1. Spirit Fanfics >
  2. My future with you - supercorp >
  3. Apreço e confiança

História My future with you - supercorp - Apreço e confiança


Escrita por: HarmonizerAna

Notas do Autor


Heey gays!

MFWY mal começou e já quase entrou em hiatus!

Vocês tem um tempinho para me ouvir?
Esse ano começou com dois acontecimentos muito difíceis. Dois períodos de luto muito próximos um do outro, e machucados no coração que abalaram pessoas próximas a mim e a mim mais do que imaginei que abalaria.
Mas são geralmente esses momentos que nos fazem parar para refletir e nos ensinam a evoluir, apesar da dor.

Por isso, queria deixar um recado especial para vocês nesse capítulo: se vocês amam alguém, digam hoje. Abracem hoje. Aproveitem cada segundo hoje. Porque pode não haver um amanhã.

Boa leitura!!

Capítulo 5 - Apreço e confiança


O sol já estava alto no céu quando Lena acorda no outro dia, abre os braços sentindo a gostosa sensação da colcha gelada e macia abaixo de si. Leva uma das mãos até a barriga sentindo o tecido acolchoado.

Encara o lençol que a cobria, não lembrava de tê-lo pego na noite passada, ainda com a visão um pouco embaçada por conta da claridade, corre os olhos pelo cômodo se deparando com uma figura um tanto quanto inusitada parada ao lado de sua janela.

Senta-se rapidamente sobre a cama atraindo a atenção da pessoa que desvia os olhos do vidro para fitá-la, e que Lena descobriu ser a dona dos cabelos dourados que vinham se tornando parte indispensável de seu cotidiano.

A loira se aproxima, sentando-se na beirada da cama, sem nada dizer, apenas encarando.

- Oi... Como se sente? – Pergunta depois de um tempo. Era a primeira vez que Lena via Kara usando aqueles pequenos óculos pretos e não pode deixar de achar adorável. Dava um ar inocente e ainda mais inteligente a ela.

 

- Oi... Bom dia – Reponde com a voz extremamente rouca – Você... Dormiu... – Deixa a indagação no ar.

- Oh não – Se apressa em dizer – Você apagou ontem, então peguei um cobertor para você e depois fui para meu quarto. Desculpe por invadir o seu novamente – Sorri, não se arrependendo realmente, a visão de Lena com olhos inchados pelo sono e cabelos desgrenhados era encantadora. Lena era uma garota encantadora. E Kara se via cada vez mais interessada em conhecer mais dela.

- Bem, não é mais segredo para você agora, de qualquer forma. E você... É bem-vinda.

- Ainda é segredo de certa forma pois ontem não me centrei em olhar para outra coisa que não fosse você e hoje só fiquei ali parada olhando aqueles pinguins de geladeira pela janela.

Lena ri, adorando a forma como Kara caçoava dos seguranças e adorando ainda mais o fato dela ter dito que estava ocupada demais prestando atenção nela, para que pudesse observar seu quarto, que não era lá grande coisa, na opinião de Lena.

Era antigo e quase medieval, como boa parte da casa e de sua decoração. Diferentemente das paredes do tio, ocupadas com cabeças de animais, animais empanados e relógios que pesavam tanto quanto valiam, o quarto de Lena era adornado por pinturas de flores. Campos e natureza. Tudo que ela havia crescido vendo e que ela mesma pintava.

- Como você está?

- Com fome – Diz arrancando um riso de Kara – Mas bem.

- Nenhuma náusea? Vertigem?

Lena nega com a cabeça.

- Nada... Doutora – Sorri – Achei que você fosse médica somente do meu avô.

- Doutora só quando estiver de Jaleco, lembra? – Sorri também – Encare minha visita aqui mais como a de uma... Amiga.

- Amiga?

- Sim... Se você quiser – Sorri, estendendo uma das mãos em direção a Lena – Amigas?

Lena concorda com a cabeça de um jeito nervoso. Ansiava pelo contato. No entanto, não poderia pegar na mão dela. Não ainda.

- Eu quero. Mas... Sem apertos de mão.

Kara arqueia uma das sobrancelhas, logo dissipando a decepção, não se concentrando naquele fato, já estava feliz o suficiente por Lena tê-la deixado entrar.

Afinal, as coisas levavam um passo de cada vez.

