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História My Eternal Ghost - Enfrentamento (revisado)


Escrita por: Cris-LadoA

Notas do Autor


Oi! Um pouco atrasada mas estou aqui!

Estou bem chorosa por um motivo: Esse é o penúltimo capítulo T.T Pois é, quem diria que já estamos chegando ao fim :(

Eu só tenho que agradecer imensamente pelo carinho de todos! Mas vou deixar os agradecimentos de verdade para o último capítulo, ok?

Fui rever o primeiro capítulo e me deparei com as notas iniciais que deixei lá assim que postei o capítulo. Eu escrevi que havia criado um carinho muito grande pela fic e que não desistiria mesmo se ninguém a lesse. Eu realmente achei que não teria tantos leitores. Mas então as pessoas foram aparecendo e quando me dei conta, o carinho que eu tive pela fic só aumentou. E sabe por quê? Porque comecei a ter um carinho pelos leitores também. Conversar com vocês, trocar ideias, falar da vida, de música, de filme e tudo mais...Então vi que tudo foi muito além de uma simples fic *-*

Big Bang para mim é especial. Além do mais, foi o primeiro grupo de Kpop que conheci Eu não sou dessas que acompanhava animes e essas coisas da Ásia. Então como conheci BB? Bom, eu estava no Youtube, vendo vídeos indianos de paródias (isso mesmo), aí fui clicando aqui e ali, parei em uns rock japonês até me deparar com "Haru Haru". Me apaixonei pela música (mesmo achando os meninos feios à primeira vista kkk). Depois de BigBang veio o Super Junior.

E por que contei isso?
Porque quero saber de vocês, como conheceram o BigBang?
Vamos compartilhar as experiências \o/
Mas isso depois de ler esse penúltimo capítulo! Acho que depois que lerem, estarão mais sentimentais T.T
Boa leitura gente!

Capítulo 30 - Enfrentamento (revisado)


Fanfic / Fanfiction My Eternal Ghost - Enfrentamento (revisado)

O clima parecia estranho, como se algo de errado pudesse acontecer.

Mas se fosse para acontecer alguma coisa errada, eu deveria seguir em frente e fazer o possível para reverter a situação. Faria o que quer que fosse para transformar o "errado" no "certo".

Comecei a caminhar pelo jardim mal cuidado. Ji Yong seguia atrás de mim, posicionado como um guarda costas para me proteger caso surgisse alguma coisa ou alguém por perto. Eu não sei bem se estava assustada ou ansiosa pelo que pudesse encontrar dentro da casa.

 Passo a passo a distância entre a mansão e eu só diminuía. Comecei a sentir como se o que eu encontrasse lá pudesse mudar totalmente o rumo de tudo; de um modo ou de outro.

— Está silencioso demais...Não acha? — Eu parei em frente à porta, que ainda estava fechada. Ji Yong se aproximou , olhando para cima, talvez procurando por alguém parado perto da janela do segundo andar — Não conseguimos nem mesmo ouvir o vento.

— E se ele não estiver aqui?

— Temos que verificar para ter certeza, Ji Yong.

Nos entreolhamos por alguns milésimos de segundos. Criei coragem e me antecipei, levando as mãos à maçaneta da porta e empurrando-a. Para nossa sorte, estava destrancada. 

Estávamos no salão de entrada. Tudo estava exatamente do mesmo modo que vi da última vez. Os quadros, as colunas  e a escadaria, logo ao fim. Senti um frio na barriga ao me lembrar da primeira vez que vi Seung-Hyun, aparecendo no topo da escada com aquele ar misterioso, portando uma bengala em mãos e com sua presença fantasmagórica.

— Parece que não há ninguém...— Ji Yong começou a olhar em volta. Creio que ele também deveria ter muitas recordações.

Rapidamente avistei o quadro da árvore seca preso na parede. Relutei para enxergar a única folha na árvore.

— Eu vou procurar lá em cima — apressei-me já indo até o pé da escadaria — Procure aqui em baixo.

