História My controversial World - Sumir é uma rotina

~Leandro

 Eu abri meus olhos lentamente e senti como se eu tivesse sido atropelado por um caminhão de tanta dor que tava sentindo, quando me ergui para sentar  vi Felipe sentado na minha frente com a cabeça caída pra baixo, suas mãos completamente feridas o que tinha acontecido enquanto eu estava inconsciente... esse idiota.

 Eu me levantei meio tonto, sentia minhas pernas bambas e acabei tropeçando e caindo em cima de uma mesinha de metal fazendo Felipe da um pulo da cadeira olhando prós lados até mirar seus olhos em mim.

-O que diabos você tá fazendo? - ele me encarou e logo veio até mim me ajudando a voltar para a cama.

-Os seus ferimentos... O que diabos aconteceu naquele depósito? - encarei suas mãos.

- Eu estou bem, você não tem com o que se preocupar - ele deu um sorriso que não me agradou e acabei dando um murro em seu braço. - Oh... Leandro!

- Só para de agir como se nada tivesse acontecido Felipe! Aconteceu! A gente quase morreu, qual é o seu problema?! - eu me levantei e sentei na cama novamente.

- Eu estou falando a verdade... Já apanhei tanto na minha vida que isso é normal, me desculpa por ter trazido você a isso... Você só tem se machucado por minha causa! - ele me olhou frustrado

-Não conte as coisas por metade se no final você vai querer esconder de mim, não vai querer me conta nada da sua vida...

-Meu Deus Leandro, por que você ta assim? - ele me encarou.

-Eu não sei... talvez o tempo que eu estive inconsciente tenha me lembrado que você sabe da minha vida até demais e eu só sei que você é louco, um babaca que quase matou nós dois! - ele ficou em silêncio me encarando por um tempo, quando ele ia abrir a boca a porta do meu quarto foi aberta e era minha mãe que praticamente correu pra cima de mim em lágrimas.

-Que bom que você está bem meu filho! Se eu pego aqueles merdas eu mesma mato eles! - minha mãe me olhou da cabeça aos pés e logo atrás vi meu pai tentando puxar fôlego.

-Ah meu deus.... Eu achei que fosse morrer... Eu nunca mais deixo você dirigir um carro Pandora quando estiver em decespero... - Meu pai veio até mim e Felipe apenas me olhou completamente desapontado e foi embora sem dizer mais nada

E eu não o impedi, não via o porquê de não deixá-lo ir....

     

~

 

                 ~ Quarto dias depois

                     7:01 da manhã 

     Depois do ocorrido todos ficaram sabendo, tinha até se torando caso de polícia, minha mãe não ia deixar aquilo barato...

Não via Felipe desde o hospital... ele não apareceu no colégio, não ligou e nem mandou mensagens, fui até seu apartamento mas ele não estava. Eu comecei a ficar preocupado mas Lucas tinha dito que Felipe fazia isso sempre, Felipe já ficou dois meses sem dar sinal de vida mas depois voltou como se nada tivesse acontecido, aquilo com certeza não era normal...

-Relaxa Leandro, o Felipe só faz isso quando se sente ameaçado, ou frustrado, ou quando a mãe dele pede para ele ir pra casa... Felipe sempre foi encrequeiro por mais que você não queira admitir, Felipe tem sérios problemas... - Estava andando pelo pátio no intervalo com Lucas enquanto bebia uma caixinha de suco de maçã, minha visão só se encontrava com o chão...

-Aonde a mãe dele mora ? - Encarei Lucas.

- O que diabos vai fazer na casa da mãe dele? A família dele não é nem um pouco simpática...

- Eu iria lá jogar ovo e papel higiênico e dizer pra devolver o Felipe pra mim, se toca né Lucas, eu só quero saber se ele está lá e se está bem... 

-Nossa seu ignorante. Está bem, vou te dar o endereço mas não tenho certeza que você poderá entrar lá com facilidade.

-E por que não?

-Leandro... Felipe não tem um padrasto só rico não, ele é o padrasto rico e homofóbico e um puto de um desgraçado

- Não importa, eu vou dar um jeito.

