História My Garden - My daughter

Algumas horas antes...

POV Justin

Eu tinha acabado de chegar no hotel em que ficaria hospedado esse fim de semana inteiro. Cada um pegou a chave do seu quarto e, depois que eu dei algumas ordens, só deu tempo de dispensá-los. Suspirei exausto assim que as portas do elevador se abriram no meu andar.

Odeio fazer missões que são longe de LA!

Abri a única porta existente naquele corredor, logo trancando a mesma e deixando minhas malas jogadas pela sala.

Peguei meu celular do bolso e olhando a hora, mas automaticamente parando meu olhar na data de hoje.

07 de janeiro de 2015.

Faltam exatamente 10 dias pro aniversário da Violet; faz exatamente 10 dias que Rachel saiu da mansão. 

Rachel… 

Como ela pôde ser tão estupida em me acusar de algo tão sem noção? Nunca que eu iria fazer isso com ela! Eu poderia estar bêbado, e até mesmo drogado, mas eu não conseguiria chegar a esse nível de burrice. Rachel é completamente louca, não é possível!

Mas quem perdeu foi ela, não eu. Rachel não vai poder nem chegar perto da Violet! Eu não irei permitir isso! Do jeito que eu a conheço, é capaz dela conseguir levar minha filha de mim em um piscar de olhos.

Pelo menos ela não está sabendo dessa viagem, o que é uma vantagem pra mim.

Eu poderia ter trazido Violet comigo, mas então eu teria que trazer a babá junto e eu não confio muito naquela mulher - apesar de estar com ela desde que Violet chegou -. Pra falar a verdade, eu não confio em ninguém!

O pior de tudo é que a minha filha tá doente por causa daquela louca! Rachel nem é mãe biológica da Violet! Como elas se apegaram tão rápido?!

Fui até o quarto, bufando irritado ao ouvir meu celular tocar. Me joguei de costas na cama, lendo o nome de um dos seguranças da mansão no visor do celular. Franzi o cenho e atendi o mesmo:

– O que foi, porra?

– Bom dia, patrão! Er… Desculpe por atrapalhar, mas só gostaria de confirmar a presença da senhorita Mitchell na mansão para passar o fim de semana com a filha.

– COMO É QUE É? – Me sentei com tudo na cama – Filha da puta!! Richard, procure-a pela mansão inteira! INTEIRA, RICHARD! Rachel Mitchell não está autorizada a entrar nessa mansão, porra!

– Ma-mas, patrão…

– AGORA, RICHARD! AGORA! MANDE SEUS HOMENS JUNTO. QUERO ESSA FILHA DA PUTA NA LINHA, AGORA!

– Tudo bem, irei procurá-la pela mansão.

– Não desligue a chamada. – eu disse sério, me levantando da cama e procurando o numero do Chris e do Chaz.

“Rachel está na mansão! Olhem as câmeras de segurança” – Justin.

“Estão desligadas” – Chaz.

“Isso é impossível! Nosso sistema é ótimo” – Chris.

“Venham pra minha suíte. PRA ONTEM!” – Justin.

– Patrão… Ela não está em lugar nenhum!

– Imprestável! – desliguei a chamada, caminhando até a sala em passos rápidos, procurando o numero da Rachel nos contatos, logo ligando pra ela.

Dois toques depois ela atendeu:

– Olá, Bieber. – ela disse assim que atendeu e eu fechei minhas mãos em punho.

– SUA FILHA DA PUTA DESGRAÇADA! EU VOU TE MATAR!

Filha da puta! Filha da puta! Filha da puta!!! Ela tá correndo, dá pra ouvir a respiração pesada dela. E eu tô ouvindo a porra do choro da minha filha. A MINHA FILHA!

– Esses seus seguranças são bem lerdinhos – ela disse indiferente.

– Você tem 15 segundos.14, 13… – uma voz grossa foi ouvida do outro lado e eu arregalei os olhos.

Ela abriu a passagem de emergência… Minha casa, porra!

– Eu vou te caçar até no inferno se for preciso!