— Não vou deixá-la sozinha nessa mansão.

— Ji Yong! É mais fácil se nos separarmos. Qualquer coisa eu grito.

—  Espere. —  Ji Yong segurou em meu pulso, tirando do seu cinto a faca de cabo preto, específica para matar fantasmas —  Fique com isso...

— Eu não vou precisar usar...

—  Para sua segurança.

—  Sabe que se eu ver Amelie não posso matá-la, não é?

—  Mas fique. Para sua segurança.

—  Está bem. 

Ji Yong olhou para mim por alguns instantes e se prontificou em ir em direção aos corredores do térreo. Eu logo subi as escadas, quase correndo.

Queria muito ter tido alguma visão das memórias de Seung-Hyun. Seria mais fácil para ter certeza de onde ele poderia estar.  O segundo andar estava tão quieto e silencioso como no térreo. Percorri o quarto de Seung e depois o quarto ao lado, o mesmo que fiquei durante o período que estive na mansão. Absolutamente nada de diferente. Tudo estava intocável.

Eu estava absolutamente decepcionada. Seung-Hyung não estava lá. Ele poderia estar em qualquer lugar do planeta, quem sabe até já teria feito o tal do ritual e o sacrifício. Será que eu estava perdendo meu tempo? Se fosse, por que algo me dizia que eu deveria ficar ali?

Desesperada, passei por todos os quartos de hóspedes, procurando ao menos algum vestígio de que haviam passado por lá.

Nada.

"Seung-Hyun....Por favor...Não faça nada. Espere por mim. Não faça nada. Não vá embora. " Por todo o tempo tentava falar com Seung-Hyun em pensamento. Não sei se ele poderia me ouvir, mas na dúvida, resolvi arriscar. Se eu pudesse ver as memórias dele, quem sabe ele também pudesse ouvir meus pensamentos. Eu esperava que isso fosse possível; era minha última esperança.

Quando voltei ao corredor, senti uma leve vertigem. Escorei-me nas paredes e  minha visão começou a ficar turva. Eu não vi nada, mas ouvi uma palavra que mais parecia um sussurro:

"Floresta".

Recordei do dia em que saí correndo da mansão e, desorientada, acabei parando no meio da floresta. Eu estava machucada e minha salvação foi Seung-Hyun, que apareceu naquele momento.

Sem pensar duas vezes corri até as escadarias. Não vi Ji Yong por lá e nem pensei em tentar procurá-lo. Eu estava desesperada e ansiava encontrar Seung-Hyun o quanto antes. Quando me dei por mim, já estava fora da mansão, passando pelo mesmo local que Jessie foi enterrada até entrar na floresta.              
     

  XXX

 

Ji Yong havia percorrido pelo escritório e a antiga área dos empregados. Chegava a ser engraçado o fato da maioria dos objetos estarem exatamente do modo que ele se lembrava. A mansão se comportava como se o tempo não tivesse passado.

Passou por seu antigo quarto. Algumas coisas haviam mudado, mas ainda conseguia se lembrar do tempo em que passou lá. Aproximou-se de sua mesa de estudos. Em cima não havia nada além de um candelabro. Abriu as gavetas e viu vários papéis amarelados, a maioria já tomado pelas traças. Um papel especial lhe chamou atenção: Era uma carta de Seung-Hyun. Foi no dia que Seung teve que viajar a negócios. A carta dizia para Ji Yong avisar à Amelie de sua ausência, mas que voltaria logo.

Ji Yong se recordou que naquele dia, terminou seu caso com Amelie. Sentia-se envergonhado demais por trair o irmão e estava decidido em partir de viagem para longe dali. Moraria com o primo de sua mãe. Teria uma vida pacata e sem luxo.

Seu plano teria dado certo se Amelie não tivesse dito que estava grávida. Um filho que ela mesma matou no dia em que sacrificou sua própria vida depois de ver Seung-Hyun se matar. 

Ji Yong colocou a carta de volta na gaveta, decidido em esquecer do passado e pensar em sua missão.

