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História My Brother's Best Friend - Bittersweet Valentines


Escrita por: ferebuzzi

Notas do Autor


*Dia dos namorados agridoce*

Capítulo 24 - Bittersweet Valentines


As days and nights would pass me by, I tell myself that I was waiting for a sign.

Paul McCartney—My Valentine


A medida que os dias e as noites passam, eu digo para mim mesma que estava esperando um sinal.
 

 

POV Arthur

— Bom dia, Justin. Bom dia, Scar — cumprimentei o casal jogado no sofá da sala assistindo Netflix.

Tá aí um programa que eu nunca imaginei o Justin fazendo. Eu sei que isso é um sinal de que ele foi fisgado—o fato de que ele preparou um pedido de namoro para a Scarlet também é outro grande sinal. E pensando bem, se ele está finalmente pronto para namorar alguém, acho que assistir comédias românticas na Netflix em um domingo de manhã não deveria me surpreender tanto assim.

— Bom dia, lindo — Justin me respondeu, me fazendo revirar os olhos.

Desde que eu comentei há umas duas semanas—quando saímos eu, ele, Scarlet e Alice para jantar—que ele era uma pessoa fria, Justin começou a me chamar de “lindo”, “docinho”, “meu bem” e “amorzinho” o tempo todo. Eu sei que é para me irritar, mas apesar de ser mesmo irritante, é uma mudança legal do costumeiro silêncio que ele oferece.

— Artie, acabamos com as bananas — Scarlet gritou do sofá.

— Nem te conto como — Justin falou, e eu tenho certeza que ela revirou os olhos.

— Foi um experimento! — ela justificou.

Segundos depois eu podia ela ver me encarando com uma cara de quem pede desculpas: ajoelhada no sofá de costas para a TV, apoiando o rosto no encosto.

— Economiza esse olhar de piedade para convencer o Justin a ir com você naquela aula aberta. Vou lá comprar mais bananas.

Scarlet estava tentando convencer o Justin a ir com ela em uma grande aula de “Yoga e Outros Exercícios para se Fazer em Casal” em Santa Barbara. Até o momento ela não tinha conseguido, mas eu sei que é só uma questão de tempo.

Fisgado igual um peixe.

Sai de casa com a sacola retornável e fui andando até o supermercado que fica a um quarteirão do nosso prédio. Comprei as bananas e aproveitei para pegar outras frutas e legumes—eu queria preparar um jantar no dia dos namorados para surpreender a Alice.

Combinamos que ela iria jantar na minha casa na quarta à noite depois do trabalho. Seria algo mais simples, mas no próximo final de semana eu queria viajar com ela até a Malibu e passar o dia na praia. Alice queria que eu ensinasse ela a surfar, e eu tinha prometido que assim que possível eu o faria.

Quando voltei, encontrei a casa às escuras. Todas as janelas foram fechadas e os blackouts foram abaixados. O que aconteceu por aqui?

Tentei acender a luz, mas o interruptor não funcionou. De repente, um caminho feito com luzes de Natal se acendeu. Coloquei a sacola com as compras no chão da sala e segui a direção para a qual as luzes apontavam: a varanda do apartamento. Para a minha sorte, a luz iluminava o suficiente, então não bati em nenhum móvel.

Levantei o blackout da porta da varanda, e arrastei a cortina, abrindo a porta em seguida. Encontrei uma mesa posta de café da manhã completa e a Alice me esperando com um sorriso no rosto, mais linda do que nunca.

— Surpresa — ela falou.

— Você preparou isso tudo?

Alice não gosta muito de cozinhar. Ela prefere beber vinho enquanto me assiste cozinhar, na verdade. E aquela comida parecia deliciosa e feita em casa.

— Sim. A Scarlet e o Justin me ajudaram — ela admitiu com um sorriso amarelo, e então se aproximou de mim — Feliz dia dos namorados.

Coloquei uma mão nas costas dela, trazendo ela para ainda mais perto e a beijei.

— Eu amei — falei cortando o nosso beijo com um selinho — Mas o dia dos namorados é só na quarta-feira.

— Eu sei. Mas eu queria fazer uma surpresa para você antes, já que quarta só vamos conseguir nos encontrar para jantar.

— Estou surpreso — concordei.

— Missão cumprida — ela sorriu. — Mas ainda tem mais.

— Mais do que uma mesa com as minhas comidas favoritas?

