História My Dear Teacher - Capítulo Nove

My Dear Teacher – Capítulo Nove

      Louis só caiu na real quando faltou fôlego e ele precisou se afastar da boca da garota. Estava pronto para dizer algo para afastá-la ou dizer que tinha sido um erro, mas ela estava com um sorriso tão radiante nos lábios que partiu seu coração dizer o que ele teve que dizer:

─ Charlotte, o que a gente fez? ─ Louis estava preocupado, pois pressentia que algo ruim iria acontecer.

─ Louis, se acalme. Nós dois queríamos isso, somos adultos e não foi nada demais. Tudo bem que não deveria ter sido dentro da universidade, mas aconteceu e foi ótimo. ─ Novamente a morena sorriu e Louis se sentiu ainda pior.

O professor de economia respirou fundo e continuou:

─ Isso não deveria ter acontecido! Isso não vai se repetir, para o bem do nosso relacionamento, não devemos mais manter tanto contato. Vamos esquecer o que aconteceu aqui. ─ Tomlinson estava transtornado e dividido entre a razão que era manter apenas um relacionamento profissional e a emoção que era descobrir do que isso ia dar.

─ É isso que você quer? ─ Charlotte perguntou de braços cruzados tentando se manter forte.

─ Sim. É isso que eu quero. ─ O professor compreendeu que o único jeito da morena se afastar era rejeitando-a e como isso doía.

   Ele saiu da biblioteca deixando a moça sozinha apenas com a luz do início da aurora que entrava pela janela. Charlotte sentou no chão e não conseguiu se controlar chorando de raiva, sentindo-se rejeitada, suja e a pior pessoa do mundo. Louis parou atrás da porta e ficou ouvindo a moça chorar até ver uma movimentação de alunos, a faculdade havia sido aberta.

   Rapidamente, Tomlinson foi em direção a entrada e encontrou o zelador varrendo os degraus da entrada.

─ Bom dia. ─ Louis não ouviu a resposta, pois viu quando a Charlie passou correndo por ele.

─ Charlotte, espere! ─ O professor falou mais alto do que gostaria e parou quando viu a moça abraçar uma ruiva. Lauren olhou para Louis e em seguida para Charlotte, como se ela soubesse de alguma coisa.

─ O que aconteceu? ─ Lauren perguntou saindo do abraço da amiga que chorava descontroladamente.

─ Nada. Eu preciso ir para casa. ─ A morena ainda estava soluçando e enxugando as lágrimas rapidamente.

─ Eu vou com você então. Não tem nenhuma aula importante hoje. ─ A estudante de jornalismo nem teve forças para contrariar, apenas balançou a cabeça concordando.

   Quando as duas chegaram em casa, só estava Molly cuidando das coisas da casa e Sophie ainda estava dormindo. A morena tomou um banho, vestiu seu pijama e levou para o quarto um pote de sorvete, duas colheres e uma barra de chocolate.

─ Você veio preparada mesmo! ─ Comentou Lauren quando viu tudo que a amiga trazia.

─ Vou precisar de tudo isso. ─ Charlotte comentou tristonha sentando na cama.

─ O que aconteceu? ─ Lauren questionou se aproximando da amiga.

   Por mais que a estudante de jornalismo considerasse Lauren como uma amiga, ela não poderia revelar que era com Louis essa confusão toda, pois se algo acontecesse poderia prejudicar a carreira dele e isso era a última coisa no mundo que a morena queria. Decidiu, então, contar a história sem mencionar o professor.

─ Eu conheci um cara no início do período. No começo, ele era muito grosseiro comigo, mas aconteceu um episódio na minha vida e ele me ajudou e ficou do meu lado. ─ Charlie resolveu evitar a noite que passaram juntos. ─ A partir daí nossa relação mudou, ficamos amigos. ─ A morena colocou uma colher cheia na boca antes de continuar.

─ Acho que desde a primeira vez que nos vimos eu me senti diferente em relação a ele, como se tivéssemos uma conexão, sei lá. E depois do que ele fez por mim, sem perceber comecei a olhá-lo diferente, como homem talvez. No nosso último encontro, que foi por acaso, foi totalmente diferente. Para resumir, acabamos nos beijando.

