1. Spirit Fanfics >
  2. My Enemy, My Ally >
  3. Two;

História My Enemy, My Ally - Two;


Escrita por: Torix

Notas do Autor


Hello, it's me~
Fazia muito tempo que eu não sentava e escrevia uma fanfic só minha em português e sem a ajuda da miga, então me perdoem se muitas frases soarem estranhas... eu perdi o jeito T_T
De qualquer forma, boa leitura a todos~

Capítulo 2 - Two;


Chanyeol deu de ombros assim que ela saiu, se apoiou na mesa e roubou as panquecas do prato abandonado por ela. Após terminar de comer, ele jogou os pratos na pia e pegou uma maçã, indo para o escritório. Ligou o computador, segurando a fruta entre os dentes e abrindo seu trabalho mais recente.

Tinha como hobby escrever estórias sob o pseudônimo de PCY. Pouco tempo depois de sua primeira publicação, já era conhecido mundialmente como o gênio contemporâneo do erotismo. Sim, erotismo. Gostava de contar sobre suas desventuras sexuais de modo suavemente poético e compartilhá–las com o mundo. O orgulho que tinha delas irritava Haera profundamente, mesmo que ela fosse a protagonista de noventa e nove por cento delas.

Sua mais nova obra–prima estava quase completa. Tudo o que precisava era um final feliz assim como seus inúmeros leitores reclamavam nas mídias sociais diariamente. Mesmo que fosse um gênio, Chanyeol não entendia sobre amor e era incapaz de escrever romances doces de modo convincente da mesma forma que contava sobre as longas noites que passou com várias garotas.

Isso o frustrava mais do que perder uma partida de FIFA para um Baekhyun completamente bêbado. Questionar a utilidade de romances assim que lia os comentários havia se tornado um ritual diário, e ouvir Haera comentando sobre como ele era ingênuo em ignorar o essencial de uma novela que era o tão famigerado "amor" também.

Podia ver como o ingrediente "romance" era útil quando olhava a popularidade de suas publicações lentamente caindo para dar lugar às estórias melosas de um de seus rivais. Tirou uma grande mordida da pobre fruta e fechou o laptop com força. Soltou um suspiro, encarando o teto. Como poderia ultrapassar Oh Sehun, o dono da trilogia com maior número de vendas desde o estouro de Cinquenta Tons de Cinza? Essa era a questão que passeava pela cabeça oca do rapaz.

Lendo entrevistas com o rapaz que não só era mais jovem, mas também mais popular que ele, uma ideia apareceu como uma luz em uma lâmpada. Tudo o que precisava era uma protagonista da qual poderia usar até que voltasse a ser o mais popular do Naver Books. Um sorriso travesso estampou o lábios melados de suco de maçã do rapaz, rapidamente, abriu o app que precisava e se jogou no pequeno sofá que era originalmente para cochilos noturnos quando estivesse escrevendo. Enquanto negava jovens no Tinder, continuou mastigando a fruta, até que uma mensagem de Haera a interrompeu.

Rainha Haera: Preciso de uma carona. Nem pergunta. Só vem.

Rainha Haera mandou uma localização

Riu soprado, se espreguiçando enquanto caminhava até o andar debaixo para pegar suas chaves. Lembrou que precisava trocar o apelido que Haera havia colocado em seu celular quando trocou de número. Arremessou a maçã no lixo – errou por alguns meros centímetros e decidiu deixá-la para irritar a companheira de casa. Colocou os óculos de sol e entrou no carro.

Haera recebeu uma resposta minutos após mandar a mensagem, suspirou, os dedos longos percorrendo pelos fios curtos do cabelo enquanto procurava um lugar para se sentar. Achou um banco afastado na pracinha e se jogou no concreto duro. Um suspiro deixou os lábios pálidos – na correria, havia esquecido de colocar o mínimo de maquiagem que achava tão necessário para sair. – Mas não importava. Nada o faria voltar. Nada, além de uma máquina do tempo poderia consertar a relação quebrada com Kai.

O barulho familiar do ronco do carro caro de Chanyeol a tirou de seus devaneios. Ele estacionou rapidamente à sua frente, não se importando de abrir a porta para a jovem. Porém, invés de reclamar sobre a falta de educação de seu marido, Haera apenas caminhou até o carro e se jogou no banco do carona.

O ruivo suspirou. Não era divertido irritá–la se ela não iria gritar e fazer birra. Com um bico, ele virou o volante, batendo os dedos contra a superfície emborrachada ao ritmo do jazz que saía do rádio. Ela fechou os olhos, recostando a cabeça na janela e fechando os olhos.