Ela tinha feito panquecas de banana com chocolate, sanduíches com patê de azeitona, brownies e um suco que eu sabia ser de morango, iogurte grego e laranja—uma das misturas que eu mais gosto. Na mesa também tinham uvas, manga, kiwi e morangos picados, assim como mel e chá de hortelã. Todas as coisas que eu mais gosto de comer.

— Sim. Tem algo que preciso te dizer — ela respirou fundo e eu esperei enquanto ela reunia coragem. O que quer que fosse, não podia ser algo ruim.

Quem prepara uma mesa de café da manhã de dia dos namorados antes de terminar com alguém?

— Quero te pedir desculpas — ela colocou a mão na minha boca, me impedindo de falar. — Me escuta até o final, tudo bem?

Concordei, balançando a cabeça de forma afirmativa, e ela continuou.

— Eu tenho pavor de relacionamentos. Todos os meus namoros e todos os caras que eu conheci se aproveitaram de mim de diversas formas. Já fui traída, roubada, abusada física e psicologicamente, e nunca tive um relacionamento saudável na minha vida. Por causa de todas essas feridas, eu tenho muito medo de me machucar e te machucar também. Sei que essas experiências me assombram como fantasmas, e eu tento lutar contra elas todos os dias.

Alice respirou fundo mais uma vez, e seus olhos marejaram.

— Quando a sua irmã disse que eu não era boa o suficiente para você, aquilo atingiu em cheio um dos meus maiores medos: o de que eu não mereço um cara como você. E apesar de ainda achar que tirei a sorte grande, eu percebi que estive agindo igual uma idiota por causa de um medo estúpido. Você me escolheu, só Shiva sabe a razão, e não é minha função questionar isso. Eu devia ter ficado feliz de finalmente estar com um homem que gosta de mim sem segundas intenções, mas eu deixei meu passado levar a melhor sobre mim mais uma vez.

Limpei uma lágrima que caiu dos seus olhos e puxei Alice para um beijo, provavelmente interrompendo o resto do discurso que ela tinha preparado.

— Você é a mulher mais forte que eu já conheci. Se você soubesse quantas vezes eu parei para pensar que eu não sou bom o suficiente para você... Eu te amo — a beijei de novo.

Dessa vez ela correspondeu com mais intensidade, grudando ainda mais o corpo no meu e puxando os meus cabelos. Só nos separamos para respirar, minutos depois, mas nossos corpos continuaram grudados um no outro.

— Você é o melhor namorado do mundo.

— Você é a melhor namorada do mundo — repeti.

— Eu te amo — ela me deu um beijo rápido — Agora vem comer essa comida que eu não acordei as quatro da manhã para preparar tudo para você comer um café da manhã gelado.

Nós dois nos sentamos na mesa. Peguei um dos sanduíches e experimentei: estava divino. Alguns minutos depois, acrescentei:

— Só para você saber, quem tirou a sorte grande fui eu. E você também está proibida de me pedir desculpas.

Alice abriu aquele sorriso torto divertido que eu tanto amo e em seguida enfiou um grande pedaço de panqueca na minha boca, me fazendo rir.

POV Justin

Conheci a Scarlet no dia do aniversário da Lexy e do Arthur. Ela é irmã do Mike, um dos integrantes da Delta Phi. Como a Alexandra convidou a fraternidade inteira para a festa com direito a levar um acompanhante, acabei tendo a sorte de conhecer a Scarlet. Não só ela era uma das meninas mais bonitas da festa—na verdade, se não fosse pela Lexy estar ali ela com certeza seria a mais bonita—mas era também engraçada, simpática e divertida.

Peguei o telefone dela no final da noite e mandei uma mensagem naquela madrugada mesmo chamando ela para um encontro. Ela respondeu dois minutos depois aceitando o meu convite, e nos vimos de novo na semana seguinte.

Depois disso, passamos a nos ver com muito mais frequência. E por causa da minha conversa com a Alice, eu decidi que queria encontrar alguém e dar uma chance para essa história toda de relacionamento—mas não sei explicar o que exatamente na Scarlet me fez decidir que seria ela. Eu só... Gosto dela.

Simples assim.

Ela é fofa, bonita, educada, e diferente da Alexandra, ela não tem um ego do tamanho do mundo. Na verdade, ela me lembra um pouco o Arthur em alguns aspectos—ela não é nem de longe tão trouxa quanto ele, mas ela é bastante altruísta e condescendente. A cereja do bolo é que eu me divirto bastante quando estou com a Scarlet, mesmo quando não estamos fazendo nada além de assistir televisão em casa.