Depois de percorrer a cozinha e sala de jantar, havia mais um lugar que Ji Yong poderia visitar: A estufa. No entanto, lembrou-se da garota que ainda estava na mansão. Ele não poderia deixá-la sozinha. Tudo estava silencioso e tranquilo demais... Não era boa coisa.

—  JI Yong! —  assim que voltou ao Hall de entrada, o jovem foi surpreendido com duas figuras familiares parados perto da porta. —  O que faz aqui?

—  Seungri...Daesung...—  ele olhou para os dois rapazes.

Daesung segurava o seu precioso livro em mãos. Tanto ele quanto Seungri estavam surpresos com a presença de Ji Yong por lá.

—  Está com ela? —  Seungri deu passos largos em direção à Ji Yong, como um leão feroz —  Onde ela está?

—  De quem estão falando?

—  Você sabe de quem estamos falando. —  Daesung endireitou o livro em suas mãos, caminhando de forma tranquila, diferente de seu primo Seungri. 

—  O que vocês tem a ver com ela?

—  Sou o guardião dela. —  Seungri se prontificou em dizer.

— Guardião? Espera...Então ela é a garota da profecia? —  Seungri e Daesung assentiram —  Eu pensei que estivesse morta...

—  O bruxo matou a irmã dela —  Daesung interrompeu. — Ela deve ter te contado sobre uma irmã morta, não contou? —  Ji Yong abriu a boca para responder, mas Daesung interrompeu de novo —  Ele se enganou e, felizmente matou a garota errada. Agora onde ela está? 
                                           

 XXX

 

Não fazia ideia do que acontecia comigo, mesmo assim continuava correndo, desviando de algumas pedras e árvores no caminho. Me sentia sufocada, como se a floresta fosse me engolir a qualquer instante.

" Por favor Seung...esteja aqui...Por favor.". Eu já estava cansada demais para continuar correndo. Diminui os passos até me deparar em uma clareira. Continuei chamando por Seung-Hyun pelo pensamento, mas ele ainda continuava ausente para mim.Como se não me ouvisse.

—  Não pensei que seria tão fácil assim a trazer para cá.

Senti um frio horrível na espinha, mesmo eu não reconhecendo a voz. Girei meus calcanhares e vi uma jovem garota, surgindo entre as árvores. Mesmo estando em um corpo diferente, eu tinha noção de quem era.  Amelie estava no corpo de uma mulher jovem, de cabelos negros e compridos. Possuía os olhos azuis mas que, por alguns momentos, mostravam-se cinzentos. 

—  Amelie.

—  Está surpresa em me ver?

— Não mesmo...—  segurei a faca que ganhei de Ji Yong com mais força. 

—  Vai me matar? —  Amelie olhou para a faca em minhas mãos, dando uma risada fraca. —  Vai mesmo tentar me matar com isso? Acho que não deve saber o que pode te acontecer se me matar, não é mesmo?

—  Eu não me importo...—  menti —  Se for para acabar com tudo isso, prefiro mandar você embora daqui e morrer junto.

—  Não pode fugir do seu destino. Apenas aceite... —  Amelie começou a dar alguns passos em minha direção —  Você não tem mais nada para fazer aqui mesmo. Não ache que Seung-Hyun a ama. Ele não te ama. Eu o conheci antes, bem antes de você. Eu sou a garota que ele tanto amou. E se ele ficou com você, foi porque se parecia comigo. 

Poderia ser tudo mentira. Amelie poderia estar dizendo tudo aquilo somente para me deixar mais fraca; deixar-me emocionalmente abalada. Mas, por mais que eu soubesse que era mentira, as palavras dela me atingiram de algum jeito. Não....Não era verdade. Seung-Hyun não estava me enganando; não mais.

—  Ele te enganou uma vez...—  Amelie continuou —  Acha que ele mudaria de ideia? Acha que de um dia para o outro ele começaria a te amar?

