História My dear prince - yeonbin - Fomos enganados

 Andando pelos quase infinitos corredores, Yeonjun buscava por seu amigo com aquelas belas flores em mãos. 

 Algumas pessoas olhavam com curiosidade para o jovem, outros comentavam uns com os outros, imaginando que aquilo era um presente do príncipe. 

 — Imaginei que seria mais fácil... – Yeonjun falava sozinho, já cansado de tanto andar, sequer sabia onde estava. 

 Mas, para sua sorte, ao virar em um corredor, conseguiu encontrar Beomgyu puxando uma nova arara de roupas, provavelmente eram suas, já que suas iniciais estavam escritas em um papel preso no objeto. 

 — Beomgyu! – Chamou animado. 

 O príncipe olhou para si, com uma feição desanimada, mas sorriu para não preocupar o outro. 

 — Olá... – Cumprimentou, parando na frente do mais alto. — Desculpe, Yeonjun, estou com um pouco de pressa, preciso levar isso até seu quarto, seu armário já está montado lá, tenho que arrumar tudo ainda...

 — Oh, não irei tomar muito do seu tempo! – Falou um tanto desesperado, com medo do garoto ir embora. — Taehyun pediu para lhe entregar isso aqui. – Estendeu o buquê. 

 O Choi corou, olhando para aquelas belas flores.

— Ele que... Mandou? – Falou baixo, olhando diretamente para as flores em suas mãos. 

 — O próprio. – Yeonjun sorriu. Ele estava caindo. 

 — Bem... Acho que irei o agradecer mais tarde então. – Deu um sorriso mínimo. 

 — É, ele está meio ocupado, por isso pediu para eu entregar. – Disse simplista. — Ei, o que acha de irmos dar uma volta hoje? 

 — Uma volta? 

 — Sim! Só nós dois, o que você acha? – O rosado perguntava nervoso, com medo deste não aceitar. 

 — Pode ser... Acho que é uma boa ideia, preciso mesmo conversar com alguém a sós. – O mais novo aceitou com um sorriso, o que fez Yeonjun sorrir também, mesmo que estivesse se sentindo um pouco culpado. 

 O outro príncipe estava contando com aquilo como um momento para desabafar, mas estava indo se encontrar com outra pessoa. 

 — Nos vemos no bosque norte às 19:00, então? – O mais velho perguntou com sorriso pequeno. 

 — Fechado!

 Podemos conversar depois - Foi o que o rosado pensou antes de se virar e se retirar, deixando que Beomgyu terminasse seu trabalho em paz. 

 Caminhando pelo enorme palácio, Yeonjun se perguntava se SooBin havia tido a mesma sorte. 

  [...] 

 — Beomgyu que me enviou isso? – Taehyun perguntava desconfiado, olhando para o ramo nas mãos do Choi. 

 — Sim, Taehyun. – SooBin respondia já cansado. O garoto havia o perguntado a mesma coisa umas três vezes. 

 Depois de muito procurar - e quase desistir - SooBin havia finalmente encontrado Kang Taehyun em uma das lavanderias do castelo, e o melhor ainda, este estava sozinho.

 — Se você diz. – Finalmente pegou as flores, então o azulado sorriu, começando a colocar a segunda parte do plano em ação. 

 — Sabe, Taehyun... – Começou. — Acho que nós deveríamos virar amigos. 

 — Acha? – O empregado perguntou com um pequeno sorriso. Claro, conversava com SooBin, mas não chegavam a serem amigos. 

 — Acho sim. – O mais alto cruzou os braços em frente a seu peito. — Ei, o que você acha de me encontrar no bosque leste hoje, as 19:00? Assim podemos conversar melhor, e não haverá ninguém para incomodar. 

 — O seu noivo não irá ficar com ciúmes de você em um lugar reservado com outro homem? – Arqueou a sobrancelha, desconfiado com aquilo.

 — Claro que não! – Ele estará comigo, de qualquer forma. - completou mentalmente. 

 — Bom, sendo assim, eu irei, mas já peço desculpas se eu me atrasar, tenho que terminar isso aqui. – Falou apontando para as roupas de Yeonjun, que até agora não foram lavadas, devido ao incidente com Jina e os demais acontecimentos. 

 — Ótimo, te aguardo lá! – SooBin sorriu, em seguida acenando para ele, tratando de sair logo, antes que este mudasse de ideia.

 Taehyun olhava o príncipe desaparecendo pela porta daquele local, com um olhar desconfiado, em seguida, direcionou o mesmo olhar para as flores, que estavam amarradas por uma fita de uma forma desengonçada. 

 Beomgyu é tão caprichoso, ele mesmo que fez isso aqui? - Era o que o Kang pensava.

 Havia algo errado ali, e este estava mais que disposto a descobrir, por isso, iria ao local marcado com SooBin.

 [...] 

 As horas haviam se passado. Beomgyu tinha levado as flores, aparentemente dadas por Taehyun, até seu quarto, colocando-as ao lado de sua cama, em um vaso. 

 Aquele seria apenas um passeio com Yeonjun, então não viu necessidade em se arrumar muito, então, após seu banho, apenas vestiu um moletom listrado em cinza e branco, juntamente a uma calça e tênis também brancos. Uma roupa simples para uma volta entre amigos. Saiu do quarto, avisando a sua mãe que não sabia a hora que voltaria. Claro, Minji não pôde evitar de mandar o filho se cuidar dizer para correr para dentro caso qualquer coisa mínima acontecesse, e evitar ficar sozinho. 