O sexo é muito bom. Não é igual transar com a Lexy—mas também acho que ninguém nesse mundo vai conseguir ser melhor do que a Lexy—mas é muito bom. Scarlet é um pouco tímida, mas bem dedicada, se é que você me entende.

E claro, ela não colocou nenhum tipo de pressão em cima do nosso relacionamento, o que foi fundamental.

— Pelo amor de Deus — Scarlet gritou para a televisão — Você não vai ser estúpido de ficar com essa mulher, né? Tá tão na cara que tem um plano por trás e sua namorada vai aparecer em dois segundos! Você nunca viu uma comédia romântica na vida? — ela bufou — Personagem idiota...

Dei uma risada leve. Sempre me divirto quando a Scarlet conversa com os personagens dos filmes e seriados como se eles pudessem de fato ouvir o que ela estava dizendo.

— Por que é que homens são tão burros?

Eu sei que ela não estava perguntando para ninguém em específico, ela estava só descarregando a frustração dela. Mas ainda assim, eu respondi.

— Porque só pensamos em trepar o dia inteiro. Às vezes com várias mulheres, às vezes com uma só. É pior quando é com uma só: ninguém é mais burro do que um homem apaixonado.

— Você saberia — ela disse irônica, revirando os olhos.

— Na verdade...

Scarlet levou alguns segundos para desviar o olhar da televisão e me encarar. Aos poucos, pude ver sua expressão mudando como se ela compreendesse o que estava acontecendo: eu estava me declarando.

— Você não quer dizer...?

Dei de ombros.

Scarlet riu alto e bateu no meu ombro, me beijando em seguida.

— Eu também estou apaixonada por você, sabe?

— Mesmo com todos os meus defeitos? — brinquei.

— Sim. E olha que são vários...

— Você diz isso, mas se eu fosse numerar os seus defeitos ficaríamos aqui até amanhã, bonitinha — apertei a bochecha dela.

O sorriso da Scarlet aumentou e ela cruzou os braços em tom de desafio.

— Vamos testar essa teoria, por favor. Fique à vontade para começar.

Exatamente como o planejado.

— Você conversa com a televisão e muitas vezes não deixa a gente prestar atenção no filme, você gosta de procurar atividades aleatórias que você sabe que eu e você vamos detestar, mas você ainda assim insiste que a gente vá; você me belisca na bunda de vez em quando no banho e isso dói, você não é minha namorada, você gosta demais da cor verde, você adora experimentar comidas esquisitas que me fazem passar mal depois—

— Você acabou de dizer que eu não ser sua namorada é um dos meus defeitos? — ela me interrompeu.

Dei de ombros mais uma vez.

— Isso é... Justin! Não acredito que você está me pedindo em namoro listando todas as coisas que você não gosta em mim! — ela exclamou, me batendo de novo, mas Scarlet sorria, então eu sabia que ela não estava brava de verdade.

— Nunca disse que eu não gosto dessas coisas em você. Eu gosto de todos os seus defeitos — falei com um sorriso bobo.

Scarlet deu um gritinho e se jogou em cima de mim, me beijando.

— Não acredito que você é o meu namorado! E o melhor: meu irmão apostou comigo que eu passaria mais um ano encalhada no dia dos namorados, e eu ganhei! — ela voltou a me beijar.

Tive que segurar uma risada.

Será possível que a minha namorada esteja mais empolgada em vencer o próprio irmão em uma aposta do que com o fato que nós dois acabamos de nos tornar oficiais?

POV Alexandra

— Não acredito! — ouvi Claire, uma das meninas da irmandade, exclamar do meu quarto.

Eu estava voltando do banho, Claire e Sarah estavam conversando na cama de Sarah. Entrei usando o meu pijama e segurando uma toalha com a qual eu secava os meus cabelos.

— Não acredita no quê? — perguntei.

As duas se entreolharam, e eu fiquei tensa de repente. Eu não sou nem um pouco lerda, então eu sei que o assunto sobre o qual elas estavam falando é algo que eu não vou gostar de saber. Está estampado na cara delas que elas estão com medo de me responder.

Será que o Edward me traiu?

