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História My Demon - Tensão


Escrita por: MaryAckerman

Capítulo 18 - Tensão


- Você não sabia que Merascylla é tão forte, mas fez um bom trabalho. Agora de concentre em se curar, Elizabeth.

Concordo e ponho a mão em meu peito, curando-me tão vagarosamente que apenas faz meus machucados doerem muito mais.

Solto um grito rouco e ouço Meliodas me chamar várias vezes antes de mergulhar em uma escuridão sem fim.

Talvez meus machucados fossem mais sérios do que eu imaginava.

~×~

Confusa abro os olhos e encaro o teto manchado de umidade, resmungo de dor quando respiro muito fundo e sinto o lado direito do meu peito latejar.

- Elizabeth - Viro a cabeça para o lado e observo a feição cansada de Meliodas - Como se sente?

- Com dor.

- Não é pra menos - Assustada sento-me na cama de pressa apenas para sentir meus sentidos sumirem por alguns segundos e lentamente consigo ver a menina parada aos pés da cama.

Ah droga, é a feiticeira.

- Pode me dizer qual era seu plano suicida? - Ela questiona dando de ombros em seguida - Quer saber, esquece.

- Ela estava atacando os humanos.

- E você achou que poderia confrontar um demônio? Olha... Deusa, nem sempre você terá seu demônio  sua disposição para salvá-la. E se não fosse por ele, tenho cem por cento de certeza que você não estaria viva agora.

Merlin estala os dedos e um frasco com um líquido estranho surge a sua frente. Ela analisa o conteúdo e sorri satisfeito consigo mesma observando o frasco flutuar até estar perto do meu rosto.

- Beba isso.

- Que espécie de veneno é esse? - Encaro desconfiada o líquido roxo e ela revira os olhos.

- Não é veneno.

Pego o fraco gelado na mão e cheiro o conteúdo, que não há odor nenhum.

- Tome, vai te ajudar a melhorar - Meliodas me incentiva e mesmo contrariada bebo o líquido roxo.

Nojento.

- Ugh! - Resmungo engolindo mesmo querendo vomitar tudo - O que é isso?

- Vai ajudar na sua recuperação - Merlin explica - Você quase esgotou suas energias.

- Obrigado pela ajuda feiticeira. 

- Não quero seu agradecimento - A menina cruza os braços - Eu não gosto de me envolver com problemas e vocês dois são um problemão.

- Certo, não iremos te envolver em nenhum problema.

- Bem, já que eu ajudei vocês eu quero algo em troca.

- Como moedas de ouro? - Tombo a cabeça para o lado.

- Não.

- Então o que quer?

- Material para estudo - Merlin sorri de lado - Quero informações, o que eu sei sobre os demônios é muito escasso.

Ela vai falar?!

- Não confio o suficiente em você para entregar informações sobre os demônios lada você, feiticeira.

- Oh, mas confiou em mim para salvar a vida da deusa que ama? 

Viro a cabeça para olhar o garoto-demônio que mantém a expressão impassível.

- Está tentando me intimidar? 

Um arrepio ruim sobe por minhas costas e estico a mão para segurar o braço do loiro, mesmo que o processo faça a dor em meu corpo parecer duas vezes pior.

- Não e também não gosto de ser intimidada - Merlin responde - Mas não me subestime, não tenho medo de você, sendo poderoso ou não.

Não gosto desta tensão.

- Mas deveria ter - Meliodas rosna.

- Acho que não percebeu sua posição aqui - Ela comenta - Você está traindo seu clã ao se encontrar com uma deusa e ainda está  se...

- Não ouse continuar falando essa idiotice.

- Idiotice? - A menina ri - Está tentando mentir para si mesmo?

- O que está acontecendo? - Pergunto apenas para ser ignorada.

- Não estou mentindo para eu mesmo - Meliodas responde sério e surpresa vejo a feiticeira desaparecer e surgir frente a frente à ele. Ela ergue o pulso e com dois dedos toca o peito dele.

- Pode mentir o quanto quiser, mas não pode enganar o que acontece aqui, líder dos mandamentos.

E com um piscar de olhos, Merlin se afasta novamente.

- Façamos um... acordo - Ela murmura - Me dê um pouco de seu sangue e então ajo como se nunca tivesse ajudado vocês.

- Meliodas... - Murmuro depois de vê-lo fechar as mãos em punhos enquanto respira fundo.