Ela ficou em silêncio por um tempo, enquanto eu conseguia ouvir o som da sua respiração do outro lado da linha. Eu estava tremendo! Nunca na minha vida que eu fiquei desse jeito. Essa vagabunda vai destruir minha casa e eu não sei o que fazer nem o que falar!

Um barulho alto foi ouvido e eu me sentei com tudo no sofá, sentindo um nó se formar em minha garganta. Puta merda!

– Ouviu isso, Bieber? É o barulho da minha vitória. Como eu disse: Eu posso ir embora, mas Violet vai junto comigo. Até nunca mais! – tudo ficou em silêncio de novo.

– Rachel? RACHEL!!!! – Gritei, jogando agora o celular na parede mais próxima.

Me levantei com tudo, jogando a mesinha de centro no chão. Minhas mãos estavam tremendo e eu não sei como estava me mantendo em pé.

– FILHA DA PUTA!! – soltei um grito alto, me sentando no sofá e apoiando meus cotovelos nos joelhos, enquanto escondia meu rosto nas mãos.

Como essa desgraçada descobriu a porra da saída de emergência? Ninguém sabia da existência desse caralho, exceto eu! E o pior de tudo: ela levou minha filha junto com ela. A minha filha!

Como ela pôde ser tão baixa? Egoísta do caralho! Essa vagabunda só pensa em si mesma e depois vem com acusações pra cima de mim.

Eu perdi tudo que estava na mansão. Meus seguranças, meus planos, minha casa! Tá, eu tenho milhares espalhadas pelo país, mas porra!

O que eu não consigo acreditar até agora é que ela teve coragem de fazer isso com a Violet. Ela só tem - vai fazer - dois anos, porra!

– Justin... Irmão… – ouvi a voz do Ryan e eu levantei a cabeça, olhando pros garotos na sala me olhando em silêncio.

– Ela acabou com tudo… –  sussurrei.

– Ela quem? – Ryan perguntou e Chris guardou o celular do bolso.

– A mansão… – Chris disse espantado e eu balancei a cabeça.

– Rachel explodiu a mansão e fugiu com a Violet. – eu disse, encarando um ponto fixo na parede – A minha filha, mano. – senti uma lágrima molhar minha bochecha, então eu abaixei a cabeça, secando a mesma enquanto enterrava novamente meu rosto nas mãos.

Alguns dias antes…

POV Rachel

Enquanto eu procurava seu nome nos meus contatos, Matt tagarelava em meu ouvido, me avisando sobre as consequências disso que eu iria fazer.

– Já, entendi, Matt. Agora fica quieto. – eu disse fazendo um sinal com a mão pra ele, logo começando a ligar pra ela.

Três toques depois ela atendeu.

– Alô?

– Erin? É a Rachel. – eu disse, dando impulso para subir na bancada.

– Oi, Rachel! – ela disse animada – Tudo bem por ai?

– Por aqui está tudo ótimo. – olhei em volta – E como anda as coisas com o Jeremy? – ela suspirou.

– Resolvemos nos separar. Nossas brigas estavam ficando constantes, sabe?  

– Sinto muito.

– Tudo bem. Uma hora ou outra isso iria acontecer.

– Ainda tá morando no Canadá? – mordi o lábio inferior.

– Sim, mas me mudei pra Montreal. Você sabe como os Bieber são, eles gostam de ter pelo menos quatro casas em cada cidade. Jeremy me deu um apartamento e uma casa de campo aqui, mas a cidade grande será sempre meu forte.

– Está morando no apartamento?

– Sim. Aqui é um ótimo lugar. – ela suspirou – E como Violet está? E o Justin?

– Violet está bem. Ela teve um pouco de febre esses dias, mas agora está melhor. – dei uma pausa, com o cenho levemente franzido antes de falar – Estou me separando definitivamente do Justin.

– Oh meu Deus! Mas o que aconteceu? Justin não toma jeito! Você tem lugar pra ficar?

– É exatamente por isso que eu te liguei, Erin. Eu te considero muito e é uma das poucas pessoas que conheço que é realmente confiável. Se não for muito incomodo, gostaria que você me ajudasse a achar um lugar pra morar.