 Beomgyu achava exagero tanto cuidado com um rapaz de sua idade, mas agora conhecendo o trauma de sua mãe, compreendia aquilo. 

 Andando pelo palácio iluminado por vários lustres chiques, o Choi se perguntava se estava atrasado, se o amigo já estava lá. Passos apressados se fizeram presentes com a possibilidade de deixar Yeonjun esperando. 

 Não gostava de fazer os outros esperar.  

 Chegando no local marcado, este acabou tendo uma surpresa, que não sabia se era boa ou ruim. 

 Kang Taehyun estava ali, sentado suavemente sobre uma pedra, trajando uma roupa simples, mas que lhe caia muito bem: uma camisa xadrez aberta, com uma regata branca por baixo, um short xadrez, igual a parte superior de sua roupa, e claro, um par de tênis brancos.

 O Choi poderia ficar o observando em silêncio por horas, mas a curiosidade de saber o motivo da presença do mais novo era maior. 

 — Taehyun? – Se aproximou do outro. 

 — Beomgyu? – O Kang se levantou num pulo indo até o rapaz. 

 — O que faz aqui? 

 — SooBin me mandou vir para cá a essa hora, dizia que iríamos passear... – Sorriu pequeno. — E você? 

 — Engraçado, Yeonjun me disse a mesma coisa... – Fez um bico. Era estranho aquilo, ambos no mesmo lugar a mesma hora, e ainda mais sem os dois que os mandaram para lá. 

 Enquanto o Choi pensava que os dois ainda viriam, Taehyun já havia entendido o que os mais velhos fizeram. Ou talvez tivesse uma ideia. 

 — Eu... Gostei muito das flores que você me mandou... – O mais velho falou tímido. 

 — Flores? Mas eu não te mandei flores, eu que recebi de você. – O loiro o encarava com uma feição de confusão. 

 — Mas eu não mandei nada! – Beomgyu se desesperou. 

 Que vergonha... - era o que pensava. 

 Taehyun sorriu pequeno, soltando uma risada soprada. Estava claro. 

 — Fomos enganados, Beomgyu. – Sorriu pequeno. 

 — Acho que eles queriam que nós estivéssemos aqui, como um... – Acabou sendo cortado pelo mais novo. 

 — Como um encontro a cegas. 

 Os dois coraram, olhando um para o outro. Seus corações estavam mais agitados que o normal, e a atmosfera parecia perfeita para um encontro. 

 Taehyun engoliu em seco, aquele seria o momento? Deveria contar a Beomgyu sobre seus sentimentos? 

 Quem sabe...

 Talvez sim...

 Talvez não...

 — Bem... Já que fomos enganados, acho melhor eu ir embora... – O moreno falava um pouco tímido, se virando para sair. 

 — Não! – O loiro quase gritou. 

 — Não? – Olhou confuso para o mesmo. 

 — Não! Nós... Podemos ficar aqui, sabe? Nunca ficamos juntos fora do trabalho... – Sugeriu o mais novo, com suas bochechas coradas. 

 — Se você acha... – Sorriu pequeno. 

 Silêncio. Um silêncio constrangedor se formou no local. 

 Nenhum sabia ao certo o que falar, se deveria falar. 

 As palavras de sua mãe voltavam a cabeça do Kang. 

 Não poderia deixar ser tarde de mais. 

 Aos poucos o mais novo se aproximou do mais alto, então segurando em suas mãos com certa delicadeza.

 — Taehyun... – Beomgyu começou, olhando para suas mãos, mas acabou sendo cortado. 

 — Por favor, me deixe falar, antes que a vergonha volte e eu pense duas vezes. – Riu tímido. O Choi assentiu, um pouco nervoso. Mas porque estava nervoso? — Eu gosto de você, Beomgyu.

 Aquelas palavras... Aquelas simples palavras, soaram como música nos ouvidos do mais alto, fazendo seu coração palpitar forte no peito. 

 Taehyun estava falando sério? 

 — Isso... Isso é verdade? – Precisava tirar a dúvida. 

 — A mais pura e sincera das verdades. – Confirmou o loiro, assentindo brevemente com sua cabeça.

 Um sorriso bobo se formou nos lábios do mais velho. Aquilo parecia um sonho, bom de mais para ser verdade, mas não iria perder a chance. Não poderia deixar passar.

 — Eu gosto de você também, Taehyun. – Falou com o mesmo sorriso. Era incrível como simples palavras podiam mexer com alguém. 

 Silêncio. Novamente o silêncio, mas dessa vez, era um silêncio bom, com um apenas aproveitando a presença do outro. 

 Sem sequer notarem, os dois já estavam mais próximos que antes, até mesmo podendo sentir as respirações próximas. Beomgyu sentiu uma enorme onda de coragem e iniciativa lhe invadindo, com isso, elevou sua mão até chegar no rosto do loiro, acariciando suas bochechas e o puxando um pouco mais para perto... 

 — Eu... Posso? – perguntou em tom baixo, acariciando o lábio inferior do mais novo com seu polegar. 

 Kang tinha suas bochechas vermelhas de vergonha, seu coração acelerado e o corpo mole, como se fosse cair nos braços do outro a qualquer segundo. Porque Beomgyu o deixava assim?

 — Pode. 

 Um sorriso foi formado no rosto do maior, que puxou o outro um pouco mais para perto, finalmente juntando as duas bocas num ósculo tão esperado.  

 — Conseguimos! – Os dois príncipes que observavam o casal de longe sussuraram ao mesmo tempo, batendo suas mãos em um high-five.