- Se trair minha confiança...

- Já sei, você me mata e blá blá blá.

- Meliodas não faça isso.

- Onde vou por?

Merlin sorri vitoriosa e estala os dedos, fazendo surgir uma tigela de madeira enegrecida na frente dele. Meliodas respira fundo e puxa a espada que estava ao seu lado, assustada assisto ele passar a lâmina reluzente na parte interna de seu pulso e o sangue desce em abundância na tigela.

Lentamente o corte aberto vai cicatrizando até curar totalmente, como se nunca houvesse existido um corte alí.

- Foi bom fazer acordo com você, Meliodas. 

A tigela desaparece e o loiro abaixa o braço sem alterar a expressão séria.

Merlin desaparece em seguida e sozinha no quarto estranho com o líder dos dez mandamentos, fico sem saber ao certo como reagir.

- O que você fez? 

- Não foi nada - Ele grunhe virando-se de costas.

- Ela irá usar isso contra você, Meliodas! 

- Elizabeth - Meliodas se vira para me olhar - Apenas meu sangue não irá ajudá-la a descobrir nada sobre eu ou meu clã.

- Eu... Eu escrevi sobre coisas que você tinha me contado em um caderno. Sobre os dez mandamentos e sobre você...

- Você fez o quê?! - Meliodas ruge visivelmente irritado e com medo de encolho na cama.

- Eu não tinha pensado nos riscos quando escrevi...

- Onde está?

- A Merlin descobriu e ameaçou usar o que descobriu contra nós, caso virarmos ameças para os aldeões de Belealuin.

Ele começa a andar em círculos pelo quarto e eu agarro minhas pernas, trazendo-as até o peito.

- Me desculpe.

- Você sabe o que fez?! - Ele exclama - Deu informações sobre meu clã, sobre os mandamentos e sobre mim, Elizabeth! Deu informações que ninguém sabia.

Mordo meu lábio inferior nervosamente e desvio o olhar para o canto da parede, tentando a todo custo não me intimidar com a áurea negra que envolvia-o.

- Droga! - Ele rosna e assisto espantada o momento exato que a marca negra se expande pelo corpo dele, Meliodas grunhe e se curva agarrando a madeira da cama que começa a rachar - Você não vai assumir o controle - Sua voz saí rouca e ele resmunga quando a madeira sob sua palma quebra de uma vez - Eu controlo você...

- Meliodas, você está bem?

- Corra - Ele geme de dor - Corra Elizabeth, agora!

Os cabelos da minha nuca se eriçam em sinal de perigo e eu pulo da cama mesmo sentindo minhas costelas doerem no processo.

- Mas...

- Vá! 

Viro-me de costas para ele e corro o mais rápido que posso para fora do quarto e para longe da área afastada de Belealuin. Respiro fundo e tomo impulso no meio do caminho para voar ao mesmo tempo que a cabana onde eu estava a poucos minutos é destruída pelo fogo do inferno.

Parada no ar vejo quando Meliodas saí do meio dos escombros com  quase o corpo inteiro coberto por aquela mancha negra, a expressão cruel e os olhos negros sem vida se direcionam para onde estou, porém ele me ignora e duas asas deformadas projetam-se de suas costas, com apenas um impulso ele voa para longe deixando-me atordoada e tensa para trás.

A forma de agir e o poder insano.

Quem era aquele no lugar do Meliodas?

~×~

- Ora ora, o que aconteceu com você?

Crispei os lábios ao ouvir a voz dias atrás de mim.

- Me envolvi em uma briga - Resmungo.

- Um ser fraco como você não deveria se envolver em brigas.

- Eu não sou fraca.

- Meus irmãos  são fracos e você é uma criatura frágil, deveria saber disso.

Fecho os olhos quando um toque suave em minha testa e uma pequena quantidade de poder é usada para curar minhas feridas.

- Obrigada, Mael.

- Eu faço tudo por você, minha frágil princesa.

Reviro os olhos depois de ouvir o apelido que, Mael, o quarto arcanjo, usou.

Murmuro um pedido de licença e caminho para longe do arcanjo, com os pensamentos viajando até Meliodas.

- Onde você está? - Suspiro olhando do céu, a paisagem abaixo.

Por que Meliodas tinha agido de forma tão estranha quando as manchas negras tomaram conta de si?





Notas Finais


E aí, já sabem o por quê Meliodas agiu estranho? Digam suas teorias


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