História My Dear Teacher - Capítulo Trinta

My Dear Teacher – Capítulo Trinta

Charlotte resolveu ler um livro para tentar espairecer, pois nem estudar ela estava conseguindo. Ela comeu pouco, quando estava ansiosa ou nervosa não conseguia comer nada e pensando no que Louis havia feito não estava conseguindo ingerir nada.

O livro a distraiu bem e por volta das 21:00 ela ouviu um carro parando na porta de sua casa. Sua rua era silenciosa e qualquer carro que parasse era ouvido. Charlotte, então, resolveu ir até a janela olhar de quem era o carro. Seu coração deu pulinhos e um frio percorreu sua coluna ao constatar que o carro era de Louis.

A moça não queria ver o professor nem coberto de ouro, mas ela sabia que se ela não o expulsasse ele poderia tocar na campainha e ser notado por seus pais. Seria um desastre.

A estudante de jornalismo desceu as escadas sem verificar com que roupa estava e abriu a porta bem devagar para não chamar atenção de seus pais ou de sua irmã.

Louis estava descendo do carro quando viu a moça abrindo a porta e saindo de fininho. Ela estava linda com os cabelos bagunçados, uma blusa de manga curta branca e um short de pijama de bichinhos. Louis se sentiu miserável por fazer a moça passar por isso, sair escondida de casa mesmo depois do que ele a fez passar. Ele não a merecia, não merecia nem respirar o mesmo ar que ela.

— Achei que tivesse dito para não me procurar mais. — Charlotte falou friamente cruzando os braços.

— Eu sei, mas eu imploro por dois minutos. Preciso falar com você. — Louis preferiu não se aproximar mais, apenas olhou nos belos olhos da moça e esperou uma resposta, como não houve protestos ele prosseguiu.

— Eu vim te pedir perdão. Charlotte, eu não mereço você. Eu fui um filho da puta, tirei conclusões precipitadas quando deveria saber que você nunca faria nada pra me prejudicar. Você merece mais, merece alguém que te leve para lugares lotados, alguém que se apresente para seus pais, que segure sua mão no shopping ou na pracinha, alguém que te beije em qualquer lugar ou que poste várias fotos com você.

— Louis, não...

— Por favor, me deixe terminar. Eu fui um péssimo companheiro. Você se sacrificou tanto por nós e eu que eu fiz? Eu te julguei e te disse coisas horríveis. Estou aqui pra implorar seu perdão. — O professor se ajoelhou com os dois joelhos no chão.

Charlotte ficou sem palavras diante da atitude de Louis, ele estava ajoelhado pedindo seu perdão e ela não sabia o que dizer.

— Louis, levante.

— Eu vou entender se você não puder me perdoar, eu juro, mas eu imploro que me perdoe. — A essa altura lágrimas já escorriam dos olhos da morena e ela não conseguia controlar.

— Não chore, por favor. Não por mim, de novo. Por favor, Charlotte. Não chore, eu não vou suportar te fazer chorar de novo. — Louis se levantou e abraçou a aluna com toda força que tinha e afagou seus cabelos.

Ele só percebeu que estava chorando quando Charlie se afastou e enxugou suas lágrimas, os dois se olharam e Louis desabou. Como ele podia ter gritado com ela? Como ele podia ter acusado Charlie de algo tão perverso, logo ela que era tão pura?

Louis sentiu as mãozinhas de Charlotte o abraçando e dizendo que ia ficar tudo bem e pedindo que ele se acalmasse.

— Eu não mereço isso... Você é demais pra mim... — Entre soluços Louis se afastou e olhou nos olhos da moça — Você me perdoa?

— Sim, mas isso não quer dizer que as coisas vão voltar a ser como antes. — Charlotte enxugou uma lágrima do rosto de Louis.

— E eu não quero que volte, eu quero que as coisas sejam diferentes. Você merece um homem que esteja disposto a fazer tudo por você. E eu estou.

— Como assim?

— Algumas coisas nos impedem de tentar ter um relacionamento de verdade. Seus pais, a política da faculdade, mas eu não me importo. Eu faço qualquer coisa pra ficar com você, pra fazer as coisas direito.

— Louis, calma. Olha pra mim. — Ele fez o Charlotte pediu. — É muita informação pra minha cabeça e você não pode se precipitar assim, você está arriscando muito por algo que a gente não sabe se vai dar certo e além do mais eu preciso pensar.

— Você tem todo o tempo do mundo. — Louis contornou o rosto da moça com o polegar.

— Boa noite. — A morena não esperou uma resposta, entrou e fechou a porta. Ela se sentiu em um filme ao escorregar pela porta e ficar alguns minutos sentada no chão ouvindo a respiração de Louis.

O professor ficou alguns minutos com a testa encostada na porta pensando se tinha falado tudo que queria ou se ainda faltava alguma coisa.

Como alguém poderia ter um sorriso tão lindo? Como Charlotte conseguia ser tão boa? Ou tão carinhosa? E o perfume dela? Nossa! Definitivamente, o cheiro dela era o cheiro favorito de Louis. Nada se comparava com o jeito gracioso que ela se movimentava ou com a voz delicada que ela tinha. Certamente, ela havia sido uma princesa em outra vida, Louis não tinha dúvidas. Quais eram os defeitos de Charlie? Louis não conseguia encontrar nenhum.

— Aí meu Deus. Eu me apaixonei por você, eu me apaixonei por Charlotte. — Louis deixou escapar ao se dar conta de que estava apaixonado, ele sorriu e seguiu até seu carro sem saber que deixou uma moça paralisada atrás da porta ao ouvir suas palavras.

Charlotte ficou sem ação por vários minutos, foram tantos minutos que ela nem se preocupou em saber a hora que foi para seu quarto. O mundo tinha parado de girar e o silêncio na casa contribuía para essa teoria.

Se as circunstâncias fossem outras ela teria corrido para beijá-lo, mas ainda estava cedo, ela não se sentia pronta para tentar o que quer que fosse com Louis, precisava de tempo e de espaço.

   Charlotte sempre gostou de agir de acordo com a vontade de seu coração e dessa vez não seria diferente, em seu tempo ela decidiria o que iria fazer.