1. Spirit Fanfics >
  2. My Eternal Ghost >
  3. Cozido de coelho (revisado)

História My Eternal Ghost - Cozido de coelho (revisado)


Escrita por: Cris-LadoA

Notas do Autor


Eu não queria postar tão rápido (até porque estou quase terminando de escrever essa fic, então não quero postar tudo de uma vez e fazê-la acabar logo)... Mas querer não é poder... Então estou postando mais um capítulo!
Ah, quero lembrar que nem tudo ainda foi revelado, então se houve algumas coisas nos capítulos anteriores que vocês podem achar que eu deixei passar despercebido, não se iludam, pois lá na frente fará sentido ~risada maléfica

Muito obrigada a todos que estão acompanhando (visualizações, comentários e favoritos) *o*
Chega de papo, boa leitura

~fugindo

Capítulo 14 - Cozido de coelho (revisado)


Fanfic / Fanfiction My Eternal Ghost - Cozido de coelho (revisado)

PARTE III - NOVA PERSPECTIVA

Eu deveria estar louca e surda; SeungHyun também deveria estar louco e sem medir suas palavras.

— Você está dizendo que...

— Eu estou dizendo... — Seun-Hyun caminhou até mim, fazendo-me encolher ainda mais na poltrona de couro — que me apaixonei por você. E tenho quase certeza de que irei em breve ao inferno por ter quebrado minha promessa.

— Você deve estar ficando louco.

— Não — ele riu — Você que está, pois está prestes a beijar um fantasma.

Ele aproximou seus lábios dos meus, mordiscando-o e me fazendo ficar excitada. Eu não sei o que dava em mim. A única coisa que sabia é que era muito bom sentir os lábios, mesmo que gelados, de Seun-Hyun. Eu começava a sentir o peso do seu corpo sobre mim, ajeitando-se na poltrona de couro. Sabia que não poderia fugir de lá até porque eu não queria fugir.

SeungHyun segurou em minha nuca, isso não deixava que meu rosto se distanciasse dele. Percorreu com sua outra mão em minha barriga, por baixo de minha camiseta, deslizando até os meus seios. 

— Pare... — empurrei seu peito para longe de mim — Pare...

— Desculpe-me — Seung-Hyun ofegava, com os olhos cinzentos mais vívidos do que nunca — Acho que fui rápido demais... Está tarde e você deve estar cansada — ele alisou os cabelos com suas mãos, jogando-os para trás — Durma no quarto... Eu ficarei aqui na sala.

SeunHyun sentou-se no sofá, pensativo. Eu não tive coragem de olhar para ele, simplesmente caminhei até o quarto escuro que ficava perto da sala. Havia uma cama de casal e eu logo me joguei dela; o fantasma tinha razão, eu estava morta de cansada.

Fiquei pensando em como as coisas haviam chegado naquele ponto e em como me deixei levar tão facilmente pelos encantos dele.

XXX

Uma luz forte invadia meu rosto, antes de abrir completamente meus olhos, os esfreguei, sentindo uma leve vertigem assim que me levantei da cama. As janelas da casa estavam todas abertas e a luz do sol iluminava todo o local. O piso era de assoalho e haviam algumas cabeças de caça no corredor que eu não havia reparado antes. Aquilo me assustou e não deixei de sentir um aperto no coração ao ver cabeças de animais por lá.

Meu corpo estava mais dolorido em razão de eu ter dormido meio sem jeito. Senti um cheiro de comida e caminhei até a cozinha; SeungHyun estava no fogão à lenha cozinhando alguma coisa em uma panela velha de ferro.

— Desculpe por ontem.

Ele se desculpava e eu já começava a me acostumar com isso.

— Você veio para cima de mim tão de repente... Eu ainda não entendo sobre o que você falou noite passada. — Eu realmente não entendia, pois não via motivos para ele ter se apaixonado por mim assim, do nada.

— É complicado explicar.

— Complicado? Existe algo mais complicado do que o fato de você ser um fantasma?

— Você me prometeu ontem que aquela seria sua última pergunta.

Seung-Hyun voltou à panela. Eu queria muito saber o que se passava na mente dele, afinal, ontem havia me dito que estava apaixonado e logo depois me beijou. Então pedia desculpas e agora estava na cozinha, bancando o cozinheiro.

— Se eu quisesse ir embora daqui, eu poderia?

— Não vá — SeungHyun largou a panela, aproximando-se de mim.