—  Você está com medo, não é Amelie? —  ergui a faca que eu segurava, isso fez Amelie parar de caminhar em minha direção, arregalando os olhos e ficando com a boca entreaberta —  Você sabe que perdeu Seung-Hyun e agora diz todas essas mentiras. O que está tentando?! Acreditar em suas próprias mentiras para se sentir melhor? Fala tanto dele...Como se realmente o amasse. Você o amou mesmo? Foi sempre fiel a ele, do mesmo modo que ele foi com você?

—  Aquele desgraçado do Ji Yong... Não tinha que ter contado sobre nós...—  Amelie reclamou sozinha.

Naquele instante me dei conta de que, sem querer, fiz Amelie confessar que teve um caso com Ji Yong. De certa forma me senti enganada, já que Ji Yong mentiu para mim dizendo que não teve muito contato com ela.

—  Eu vou entrar no seu corpo, garota. —  Amelie enrugou a testa. Eu conseguia sentir o ódio em suas palavras —  Você vai sair do meu caminho de vez.

—  Só por cima do meu cadáver.

—  Que seja...

Amelie avançou para cima de mim. Tentei golpeá-la com a faca, mas ela parecia ser bem mais habilidosa do que eu e segurou em meu pulso, arrancando a faca de minha mão e jogando-a para longe. Olhei de relance para o objeto sendo lançado à minha direita, caindo no meio de folhas secas. Antes que eu pensasse em correr atrás, Amelie golpeou em meu estômago com seu joelho. Eu senti uma forte ânsia e minha barriga ficou extremamente dolorida. Logo em seguida, Amelie segurou as mechas do meu cabelo, erguendo minha cabeça e dando mais um chute em meu estômago, jogando-me ao chão.

— Isso está sendo mais fácil do que imaginei...— ouvi Amelie rir.

Meu estômago doía muito por causa do chute, mas minha raiva por ser golpeada era ainda maior. Ergui minha cabeça. Amelie estava em pé, com os braços apoiados na cintura, como se esperasse que eu me rendesse ou chorasse nos pés dela. 

Se ela estava achando que eu me entregaria fácil, estava muito enganada.

— Não desistiu? — Amelie falou zombeteira quando eu comecei a me levantar.

Ela continuava rindo com sarcasmo e com as mãos apoiadas na cintura. Isso foi o suficiente para que eu pudesse pegá-la desprevenida e desferir um soco em seu rosto, fazendo-a cair no chão. Joguei-me em cima dela, pressionando a barriga dela com meus joelhos e segurando seus braços acima da sua própria cabeça.

— Por que os vilões nunca aprendem que não devem ficar se gabando enquanto a luta ainda não terminou? — falei aproximando meu rosto ao dela. — Não ache que sou fraca, Amelie. Eu não me rendo tão fácil assim.

— Você...não se rende? — ela disse com a voz fraca, tentando mexer o corpo que estava imobilizado com o peso do meu corpo.

— Não até acabar com você!

— Não tão cedo, querida...

Por um descuido meu, Amelie usou novamente seu joelho, contorcendo o corpo feito uma cobra e conseguindo se livrar de mim. Merda! Eu estava perdendo para ela de novo! Ela já estava em cima de mim e seu antebraço se aproximou do meu pescoço, pressionando-me. Minha garganta estava dolorida e eu quase não conseguia respirar. 

Até que um ponto brilhante ao meu lado chamou a atenção: Era a lâmina da faca que brilhava devido aos raios de sol. Com uma mão eu tentava conter os braços de Amelie me sufocando e com a outra tateei as folhas secas, até conseguir alcançar a faca. Assim que peguei o objeto, tão logo cravei a faca na região da costela dela. O peso de Amelie em meu pescoço diminuiu e ela gritou de dor, afastando-se de mim.

Eu poderia ficar feliz por vê-la ferida, mas no mesmo instante senti uma forte dor perto da minha costela. Era como se eu também fosse atingida por uma faca e, sem poder me controlar, levei as mãos para o meu tronco.

Amelie, com a respiração ofegante e com a mão próxima à faca cravada em seu tórax, olhou para mim. Esforcei o máximo para que ela não percebesse a minha dor, mas foi inevitável. 

