"PASSATEMPO"
Fechei a porta de supetão, sentindo a tensão se ir embora aos poucos. Que merda, por que eu fui inventar de vir até aqui?
Escoro-me na parede, ainda tentando me recompor da cena que a pouco vi de relance. Eu estava literalmente soando parada? tudo piora ainda mais logo que observo a porta ranger, indicando que alguém de lá do quarto estava saindo.
Ligeiramente percebo a mulher passar com seus sapatos em mãos, ainda um tanto desajeitada. Uma expressão feia vejo-a dirigir a mim, antes de sumir na escadaria. Ameacei pedir desculpas a ela, apesar disso foi inútil, já que nem ouvidos ela deu ao meu: “moça?”. Sua atitude é bem esperada, já que eu estraguei realmente o ato deles.
Peguei os dois, literalmente “no pulo”.
Respirei fundo, achando pela segunda vez que agora tudo estaria tranquilo, todavia não era bem assim. O terceiro round era enfrentar Jeon Jungkook. Vejo-o me olhar da porta, agora já vestido e com um semblante carregado de ódio. Sentia no fundo da minha alma o quão encrencada eu estava.
Olhei duas vezes seguidas para os lados em busca de alguma fuga rápida.
— É inútil você tentar encarar aquelas janelas. — disse percebendo um talvez plano suicida da menor— Você não deveria ter vindo aqui hoje. — se aproxima tocando a parede.
— Que droga.— grunhi de raiva— Eu sei disso!— assumo,sem vontade alguma— Eu apenas achei estranho a casa estar toda apagada.— expliquei, me afastando um pouco— Já que está tudo bem, eu vou indo.— faço sinal para a parte inferior da casa.
— Nananinanão! — seguro o ombro direito da mesma— Você tornou minha noite um 'saco, sabia?— Indagou, transparecendo uma certa sensualidade— Você nem mesmo me deixou atingir o orgasmo com aquela garota. — confessou, frustrado.
— Mas…. — vejo-o fazer sinal de silêncio.
— Eu não quero suas clássicas explicações…. Eu quero você.— agarrou a carne da cintura da mesma, consequentemente a puxando lentamente para junto de seu corpo malhado e suado.
— Mas o que é isso?! — exclamei sem entender tal atitude — Jeon Jungkook me solte! — ordenei,sem muita benevolência.
— Hum! — deu uma risadinha não muito enérgica— Ok, porém só se você me der um beijo.
— Um beijo?— finjo não compreender— Você só pode estar muito chapado!
— Sim, um beijo de língua.— disse já perto do maxilar da mesma, que pouco excitava—Eu sei que você deixará.— ciciou baixinho no ouvido da menor.
Que 'puta encrenca eu fui me enviar.
— Você não sabe de nada!— piso em seu pé esquerdo, sem dó alguma— comigo não funciona essa sua lábia de pegador. — digo ao vê-lo agonizando de dor.
— Você….— diz com uma certa dificuldade, apontando para meu rosto— você é uma jovem careta. — diz transparecendo uma extrema raiva— caralho, era só um beijo!— murmurou entre dentes— imagina como deve de ser pra conseguir algo mais além?— suspirou imaginando— as consequências devem de ser horrendas.
— Tente algo a mais! — o desafio — e então lhe mostrarei o que é perder seu amiguinho em um estalar de dedos.
— É um desafio? — a questionou, se recompondo em segundos.
— Caramba!— vou descendo aos poucos os degraus da escada.
— Aprenda a não brincar com coisas sérias garota. — lubrificou os lábio, logo sorrindo sacana.
O que eu deveria fazer? Ele está vindo até mim, sem ao menos exitar.
Droga, eu deveria ter atingido a perna do meio.
O mais engraçado de tudo, é que ele parecia estar se fingindo a dois minutos atrás, já que ele está perfeitamente bem agora. Jeon Jungkook é um ator nato.
— jungkook, você disse que isso de 'pegação não estava incluído em meu trabalho. — toco seu peitoral, criando uma barreira entre nós.