"Apertou a campainha com força, repetidamente para ter certeza que não seria ignorada. Não conseguia parar de bater o pé direito contra o concreto – a ansiedade estava a engolindo viva. A resposta não demorou muito.

– Kai–yah! Como você foi rápido dessa vez! – Haera pode ouvir a sentença abafada enquanto os dedos decorados com unhas longas e tingidas de púrpura destrancavam a porta. Suspirou, engolindo seco. Uma mulher que parecia ter sua idade apareceu, usava a lingerie que ela conhecia muito bem, aliás, era sua favorita. A partir daquele momento, morreram qualquer uma de suas esperanças de ter pressionado a campainha errada – mesmo que fosse impossível, uma vez que conhecia o apartamento tão bem quanto conhecia a própria casa. – Quem é você? – Pronunciou rispidamente, Haera levantou o olhar, colocando a melhor expressão confiante que tinha.

– Kim Haera, dona dos orgasmos do seu namorado. – Sorriu, chacoalhando o telefone no ar. A mulher arregalou os olhos, cobrindo o corpo com o roupão, caso a dona da roupa cara demais para que pudesse adquiri–la reconhecesse.

– O que você quer? – Ela murmurou.

– Explicações do dono deste celular. – A mulher suspirou. Sabia que seria inútil discutir com a herdeira mimada das empresas Kim. Deu passagem para que a jovem entrasse. Haera tentou não olhar muito o lugar. Cada canto daquela casa trazia à ela uma memória, uma noite apaixonada com Kai. E cada canto trazia também a realidade de que tudo estava se desfazendo.

No fundo, ela sabia da existência de uma 'outra' – mesmo que na concepção de qualquer espectador, Haera fosse a 'outra'. Reconhecia a colônia barata feminina tão popular que vivia impregnada nas roupas de Chanyeol toda vez que Kai chegava. Mas escolhia ignorar. Nunca havia tido tão perfeito e memorável como seu breve romance com o moreno. Era simples: Desde que não fosse gritante o suficiente para se sentir uma corna idiota, fingiria que era tudo um mal entendido. Mas já era tarde demais para se dar por desentendida.

Agora que conhecia a dona dos dias de Kai, era tudo tão óbvio. Era o mesmo batom rosa pink que manchava as roupas brancas do rapaz, o mesmo perfume. Até mesmo o formato peculiar das unhas que deixavam arranhões pela pele bronzeada. Haera sabia da sua escolha assim que decidiu ir a encontro de satisfações, mas ainda assim, se sentia uma completa idiota por acreditar que era amor. Que em algum mundinho perfeito, Chanyeol faria alguma merda que resultaria em um divórcio e ela poderia se casar com seu amado.

Kai não tardou a chegar, abriu a porta com sorriso nos lábios, que caiu assim que reconheceu o corpo que havia usado e abusado na noite passada. Trocou olhares confusos com sua namorada, que decidiu não se intrometer e deu uma volta no quarteirão.

– Desculpa. – Haera fechou os olhos, um riso de deboche plantado nos lábios. Os dedos trêmulos bagunçaram os fios do cabelo.

– "Desculpa"? – Repetiu, rindo alto o suficiente para ser taxada como lunática pela vizinhança. – Eu dediquei quase dois anos da minha vida pra você e tudo o que você consegue dizer é 'Desculpa'? – Kai pôde ver as lágrimas se formando no canto dos olhos avelã que ele tanto apreciava.

Haera mordeu seu lábio inferior, tentando segurar o choro. Por que Kai não podia ser como seus ex–namorados? Por que não inventava desculpas? Por que não implorava por perdão? Ou até mesmo usasse o clichê 'Não é o que parece.'. Qualquer coisa. Ela só queria que ele tentasse consertar tudo tanto quanto ela. Haera aceitaria qualquer desculpa que desse, afinal, o amava.

O amava o suficiente para fingir que não ouviu quando Chanyeol disse que o viu com outras garotas no pub mais badalado da cidade. O amava o suficiente para ter pago sua faculdade e ter sustentado o estilo de vida luxuosa do qual ele usufruía com outra garota. E foi nesse momento que Haera fora lembrada de como Kai era importante em sua vida. As carícias, os beijos doces eram tudo o que ela tinha.

Riu de sua estupidez antes de proferir a sentença da qual ela tinha absoluta certeza que iria se arrepender:

– Não me importo. Vamos continuar com isso. – Se levantou, caminhando até Kai e ajustando as roupas que o comprou no último mês. Ele negou com a cabeça.

– Não... Já não é a mesma coisa, Hae. Eu mudei. Você mudou... – Haera fechou os olhos. Ela sabia muito bem o que viria depois. Já havia vivido essa cena milhares de vezes. Só não esperava estar com os papéis trocados desta vez. – Vamos terminar."

