História My Genshin Academia - Capítulo 11

Depois daquele incidente, as coisas continuaram estranhamente normais.

Os alunos não conseguiram encontrar nada que pudesse ter relação com a Ordem do Abismo, e, aparentemente, nem os professores. Aether continuava sentindo dores aleatórias no pescoço, nas costas e nos braços, mas não ousou tentar usar seus poderes originais novamente.

Eventualmente, eles precisaram dar uma pausa nas pesquisas, devido à um acampamento que estava chegando em breve.

Falando no acampamento...

"Estou tão animada!" – Gritou Hagakure, a garota invisível. "Mas ainda preciso comprar algumas coisas, como repelentes..."

Ashido pulou de sua mesa, com um grande sorriso. "Que tal irmos todos no shopping!? Também tenho que comprar algumas coisas! Além disso, vai ser bom para descontrair, já que está todo mundo tenso agora!"

Houve algums murmúrios de concordância em vários cantos da sala, exceto por alguns.

"E-Ei. Tudo b-bem se Todoroki e eu não formos?" – Perguntou Midoriya, em um tom baixo.

A garota rosa sorriu e deu um tapinha na sua bochecha. "Claro, Mido! Aproveite o tempo com seu namorado!"

"E-Ele- N-Nós n-não-" – O garoto tentou falar, mas foi interrompido por Todoroki o puxando para fora da sala, o que fez Aether e Paimon soltarem uma pequena risada, enquanto Xiao revirava os olhos.

Kirishima se voltou para o grupo, depois de várias tentativas falhas de convencer Bakugou a ir. "Bakubro não vai, galera... Mas podem contar comigo lá!"

De repente, Hagakure estava na frente de Xiao, Aether e Paimon. "Vocês vem? Deve fazer bem para vocês se divertirem um pouco!" – Exclamou ela.

"Vai ter comida?"

"Muita."

"Paimon vai!"

"Qualquer um sabe como conquistar esse gnomo" – Resmungou o yaksha, ganhando um soco leve da fada, enquanto o loiro ria. "Eu não vou. Não gosto de multidões."

O loiro descansou o queixo nas mãos. "Eu vou, tenho que comprar algumas coisas também." – Disse.

"Que dia e que horas?" – Perguntou Paimon.

"Ah sim, quase me esqueci. Amanhã, às onze." – Respondeu a garota invisível em um tom alegre, antes de voltar para conversar com Ashido.

A fada começou a sonhar acordada. "Paimon se pergunta se eles vendem peixe tigre frito... Ou chop suey! Quem sabe assado de mel!!!"

"Acalme seu estômago sem fundo. Esse lugar não é Teyvat. Obviamente não teria comidas assim." – Falou Xiao inexpressivamente.

"Você não sabe!"

"Nem você"

Paimon bufou e Xiao deu um grunido.

Aether suspirou. Seria um longo dia.

-

No dia seguinte, Aether e Paimon se encontravam no shopping, junto com o resto da classe. Xiao havia ficado nos dormitórios, mas pediu para que o chamasse se qualquer coisa desse errado.

Xiao e Bakugou no mesmo ambiente.

Eles esperam que não cheguem para ver os dormitórios queimando.

Aether e Paimon não se separaram nenhuma vez enquanto faziam compras, até que Kaminari avisou que iria comer e perguntou se alguém iria junto.

Várias pessoas foram, incluindo Paimon, enquanto outras optaram por ir em outras lojas e ir comer mais tarde.

Isso levou a situação em que o loiro se encontrava agora. Sozinho. Em um local gigante. E sem um mapa.

Ele andou sem rumo por um tempo, até que chegou em uma parte mais isolada do shopping, de alguma forma.

As luzes de todas as lojas ao redor estavam meio queimadas ou completamente apagadas, assim como havia poucas ou nenhuma pessoa transitando naquele lugar. Um cenário digno de filme de terror.

Ele sentiu um arrepio correr por sua espinha e se virou, para conferir se tinha alguma coisa atrás dele.

Nada.

"Haha. Provavelmente estou só sendo paranóico. Eu deveria parar de ver filmes de terror." – Murmurou para si mesmo, até que sentiu algo em seu ombro e gritou, tentando se afastar.

Infelizmente, o que quer que o segurava, o manteve no lugar, passando os dedos ao redor do pescoço, embora estivesse mantendo o dedo mindinho levantado.

"Ora. O que uma coisinha como você faz em um lugar como esse? Onde estão seus amigos?" – Perguntou uma voz rouca. O homem viu um cartão de identificação quase caindo de sua bolsa e sorriu ao observar mais de perto. "UA? Estranho... Não me lembro de ter te visto no Festival de Esportes."