— Vai querer me prender aqui também?

— Você não pode ir... Se Amelie a encontrar irá querer matá-la. A essa altura ela não se importa mais em possuir você. Estando doente ou não, ela vai querer te matar. E não se engane com a aparência, ela não seria tão delicada com você quanto parece. Então fique comigo, estará protegida enquanto eu estiver por perto.

— Então eu não tenho escolha...— balbuciei

— Escolha você tem... Mas prefiro que fique comigo.

— Então é isso? Você simplesmente ficou apaixonado por mim e esqueceu o amor de sua vida de tantos anos?

— Sim. — SeungHyun disse sério.

Ele voltou à panela, pegando uma tigela e a enchendo com o que ele havia cozinhado.

— Coma, você deve estar com fome.

— O que é isso? — perguntei.

— Um cozido. Carne de coelho, foi o que encontrei por aqui.

Senti meu estômago embrulhar. Comer carne de coelho era algo que eu imaginava nunca fazer, até porque já tive um coelho de estimação. Mas minha barriga roncava tanto que a fome foi maior. Sentei-me à mesa e comi o cozido, tentando imaginar que eram só vegetais, assim eu conseguiria engolir mais fácil. SeungHyun não comeu, apenas me olhava. Não perguntei o motivo, até porque imaginava que, por ele ser um fantasma, era certo que não precisaria se alimentar.

Mesmo sendo cozido de coelho, aquela comida de certa forma me deixou revigorada, além de ter um gosto bom. Parecia um manjar divino na verdade.

— Por quanto tempo teremos que ficar fugindo de Amelie? — perguntei antes que SeungHyun saísse da cozinha.

— Você disse que não faria mais perguntas — ele riu.

— Mas acho que isso seria importante saber, não é? Ou iremos ficar nesse lugar para sempre?

— Não acha uma boa ideia ficarmos aqui?

— ... Ainda quero voltar à minha vida normal.

— Vida? Que vida?

As palavras dele foram como facadas em meu coração. Novamente agia como o SeungHyun esquisito e frio, como se não houvesse nenhum sentimento dentro dele. Foi com essa última pergunta que ele me deixou na cozinha.

Eu precisava respirar um pouco de ar puro.

— Para aonde vai? — ele perguntou ao me ver com a mão na maçaneta da porta.

— Vou aproveitar o sol lá fora e respirar um pouco, isso é proibido?

— Não...

Bufei irritada com a rispidez de SeungHyun e sai para fora.

Quando havia chegado lá no dia anterior, mal pude notar o quintal. Mas com a claridade do dia, percebi que o lugar era extremamente bonito, mesmo com a grama alta. Haviam árvores em volta, algumas montanhas ao longe e flores no que parecia ser um jardim.

Comecei a arrancar o mato que crescia em volta, dando espaço para as flores ainda sobreviventes respirarem e crescerem melhor.

— Gosta de papoulas?

Quase me assustei com SeungHyun. Ele não perdia o costume de aparecer de repente.

— Eu gosto de flores. — continuei mexendo no canteiro.

Agora eu sabia o nome daquelas flores vermelhas. Papoulas.

— Sente falta do seu amigo?

— Amigo? — Levantei-me, encarando Seung-Hyun de frente.

— É... aquele que vivia atrás de você. Foi até lhe buscar lá na mansão.

— Seungri... — Olhei para as papoulas no canteiro — É, eu sinto falta dele.

Imaginei como Seungri deveria estar. Quem sabe todos da ong deveriam estar me procurando. Meus pais também não tinham mais notícias de mim.

— Ele era seu namorado?

— Namorado...? Você ficou durante muito tempo me vigiando, deveria saber a resposta.

 Passei por Seung-Hyun e fingi ficar admirando as árvores em volta.

— Isso é verdade. — ele riu — Você vivia fugindo dele.

Dei de ombros e aproximei-me mais das árvores. Mesmo pelas condições em que eu estava, ter contato com a natureza era sempre algo que me deixava melhor. O ar estava fresco e o tempo claro, isso fez com que eu fechasse os olhos e abrisse os braços, sentindo o vento bater em meu rosto. Jessie tinha razão em gostar de sentir o vento bater no rosto, era algo muito bom de se fazer.

