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História My Boss - Desastres.


Escrita por: natymoreira

Notas do Autor


Oi anjos, como estão? Quero agradecer por todos os comentários e favoritos, volto a dizer que vocês são demais. Nem demorei tanto para postar porque minha imaginação está fluido bem esses dias, tentarei postar mais dois ainda essa semana, porque na quarta que vem começam as provas e eu tenho que me dedicar totalmente a elas. Minhas aulas começaram hoje e eu aproveitei para escrever esse capítulo enquanto os professores não viam >< Enfim, espero que gostem e uma ótima leitura a todos.

Capítulo 3 - Desastres.


Capítulo 03 – Desastres.

 

Acordei com o barulho do despertador é realmente algo desagradável, principalmente se ele for daqueles mais antigos, como o meu, que fazem um barulho estridente e irritante. Levantei-me enquanto fazia-o se calar, apertando a trava que havia em cima dele. Caminhei para o banheiro, escovei os dentes, penteei os cabelos e procurei uma roupa para vestir. Já eram quase sete horas, e eu tinha que estar no serviço as oito, então teria que me apressar um pouco. Terminei de me arrumar (1) e corri para comer alguma coisa antes de ir para o serviço.

- Bom dia.  –falei para mamãe que estava sentada a mesa com uma xícara nas mãos e jogando o laço do roupão verde para o lado.

- Como vai querida?  -dei um beijo em sua bochecha despejando café e depois um pouco de leite em um copo.

- Estou bem, só um pouco cansada.  –respondi.

- Também não é pra menos, eu ouvi o barulho do teclado do seu computador em meu quarto, sinal de quem foi dormir tarde.  –comentou passando a geleia em uma fatia de pão e me entregando.

- Estava finalizando o trabalho da faculdade e iniciando uma tarefa que o meu chefe pediu.

- Não acha que ele está querendo muito de você?

- Sim, mas eu não posso reclamar. Preciso do emprego.  –dei uma mordiscada no pão.

- Você sabe muito bem que, eu não estou te obrigando a nada e se quiser não trabalhar agora, eu não vou questionar.

- Eu sei disso mãe.  –sorri.  – Mas eu já tenho dezoito anos, tenho uma faculdade para fazer e o salário é ótimo.

- Se você diz. 

- Acredite em mim. Eu preciso ir agora, não sei quanto tempo aquela porcaria de trem vai demorar.  –revirei os olhos.  – Dê um beijo em Micaela por mim.

- Pode deixar, vá com Deus.  –beijou o alto da minha testa dando um ultimo sorriso.

- Até mais tarde.

Despedi-me dela e fui embora. Coloquei os fones de ouvido e fui caminhando até a estação, que por sorte, era o único ponto que não ficava longe da minha casa. Já que onde morávamos nem parecia Nova York, era tão sem movimento que chegava a ser entediante. Foi ideia de minha irmã Micaela, vir morar em um lugar como aqueles. Só para ficar mais próxima do namorado. Enquanto eu acordava cedo e dava duro trabalhando, Micaela ficava em casa dormindo até altas horas, porque ao contrário de mim, ela tinha um namorado rico e que bancava sua faculdade de arquitetura, a qual ela já estava no ultimo ano. Agrh, a vida é muito injusta.

Depois de uns dez minutos esperando, o trem que me levava até o centro da cidade, resolveu passar. Paguei-o com o vale transporte que recebia da empresa, esse era o único benefício que se tinha ao trabalhar na Tomlinson Industries. Consegui achar um assento vago e rapidamente me acomodei. Fiquei ouvindo uma musica animada, para tentar ao menos levantar o ânimo. E isso é extremamente necessário quando se acorda cedo e tem um chefe pé no saco igual a Louis.

[...]

Passei pela porta que se abria com um sensor de movimento guardando os fones dentro da bolsa. Olhei para o relógio do celular, e ainda faltavam alguns minutos para as oito. Todos que passavam por mim, olhavam-me estranho. Talvez pelo fato de eu ser a única ali dentro que não me vestia socialmente. Não usava saltos altos, porque sempre pareci uma pata andando sobre eles, e, ter que levantar várias vezes ao dia e caminhar, requeria um sapato mais confortável. Nunca gostei de roupas uniformizadas, mesmo sabendo que quando for de verdade uma contadora e trabalhar como uma, terei que usar. Mas, quando isso acontecer, eu já terei meu carro e não precisarei andar até um estação de trem e sentar no mesmo assento em que milhares de pessoas sentavam. Suspirei e continuei a caminhar sem me importar com os olhares lançados a mim.