– Yah! Eu tô te perguntando. – Chanyeol disse. A voz grossa a tirou de seus devaneios. Haera piscou algumas vezes antes de olhar para o ruivo. Se perguntou desde quando havia entrado naquela loja. – Preciso escolher pra hoje à noite. Prata ou vermelho?

– Vermelho. – Haera respondeu sem nem se importar em dar uma olhada nas gravatas que ele exibia. Chanyeol suspirou, jogando-as de volta no display.

– Você tá maconhada? – Perguntou, se aproximando da jovem. – Você sabe que eu já escolhi a roupa do jantar... E vermelho é realmente estúpido quando se é ruivo. Haera, o que aconteceu?

– Nada, tá bom? Me deixa. – Suspirou, levantando da poltrona e caminhando até o banheiro.

Jogou água no rosto como uma louca, esperando que tudo fosse apenas um pesadelo estúpido e que acordaria com mais um dos baldes de água que Chanyeol adorava acordá-la com. Mas infelizmente, não era.

Chanyeol esperou do lado de fora por quase quarenta minutos. Ele com certeza a faria pagá-lo um sundae por essa demora. Deixou o lugar com uma cara não muito boa, o rapaz torceu o nariz com um bico nos lábios. A única diversão que tinha antes do sol se pôr era poder irritar a esposa.

Uma ideia cruzou seus pensamentos, com um sorriso travesso, Chanyeol agarrou sua mão e a puxou através do Shopping. Haera, cansada demais para protestar, se deixou ser arrastada até o arcade. O rapaz a empurrou em frente ao seu jogo favorito. Sabia o quanto ela era ruim nisso, e naquele momento era a única fonte de diversão que teria.

Entregou a arma à ela e iniciou a partida, a jovem ficou encarando a tela que piscava freneticamente. Chanyeol suspirou e a cutucou.

–Joga direito. – Haera suspirou e observou o rapaz. Os olhos arregalados mudavam rapidamente de zumbi para zumbi. Sua língua estava para fora enquanto ele tentava seu melhor para atirar em todos os monstros. Ela riu soprado. Chanyeol era realmente uma criança completa. Tirando, claro, todos os palavrões e saídas, era realmente infantil. Era mais como um pré-adolescente rebelde que se acha adulto do que qualquer outra coisa. Chanyeol abaixou a arma de brinquedo, encarando a jovem que ria. – O quê?! – Perguntou.

Haera riu soprado, colocando o console de volta no lugar e virando. – Nada. – Respondeu, deixando Chanyeol ainda mais confuso. – Vamos. Ainda tenho que ligar para Shin Hye, preparar o jantar de hoje, me trocar, arrumar o vinho... Ah, tanta coisa pra um casamento inútil... – Murmurou, Chanyeol fez um bico, colocando a arma de volta na máquina.

Assim que chegaram, Haera correu para a cozinha pegando o telefone e ligando para a empregada que a ajudava com a casa uma vez por semana. Shin Hye era uma mulher doce que tinha gêmeos que adoravam à Haera. E que odiavam Chanyeol. Sempre que tinham a chance, atormentavam o 'gigante' e talvez era por isso que Haera os amava tanto. Enquanto dava mais instruções à Shin Hye para comprar ingredientes, a jovem se abaixou para pegar a maçã de Chanyeol no lixo.

O rapaz a encarou. Sabia que algo estava completamente errado quando não ficou surdo com os gritos de Haera. Isso o deixava inquieto. Ela com certeza não era do tipo que vocalizava seus problemas. Apenas fingia que não aconteciam. Haera havia gostado demais da imagem de garota fria e mimada para estragá–la tendo sentimentos.


 ✖ ✖ ✖
 

Shin Hye havia ido embora alguns minutos atrás, a comida deliciosa fora posta na mesa e o cheiro já estava tomando conta da casa toda. Chanyeol estava no banheiro se livrando da pequena concentração de pelos em seu rosto da qual ele orgulhosamente chamava de barba. Haera já estava praticamente pronta, ele sabia que algo estava errado. Normalmente, ela iria procrastinar o fato de ter que trocar seus pijamas até o último minuto e terminar atrasando a todos. Mas hoje não. Faltavam horas para o jantar e ela estava colocando seus brincos de pérola. 

– Chanyeol, você viu meu batom carmesim? – Perguntou, invadindo o banheiro e escancarando as gavetas.

– Que porra de cor é carmesim? – Ele arqueou a sobrancelha esquerda, secando o rosto com a toalha bordada de Haera. A jovem rolou os olhos, fechando a gaveta com força. Como ele poderia ser um escritor e ainda assim ser um completo idiota com adjetivos?

–Vermelho.