— E realmente não está, porém podemos acrescentar coisas também.— segurou a mão direita da mesma— a palma de sua mão soa, seu coração está disparado e sua boca está seca. — riu ao percebê-la murmurar um: "como você sabe?"— Não é preciso eu ser nem um vidente para perceber o óbvio. Seu corpo lhe dedura na cara dura e só você não percebe.
— Eu estou assim porque….— tento pensar em algo bom— porque sofro de gases. — engoli em seco— Por isso meu peito fica assim.
Por que eu disse gases? Eu tinha claramente milagres de desculpas, apesar disso, eu tive que dizer "gases".
— Deixe de tamanha hipocrisia!— olhou para o lado, ainda incrédulo com sua desculpa descabida.
— 'Tá!— bufei— só um beijo. — lhe dou um selinho, que quase não notável foi — pronto! Agora sai do meu pé.
Desço as escadas na primeira bobeira que percebo sua pessoa dar. Vejo-o ainda ficar se questionando, se realmente o que havia acabado de acontecer seria de fato um beijo.
— Em que mundo que isso é chamado de beijo, hm? — passa a língua entre os lábios— irei considerar isso que aconteceu como um beijo bem do mixuruca, porém da próxima lhe ensinarei como funciona. Caso você não pegue de primeira, podemos repetir sem problemas algum. — deu de ombro— Não fique com essa cara fechada, amigos também se pegam. — se jogou no sofá.
Safado.
— Pois bem, eu não quero ser mais um de seus passatempos.
— Nunca disse que você era um. — rebateu.
— Às vezes há coisas que não precisam nem serem ditas. Você é assim, e obviamente não irá mudar. Sua fama e suas histórias já revelam o tipo de cara que você será futuramente.
— Para com isso, você parece minha mãe falando. — prensou a almofada nos ouvidos.
— Enfim, só queria dizer que não quero mais "trabalhar" pra você. — vejo-o se sentar no sofá— falarei com sua mãe, no entanto não se preocupe, não direi nada a ela sobre suas festinhas.— abro a porta.
— Ei !— segura a porta, antes que ela fosse fechada— eu não queria que você entendesse que seria só mais uma. Desculpa.
— Que seja! —demonstrei pouca importância— boa noite.— puxo com força a porta,que estava sendo segurada pelo moreno.
JUNGKOOK
Eu claramente não poderia a deixar ir, todavia, o que eu poderia fazer?
Sinto que estou errado em muitas coisas, mas eu evidentemente não menti.Ela não é um "passatempo" e nunca sequer passou por minha cabeça a fazer disso.
Eu sei dos meus limites e também sei que já estou errando em me envolver novamente com um outra mulher.
Aysha foi uma pessoa muito importante em minhas vida, na verdade para ser sincero, na de Jimin também. Eu errei em roubar ela dele, mas eu era apenas um adolescente, não sabia da gravidade das coisas.
Hoje vivo a vida loucamente, contudo nem sempre foi assim. Penso que vivo de tal maneira em busca da felicidade que tanto almejo, mas ela está tão distante, que nem vê-la no final do túnel eu posso.
Sinto-me culpado pela morte de Aysha e o mais doloroso de tudo é eu ter a consciência que se ela não estivesse comigo naquela noite, tudo seria diferente.
Naquela época eu nem sequer sabia do que eu poderia fazer, apenas com um desejo bobo. Naquela noite desejei que ela morresse e saísse da minha vida. Sem perca de dúvidas, esse foi meu maior erro.
Meu primo me xingou tanto, enquanto segurava ela nos braços e eu simplesmente fugi de tudo. Eu simplesmente optei por não escutar nada. Desde aquela noite, meus pais foram seguindo em busca de uma nova vida para mim em inúmeras cidades. Todavia no final de tudo, acabamos por voltar a cidade onde tudo ocorreu no princípio.
Para meus pais, eu viver em um bairro com muitas pessoas é o "ideal" e para ser sincero, até que eu gostei desse lugar. Não só pelas minhas amizades que conquistei, mas sim, por ter a garota que faz com que eu desafie a mim mesmo.
S/n me faz ter inúmeros pensamentos, sendo eles; os mais fofos até os mais pecaminosos possíveis.
Ela sabe como me conquistar da maneira certa e o mais louco de tudo, é que ela nem sequer sabe de seu poder sobre mim.
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