Ele não seria louco de fazer isso, seria? Porque eu conheço umas quatrocentas técnicas de tortura diferentes—meu bisavô foi do exército, e minha avó tinha uma sessão na biblioteca pessoal dela só sobre artimanhas de guerra, incluindo torturas que eram feitas antigamente—e eu não nasci para ser corna.

Eu me recuso!

— Claire — repeti — No que você não acredita? Fala logo.

— O Justin está namorando com a Scarlet.

Quem?

Quem é Scarlet?

Da onde essa menina surgiu? Como eles se conheceram? Quem é ela? Quantos anos ela tem? Por que raios o Justin tá namorando com ela? Quando isso aconteceu? Por que aconteceu? Como aconteceu?

O Justin está namorando!

— Scarlet, a irmã do Mike. Ela foi na sua festa, acho que eles se conheceram lá.

Na minha festa?! Eles se conheceram na minha festa?!

— Nem acredito que o Bieber finalmente desencalhou — dei de ombros, mantendo uma fachada límpida.

Se eu estou calma?

Não.

Com raiva?

Sim.

Surpresa?

Com certeza.

Mas a Claire e a Sarah não precisam saber disso.

Gosto muito da Sarah, e talvez ela até conseguisse manter a informação com ela por um tempo, mas a Claire? Jamais. Se ela sentir que essa notícia me afetou mesmo um pouquinho, eu não conto três horas e a irmandade inteira vai estar sabendo. Daí para a fraternidade—incluindo Edward, o meu namorado—ficarem sabendo também é uma questão de minutos. Essa proximidade entre as duas repúblicas é um ponto positivo e negativo ao mesmo tempo.

E além do mais, eu não deveria me incomodar com a notícia. Afinal de contas, eu tenho um namorado também. E daí se o Justin finalmente conheceu alguém? E daí se ele está namorando pela primeira vez na vida e isso é quase um acontecimento histórico? E daí que ele fez todo um drama comigo, mas agora está apaixonadinho pela Scarlet?

Quem se importa?

Ou melhor: quem não deveria se importar?

A resposta para ambas as perguntas é a mesma, obviamente.

Isso muda tudo, mesmo que não mude nada. O fato de que o Arthur passou o Natal, o Ano Novo sem me ligar, e não sucumbiu à vontade nem mesmo para me contar que o Justin estava namorando—algo que eu sei que ele deve ter morrido de vontade de fazer—é um sinal de que a coisa está mais séria do que eu previ inicialmente. Eu tenho certeza que o Arthur quis mais do que tudo me ligar e jogar na minha cara que eu estou sendo estúpida com o Justin.

Não que eu esteja. Eu não acho que fui estúpida em momento algum, na verdade. Eu e o Justin combinamos de ter um relacionamento exclusivamente físico, e apesar disso ter fugido do nosso controle por causa de toda aquela história de morarmos juntos e tudo o mais, quem quis provocar a discórdia foi ele.

Ele poderia muito bem ter ficado quieto—as coisas estariam muito bem, obrigada—ou no mínimo ter sido sincero e ter conversado comigo sobre os sentimentos dele. Apesar de que eu nem sei mais se esses sentimentos existiram de fato.

Se ele gosta de mim, se ele estava se apaixonando por mim, ele não namoraria outra pessoa? Namoraria? Isso seria estúpido.

Quem faria isso?

 

 

 

Ai, meu Deus.

POV Arthur

— Você está namorando — repeti aquilo pela quinta vez.

Justin manteve seu sorriso no rosto, mas não desviou os olhos da televisão. Estamos assistindo um jogo de hockey, um dos esportes favoritos dele. Ele compartilhou a notícia comigo assim que chegamos da faculdade e sentamos no sofá com o balde de pipoca pronto.

E apesar dele ter me contado que ia pedir a Scarlet em namoro, ele ter de fato feito isso ainda me surpreende. É como se fosse uma daquelas situações “preciso ver para crer”, e bom: estou vendo.

— Pela quinta vez, sim, eu estou namorando.

— E foi por pura e espontânea vontade. Ninguém te torturou ou te ameaçou. E não é a Lex.

Justin revirou os olhos.

— Até hoje ainda estamos batendo na mesma tecla? Se nem arrumando uma namorada eu te convenço que não estou apaixonado pela sua irmã, acho que vou morrer com esse estigma. Na minha lápide vai estar escrito “jaz aqui Justin Bieber, amigo fiel, excelente jogador de FIFA e eterno amante não correspondido de Alexandra Bachman”.

