História My First Love - Dia em Família

        Todos nos encaravam com uma expressão curiosa, pareciam se dividir em olhar para mim, olhar para Scott ou para nossas mãos juntas. Sorrimos e entramos, sem ao menos falar nada.

        -Quando você vai querer falar? – Scott me perguntou com a voz baixa.

        -Depois do almoço. – Respondi e ele assentiu. – Está tudo bem? – Perguntei ao vê-lo com um olhar triste.

        -Tudo sim. – Ele me deu um sorriso forçado. – Na verdade, eu estou com medo de falar. Eles são nossa família e poderão fazer como o seu pai, surtar.

        -Eu vou resolver isso. – Me levantei do sofá e caminhei até meu pai e Melissa, que terminavam o almoço. – Pai? – O chamei e ele veio até mim.

        -O que foi, filha? Aconteceu alguma coisa? Você não me parece bem.

        -Scott e eu estamos com medo de contar. – Minha voz saiu em um tom de tristeza. – Teria como você nos ajudar?

        -Claro. – Ele sorriu e me abraçou. – O que minha princesinha quer que eu faça? – Ele usou o apelido que me chamava quando eu era criança.

        -Você anuncia do jeito que você quiser e depois eu ou Scott falamos. – Sorri para ele, que assentiu. – Vou ir lá tentar acalmar ele. Obrigada. – Demos mais um abraço e voltei para a sala, onde o resto estava.

        Sentei ao lado de Scott novamente, ele parecia ainda mais nervoso. Segurei sua mão e dei um beijo em seu pescoço, mas isso pareceu não ajudar.

        -Amor, não fica assim. – Beijei sua bochecha. – Vai dar tudo certo.

        -Eu não sei o que fazer. – Ele me olhou e vi em seu olhar que ele estava desesperado. – Não é nem pelo o meu pai, e sim pela sua família. Eu sei que todos prezam pelos costumes antigos, até mesmo sua tia, mesmo não parecendo. E é como seu pai disse, eu destruí sua vida.

        -Você não destruiu nada, nós resolvemos ter e se isso aconteceu, foi por irresponsabilidade de ambas as partes. – Levantei seu rosto que estava para baixo, o fazendo olhar em meus olhos. – Você acha   que estou me importando com eles? Meu pai e sua mãe já aceitaram. – Sorri para ele. – Sabe o que é ter a aceitação do senhor Christopher Argent? É a única coisa que nós precisávamos.

        -Você está certa, é só um medo bobo meu. – Beijei sua testa e ele me deu um beijo na ponta do meu nariz. – Desculpa essa insegurança, mas se trata de você e do nosso filho.

        -Está tudo bem, quando você se sentir preparado, nós falamos. – Beijei sua cabeça e tentamos prestar atenção no que o pessoal falava.

        Melissa avisou que o almoço estava pronto e todos fomos almoçar. Scott parecia melhor e durante o almoço, em meio às brincadeiras, ele se divertiu também. Comemos a sobremesa, que estava maravilhosa e comi três vezes. Todos se espantaram, mas eu não liguei. Estou comendo por dois, a fome é maior ainda. Olhei para o Scott enquanto terminava de comer e ele fez um sim com a cabeça, era a hora.

        Olhei para meu pai e assenti, sabendo que ele puxaria o assunto. Sentei ao lado de Scott e entrelaçamos nossas mãos enquanto meu pai chamava a atenção de todos.

        -Temos um comunicado para fazer. – Ele falou e todos ficaram quietos, apenas esperando sua fala. Scott apertou minha mão e lancei um sorriso acolhedor para ele. – A novidade é que a família vai aumentar. – Todos ficaram chocados e depois sorriram.

        -Parabéns Melissa. – Minha tia Kate disse a abraçando.

        -Não é ela que está grávida. – Eu falei e todos me olharam. – Sou eu. – Vi espanto na expressão de todos, me fazendo encolher na cadeira e abaixar meu rosto.

        -E quem é o pai? – Meu avô perguntou.

        -Eu. – Scott disse e tenho certeza que todos estavam sem entender. – Allison e eu estamos namorando há algum tempo e ela está grávida.

        -Vocês estão jovens demais para serem pais. – Meu avô disse, alterando o tom de voz.

        -Não importa a nossa idade, iremos cuidar dessa criança. – Falei já irritada. – E não importa o que vocês achem, a decisão é essa e só falamos porque são da família, mas se for para julgarem, nem percam o tempo de vocês.

        -Parabéns, eu espero que essa criança nasça com saúde e traga muita felicidade para vocês. – Ouvimos a voz de Rafael, que veio nos abraçar e nos parabenizou. – Estou orgulhoso da sua atitude, filho. – Virou para Scott com um olhar orgulhoso. – Eu fico feliz em saber que vai assumir sua família e tenho certeza que será um ótimo pai.

        -Obrigado. – Scott sorriu e eu também.

        -Eu quero muito que venha nos visitar depois que nascer. – Disse para ele, ignorando os olhares da minha família. – Será muito bem-vindo quando quiser fazer uma visita.

        -Pode deixar, eu vou mimar muito. – Rimos.

        -Já vi que vai ser uma competição de quem mima mais. – Scott resmungou. – Já entendi. – Lancei um olhar furioso para ele. – Estou calado.

        -Eu nunca imaginei vocês dois. – Minha tia disse. – Mas, se vocês se gostam, fazer o que. – Levantou e me deu um abraço. – Parabéns e cuida bem dessa criança. – Foi abraçar Scott. – Se não cuidar da minha sobrinha direito, eu venho te dar uma lição. – Ameaçou e Scott assentiu. – Espero que sejam felizes.

        -Nós já somos. – Sorrimos.

        Fomos todos para a sala e meu avô não disse nada, o que não me surpreendeu. Todos sentaram no sofá, mas eu estava sentada non chão, entre as pernas do Scott, com a cabeça encostada no peito dele. Os adultos começaram a conversar e era um assunto chato demais.

        -Amor, vamos dar um perdido? – Sussurrei em seu ouvido. – Estou louca por você.

        -Está insaciável sexualmente? – Ele perguntou e assenti. – Desse jeito eu não vou aguentar, já fizemos ontem e você já quer mais. – Ele soltou uma gargalhada baixa.

        -Não tenho culpa, eu quero muito você e meus hormônios estão à flor da pele. Estou me segurando para não te beijar aqui. – Ele sorriu para mim.

        Scott foi se aproximando e quando percebi, já estávamos nos beijando de maneira calma. Não aguentei e aprofundei o beijo, passando minha mão pelo seu corpo.

        -Já não basta o que ouvimos de noite, agora perderam o respeito? – Meu pai disse me alto e bom som, nos interrompendo.

        -Desculpa. – Sussurrei para ele. – O que acha de subirmos para o quarto? – Olhei sugestiva para ele.

        -Eles irão ouvir, é melhor não. – Revirei os olhos. – Não faz assim. – Beijou meu pescoço e deu uma mordida. – Eu estou cansado de ontem. – Sussurrou em meu ouvido. – Você me deixa cansado quando está insaciável.

        -Hoje passa, mas da próxima, eu não quero saber de desculpa esfarrapada.