História My Deliry - Uma cópia barata!

Capítulo 18- Uma cópia barata!

           Point Of View Avril Lancaster

Fitei Luana novamente encima do balanço tentando fazer força para se balançar sozinha...

-Quer ajuda meu amor?- perguntei e ela me olhou com aqueles olhos lindos e castanhos e meu coração se apertou um pouco.

-To com medo de cair...- ela falou se segurando.

-Uma vez me disseram que quando se vai muito alto a queda é grande, mas ninguém deve ter medo de cair...- falei e peguei nas mãos dela. - Se você cair eu estarei aqui para te pegar!

Ela sorriu e começou à se balançar meio devagar...

-Avril, vamos embora, tenho uma reunião importante!- a voz severa e ridícula de Andrew ecoou.

-Vai você!- falei e voltei minha atenção à Luana. - Eu vou ficar aqui com a minha filha!

-Acha mesmo que eu vou te deixar sozinha carinho?- ele perguntou e podia sentir sua ironia. - Nunca mais!

-Até que seria bom ter batido com aquele carro!- falei e ele riu.

-Você não seria louca!- ele disse.

-Não duvide de mim Andrew, eu posso te surpreender!- falei.

Já havia se passado dois anos desde que eu aceitei a proposta de Andrew, agora com 21 anos posso ver as coisas que fiz da minha vida com um pouco mais de noção. Luana cresceu, deu seus primeiros passos e falou suas primeiras palavras e eu tive de dar a minha liberdade para ver isso... Ela cresceu e cada vez mais estava parecida com Gabriel e só de me lembrar dele meu coração apertava. Eu ainda o amo, mesmo após isso tudo meu coração dele e sempre vai ser. Andrew me obrigou à se casar com ele, isso pra todos verem, mas o que ele conseguiu foi um beijo na bochecha e logo após eu lavei meus lábios com cloro e alvejante. Eu me recusava à ter qualquer tipo de contato com ele, eu dormia em meu quarto com Luana e ele dormia em seu quarto. Muitas vezes ele quase me obrigava à ter qualquer tipo de contato comigo e usa Luana para conseguir isso e bom às vezes consegue. Luana vem se queixando da falta de seu pai e isso me dói o coração e o que Andrew faz, ele simplesmente retribui o amor por ela. Ele não é o pai dela, nunca foi e nunca vai ser!

-Avril eu nunca mais te deixarei sozinha, da última vez você enganou os empregados e pegou meu carro e fugiu com a nossa filha!- ele falou e meu sangue ferveu.

-Ela não é sua filha!- disse nervosa o encarando nos olhos. - Ela é a minha filha!

-Avril já falamos sobre isso!- ele disse irritado. - Quer mesmo me transformar no vilão?

-Eu não preciso de um vilão para destruir a minha felicidade!- disse. - Você já faz isso muito bem sozinho! 

-Serio que vamos discutir isso na frente dela!- ele disse e apontou para Luana que olhava aquela briga, ela não merece ver isso, não de novo.

-Cala à boca!- disse nervosa e peguei Luana no colo e segui com ela para dentro do carro.

-Por que você e o Papai estava bligando?- ela perguntou me encarando com aqueles seus olhos castanhos.

-Luana ele não é seu pai!- disse e peguei em suas mãos. - Ele nunca vai ser seu pai!

- Quem é o meu pai?- ela perguntou.

-Sei pai, seu pai é um bom homem!- disse e uma lágrima rolou sob meus olhos.

Eu queria falar de Gabriel para ela, falar de nossas noites de amor, das vezes que nós brigavamos, mas sempre acabavamos um nos braços um do outro, mas desde o primeiro minuto que vi uma aproximação de Andrew e Luana eu tive de dar um basta... Ele nunca vai ser o pai dela! Eu prefiro fazer ela viver sem o pai do que deixar ela o chamar de pai. Andrew entrou no carro e começou à dirigir de volta para casa... Assim que chegamos Luana correu para o colo de Amanda que estava na sala lendo alguma coisa. Amanda era a irmã mais nova de Andrew, a filha casula de Hector, ela era tão pequena quando Hector me pegou. Hoje mesmo ela tendo 15 anos posso ver que ela carrega a mesma dor que eu.