- Alguém gosta mesmo de chamar atenção.  –Matt comentou quando me sentei ao seu lado.  – Mas, se quer uma dica, se quer mais atenção sugiro que ande pelada.

- Como se alguém fosse olhar para o corpo esbelto.  –ironizei abrindo a pasta que Valery tinha me entregado no dia anterior, coloquei o notebook a minha frente e analisei um pouco. Tinha resolvido usar o tempo livre do serviço para terminar logo aquilo.  

- Ainda preocupada com isso? 

- Você nem imagina.  –afirmei mordendo o lábio.  – Mas, falta pouco. Eu só preciso fechar os razonetes e depois é só lançar os saldos no balancete.

- Você é rápida.

- Fiquei até as duas da manhã fazendo isso, nem tive tempo de tirar a roupa depois que cheguei da faculdade.

- Espero que termine logo, para que nós possamos conversar enquanto trabalhamos.  –Matt piscou e deu risada.

- Ainda tenho cinco minutos, vou tentar fazer o máximo.

- Obrigado.

Os estagiários já tomavam seu lugar, e eu continuava atenta para não errar nenhum número. Um zero colocado em um lugar errado, e eu teria que fazer tudo de novo. E de toda a minha alma, eu não queria fazer isso. Matt já começava a organizar alguns papeis em cima mesa e também abriu o seu notebook.

- Graças a Deus hoje é sexta-feira, ficaremos dois sem ter que ver esse povo chato e feio.  –ele disse baixinho e eu soltei um pequeno riso.

- Concordo com você. Porque de feia, já basta eu.  –na verdade eu nunca me achei feia, desde quando era pequena, papai e mamãe me disseram que eu não me achasse bonita e me amasse, ninguém iria fazer isso por mim. Foi uma lição que eu vou levar para o resto da vida.


Já estava no horário do almoço e por algum milagre divino, Louis não me chamou nenhuma vez. Eu não sabia se ficava feliz ou alerta. Da ultima vez que isso aconteceu, ele pediu para que todos os funcionários ficassem uma hora a mais trabalhando. Ou seja, quando isso acontecia ele estava de péssimo humor.

- Lisy quer, por favor, largar essa droga e olhar pra mim?  -Matt fechou o notebook.

- Ei cuidado com isso.  –resmunguei.

- Você pode terminar isso em casa, agora relaxe.  –pediu calmo, obedeci. 

- Nunca pensei que estudar e trabalhar ao mesmo tempo, fosse tão complicado.

- Eu já disse que você se acostuma.

- Vou pegar outro café, eu estou dormindo sentada.  –comentei segurando um bocejo.

Levantei-me e fui até a máquina de café, coloquei um dólar e ela me liberou o liquido escuro. Suspirei esperando o meu copo de plástico encher. A máquina fez um barulho quando parou, e depois que o tinha em minhas mãos, voltei a me sentar com Matt.

- Pronto.  –falei forçando as costas contra a cadeira.

- Eu estava aqui pensando, porque você não troca de horário na faculdade?  -ele sugeriu.  – Você poderia estudar de manhã, trabalhar a tarde e teria a noite livre.

- Seria fácil se fosse só isso. O problema é que eu sairia da faculdade ao meio dia, e o serviço seria nesse mesmo horário. E também, a gente não se veria tanto como agora.

- Eu não pensei nessa possibilidade.  –ele olhou para o relógio no pulso.  – Temos algum tempo antes de voltarmos ao trabalho, vamos dar uma volta lá fora? Preciso de ar puro, toda essa falsidade aqui dentro esta me dando náuseas.

- Vamos.  –dei risada. 

- Eu levo isso pra você.  –pegou os papéis e eu levei o notebook.  – Sabe, você é a única que eu me dou bem aqui dentro. Não sei o porquê, mas essa gente muito artificial.

- Eu iria dizer o mesmo.  –peguei o copo com café em cima da mesa e começamos a caminhar.