– Você tem uma caralhada deles, usa qualquer um. – Haera suspirou, empurrando o rapaz para olhar o gabinete atrás do espelho.

– Não, tem que ser aquele da Etude House. – Ela disse. Ele suspirou, caminhando até o quarto e se livrando da toalha. Chanyeol esperou que Haera fizesse algum comentário sobre sua nudez ou ao menos o desse um tapa, mas a garota apenas correu até o closet, desesperadamente procurando algo. Ele suspirou, sua atitude estava realmente um tédio desde a ligação.

Andou até o closet onde ela estava e pegou um par de boxers. Haera já estava revirando caixas de sapato à procura de Deus sabe o quê.

– Você viu meu colar de pérolas? – Perguntou e novamente o rapaz negou. Chanyeol estava quase terminando de se vestir quando ela correu para o outro lado do quarto. Ele decidiu entender o motivo de uma vez por todas.

– Você brigou com Kai? – A pergunta apenas a deixou mais nervosa e Chanyeol sabia que havia acertado.

– Não.

– O que foi então? – Insistiu. Haera torceu o nariz, evitando o olhar curioso do rapaz. Só queria terminar aquele jantar e fingir que nada havia ocorrido. – Ele brochou?

– Não! – Respondeu ríspida.

– Sugeriu um ménage? Uns fetiches malucos? Estranho, eu sempre achei que você curtia umas parada assim. – Riu. Fez Haera suspirar pela milésima vez naquela tarde, ela rolou os olhos enquanto a risada ecoava.

–Não, não e não. – Respondeu, ajoelhando para pegar as caixas escondidas embaixo da cama.

– Ele te traiu? – Perguntou. Haera ficou quieta e para ele, isso foi um sim. – Estranho. Achei que vocês tinham uma relação aberta. – Comentou, se sentando na cama. A camisa ainda se encontrava aberta deixando visível o abdômen que se mexia quando ele soltava um riso soprado. Haera empurrou a caixa de volta em seu lugar de origem.

– Não foi isso. – Ela disse, tirando a poeira do vestido.

– Então o que foi? – Chanyeol perguntou e como ele queria não tê–lo feito.

–A gente terminou, caralho! Tá feliz, porra?! É isso! Fui trocada por uma vadia qualquer! Conta pros teus amigos! Quer fazer uma reportagem sobre isso? Tatua na testa 'Kim Haera além de puta é uma corna estúpida'! Grita pro mundo todo ouvir que eu sou uma idiota que se apaixonou! – Gritou até ficar sem voz, se permitindo chorar pela primeira vez desde o acontecido. Chanyeol apenas puxou a garota pela mão, deixando-a se chocar contra seu peito e encharcar o tecido de sua blusa.

Acredite se quiser, o rapaz não era babaca o suficiente para fazer piadas com a traição. Se sentia até levemente mal pela garota. Sabia o quanto Haera se importava com Kai e o fato do moreno ter jogado tudo pela janela de tal maneira o fazia questionar o amor. Agora que sabia do término, fazia sentido o fato dela estar à procura do batom vermelho que Kai odiava. Ou as pérolas que ele considerava 'uma perda de dinheiro'.

Plantou um beijo na testa da garota que chorava baixinho. Os dedos longos traçavam círculos na pele macia. Haera fechou os olhos, afundando a cabeça no peito do marido, podia ouvir a batida de seu coração através das camadas de pele e músculos, se recordou do momento mais crucial do matrimônio: a cerimônia. A jovem estava tão nervosa naquele dia que não conseguia ficar quieta. Chanyeol, notando as mãos trêmulas à disse para contar as batidas por minuto de seu coração e assim o dia passou. Haera culpava aquele hábito que havia desenvolvido pela crença dos mais velhos de que 'era amor'. Deviam pensar que eles estavam completamente apaixonados toda vez que viam a jovem grudada no peito de Chanyeol enquanto cronometrava as batidas.

Aos poucos, o choro parou. Ele sorriu, bagunçando os cabelos da jovem e recebendo um tapa.

– Eu demorei para arrumar meu cabelo, seu cavalo. – Disse. A voz foi abafada pelo tecido da camisa do rapaz. Ele riu soprado e abaixou o olhar para encará–la.

– Vão chegar em uma hora. – Murmurou, olhando para o relógio que decorava a parede. – Está pronta? – Haera sorriu, se apoiando no peito do rapaz.

– Eu nasci pronta, Park Chanyeol.


Notas Finais


My Enemy, My Ally foi recebida mais positivamente do que eu esperava XD
Muitíssimo obrigada à todos que favoritaram e comentaram <3 serião fiquei mt feliz ;u;
Até o próximo~!
bjo na bunda <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...