Aquele meu gesto me fez lembrar da infância, quando eu brincava com minha falecida irmã mais velha, no sítio de meus pais. Corríamos pelo campo aberto e quando estávamos cansadas demais, parávamos para sentir o vento. Minha irmã sempre dizia que parar para sentir o vento era o suficiente para se sentir melhor. Eu comecei a fazer isso com frequência, mas parei no dia em que ela foi assassinada pelo seu namorado.

— O que está fazendo, parada desse jeito?

— Respirando — eu sorri, ainda de olhos fechados e braços abertos.

— Um chapéu de palha e um campo de trigo seria o suficiente para a tornar em um espantalho.

Não liguei para a provocação dele e continuei do modo como estava, sentindo o vento bater em meu rosto. Um tempo depois, resolvi abrir os olhos; olhei para o lado e vi SeungHyun, com os olhos fechados e de braços abertos.

— Parece que eu não sou o único espantalho, não é?

— Entendi porque você ficou assim por tanto tempo — Seung-Hyun continuou de olhos fechados e braços abertos, sorrindo — é realmente bom respirar assim.

— Fantasmas respiram?

— Você pergunta demais. — ele riu — Quer saber de uma coisa, tem um lugar que acho que irá gostar de ver.. — ele estendeu suas mãos —  Quer conhecer?

— E por que eu aceitaria ir com você?

— Passou a noite na mesma casa que eu. Acha que se eu fosse fazer algum mal a deixaria dormir tão tranquilamente? — riu, ainda com a mão estendida. 

— Você é bipolar ou seu signo é gêmeos?

— Signo? — o fantasma gargalhou. — Acredita nisso?

— Me surpreende o fato de alguém que diz ser um fantasma zombar de mim por acreditar em signos.

— É...acho que você venceu. 

— Tá.

— Tá o quê?

— Eu vou. Nesse lugar que quer me mostrar. Contanto que não seja um calabouço...

— Não é um calabouço. Irá gostar.

Segurei em suas mãos geladas, acompanhando-o. Sorri ao ver que SeungHyun deixava de ser o estranho de pouco tempo atrás. Caminhamos por uma trilha dentro da floresta, eu já conseguia ouvir o barulho de um riacho. Era um rio tão cristalino que era possível ver as pedras aos fundos, assim como pequenos peixes que nadavam perto da beira.

— É incrível que mesmo com o passar dos anos o riacho esteja do mesmo modo.

— De quantos anos estamos falando? — perguntei.

— Você realmente pergunta demais — Seung-Hyun riu, olhando para o riacho — Um pouco mais de cem anos, ou duzentos, talvez...

— Certo... — falei desconcertada.

Abaixei-me para sentir a água. Peguei um pouco com as mãos e a bebi, gelada e refrescante.

— Cuidado para não se afogar.

O riacho era visivelmente raso, ninguém se afogaria lá. Peguei uma considerável quantidade de água e joguei nele. Ri ao ver SeungHyun olhando irritado para as próprias roupas molhadas.

— Oh Céus! Eu molhei sua roupa? Me desculpe — fingi estar preocupada e peguei mais um punhado de água, jogando em SeungHyun.

— Oras, você quer brincar é?

Ele se abaixou, pegando água e jogando em mim. Comecei a rir e me levantei para fugir da água, mas acabei tropeçando e caí dentro do riacho. Ele não era tão fundo, mas pensei em dar um susto no fantasma.

— Socorro, eu não sei nadar.

— Você está fingindo, isso não é tão fundo! — disse olhando para mim de braços cruzados.

Fingi me afundar e prendi minha respiração, ficando em baixo d'água. Seung-Hyun demorou para aparecer e quase acreditei que ele esperaria eu morrer afogada. Até que vi ele mergulhando na água e me puxando até a superfície.

— Como estava se afogando em algo tão raso?

— Eu não estava — comecei a rir, olhando para ele com seu cabelo todo molhado.

— Você fez eu pular aqui só para me molhar?

Eu assenti, jogando água no rosto dele. Eu ia nadar para mais longe, fugindo de Seung-Hyun mas ele me segurou, sorrindo. Estávamos no meio do riacho, grudados um ao outro. 

Seung-Hyun aproximou seus lábios aos meus, tão gelados como a água do rio. A cada vez que ele me beijava, sentia como se a sede por seu beijo aumentasse ainda mais. Parecia ficar cada vez mais difícil me soltar dele.

— Espere... — Balbuciei quando me dei conta do que estávamos prestes a fazer.