- Que tal conversarmos um pouco mais enquanto você toma café da manhã?

Lena assente com a cabeça e Kara levanta.

- Te espero lá em baixo – Sai batendo a porta, dando privacidade a morena.

E assim foi feito. Depois de se trocar e fazer sua higiene matinal, Lena desce iniciando seu desjejum na companhia da loira falante e sob o olhar curioso de Celeste que mantinha um sorriso terno nos lábios enquanto observava a interação das duas.

O clima na casa estava diferente aquela manhã, parecia que uma nuvem negra havia deixado de pairar sobre a mansão deixando tudo mais leve. E essa nuvem tinha nome e sobrenome.

O lorde havia surpreendido Kara na caminhada matinal aquele dia, avisando que se ausentaria naquele final de semana e pedindo-a que receitasse os remédios para que ele mesmo manipulasse durante aqueles quase três dias.

Kara não se opôs, até porque, com o lorde pareciam não haver discordâncias. Mas não deixou de comunica-lo sobre o mal estar de Lena e perguntar se poderia fazer alguns exames ou quem sabe leva-la a cidade. O que foi negado, deixando-a com uma pulga atrás da orelha.

- Então seu desejo em ser médica veio por influência de seus pais? – Pergunta enquanto caminhavam lado a lado pela propriedade, Kara já tinha adquirido a confiança de seu tio e consequentemente dos seguranças que não as seguiam mais, mesmo assim, estava levando a loira para uma região mais reservada do jardim.

- Sim. Sempre os admirei muito e queria ser como eles, salvar vidas como eles. Como aprendeu a tocar piano tão bem?

As duas estavam em uma espécie de pingpong de perguntas.

- Com minha mãe – Sorri em nostalgia – Na verdade, ela fez com que tivesse interesse, pois quando ainda estava viva eu ainda era muito pequena para que pudesse aprender, só cheguei a tocar algumas notas junto a ela. Alguns anos depois compartilhei com meu tio o desejo de aprender a tocar e ele contratou um professor para vir aqui me dar aulas.

Kara assente em concordância.

- Eu sinto muito... Pela sua mãe.

- Tudo bem... Já faz tanto tempo que... Eu não sei. Tenho algumas poucas lembranças e só. Sei que a amo e sempre vou a amá-la, ter apresso pela imagem que representou e representa na minha vida, mas... Fora isso só existe a ausência do lugar onde ela deveria estar.

 Elas chegam até uma parte no jardim coberta por árvores e com uma vasta vegetação. Lena se senta na grama, encostando-se no tronco de uma delas e Kara repete seu ato, porém ficando de frente para a dona de seus olhos verdes favoritos.

- O que te trouxe a Ennis? – Lena quem pergunta desta vez – Eu notei seu sotaque desde o início – Explica – Você não é daqui, não é?

- Muito boa observação Miss Luthor – Pisca um dos olhos em direção a morena – Não. Eu não sou daqui, também venho de uma cidade pacata, no sul da Califórnia, Midvale. Onde há muita natureza e montanhas e respondendo a outra pergunta, é o local de origem do meu pai. Então acho que se fosse responder de modo mais sucinto, é isto, vim atrás de conhecer mais sobre minhas origens – Encolhe as pernas contra o corpo, as abraçando. O vento estava frio – Você sempre viveu aqui?

- Desde que me entendo por gente.

- Podemos ir a cidade qualquer dia, conhecer alguns pontos históricos. Há muitos que ainda não visitei.

Lena dá um sorriso esperançoso, seria Kara a saída para a sua prisão?

- Eu adoraria – Sorri com um brilho nos olhos que se dissipou aos poucos – Se... Se meu tio permitir.

- Como assim se Ele permitir Lena? – Pergunta em um riso incrédulo – Você já é maior de idade. Pode responder por si mesma.

De fato poderia, mas não lhe era dada a autonomia para tal.

- Posso fazer uma pergunta? – Kara dispara. Lena dá de ombros – Como é sua relação com Ramsay?

A mulher entorta a cabeça para o lado, desviando os olhos da loira para a grama.

- Ele cuidou de mim após a partida de minha mãe. É a única família que me restou.

- Entendo... Como ele... Como ele te trata?