- Que jeito Zé bonitão? Aquele lugar é cheio de seguranças, e vou ser bem sincero com você... Eu nunca conheci a mãe dele, e olha que sou o melhor amigo dele, na verdade o único!

-Ah cala boca Lucas!

-Oi pessoal!- Larissa apareceu em nossa frente toda alegre enquanto olhava ela com cara de que alguém tinha morrido.

-Credo Leandro, por que tá com essa cara ? Você sabe que o Felipe vai voltar!

- Pelo visto eu sou o único que não acredita nisso, falando nisso dona fofoqueira sabe de alguma coisa que aconteceu com o Nando e os outros? 

-Eles foram expulsos. Sua mãe jogou um processo neles, Pablo e Rafael mudaram de escola, Nando se mudou pra outra cidade, se encontra em um hospital agora, os pais deles querem acabar com o Felipe, mas não fizeram nada já que né, Felipe é poderoso... E fim das fofocas do dia! - Larissa sorriu

- Por acaso o pai do Felipe é algum deputado ou traficante? Como ele pode ser tão poderoso assim?

- A vida do Felipe é um mistério meu amigo, de cara você vê o Felipe como uma boa pessoa até ele surtar, ninguém nunca viu seus pais, mas sabemos que são poderoso porquê se não Felipe já estava na cadeia né bebê  - Larissa começou a andar junto da gente.

- Parem de chamá-lo de  louco... isso me irrita - Apesar de eu mesma tê-lo chamado assim... - Eu tive uma ideia! E isso inclui você Larissa.

-Eu ?! 

-Sim você mesma... só precisamos dar um jeito nesse seu cabelo rosa e seus piercings...

      ~ 

                           13:15

       Eu e Larissa estávamos em frente da enorme mansão... olhei para Larissa que estava com uma peruca loira sem seus piercings e vestida como uma garota comportada, deu vontade rir enquanto ela ajeitava a saia constrangida.

-Oh Leandro eu não gosto dessa idéia de dizer que sou a namorada do Felipe... Quem iria acreditar? Olha pro Felipe e olha pra mim, e você não disse que os pais deles sabem que ele é gay? Qual é o sentido nisso? - eu a encarei

- Ela sabe mas não aprova, talvez ela aceite você, agora fica quietinha e faz tudo no combinado big big.

-Você me chamou de que ? - Ela me olhou furiosa.

-Big big - eu a encarei

-Big big só por que tenho cabelo rosa ?

-Sim e porque você é meio quadrada e grudenta.

-Filha da -...

-Já chega né? Vamos tocar essa campainha.

A campainha que fez ecoar dentro da casa. Eu puxei Larissa pra frente da pequena câmera que estava ali e ela apenas disse bem alto que era namorada de Felipe, eu não achei que iria dar certo mas o enorme portão foi aberto e eu e Larissa nos olhamos surpresos pois não sabíamos que ia dar certo... ou será que sabem que somos nós? A gente entrou sem pensar duas vezes.

 A porta foi aberta e dela saiu uma mulher loira, um pouco mais baixa que eu... ela não parecia velha nem de longe, ela era toda elegante e esbanjava jóias pelo seu pescoço e dedos, tinha anéis que eu tinha certeza que eram incrivelmente caros.

      Ela olhou atentamente para Larissa que parecia uma garota normal sem seus piercings e sem seu cabelo rosado.

-Então você se considera namorada do meu filho? - A mulher tinha um olhar extremamente rude

-Eh... ah sim... - Larissa mexia nos seus dedos nervosa.

-Meu filho é gay, ele disse. - ela falava nem um pouco feliz com que tinha dito, mas logo ela me olhou atentamente. - E quanto a você ? - Engoli em seco.

-Sou irmão dela. - Falei firme.

-Não se parecem.

-Somos irmãos só de parte de pai. - ela me olhou por um instante e tinha respirado fundo.

-Entrem por um momento. - aquele "por um momento" com certeza eu imaginava um interrogatório...