  —Louis dizia ao passo que ia abrindo os botões da minha blusa um por um.  — Ou podemos tentar quantas vezes forem preciso.  —sem dificuldade alguma, a peça passou pelos meus ombros e escorregou até o chão através dos braços. Procurei pela barra de sua camisa e assim a encontrei, subi-a impaciente. Ele ergueu os braços para que eu me livrasse da peça escura e assim feito Louis me puxou pelos cabelos.

Louis me beijou mais uma vez e desceu para o pescoço. Ele lambuzou todo o local e chupou-o em seguida.

— Lisy...  —ele ainda distribuía os beijos.  — Eu quero você de joelhos. Agora.

Meu corpo inteiro petrificou, meus olhos se arregalaram e faltou pouco para que eu engasgasse. Nem tive forças para contestar. Ambas as mãos apertaram a minha bunda e ele colocou uma perna no meio das minhas. Louis me impulsionou para frente e eu pude sentir sua ereção em minha virilha.

Oh, Deus! Livrai-me desse homem gostoso.

Louis beijou a parte dos meios seios que não era coberta pelo sutiã e movimentou várias vezes seguidas o meu quadril em direção ao seu.

— Louis...  —gemi baixo.

— Vamos, Lisy.  —seus dedos chegaram até a minha intimidade pulsante já molhada.  — Ou você quer que eu te coloque de joelhos?  —Louis começou a me estimular rapidamente e então o êxtase momentâneo dominou todos os membros e juntas do meu corpo.

Dei um ultimo beijo em sua boca antes de me deixar levar. Mordi seu pescoço um pouco mais forte do que eu deveria e Louis ainda apertava a minha bunda. Passei por seu peito tatuado e ofegante — no corpo de Louis, aquela era uma das partes que eu mais gostava, depois dos braços — passei a língua por todo o tronco que levava a zona da perdição. O ouvi suspirar e sussurrar algum palavrão.

Coloquei-me de joelhos quando cheguei onde queríamos. Céus, eu não tinha experiência nenhuma com aquilo, mas eu não podia parar. A parte insana do meu ser queria ver Louis pedindo por mais ou gemendo o meu nome. Ao menos uma vez, eu precisava ter o controle sobre aquele homem. E assim iria ser.

Abri o botão e desci o zíper de sua calça com certa pressa e a puxei toda para baixo. O volume atrás da boxer era mais do que visível e aquilo me fez salivar só de imaginar em ter aquilo tudo em minha boca. Levantei o olhar só para observar a situação em que Louis se encontrava. O meio das minhas pernas encharcou quando eu passei a mão por cima de seu membro e ele mordeu os lábios jogando a cabeça para trás. Eu juro que poderia gemer só de olhar para Louis naquele momento. Brinquei alguns segundos com o elástico da boxer e já cansada de delongas, eu a desci também.

Instantaneamente, seu membro ereto saltou bem a minha frente. Um calor subiu pela minha nuca e eu umedeci os lábios. Louis me encarou quase suplicando por aquele toque.

Ainda com receio, eu segurei seu membro com uma mão e deslizei-a lentamente sobre toda a extensão. Ele suspirou outra vez, só que nessa, de forma mais longa e carregada.

Passei a ponta do dedão por toda sua glande e cuspi no local, espalhei a saliva por todo seu pênis para deixá-lo ainda mais lubrificado.

— Porra.  —Louis gemeu.  — Deixe-me foder essa sua boca, Lisy.

Já não aguentando mais, eu passei a língua onde antes estava a caricia do dedão. Louis fez um rabo de cavalo em meus cabelos e passou a falar palavras de baixo calão. Merda! Aquilo me excitou tanto.

Segurei em sua base e coloquei o quanto consegui do membro em minha boca. Louis puxava meu cabelo e movia o quadril, entrando e saindo lentamente, massageando meus lábios. Masturbei a parte exposta de seu membro e ele gemeu tão gostosamente que eu senti-me gotejar.

— Oh, Lisy.  —não sei explicar o que senti quando ele gemeu o meu nome.  — Assim, querida.

Eu não sei como eu estava conseguindo fazer aquilo. Deveria ser outra Lisy tomando o meu corpo, eu nem sei se estava em sã consciência. Muito provavelmente, não.

— Caralho, caralho.  —Louis dizia em meio aos suspiros.

Quando eu achei que ele fosse se despejar, Louis me fez levantar segurando em meu pescoço e ficou cara a cara comigo. Com sua língua ele lambeu desde o meu queixo até os meus lábios vermelhos.

— Ainda não, querida.  —ele me beijou e me girou novamente. Como Louis conseguia ter tanto controle? Caramba, eu já estava quase explodindo e ele ainda tinha a capacidade de dizer aquelas coisas.

Louis me jogou de bruços contra a mesa e rapidamente se posicionou atrás de mim. Seu membro roçava bem no meio das minhas pernas e a minha bunda. Cassete, Louis não podia fazer aquilo comigo. Mordi a mão para não gemer.

Ele ergueu a minha saia e começou a passar as mãos por minhas pernas e cintura.

— Você não tem noção do quanto fica gostosa assim.  —ele beijou as minhas costas depois de se debruçar sobre mim.  — Tão submissa.  —Louis sarrou o membro em minhas coxas.  — Mas sabe o que é pior, querida?  