- Você só precisa aprender alguns truques sobre moda.  –comentou debochado. Parei no meio da lanchonete e me virei para ele.

- Hey! O que há de errado com a minha roupa?  -bati o pé no chão esperando uma resposta.

- Não é o que há de errado, você só veste roupas que escondem o seu corpo. 

- Será porque aqui é uma empresa e não uma boate?

- Mas também não é um convento.  –ele deu risada.

- Eu gosto de me vestir assim, me sinto confortável.  –bebi um gole de café.  – Além do mais, você nem deve saber tanto de moda assim.

Virei-me rapidamente e foi então que eu vi a morte bem na minha frente. Eu tinha trombado em alguém, e isso não fora o pior, o copo de café em minha mão caiu todo sobre sua blusa branca de botões (2) e alguns respingos me atingiram. E essa pessoa não podia ser outra, a não ser Louis.

- Mas o que foi que você fez?  -ele perguntou nervoso olhando para a blusa.

- E-eu não queria... m-me d-desculpe.  –eu mal estava conseguindo falar de tão envergonhada. As conversas que haviam no lugar tinham cessado e eu tinha plena certeza de que todos olhavam pra mim e estavam atentos no que iria acontecer.

- Você ficou louca? Como conseguiu fazer isso? Olha a merda que você fez. Não olha por onde anda?  -sua voz saiu rude.

- E-eu não sabia que estava atrás de mim.  –respirei fundo segurando a vontade chorar. Louis apertou a ponta do nariz, supostamente buscando calma, e apontou o dedo pra mim.

- Se não estivesse tão distraída conversando e estivesse mais atenta nas coisas ao seu redor, isso não teria acontecido. Olha só pra isso...  –apontou novamente para o pano branco encharcado.  – Será que tem alguma coisa que a senhorita sabe fazer direito?

Levantei o olhar para ele e mordi o lábio para impedir as lágrimas de caírem. Minha vontade chorar não era só pela bronca e sim por todos estarem ouvindo. Eu estava sendo humilhada.

- Na minha sala. Agora.  –dito isso ele saiu caminhando por onde tinha vindo e eu olhei para Matt, como se pedisse socorro. Ele apenas balançou a cabeça e tomou o notebook da minha mão.

Dei uma olhada a minha volta, e percebi risinhos malvados de algumas pessoas. Contei mentalmente até dez e fiz um trajeto até o banheiro feminino antes de ir até sua sala. Lavei a mão suja de café e passei certa quantidade de sabonete aroma erva doce para tentar amenizar o cheiro forte que ele emanava. Olhei-me no espelho e desejei sumir para bem longe, ou cavar um buraco bem fundo no chão e enterrar a minha cabeça. Merda, estava escrito bem na minha frente a palavra: Demissão.

Bati na porta e ele não respondeu nada, resolvi entrar assim mesmo. Ele não me encarou, e permanecia de costas. Só virou quando a porta rangeu enquanto eu a fechava. Sua camisa estava aberta pela metade, deviam ter no máximo três botões fechados.

- Você é uma completa desastrada.  –começou a dizer. Com todo o sentimento de culpa e vergonha, eu caminhei até ele.

- Olha, me desculpe. Eu juro que não queria mesmo fazer isso.  –sem pensar duas vezes eu comecei a enxugar – ou pelo menos tentar – o molhado de sua blusa com a manga da minha jaqueta.  – Eu jamais faria...

Quando me dei conta que eu passava a blusa por cima da sua pele descoberta, e, as pontas dos meus dedos de certa forma a sentia, as palavras quase não saíram. Louis tinha uma tatuagem no peito e por estar com a camisa aberta, eu podia perceber. Desci um pouco o olhar para onde minha mão estava parada. ‘’Rápido Lisy, olhe para outro lugar que não seja o corpo do seu chefe’’. Meu subconsciente gritava, mas eu estava altamente interessada naquela tatuagem.

- Gostou do meu corpo, senhorita Lisy?  -sua fala veio como um choque que me trouxe de volta a realidade.

- N-não, só e-estava tentando ajudar.  –ótima desculpa eu consegui inventar.

- Não preciso da sua ajuda.  –ele empurrou meu braço para baixo.

- Vai me demitir, não é?  -temi a resposta.