Dessa vez fui eu quem revirei os olhos.

— Se a minha irmã que é a pessoa mais bem resolvida que eu conheço começou a namorar mesmo sendo apaixonada por você, não sei porque você acha que o fato de você estar namorando vai me fazer ignorar tudo que eu vi durante cinco meses.

— Tudo que você acha que viu.

— Não. Vou confiar no meu sexto sentido nessa, foi mal. Mas como a vida não é minha e eu estou muito feliz no meu namoro, obrigado, não vou me intrometer. Vocês que façam o que vocês acharem melhor.

— Certo — Justin respondeu, e eu sabia que já tinha perdido ele.

Sua atenção estava sendo direcionada por completo à televisão. Respirando fundo mais uma vez, também voltei a assistir ao jogo.

POV Alexandra

— Feliz dia dos namorados — Ed me deu um beijo.

Depois de conversar com a minha avó e de ter recebido dois presentes luxuosos e exuberantes de aniversário e Natal, eu tinha falado para o Ed para a gente fazer uma coisa simples no dia dos namorados. Então ele disse que ia preparar um jantar para mim com uma receita da família dele—e eu preciso dizer que fiquei surpresa.

Quer dizer... Ele é gato, gostoso, bom de cama, influente, rico, inteligente, intelectual, culto, educado, cavalheiro e ainda por cima sabe cozinhar?

Não entendo muito de matemática, mas tenho quase certeza que os estudos da probabilidade não aprovam a existência do Edward. Ele é perfeito. E mesmo assim, por alguma razão, alguma coisa estava me incomodando desde a conversa com a Sarah e a Claire. E eu sei muito bem o que é, eu só não consegui admitir para mim mesma ainda.

Que péssimo timing para perceber que eu estou apaixonada pelo idiota do Bieber, não é mesmo?

— Feliz dia dos namorados — sorri para o Ed.

Assim que seus olhos se encontraram com o meu, eu soube que ele percebeu que algo estava errado. Ele é muito bom em ler as pessoas—talvez isso seja de família, porque é um talento muito bom para se ter no universo da política—e eu sou um livro aberto para ele. Eu já sou assim por natureza, porque não gosto de esconder nada das pessoas e muito menos de alguém com quem eu esteja namorando, mas com ele principalmente.

— Qual o menu da noite? — perguntei, desviando o meu olhar.

Cumprimentei alguns dos meninos da fraternidade a medida que o Edward me guiava até os jardins, onde o nosso jantar estava preparado em uma mesa ao ar livre.

— Salmão com molho de roquefort e nozes, arroz branco e salada. E o seu vinho favorito para acompanhar — ele piscou para mim, arrastando a cadeira para eu me sentar.

— Como sempre, perfeito — sorri para ele.

Edward abriu a garrafa e nos serviu, e começamos o nosso jantar. Contei para ele das duas provas que eu tinha recebido naquele dia, ambas as quais eu tinha tirado a nota máxima. Ele me contou também das provas dele, e assim como eu ele também tinha tirado A+ em todas elas. Somos ou não um casal com futuro promissor?

Eu consigo visualizar e quase encostar nesse futuro.

Eu e o Edward terminaríamos ambos a faculdade com honras e nos mudaríamos para São Francisco para trabalhar em alguma empresa de grande porte ou alguma Startup promissora e inovadora—ou quem sabe criaríamos nós dois a nossa própria Startup? Com certeza estaríamos morando juntos assim que eu me formasse, o que vai acontecer daqui a três anos, enquanto o Edward se forma no final do ano que vem. A gente provavelmente se casaria, porque acho que as nossas famílias iam gostar—e parece um passo natural na vida, não é mesmo? E isso ia acontecer talvez uns sete anos depois de já estarmos morando juntos, quando os dois tivessem alcançado um mínimo de sucesso profissional.

Teríamos uma casa de praia em Malibu, talvez filhos, com certeza um cachorro e seríamos felizes. Nada extraordinário, mas tenho certeza que felizes. Eu e o Edward não brigamos muito—nós concordamos em quase tudo, e nosso modo de pensar e ver a vida é bastante parecido. Queremos as mesmas coisas no futuro, somos igualmente ambiciosos, e ambos apreciamos coisas matérias. Nunca seríamos aquele casal com uma história emocionante, mas seríamos aquele casal que todo mundo quer ser.