─ E ai? ─ Lauren perguntou animada com boca cheia de sorvete.

─ O beijo foi incrível! Diferente de todos os caras que já beijei. ─ A morena, sem perceber, colocou um sorriso triste no rosto. ─ Mas, ele disse que havia sido um erro e que nós não deveríamos mais nos vermos.

─ Por quê?

─ É complicado, Lau. Ele já é um pouco mais velho que eu e aparentemente não sentiu o que eu senti. Foi melhor assim mesmo.

   Infelizmente, não era isso que Charlotte achava. Eles tinham uma conexão, por que não ver no que ia dar? Ela sabia de todas as complicações, mas o que ela havia sentido era diferente, algo que valia a pena ser descoberto, pelo menos era o que ela pensava.

─ Esse cara misterioso tem nome? ─ Lauren curiosa como sempre.

─ Você não o conhece ─ A garota respondeu um pouco nervosa.

─ Tudo bem, então. ─ A ruiva sorriu para a amiga e aquilo bastou para que Charlotte caísse em prantos.

   A morena estava bem sensível e ver sua amiga lhe apoiando daquela maneira foi suficiente para que ela passasse o resto da manhã chorando. Não muito longe dali, Louis estava em seu dia de folga muito pensativo.

   Ele cometera um erro ou evitara algo maior? Se ele levasse aquilo adiante, provavelmente, iria perder o controle e algo de ruim poderia acontecer. Louis não queria magoar a moça e muito menos se prejudicar no trabalho. E se nada disso valesse a pena?

─ Foi melhor assim. ─ Repetiu ele pela décima vez naquela manhã. ─ Eu preciso me afastar dela, não manter contato, cortar relações. ─ Tomlinson resmungava sozinho enquanto colocava uma dose de wisky com gelo.

   Por mais que o professor de economia tentasse, ele não conseguia tirar da cabeça a bela moça que beijara mais cedo. Sua beleza era diferente de qualquer outra que ele já tivesse visto. E aqueles lábios finalmente foram seus, mesmo que por míseros segundos.

   O toque de seu celular estrondou no ambiente tirando Louis de seus pensamentos. Era seu amigo da época da faculdade.

─ E ai, meu amigo? Quanto tempo!

─ Pois é! Faz tempo que não nos falamos. Por isso que te liguei. Ainda está vivo?

─ Tô tentando. ─ O moreno soltou uma risadinha ─ Muitos problemas, sabe?

─ Sei como é.

─ E você, Harry? Viajando muito?

─ Mais ou menos. E o que esta te atormentando. É mulher? ─ Harry perguntou, pois já conhecia o amigo que tinha.

─ Você sempre adivinhando meus problemas, não é?

─ Não tenho culpa se seus problemas são sempre com mulheres.

Os dois riram e Harry prosseguiu:

─ E o que foi dessa vez?

─ É complicado. Para resumir, não consigo parar de pensar em uma mulher.

─ E por que não vai atrás dela?

─ Ai é que está a complicação. Nós não podemos nos envolver e eu não sei se vale a pena enfrentar tudo para descobrir.

─ Você está muito misterioso. Enfim, quer um conselho?

─ Se eu disser não você vai falar de todo jeito.

Mais uma vez os dois riram.

─ Você só vai descobrir se vale a pena depois de transar com ela. Se não valer a pena pelo menos você transou. ─ Harry soltou uma risada e Louis bufou, pois todos os conselhos do amigo eram sempre sobre sexo.

─ Eu não posso me evolver com ela!

─ Deixa de ser viado, Louis. Pense no que eu te disse. Arrisque, meu amigo. Ninguém descobre se uma pessoa vale a pena com a bunda colada no sofá!

   Depois de mais alguns minutos de conversa jogada fora, Louis resolveu pensar. E para ajudar nos pensamentos, trouxe a garrafa de wisky até o sofá e permaneceu lá até o final da tarde. Uma garrafa de wisky depois, Louis já havia tomado sua decisão:

─ Eu vou descobrir se ela vale a pena ou não.