– Lógico que ajudo, Rachel! E fico muito feliz por ter recorrido a mim. – abri um sorriso de lado – Se quiser pode ficar na minha casa em Montreal ou até mesmo em meu apartamento.

– Sério mesmo? – respondi animada – Muito obrigada, Erin. Eu nem sei como te agradecer!

– Não precisa agradecer. Estarei te apoiando no que precisar.

– Posso comprar minha passagem e viajar neste sábado. Violet vai junto comigo, então...

– Justin deixou você levar a filha consigo? – suspirei.

– Podemos dizer que não. Mas ele não sabe pra onde estou indo e nem quem está me ajudando. Erin, eu não estou pedindo, estou implorando: por favor, não conte nada à ninguém! Ninguém pode saber que eu estou indo pro Canadá, principalmente o Justin!

– A coisa foi tão grave assim?

– Você nem imagina o quanto. – dei uma pausa – Pode deixar que quando eu chegar te contarei tudo. Mas não diga nada a ninguém. Nem mesmo dessa nossa conversa.

– Pode deixar. Minha boca é um túmulo. – rimos.

[...]

Atualmente…

Borrões, borrões, borrões e mais borrões.

É apenas isso que eu consigo ver pela janela do carro de Erin, causados pela velocidade do carro e pela minha visão embaçada por conta de umas lágrimas teimosas, que insistiam em cair, mas que eu não deixaria acontecer.

Erin se mantinha em silêncio, mas eu sei que ela está se roendo de curiosidade pra me perguntar o que aconteceu. Violet dormia serenamente na cadeirinha no banco de trás - provavelmente do Jaxon -, enquanto eu observava a paisagem borrada.

Joguei o pescoço pra trás, piscando freneticamente tentando afastar essas lágrimas idiotas e estupidas. Por que elas estão aqui? Eu não deveria nem estar pensando em chorar.

– O que aconteceu, Rachel? – Erin disse me olhando preocupada. – Não é legal te ver assim. Parte meu coração.

Suspirei, rindo pelo nariz, e comecei a lhe contar o que houve. Não tudo, porque eu não sou idiota. Lhe disse apenas o necessário, apenas o que ela deveria saber.

– Estou pensando em passar algum tempo aqui em Montreal. Irei recomeçar, sabe? Quero educar Violet do jeito certo, não quero mais me envolver no mundo do crime.

Tá, isso é totalmente mentira. Olha minha cara de quem vai abandonar a mafia?! Por favor, eu sou Rachel Mitchell e isso aqui é minha vida!

– Isso é o certo a se fazer, Rachel – ela disse com um sorriso no rosto e eu abri um sorriso animado. – Mas ainda não consigo acreditar que Justin teve coragem de te fazer isso!

– Nem eu consigo acreditar.

Ela ficou em silencio por um tempo, e eu olhei pra trás, vendo Violet piscar os olhos freneticamente, ainda sonolenta.

– Chegamos! – Erin disse estacionando o carro no meio fio. – Meu apartamento é aqui – ela comentou e eu olhei o enorme prédio do lado do fora do carro. – Amanhã iremos até a casa de campo pra você dar uma olhada e você decide se quer ficar por lá ou morar aqui comigo. Pode ser?

– Tudo bem, Erin. Muito obrigada! – ela sorriu.

– Vem, vamos entrar! – ela disse animada – Quando você me disse que estava vindo, comprei um monte de coisa pra gente comer e algumas pequenas coisinhas pra Violet.

– Imagino o seu “pequenas coisinhas”. – semicerrei os olhos e ela riu.

– É apenas umas lembrancinhas. – eu ri – Vem conhecer meu apartamento!

Ela abriu a porta do carro e eu fiz o mesmo, indo até a porta traseira e abrindo, para tirar Violet da cadeirinha.

Violet abriu um sorriso lindo quando me viu tirar o cinto da cadeirinha, o que me fez rir e suspirar ao mesmo tempo.

Minha filha. E só minha.

Continua...