- Essa não é uma má ideia, eu deveria mesmo fazer isso.  –arfei preocupada. 

- Por favor, você não pode fazer uma coisa dessas. 

- E porque não? Você até agora demonstrou que não será uma boa contadora, e ainda por cima é um desastre em pessoa. Não gosto de pessoas como você.  –assenti com a cabeça.  – Entretanto, eu preciso do balancete na segunda-feira e se eu demitir você, terei que pedir a Zayn para fazer. E ele já me deixou na mão algumas vezes. Espero que você não faça o mesmo.

- Então eu posso ficar?  -franzi o cenho.

- Até eu mudar de ideia, sim.  –respondeu fechando os olhos.  – Só quero não me arrepender disso depois.

- Não vai, eu prometo.  –não pude conter a alegria.

- Eu deveria mandar você lavar a minha blusa, mas tenho medo de que possa acabar com ela.  –eu não consegui diferenciar se ele estava brincando ou sendo sarcástico.

Será que além de desastrada, eu também sou lerda?

- Agora saia, antes que eu decida mesmo te despedir.

- Tudo bem.  –dei meia volta e abri a porta, mas antes de ir embora eu o chamei outra vez.  – Louis...  –ele me encarou com os olhos intensamente azuis.  – Me desculpe.

Fechei a porta e fui de volta para minha banca com Matt. Assim que entrei na sala, era evidente que todos me olhavam esperando uma resposta, a única coisa que eu fiz foi me sentar e deitar a cabeça sob a mesa. Suspirei aliviada por ele ter me dado outra chance.

- Como foi?  -Matt perguntou.

- Da próxima vez que ver alguém chegando atrás de mim, me avise.  –pude ouvir sua gargalhada e borbulhei de raiva por dentro.

Não tinha graça nenhuma jogar café no chefe acidentalmente, receber um sermão na frente de todos e quase ficar babando no belo corpo que ele tinha. Balancei a cabeça de um lado para o outro, tentando acalmar os pensamentos. Ainda estava tensa demais, pelo pouco que conheço Louis, eu jurava que ele iria me colocar no olho da rua, fico feliz por ele ter mudado de ideia.

[...]

Na manhã de sábado eu acordei com o som incomodo de We Found Love vindo do quarto da minha irmã. Eu pretendia dormir até o meio-dia, mas graças a ela não pude cumprir essa promessa. Vendo que ela não baixaria o som – já que aquela não era a primeira vez, e sempre que eu pedia para ela baixar, ela se fazia de surda – eu decidi me levantar. Coloquei um short jeans e uma regata preta, prendi meus cabelos em um rabo de cavalo e escovei os dentes. Sai do meu quarto e fui até o de Micaela.

- Você deveria respeitar quem está dormindo.  –cruzei os braços.

- Para de ser chata, hoje é sábado.  –disse enquanto colocava sua pilha de cd’s em cima da cama para limpar a prateleira que os organizava.

- Por isso mesmo. É sábado, dia de dormir até mais tarde e descansar. 

- Sem graça.  –ela jogou o travesseiro em mim, e por pouco não me acertava.

- Essa hora da manhã e vocês já estão discutindo?  -a voz de mamãe se fez presente.

- Ela começou.  –falamos juntas.

- Lisy não tem senso de humor. 

- Eu tenho sim, e tenho sono também.  –mamãe passou os braços ao meu redor.

- Deixei-a em paz Micaela.  –ela imitou uma fala dengosa.  – Lisy dorme tarde e precisa descansar.

- Obrigada mãe.  –mostrei língua para ela, que apenas deu risada.

Eu não um mau relacionamento com Micaela, nós apenas não éramos aquelas irmãs confidentes, que comiam bobagens enquanto conversavam sobre garotos, não trocávamos abraços, nem conselhos e confesso que às vezes, eu sentia falta disso.

Peguei um pote de sorvete de morango com uvas passas, uma colher e voltei para o meu quarto. Liguei a tevê e fiquei assistindo desenhos animados. Não dizer como e nem porque, mas eu adorava desenhos.

Para minha alegria, eu tinha conseguido terminar o balancete de junho. Agora era só esperar segunda-feira chegar e entregar. Não via a hora de entregar logo nas mãos de Louis, só assim eu poderia ficar em paz.

Continua...


Notas Finais




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