— Não pode me matar....— Amelie estava com a respiração acelerada, mesmo assim não deixou de rir. 

Com muito esforço, levantei-me do chão repleto de folhas secas. Amelie acompanhou meus movimentos com os olhos. Ela estava sentada, com a mão na região das costelas. Eu conseguia ver o sangue sair de seu corpo, lambuzar suas mãos e atingir a terra. Antes que eu fizesse qualquer coisa, ela levou as mãos ao cabo da faca, puxando-a do corpo. Amelie segurou a faca encharcada  de  seu próprio sangue, levantando-se também.

— Você não pode me matar garota...Mas eu posso matar você.

Amelie foi em minha direção, segurando a faca com firmeza, prestes a desferi-la em mim. Naqueles poucos segundos comecei a pensar em uma forma de reverter a situação, mesmo estando completamente dolorida. 

— NÃO!

Um vulto ficou entre mim e Amelie. De primeiro momento, foi somente alguma coisa que cobriu completamente minha visão, mas logo depois sua silhueta se tornou familiar. Vi suas costas.Seus cabelos cinzentos.Eu conhecia o dono da voz que disse "Não".

— SEUNG! — juntei as poucas forças que tinha para gritar.

O corpo de Seung-Hyung que antes estava em pé na minha frente, de braços abertos, já caía ao chão. Logo em minha frente vi Amelie, segurando a faca com ainda mais sangue, olhando assustada para Seung-Hyun imóvel no meio das folhas secas.

— DESGRAÇADA! — gritei.

Meu ódio foi o suficiente para esquecer de qualquer dor que eu pudesse sentir. Simplesmente avancei para cima dela, golpeando-a com todas as minhas forças e a levando para o chão. A soquei por várias e várias vezes. Só depois de algum tempo me dei conta que Amelie já estava imóvel... 

Olhei para trás e vi o corpo de Seung-Hyun. Meu corpo tremia. Os dedos das minhas mãos estavam vermelhos por causa dos socos que dei em Amelie. Rapidamente fui até Seung.

— Seung-Hyun!Acorda! — Coloquei a cabeça dele em meu colo. —  Por favor! Abra os olhos! Fale comigo!

Seung-Hyun estava com o sobretudo marrom aberto. Vestia uma camisa branca por baixo e isso foi o suficiente para que eu pudesse ver uma imensa mancha de sangue em seu peito. Eu encostei meu rosto ao dele. Era impossível controlar o choro. Nunca achei que pudesse chorar tanto depois da morte da minha irmã... Estava enganada. 

— Seung! Acorda....Por favor! —  falava aos soluços.

Naquele instante a boca de Seung estremeceu. 

— Não fale! Não se esforce..

— Sa...sacrifício...— ele balbuciou.

— Não fale, por favor. Eu vou procurar ajuda...Eu...

— Não...— Seung me interrompeu. Sua voz estava. — Esse foi meu sacrifício...

— Seung! Não faça isso! Eu vou procurar ajuda! Você não vai embora! Você não vai!

— Você precisa viver...— ele olhou no fundo dos meus olhos. Que merda, não poderia ir assim. — Precisa viver...

— Seung! — ele fechou os olhos. Não se movia mais. — SEU IDIOTA! POR QUE ESTÁ FAZENDO ISSO? ABRA OS OLHOS! ABRA OS OLHOS AGORA!Eu te amo, Seung-Hyun! Você não pode me deixar! É comigo que tem que estar...comigo!

 

 

— Ali está ela! 

Vi Ji Yong aparecer entre as árvores. Logo atrás dele Seungri, Daesung e um outro cara de corte de cabelo moderno e tatuagem nos braços....Mas...Daesung? Seungri? O que eles faziam aqui?

Ji Yong olhou de relance para o corpo de Amelie.

— Me ajude, Ji Yong! Por favor, me ajude!

— A faca...— Daesung se aproximou da faca que estava jogada ao lado de Amelie. 