Eu ainda sentia medo, não sabia se estava mesmo preparada. Ainda mais depois da noite anterior; eu não sabia como seria, ainda mais em se tratando de alguém que não era realmente humano, mas um fantasma que possuía um corpo morto. Era estranho se eu parasse para pensar. Afastei-me de Seung-Hyun com o corpo congelando de tanto frio. Não contive o riso quando me dei conta de que ele olhava para minha camiseta molhada marcando o corpo. Eu não o culpava por isso, pois fazia o mesmo.

— Você entende, não é Seung-Hyung? — questionei quando voltávamos pela trilha até a casa de campo.

— Perfeitamente — Seung-Hyun sorriu, apertando meu nariz e caminhando na minha frente.

— Ei, me espere! — Gritei.

— Você é tão lenta — ele brincou — talvez eu deva carregá-la para chegarmos mais rápido.

— Eu não reclamaria. Espere... — Seung-Hyun rapidamente me erguia — Eu estava brincando, não é para me carregar... Ei, ei, Seung, eu vou cair, me solte.

— Não! — ele riu.

Me carregou até perto da casa, por mais que eu insistisse para que me colocasse de volta no chão.

— Que barulho foi esse? — eu pensei ter ouvido passos vindo de algumas árvores quando nos aproximávamos da casa.

— Coelho — Seung riu, apontando para um coelho perto de um arbusto.

— Não me diga que você caçou um coelho tão fofo como aquele para preparar o cozido?

—Por que está com pena agora? Você comeu duas tigelas cheias!

— Ele não era parecido com aquele, não é? — eu vi o coelho cinza pular para fora do arbusto e sumir entre as árvores — Por favor, diga que não era parecido com aquele.

— Não, eu só escolho coelhos feios e maldosos para preparar o cozido — Seung-Hyun novamente falava zombeteiro — Vou pegar lenha para a lareira, pode ir entrando na casa.

Eu assenti e entrei, deixando Seung-Hyun do lado de fora. Pela janela pude ver ele sumindo novamente através da floresta. Olhei para a lareira da sala, havia bastante lenha, provavelmente Seung-Hyung deve ter esquecido desse detalhe. Eu mesma acabei acendendo a lareira com o isqueiro de Seung que estava no bolso de seu sobretudo. Fiquei me aquecendo e deixando que a roupa secasse no meu próprio corpo. Me sentia tão revigorada depois do cozido de coelho que imaginei estar imune à tudo, até mesmo a uma provável gripe.

Minha roupa estava quase seca quando SeungHyun voltou.

— Não encontrou nenhuma lenha? — eu ri.

SeungHyun estava com o cabelo bagunçado e ainda com a roupa molhada.

— Lenha? — ele olhou para a lareira acessa — Ah sim, eu me dei conta de que já havia lenha aqui...

— Demorou tanto para se dar conta disso e voltar sem nada?

— Ei — Seung-Hyun sorriu — Está me controlando?

— Não... — respondi olhando novamente para a lareira e sentando-me no chão — Não mesmo!

— Certo.

Ele se aproximou, sentando-se ao meu lado para se esquentar.

— Você é mesmo o que diz ser, SeungHyun? 

— Um fantasma? — ele estava atento às chamas da lareira, pensativo. — O que você acha?

— Se quer saber o que eu realmente acho, digo que devo ser louca. — ri soprado, também olhando para a lareira. — Talvez isso seja tudo fruto da minha imaginação. Enquanto imagino essas coisas acontecendo, na verdade estou internada em algum hospital, submetendo-me a tratamentos psiquiatras... Sei lá...

— Isso significa que tem boa imaginação. — Seung riu, voltando seus olhos cinzentos para mim. — Não acha um pouco exagerado pensar assim?

— Sinto-me melhor pensando assim. Até por que... — também olhei para ele — A ideia de você ser um fantasma e toda essa história de possessões e passado, ainda é absurda. Se eu agir como se estivesse em um sonho, não enlouquecerei tanto.

— Bem inteligente da sua parte. — riu. 

— Você fica bem assim, sendo legal. Deveria tentar mais vezes ao invés de agir como um Conde Drácula.

— Quando agi como um Conde Drácula?

— Quer que eu liste?! 

— Se quer saber, eu nunca fui assim. Digo no sentido de rir tanto ou brincar de jogar água em alguém na frente do riacho. 

— Percebi.

— Você também. Pelo tempo que te observei, sei que é alguém tão fechada quanto eu...

— Como era viver na sua época? — resolvi perguntar, até porque não estava a fim de falar sobre mim.