Ele me virou e me colocou sentada de pernas abertas em cima da mesa. Puxei-o para que ele ficasse no meio delas e Louis continuou a falar:

— Eu é que sou totalmente submisso a você.  —ele colou nossas testas.  — Você sabe como me deixar maluco, perturbado. E porra, eu adoro. Eu adoro provar que você é minha. Apenas minha.

Eu o puxei pela nuca e tomei seus lábios urgentemente. Eu deveria ter sido mais forte, deveria ter resistido. Mas não havia forças capazes de manter Louis longe. Era inútil. Porque quanto mais eu tentava me afastar, mais eu me aprofundava.

Louis me deitou calmamente sobre a mesa e me encarou colocando as mãos no elástico da minha calcinha.

— Louis...  —chamei-o.  — Não podemos fazer isso aqui. E se alguém chegar?

— Nós mostramos a ele o que fazemos de melhor.  —ele riu cafajestemente e desceu a peça intima.

Dizer que nunca me imaginei transando naquela mesa com Louis, era mentira. Porém, nenhum de nós tinha proteção e ainda corríamos o risco de a qualquer momento, alguém nos ver. Aquilo deveria me causar pânico, contudo, só serviu para me atiçar ainda mais. Mas que diabos estava acontecendo comigo?

— Pode ser quem for, mas ele nunca vai te ter do jeito que eu te tenho.  —Louis lambeu o meu ventre e circulou a minha entrada com seu membro.  — E ninguém nunca vai me ter, do que jeito que você me tem.

Sem me dar tempo de raciocinar, ele me invadiu de uma só vez. O gemido desesperado ficou preso na garganta me fazendo revirar os olhos e arquear o corpo. Quando Louis se movimentou, eu tive que me controlar ao máximo para não gritar e implorar por mais. Circulei seu quadril com as pernas e o ajudei a ir mais fundo.

Meus olhos mal se abriram e eu não queria olhar pra Louis, ou a gota de controle que havia em mim, iria para o espaço.

— Geme, Lisy.  —a voz de Louis adentrou os meus ouvidos.  — Geme bem alto, pra todos saberem o quanto você é minha. 

Não era possível aquilo estar acontecendo.

Mordi o lábio inferior com força, sentindo um gosto de ferro na minha boca, tamanha foi a força impunha que meu lábio sangrou. Meus dedos dos pés se contorciam e as minhas mãos procuravam algum alicerce para eu não machucar a mim mesma.

— Louis...  —gemi quando ele intensificou os movimentos.

— Sim querida, eu sei.  —ele sussurrou.  — Vem pra mim, Lisy.

Louis passou as mãos por baixo do meu corpo e me fez ficar sentada. Circulei seu pescoço e colei nossos corpos. Seu membro não tinha me abandonado um segundo sequer e eu já estava quase choramingando por ter que segurar os gemidos.

— Eu adoro ouvir você gemer. Eu perco o juízo quando me lembro da primeira vez que você gemeu pra mim.  —ele distribuiu beijos molhados em minha bochecha.  — Então geme. Bem alto.  —ele ordenou em meu ouvido e eu neguei com a cabeça.  — Qual o problema, Lisy? Tem medo que eles escutem o quanto você ama gemer o meu nome? O quanto você ama gozar pra mim?

Filho da puta. Era isso o que Louis Tomlinson era. Um tremendo filho da puta.

— Cala a boca.  —arranhei sua nuca.  — Eu te odeio.

— Eu ficaria chocado se não soubesse disso.  —Louis apertou minhas coxas e mordeu o lábio.

Meu peito ofegante se chocava com o de Louis, nosso pouco suor se misturava e ambos lutávamos para o gemido não sair. Meu interior passou se contrair e mandar espasmos violentos por todo o meu corpo.

— Oh meu Deus... Louis...  —segurei com força em seu ombro.  — Louis...

— Eu estou aqui, querida.  —ele beijou meu pescoço.  — Estou esperando você.

As estocadas ficaram mais profundas e lentas, e foi então que eu me desmanchei em seus braços. Mordi seu ombro e finquei as unhas sem piedade em suas costas. Fechei os olhos e os comprimi sentindo uma lágrima escorrer pela lateral do meu rosto. Louis saiu rapidamente de dentro de mim e tocou a si mesmo e em segundos ele se desfez manchando o carpete da sala.

Minhas mãos deslizaram pela lateral de Louis e eu escorei a cabeça em seu ombro.

— Você... é... louco.  —ergui a cabeça para encará-lo.

— E isso é porque você ainda não experimentou o banco de trás do meu carro.  —ele ofegou e me beijou.

Será que tinha como se arrepender daquilo?

Continua...


Notas Finais


Ai meu Deus! Vocês gostaram? Por favor, eu peço que não me matem :'(
O Dylan eu imagino ele como o meu amado Nathaniel Buzolic *-* E o Caleb como o bonitão Ryan Gosling. *In the End pra quem não sabe é uma música da melhor banda existente Linkin' Park, meu amor incondicional <3 KKKKK
Então, amores? Continuo ou não?
(1) http://www.polyvore.com/lisy_monroe/set?id=122362158
(2) http://www.polyvore.com/cgi/set?id=122687320
Qualquer coisa falem comigo: http://ask.fm/natymooreira
Meu twitter (mudei o user): https://twitter.com/twdirections
Até sexta, minhas Boss ;) <3


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