— Ele se sacrificou.— Ji Yong sibilou. Então correu até mim, agachando-se ao meu lado e olhando para Seung-Hyun em meu colo. 

— Diga que ele pode voltar, Ji Yong...Por favor...me diga...

— Eu sinto muito.

— Não...Não....Ele não pode ir...

Ji Yong apoiou suas mãos em meus ombros. Ficamos um bom tempo na mesma posição. Eu não conseguia fazer mais nada a não ser abraçar o corpo de Seung-Hyun...Não fazia mais nada que não fosse chorar.
                               

 

   XXX

 

 

Tudo havia sido em vão. Não adiantou nada eu ter corrido até Seung-Hyun. Na verdade, eu só piorei. O sacrifício dele consistia em ser morto pelas próprias mãos de Amelie. Isso me fez sentir culpada. Se eu tivesse ficado no esconderijo de Ji Yong, Amelie não teria me encontrado e não tentaria me golpear com a faca. Assim, Seung-Hyun não teria aparecido na minha frente e nem teria sido ferido por Amelie. Ela nunca o mataria de propósito.

— É melhor queimarmos os corpos. Não podemos correr o risco de alguém encontrar e acharem que somos assassinos ou algo do tipo.— O cara que eu descobri ser Taeyang falou.

—  Eu tenho minha carreira como médico a zelar. —  Daesung concordou com Taeyang.

— Isso não é assunto para falar na frente dela, Daesung.

— Mas temos que resolver isso, Ji Yong.

Daesung, Seungri, Ji Yong e Taeyang estavam sentados à mesa do escritório. Discutiam a melhor forma de enterrar os corpos. Enquanto isso eu estava na poltrona, olhando para o quadro de Seung-Hyun em cima da lareira. O corpo dele estava na cama do quarto. 

Mesmo tendo se passado duas horas eu ainda não havia parado de chorar. Fingia não ouvir a conversa dos três, mas era impossível. Ouvir eles falando em uma forma de esconder os corpos só me fez sentir pior. Tudo era doloroso demais. 

O Seung-Hyun do quadro me fitava enquanto eu o desculpava pelo pensamento. Me sentia a única responsável por tudo. Como Seung achou que eu conseguiria viver sem ele...como?

— O que você acha?

— Hã?

— O que você acha...— Seungri estava ao meu lado, despertando-me dos meus pensamentos — Tudo bem para você se queimarmos o corpo de Seung-Hyun?

Eu ainda não sabia do motivo de Seungri e Daesung estarem lá. Não sabia como eles conheciam Ji Yong. Mas agiam como se soubessem de tudo. A sorte de Seungri era que eu estava abalada demais para questionar sobre o que eles eram.

— Eu não sei, Seungri...— a ideia de incinerar o corpo de Seung-Hyun não soava bem para mim. Eu não queria ver seu corpo sumir....— Eu gostaria que...— suspirei fundo. Olhei mais uma vez para o quadro de Seung e levantei da poltrona, ficando em uma posição em que pudesse olhar para os quatro homens. — Podemos enterrá-lo aqui? Gostaria de enterrá-lo no jardim da mansão.Perto da fonte...

— Vamos fazer isso. — Ji Yong olhou para mim, aderindo ao meu pedido.

Escolhi o lugar perto de onde Jessie foi enterrada. Era como se aquele ato deixasse Seung-Hyun próximo à mim. Algo me dizia que era a coisa certa a ser feita.

Taeyang e Daesung foram cuidar do corpo da garota que Amelie possuiu. Se eu estivesse em meu juízo perfeito, me sentiria mal por ser cúmplice do "sumiço" do corpo de uma garota que, antes de Amelie possuir não tinha culpa de nada. Mas eu não estava em meu juízo perfeito e todos os meus pensamentos estavam em Seung-Hyun.

Não tive coragem de ver o corpo mais uma vez. Apenas olhei de relance quando vi Ji Yong e Seungri levando o corpo enrolado por um pano branco, colocando no buraco de terra já cavado perto da fonte.