Amanda era uma boa garota, sua pele branca e seus cabelos castanhos claros davam à ela um ar de menina meiga e bom ela era... Ela também viveu pelas coisas ruins de Andrew. Também sofreu do mesmo jeito que eu sofri, também chorou as mesmas lágrimas que eu, então eu digo à ela para se manter firme, para não se deixar abalar com as ameaças de Andrew por que elas não são nada.

-Oi meu amor!- Amanda disse abraçando ela.

-Eu fui no balanço!- Luana dizia animada.

-Sério?- Amanda retribuía a animação e rimos.

Acho que sem a Amanda ali eu piraria, ela que me ajudou a cuidar da Luana, ela não era que nem Andrew, muito pelo contrário, ela era boa, uma menina muito sorridente apesar de viver neste inferno ela tinha fé na humanidade. 

-Subam lá pra cima, vou ficar em reunião e não quero perturbação!- Andrew falou nervoso e seguiu até o escritório.

E subindo aquela escada eu tomei noção de uma coisa que eu nunca tinha percebido... Andrew comprou a casa de Gabriel, a antiga casa à qual eu me infiltrei e vivi. Ele se tornou o rei do tráfico em Atlanta. Ele se tornou o Gabriel... Ou melhor, tentou se tornar. Ele nunca seria que nem Gabriel, Andrew não sabe o preço do poder, o preço da dor, as noites em claro e o medo... Tinha vezes que Andrew fazia questão de apresentar à mim e a Luana como sua família e bom, eu sentia nojo e repulsa daquilo. Às vezes eu olhava para ele e simplesmente não reconhecia meu amigo ali. As pessoas mudam com o tempo, a dor muda as pessoas. Só que ele se diz o todo poderoso, eu já acompanhei essa história antes, eu já fiz parte desta história. Ele quer poder, mas não sabe o preço que vai pagar... Oh ele não sabe a noção do perigo que corre. Pois pelo o que vejo ele só manda os capangas dele fazerem o trabalho, e a relação deles é tão ridícula, eles não são uma família. 

Família! A quanto tempo não penso em minha família, mas meu coração se aperta. Como sinto falta de Bianca, da Ariel, do meu pai! Sinto falta de todos! Sinto falta de cada um deles, das loucuras de Bianca e do carinho de Ariel, das doideras de Henrique e dos sorrisos de Léo. Das vezes em que Jax entrava na sala mandando todos nós calarmos nossas bocas e nós apenas voltavamos à rir e fazíamos as mesmas besteiras todos os dias, pois estávamos juntos como uma família... E a frase que meu pai me disse ainda ecoa em minha mente " Não importa aonde você esteja, a um quilômetro de distância ou do outro lado do mundo, sempre seremos uma família " e eu sinto falta da minha família. Como eu sinto falta! Acho que foram 6 meses até eu me acostumar com a idéia de estar vivendo que nem vivia com Hector, parece que a história está se repetindo, mas desta vez ele não está aqui para me salvar. 

-Avril vamos!- Amanda disse me puxando para o andar de cima.

-Sim, vamos!- disse subimos, entramos em meu quarto e Luana começou à brincar com Amanda.

-Mamãe você está bem?- Luana perguntou.

-Sim...- disse ainda flutuando em meus pensamentos. - Eu vou beber água!

Ouvi Amanda me chamar, mas dei de ombros... Segui até o andar de baixo, mas o que está acontecendo comigo? Eu nunca me senti tão mal assim! Eu sei que preciso deles, mas eles estão do outro lado do mundo! O grito de Andrew me fez despertar de meus sentimentos e pensamentos. Fui no corredor e parei perto da porta e pude ouvir um pouco da conversa.

-Como assim roubaram o nosso carregamento?- Andrew gritava com raiva.

-É chefe, uma gangue da Holanda roubou nosso carregamento!- um dos capangas falou e meu coração se acelerou.

-Eles são muito rápidos, e o pior eles estão atacando aqui mesmo em Atlanta!- um outro capanga disse e eu segurei um grito. - Eles pegam o nosso carregamento e somem, como fantasmas!