— Perguntando de novo?

— Não é uma pergunta tão chata assim, qual é! É uma pergunta interessante, não acha?

— Acho que se você vivesse naquela época, odiaria.

— Por quê? — SeungHyun riu novamente, eu fazia outra pergunta — Tudo bem, sem mais perguntas, só continue falando.

— Obrigado por deixar eu falar, senhorita — ele riu — Está aí um dos motivos que você iria odiar. Naquele tempo, mulheres não poderiam fazer perguntas assim aos homens ou mesmo se intrometer nos negócios.

Eu pensei em fazer outra pergunta, mas me contive e deixei SeungHyun continuar.

— Acho que se você fosse da minha época, poderia ser uma revolucionária — senti-me orgulhosa com aquela palavra, SeungHyun deve ter percebido — Uma mulher que reivindicaria seus direitos. — ele riu — é claro que acabaria na forca.

— Forca? — olhei assustada.

— Ou guilhotina, dependeria da região.

Arregalei os olhos. Como SeungHyun poderia achar graça com uma coisa séria daquelas?

— Acho que era por isso que dificilmente aparecia alguma revolucionaria. — continuou rindo.

— Isso não tem graça. É horrível. Pare de rir Seung-Hyun!

— Tudo bem, desculpe.

Seung-Hyun ficou um tempo olhando para a fogueira. Eu vi suas bochechas incharem, ele estava prendendo o riso até não poder mais, soltando novamente uma risada.

— Não ria com uma coisas dessas!

— Não estou rindo disso. Estou rindo de você apavorada, creio que não suportaria um dia naquela época.

Balancei a cabeça olhando para a lareira. Até que me virei novamente e me deparei com SeungHyun com os olhos fixos em mim.

— Acho que se eu fosse desse século e te conhecesse como um homem comum, tudo poderia ser mais fácil, não é?

— Talvez... — balbuciei.

SeungHyun deu outro sorriso. Perdi a conta de quantos sorrisos ele deu enquanto estávamos naquela lareira. Talvez ele tenha sorrido mais do que em toda sua vida. Virei novamente meu olhar para a lareira, não sei o que faria se continuasse olhando para SeungHyun sorridente; talvez eu me comportasse como uma pervertida e o agarrasse ali mesmo, mas não faria isso. Não faria porque me lembrar a todo minuto que ele era um fantasma de certa forma me causava calafrios.

— Vou preparar outro cozido para você — ele se levantou — E depois poderá dormir.

— Eu posso ajudar a cozinhar...

— Não! — ele interrompeu — eu preparo. Fique aí, leia um livro — ele apontou para uma estante velha — É provável que tenha livros aí que você nunca tenha ouvido falar.

XXX

— Sabe... — eu comia do cozido enquanto SeungHyun me observava — Esse seu cozido, por mais que eu tivesse medo de comer carne de coelho... Ele é muito bom.

— Se sente bem quando o come?

— Sim, muito bem! Me sinto ótima, revigorada na verdade.

Ele deu um sorriso tímido, olhando para a velha mesa de madeira. Deve ter ficado envergonhado com meu elogio.

— Até que você é um fantasma bonzinho. — eu ri depois de mais uma colher do cozido.

— Fantasma bonzinho?

— É, como o fantasma gasparzinho.

— Gasparzinho? O que é isso?

— Você não conhece o gasparzinho? De século você é? — antes que Seung-Hyun abrisse a boca, dei-me conta de que ele realmente não conhecia o Gaspar. — Está certo, entendi. Não precisa responder.

— A propósito, esqueci da bebida — SeungHyun se levantou, saindo da cozinha e voltando com uma garrafa e um copo — Ela também vai te ajudar.

Ele derramou um líquido incolor, que não era água. A bebida tinha gosto de ameixa, como um suco muito bom.

Por mais que eu achasse que não tivesse feito tanta coisa durante o dia inteiro, senti-me completamente cansada. Eu praticamente me joguei na cama e logo dormi; como uma pedra.


Notas Finais


Vocês não pensaram que as coisas iam acontecer tão rápido, não é? A menina da ong é virgem e assustada. Ela já tinha medo de se envolver com homem, imagina com um fantasma meio esquisito (por mais que seja o TOP, ainda é um fantasma esquisito).
Pois é, mas acredito que está indo muito bem a convivência dos dois nessa casa, melhor do que qualquer um dos dois esperava, com muito cozido de coelho (eca)


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...