Até aquele instante Ji Yong se mostrava forte... Mas logo depois desabou, junto comigo. A cada terra jogada em cima de seu corpo era como se eu recebesse várias facadas em meu coração.

— Eu não vou suportar, Ji Yong....

— Eu estou aqui.Não se preocupe...

— Eu também...— Seungri se aproximou, segurando em minha mão. — Vai ficar tudo bem.

— Eu quero sair daqui...Eu... Não consigo mais olhar para esse lugar...

Ji Yong apoiou suas mãos em minha cintura, ajudando-me a caminhar. Eu não conseguia sentir meus próprios pés. Fomos andando até o portão e depois pegamos a trilha de arames. Senti um frio congelante atingir meu corpo. Em um momento impulsivo olhei para os lados, torcendo para que Seung-Hyun surgisse de repente. Mas o frio daquela vez era do vento, que balançava as folhas das árvores. Até achei ter visto um pássaro levantar voo, mas logo continuei a caminhar.

Olhar para a trilha de arames mais uma vez me fez lembrar do dia em que recebi a mensagem no rádio do carro. "Um pássaro exótico preso em um arame".  Até achei ter visto Jessie correndo e latindo por aquela trilha. 

Já era noite quando entramos no carro. Seungri e Ji Yong foram na frente e eu fiquei no banco de trás. Pela janela observei as árvores da estrada Yulyeon se distanciarem. 

Ir para a estrada Yulyeon foi o começo e o fim de tudo.


                                             XXX

 


 

1 mês depois

Estacionei meu furgão perto da ponte. Ji Yong estava encostado em seu conversível vermelho, segurando uma garrafa de cerveja. Assim que saí do carro fui recebida com um aceno dele ao longe, sorrindo para mim.

— Pensei que não viria mais...

— E perder uma cerveja gelada? — cumprimentei Ji Yong com um abraço. Ele logo pegou mais uma garrafa de cerveja que estava dentro de uma caixa de isopor repleta de gelo — Hoje o tempo está maravilhoso. — Olhei para o céu. O sol estava se pondo no horizonte.

Andamos até as grades da ponte. Tomamos alguns goles em silêncio, olhando para as árvores à frente.

— Eu pensei que você tentaria de novo.— Ji Yong falou, ainda olhando para o sol se pondo. — Realmente achei que fosse tentar se matar...

— Eu pensei nisso, Ji Yong. Pensei muitas vezes...— fitei por alguns segundos a boca da garrafa, até dar mais um gole da cerveja.

— Garota da ponte...— ele me fitou, alisando meu queixo com a ponta de seus dedos e dando um sorriso — Você realmente é uma garota de fibra. Uma garota forte. Tenho orgulho de ser amigo de alguém como você. 

— Somos amigos, Ji Yong. E eu que me orgulho por conhecer alguém como você.

— Bom...Se tem algo que fiz certo nas minhas duas vidas...Acho que foi te salvar. Eu só queria ter tido a oportunidade de me desculpar com Seung...

— Tenho certeza de que ele te perdoou, Ji Yong.

— Eu não sei... Eu o traí...Eu... Eu tive um caso com Amelie e depois o persegui nessa outra vida achando que ele me matou...

Ji Yong havia se recordado do dia em que morreu. O golpe de espada dado por Seung-Hyun não foi intencional. Foi legítima defesa, pois na verdade, Ji Yong foi quem tentou matá-lo. Ele me contou ter se lembrado de momentos em que Seung fez curativos para que ele não morresse. Mas no fim, ele acabou não resistindo. 

— Ele te perdoou. — eu reafirmei. — Tenho certeza que Seung reconheceu seu esforço para se redimir. 

— Deve ter sido difícil para meu irmão.Conviver com o peso nas costas, se culpando por ter me matado. Eu queria ser como você garota da ponte, agindo como se ele ainda estivesse aqui... vivo.

— A folha verde da árvore seca...

— O que disse?

— Nada, Ji Yong. — eu ri — não é nada. Seung-Hyun queria que eu vivesse e seguisse em frente. É isso que estou fazendo. E então, para aonde vai dessa vez?