Lena volta a encarar Kara com o cenho franzido dessa vez. Kara viu a inquietação na orbes coloridas e sentiu uma pontada de medo da resposta.

A morena lembra instintivamente da voz do tio em sua cabeça “ponderar as palavras”. O que ele seria capaz de fazer a ela se contasse a Kara como se sentia verdadeiramente? E mais, como poderia contar sem falar de seus “poderes”. Kara nunca acreditaria.

- Como uma filha. Só é... Super protetor. Mas... Considerando que você já ganhou o apreço e confiança de todos nesta casa, ele não deve se importar.

Então Kara sorriu de verdade, sorriu genuinamente. Lena acabara de admitir que gostava dela? Havia conseguido? Esperava que sim.

Um silêncio se faz presente, sendo substituído pelo zanzar dos ventos que ficavam cada vez mais frios e ferozes, anunciando a chuva que estava por vir.

- É melhor entrarmos – Lena se levanta, limpando os ciscos em seu vestido com algumas palmadinhas.

Kara faz o mesmo. Elas começam a caminhar de volta ao casarão, lado a lado novamente. Começavam a aproveitar a presença uma da outra, até mesmo no silêncio dos pensamentos que saltitavam entre elas.

- Kara, espera! – Lena se sobressalta, agarrando a camiseta da outra que sente seu corpo ser puxado para trás, no mesmo instante em que um galho de tamanho mediano cai a frente delas. Seu coração estava acelerado e suas mãos levemente trêmulas. Não sabia se pelo susto ou pela proximidade entre seu corpo e o da morena que ofegava atrás de si, Kara podia sentir o calor que emanava dela.

- C-como você...

- Eu não sei – Mente. Havia tido uma de suas visões – Eu ouvi o ranger da madeira se... Se partindo – Completa dando um passo para o lado para olhar nos olhos de Kara, desfazendo a proximidade – Você... Está bem?

- Sim, graças a você.

 

(...)

 

Já era noite e a chuva caía torrencialmente enquanto as duas mulheres se agasalhavam com um grosso edredom, sob a cama de Lena, enquanto assistiam e se empanturravam com doces e salgadinhos que Kara havia trazido desde sua última ida à cidade. Suas risadas ecoavam nos corredores. Celeste sorria no andar de baixo, Lena estava finalmente conhecendo a benção de uma amizade verdadeira. De interagir com alguém que não a enxergasse como uma bola de cristal. Sim, a cozinheira sabia de tudo, desde a época em que era a mãe de Lena quem era explorada pelo Lorde. Já havia pensado em deixar aquela casa diversas vezes, mas além de precisar do dinheiro, tinha medo das represálias que poderia vir a sofrer.

Outra gargalhada ecoa no quarto, Kara se deliciava com o som enquanto olhava para Lena, os olhos se diminuíam de tamanho, as bochechas estavam levemente rosadas e o maxilar bem desenhado se contraía enquanto ela exibia a fileira de dentes perfeitamente alinhados. Mas a beleza exterior daquele ato não era a única coisa a tomar atenção de Kara, o mais bonito era sentir a aura de tranquilidade que envolvia Lena, bem diferente do semblante cansado dos dias anteriores. E Kara sentia-se extremamente bem em saber que ela havia tido participação naquilo.

A loira pausa o filme em seu notebook que agora exibia os créditos finais. Recosta-se na cabeceira encarando Lena que também a encarava com serenidade.

- Ainda não acredito que você não conhecia a Netflix.

- Ora, não me julgue – Deixa um soquinho na perna levantada de Kara que sorri – Eu vivo isolada em uma casa de campo. Até você chegar aqui, uma das minhas únicas companhias era Celeste e os livros da biblioteca de Ramsay. Há muitas coisas que ainda não pude conhecer.

- Fico feliz em poder fazer as honras. Estou aqui agora e estou pronta para lhe apresentar a tudo que quiser conhecer.

Elas se encaram sorrindo com cumplicidade.

Kara suspira, contendo a enorme vontade de puxar Lena para um abraço.

Apreço e confiança. Um passo de cada vez.


Notas Finais


Me desculpem por compartilhar esse clima pesado por aqui... Escrever é o meu filtro de emoções e passar uma mensagem através da escrita vem intrínseco dentro do escritor kkk

O que esperar de Karlena cada dia mais próximas...

Até mais!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...