Sai dali correndo e subi para o andar de cima, entrei em meu quarto nervosa... Ele estava em Atlanta? Ele havia voltado? É ele, é ele mesmo! Só pode ser ele... Se não for o Gabriel eu não sei quem é! Ele conhece está cidade de cór, só ele sabe como fugir e não ser visto. Se ele realmente estiver aqui eu preciso encontrar ele! Eu preciso dele! Meu coração estava à mil, não podia ser verdade... Ele não voltaria por qualquer coisa besta, algo aconteceu... Será que ele ainda se lembra de mim ou isso foi para as listas de coisas que ele fez questão de esquecer? Mas isso não importa, eu preciso achar ele! Andrew falou que se eu tentasse fugir com Luana ele iria vir atrás de nós, mas se eu deixar Luana nas mãos do Gabriel tudo ficaria tão mais fácil.

-Avril você está bem?- Amanda perguntou se levantando da cama. Ela veio até mim e segurou em minha mão. - Avril...

-Amanda, acho que o Gabriel está em Atlanta!- falei baixo e ela me olhou.

-Gabriel?- ela perguntou. - Quem é ele?

-Ele é o pai da Luana...- disse e me sentei na cama.

-Então ele é o cara o qual o Andrew tem raiva?- ela perguntou e eu assenti. - Já gostei dele! Mas como você soube que ele está aqui?

-Seu irmão estava reclamando de uma gangue da Holanda que está ferrando com os planos dele!- disse. - Só o Gabriel consegue fazer isso!

-Avril, você ainda gosta dele?- ela perguntou.

-Eu o amo!- disse e pude sentir meus olhos brilharem.

-Então, por que vocês se separaram?- ela perguntou.

-Por causa de tudo!- falei e percebi que Luana prestava atenção em minhas palavras. - Nós já estivemos no fogo do próprio inferno, caímos nas chamas e queimámos junto à elas... Nós cruzamos o oceano querendo paz e nos afogamos nas ondas, construímos nosso castelo, mas nunca rezamos. Nós tínhamos tudo, sim e nos afastamos!

-Você fala dele com tanto orgulho!- Amanda disse.

-Eu tenho orgulho dele, mesmo sendo grosso do jeito que é, mesmo ele se considerando um monstro eu dei à ele um motivo para lutar, ele se tornou o meu motivo para lutar!- falei firme. - Amanda você acha que seu irmão causa medo?

-Um pouco...- ela admitiu baixo.

-Então, o Gabriel é o próprio capeta disfarçado de gente, anota em caderno suas vítimas e não tem piedade de seus inimigos... Se ele estiver mesmo em Atlanta ele vai vir atrás do Andrew, e o erro do Andrew foi ter mexido com a família do homem errado!

-O que você quer dizer com isso Avril?- a voz de Andrew ecoou. 

Me virei diante à ele e senti seus olhos sobre mim, minha perna não bombeou, Luana me olhava e quando vi aqueles olhos me lembrei dele... 

" -Sabe que eu não vou fazer isso...- falei olhando no fundo dos olhos dele. - A partir de hoje Gabriel tudo o que nos liga é a nossa filha então não me procure ao não ser que ela esteja envolvida!- ele bufou. - Acha que eu estou feliz com isso? Você foi o meu primeiro homem, meu marido, a pessoa que eu mais amei nessa vida... Você não sabe o quanto eu estou me sentindo mal! Eu estou te odiando neste momento!

-Não importa o quanto você me odeie, eu sei que você me ama... O ódio é uma forma de amor e eu sei que o nosso amor ainda não acabou!- ele começou à falar. - Eu te amo Avala Avril Lancaster, com todas as minhas forças e se você acha que vai se livrar de mim fácil assim, você está muito enganada. Não importa aonde aonde você esteja, no céu ou no próprio inferno, morrendo ou viva... Você é minha!"

Eu sou dele e nada nem ninguém pode mudar isso... Ele me dá forças para lutar!

-Quero dizer Andrew que você é só uma cópia barata do Gabriel!- quase gritei. - Você tenta ser ele, mas nunca vai chegar ao pés dele, se você é um demônio ele é o próprio capeta! Se você é a sombra ele é medo!

No segundo seguinte só senti um tapa quente e estalado em meu rosto, mas não derramei nenhuma lágrima... Apenas olhei novamente em seus olhos.

-Nunca mais abra sua boca para falar dele!- Andrew gritou.

-Se não?- questionei. - Eu não tenho medo de você Andrew... Eu nunca lhe temerei!