Os primeiros instintos de Aether foram gritar ou dar um chute no meio das pernas do sujeito o mais forte possível. Ele escolheu a segunda opção.

Aparentemente, foi a opção errada, já que o homem pegou seu pulso com a mão livre e apertou. Nada aconteceu por alguns segundos, até que começou a desintegrar. "Escute, posso gostar de quando tentam lutar de volta, mas agora você está apenas sendo teimoso e irritante."

Estava se espalhando para seu braço e os olhos de Aether começaram a lacrimejar, antes que ele convocasse sua espada e colocasse contra o pescoço do outro.

"Me solte e eu vou pensar em não cortar sua garganta." – Blefou o loiro. Quando o homem não mostrou sinais de que iria se afastar, o viajante suspirou. "O que você quer?" – Perguntou ele, ainda mantendo a espada contra o pescoço do homem.

"Talvez você possa me dizer onde algum aluno da classe 1-A se encontra."

O viajante o encarou. "Não. Era só isso?"

A mão em seu pescoço se apertou, fazendo com que os olhos de Aether começassem a lacrimejar novamente. O homem levou a outra mão ao próprio pescoço e começou a coçar, abrindo feridas. "É um pouco estúpido brincar com alguém que pode te matar a qualquer momento." – Rosnou ele. "Não deixei explícito que você não tem escolha?"

O homem ficou em silêncio por alguns segundos, antes de sorrir e esticar a mão livre para agarrar o cartão de identificação. O loiro aproximou ainda mais a espada, o que só lhe rendeu um sorriso malicioso.

"Eu sei que você não vai matar. É óbvio que é um blefe." – Disse.

Aether considerou mandar uma rajada de vento na barriga do homem, ou simplesmente atirar um meteorito em sua cabeça, mas se lembrou que esse homem poderia transformá-lo em pó em questão de segundos. No final, ele escolheu a melhor opção. Coletar informações.

"Então, você pode pelo menos me dizer quem é você?" – Perguntou.

"Acho que é mais educado dizer seu nome primeiro antes de perguntar."

O loiro se impediu de fazer um comentário sarcástico. "Aether."

"Shigaraki Tomura." – Disse. Aether virou um pouco a cabeça para encará-lo. Cabelos grisalhos, meio azulados. Olhos vermelhos. Pele muito rachada.

"Bem." – Começou Shigaraki. "Já que você não quer colaborar, talvez você possa me responder algumas perguntas."

Aether não respondeu e o homem pareceu interpretar isso como uma permissão para continuar.

"Eu odeio tudo e todos... Mas, acima de tudo. Odeio All Might. Stain idolatra ele, então eu odeio Stain. Quero saber. Por que ele está chamando mais atenção do que meu ataque à UA...?"

O viajante se lembrava das coisas que alguns dos alunos da 1-A haviam dito. De várias perspectivas. All Might, o herói número um, invencível, o símbolo da paz, o melhor herói de todos. Stain, um assassino sanguinário e impiedoso, mas tinha um ideal que muitos concordavam.

Ele se lembra de Midoriya falando sobre Shigaraki e por que deveria tomar cuidado - o que não adiantou, no final. -, graças a isso, ele tinha uma ideia básica de como responderia.

"Bem, até onde eu sei, Stain tem um propósito, enquanto você é só um cara psicótico que quer matar o herói número um que todos vêem como a porra de um Deus."

Shigaraki piscou em confusão, não esperando toda a franqueza, mas rapidamente se recuperou. "Isso ainda não explica por que Stain recebeu mais atenção que eu." – Falou.

Aether suspirou. "Stain não tem aquele ideal? Algo sobre só matar os heróis falsos e que o único herói verdadeiro é o All Might. A sociedade trata o homem como um ser onipresente e onisciente. O que você acha que aconteceria quando alguém sem convicção nenhuma como você tentasse matar All Might e ainda falhasse?" – Bufou. "Vendo de uma perspectiva de fora, isso chamaria atenção por alguns segundos antes de descartar como uma tentativa patética."

O loiro soube que falou de mais quando viu o mindinho do homem ficar perigosamente perto de seu pescoço. Shigaraki começou a rir um pouco, antes de olhar diretamente em seus olhos. "E me diga. Qual sua opinião sobre All Might?"

O viajante olhou de um lado para o outro, se perguntando se alguém iria chegar em algum momento. Provavelmente não, já que de alguma forma ele acabou em uma parte isolada. 'Por que há um lugar desses em um shopping grande??'