Com aquele casamento que todo mundo quer igual. Com filhos bonitos, arrumados e inteligentes. Com três carros de luxo na garagem da nossa mansão em Pacific Heights.

E eu gosto dele. Eu me apaixonei pelo Edward, claro que sim. Igual eu falei, eu seria feliz com ele. Eu provavelmente seria muito feliz com ele.

— O Justin está namorando — ele falou ao final do jantar, bebendo um gole do vinho em seguida.

— Você já está sabendo, então — suspirei.

É claro que ele sabe. Nunca vi um lugar onde fofoca e notícia espalha mais rápido do que em república.

— Com a irmã do Mike — Ed acrescentou — Você chegou a conhecer ela?

— Não. As meninas me contaram que ela se chama Scarlet. Você conhece?

— De vista, sim. Conheço a família de quase todos os meninos, com exceção de alguns novatos. Ela é bonita.

— Imagino que sim. Ele não namoraria uma menina feia.

— Você é obviamente muito mais bonita do que ela — Edward falou depois de um tempo de forma pausada.

Eu sei muito bem o que ele está fazendo. E sei muito bem aonde ele quer chegar. Por alguma razão, meu coração começou a bater mais rápido ao perceber qual seria o final daquela conversa e eu comecei a sentir uma bola presa na minha garganta que trouxe à tona a vontade de chorar constante que eu venho sentindo desde que briguei com o Arthur.

— Também sei disso. Ainda não conheci ninguém mais bonita do que eu — dei um sorriso brincalhão, e Edward correspondeu por alguns segundos.

— Por que você não me contou?

— Por que eu deveria ter contado? Descobri há pouco tempo, e não achei que você estivesse interessado na vida pessoal do Bieber.

— Não. Estou interessado no quanto você é afetada pela vida pessoal do Bieber. Seu irmão ainda não te ligou?

— Não — suspirei de novo e mordi meu próprio lábio para segurar as lágrimas.

Nessa hora, Edward se levantou da mesa e me puxou em seguida para que eu me levantasse também. Com a mão na minha, ele me guiou até uma das árvores do final do jardim—uma grande o suficiente para esconder nossa silhueta se estivéssemos atrás dela. E foi isso que ele fez: ele se sentou encostado na árvore e me puxou para baixo, para que eu me sentasse entre suas pernas.

Como eu disse, ele é perfeito.

Eu não segurei as lágrimas mais. Me encolhi no abraço dele e chorei pela segunda vez em menos de dois meses de forma desenfreada. Me acalma o coração saber que mesmo que eu e o Edward não acabemos juntos, ele ainda se preocupa comigo e está aqui para mim.

— Me desculpa, Ed — pedi em meio aos meus soluços.

— Essas palavras não combinam com você, Lex — ele me chamou pelo meu apelido de infância pela primeira vez.

— Eu daria de tudo para mudar a forma como eu me sinto, mas não consigo fazer isso.

— Eu sei. Está tudo bem — ele beijou minha testa e apertou ainda mais o seu abraço em volta de mim — Certas coisas não são para ser, e precisamos aceitar e estar em paz com isso. Eu me sinto honrado de ter te conhecido e ter vivido tudo que vivemos juntos desde que nos conhecemos, no seu primeiro dia de aula, seis meses atrás.

E foi assim que eu vi o meu relacionamento o Edward chegando ao fim. Vi todo aquele futuro se transformando em fumaça bem na frente dos meus olhos, e o pior:  

Por alguém que eu nem sei se me ama de volta. 


Notas Finais


ME PERDOEM A DEMORA GIGANTESCA, PESSOAS MARAVILHOSAS 💗
Como eu falei uns capítulos para trás (eu acho que falei, pelo menos), eu acabei de conseguir um segundo emprego, e estou tentando ainda organizar bem a minha rotina para conseguir equilibrar ele, o outro emprego que eu já tinha, e um pouquinho de vida social se possível, hehe.

Ficou faltando só o último POV da Lexy, que eu deixei para fazer na quinta-feira, mas acabei sem tempo e só hoje consegui terminar. Ele não ficou muito bom, então me perdoem por isso também ):

Prometo que o próximo vai vir bem mais rápido! 💗
Muito obrigada por acompanharem, pela paciência, pelos comentários PERFEITOS e por não desistirem de mim! 💗


—contagem regressiva: 06! 💗


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