— Eu e Taeyang iremos para o sul do país.  

— Esses fantasmas não param de surgir...Não é mesmo?

— É...— a feição de Ji Yong mudou, mas logo ele esboçou novamente um sorriso, fitando-me — Não ache que ficará livre de mim! Irei te ligar sempre! E por favor, deixe o celular ligado. É para isso que servem os telefones.

— Oras, Ji Yong! Eu já disse que da última vez estava em um resgate importante. Como eu iria atender o telefone enquanto salvava um cão de um afogamento?

— Tudo bem. E Seungri... ele ainda fica na ong?

— Sim, ele fica. Ainda mais agora que é o dono. 

— Ele está cuidando bem de você, certo? Digo, ele está te protegendo de qualquer coisa suspeita? Ele te leva para casa quando o trabalho termina muito tarde?

— Sim, Ji Yong. — eu ri, dando tapas de leve em seu ombro — Afinal, ele é meu guardião, não é?

O fato de Seungri ser meu "guardião" não era algo muito claro para mim. Depois da morte de Seung-Hyun, ele me explicou que era descendente do que chamava de "Inquisidores". Contou que Daesung era o encarregado por um livro que era uma espécie de manual contra as pessoas que praticavam bruxarias e faziam esses rituais macabros, incluindo o ritual feito por Seung-Hyun.

Descobri que o responsável por fazer Ji Yong voltar como um fantasma tinha sido Daesung, junto de Taeyang. Fizeram um tipo de ritual  "do bem" como eu comecei a apelidar. Seungri me contou que acreditavam que Seung-Hyun era o mal maior que deveriam mandar de volta para o inferno. Mas no fim, quando tentaram me localizar, viram que ele não era a maior ameaça. O problema é que Seungri ainda não me explicou sobre essa ameaça maior...Muito menos do motivo de ser meu guardião ou o que eu tinha de importante. 

Ele só dizia que eu não deveria me preocupar.  Em um futuro próximo questionarei de novo, mas por enquanto não estou muito a fim de me preocupar com essas coisas.

— Eu preciso ir.

— Já? — JI Yong arregalou os olhos — Não nos vemos há dias e já vai embora?

— Nos falamos todo dia por telefone, Ji.

— Quando você atende, quer dizer...

— De toda forma, nos veremos de novo, certo?

— Não quer mesmo ir comigo? Sabe...eu posso te ensinar a lutar...essas coisas...

— Eu estou bem aqui. É sério.

— Onde quer que meu irmão esteja, acredito que ele deve estar bem vendo-a assim...Você parece feliz.

— Eu estou vivendo. Como ele queria.

— Então tá...— Ji Yong tomou o último gole.

Ji Yong me fitou por alguns segundos. Sem pensar, aproximou seu rosto ao meu, segurando em minha nuca e dando um leve selar em meu rosto.

—  Eu te ligo quando chegar, garota da ponte.

Ele piscou, dando mais um beijo em minha bochecha e se distanciando de mim. Fiquei parada vendo Ji Yong entrar em seu conversível vermelho e pegar a estrada depois de dar algumas buzinadas.

"Me desculpe por não contar à você, Ji Yong..." pensei sozinha.

 Suspirei fundo e tomei o último gole da cerveja, voltando ao meu furgão.

 Eu havia pedido à Seungri  um dia de folga.  No dia seguinte  completaria exatamente um mês da morte de Seung-Hyun fantasma. Todos estavam admirados com o fato de eu ter superado tão bem a morte dele. Depois de exatamente uma semana, eu já voltava ao trabalho e sorria sempre que conseguia resgatar um animal. Eu realmente estava vivendo. 

Dirigi feliz com meu furgão até a estrada Yulyeon. 

Acontece que o motivo da minha felicidade se resumia em um detalhe que ninguém, além de mim, sabia. 

O detalhe da única folha verde em uma árvore seca.
 


Notas Finais


Até o último capítulo *-*


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