Aether não tinha experiência com heróis e muito menos com All Might. Mas Shigaraki não estava o dando muita escolha, então resolveu responder com seu limitado conhecimento.

"All Might não é tão poderoso quanto todos dizem. Ele é apenas mais um humano, que pode errar e que não é capaz de salvar a todos. Pelo o que vi dessa sociedade, criar um único pilar da paz foi um erro, já que ele pode cair a qualquer momento."

O homem parecia extremamente feliz com isso, e se inclinou no espaço pessoal de Aether, ainda rindo. "Você é realmente único!" – Falou, enquanto o loiro tentava se afastar.

"O que você pretende fazer com o que eu te disse?" – Perguntou Aether.

"Ah, não se preocupe com isso. Os estudantes do curso de herói descobrirão em breve.."

O viajante juntou as peças e percebeu que Shigaraki estava se referindo ao acampamento. Ele arquivou essa informação, planejando dizer para os professores.

O mindinho do homem chegou perto de seu pescoço mais uma vez, e Aether decidiu que era o suficiente.

"Xiao!"

Em uma rajada de vento, o yaksha apareceu, com a lança já em mãos, pouco depois apontada para a cabeça do homem.

"Tsk. Irritante." – Murmurou ele, antes de se virar para Aether e sorrir. "Acho que seria bom falar com o sensei sobre você." – Disse, antes de desaparecer em uma nuvem de fumaça roxa.

Depois de alguns segundos, Xiao se aproximou de Aether, encarando o pulso. "Temos que tratar esses ferimentos logo."

O loiro balançou a cabeça. "Tenho que falar com os professores primeiro! Ou a polícia!-"

"Você pode fazer isso depois de curado." – Interrompeu o yaksha, com um olhar duro.

"Posso falar com eles enquanto sou curado?" – Perguntou Aether.

Xiao suspirou. "Você é muito teimoso. Certo, vamos. Você fala com eles enquanto estiver se curando."

Paimon parecia ter um radar implantado em si mesma que a avisava quando Aether se metia em problemas, já que, quando saíram do shopping, todos já estavam lá e os encarando com preocupação.

"Aether! O que aconteceu!? Não posso te deixar sozinho por alguns minutos!" – Gritou a fada, voando freneticamente ao redor do viajante.

Yaoyorozu soltou um suspiro de reconhecimento ao olhar para o pulso de Aether. Ela se aproximou um pouco.

O loiro pegou o rumo do olhar dela e sorriu timidamente. "Um cara que diz ser Shigaraki Tomura queria algumas respostas..."

Uraraka rapidamente ligou para Aizawa e pediu para que o professor viesse, junto com Recovery Girl.

Em poucos minutos, ambos estavam lá, junto à um detetive. Enquanto isso, os alunos estariam praticamente em cima de Aether se não fosse Xiao e Paimon os afastando.

"Gente! Calma, não é tão ruim quanto parece..." – Começou o loiro, mas foi interrompido por Chiyo se aproximando e agarrando gentilmente seu braço.

Ela suspirou. "É tão ruim quanto parece. Você tem sorte que não se espalhou o suficiente pra danificar nervos ou juntas! Mas você ainda vai sentir algumas dores musculares nessa região até que esteja completamente curado." – Disse, dando um beijo na pele intacta ao lado do ferimento.

Aether deu um sorriso tímido novamente. "Sinto muito."

"Não é sua culpa ter sido abordado por um psicopata. Mas, tente não se separar dos outros em um lugar que não conhece da próxima vez..."

Aizawa olhou para sua classe, avaliando seus estados. Aparentemente, apenas Aether teve ferimentos.

O detetive se aproximou um pouco. "Olá à todos. Alguns de vocês já me conhecem, mas, para quem não conhece, sou Tsukauchi Naomasa. Aether, se você não se importar, gostaria de fazer algumas perguntas sobre o homem que encontrou com você. Claro, teríamos que ir até a delegacia, mas não é muito longe."

O loiro soltou um bocejo, mas assentiu. "Paimon e Xiao podem vir junto?" – Perguntou.

"Claro." – Disse Tsukauchi, com um sorriso educado.

Enquanto Aizawa e Recovery Girl dirigiram os alunos de volta para os dormitórios, o policial levou os três viajantes dimensionais para a delegacia.

Ao chegar lá, entraram em uma sala vazia e Tsukauchi pegou um pequeno aparelho.

"Sinto muito, preciso gravar nossa conversa. Espero que não tenha problema."

Aether assentiu, enquanto Paimon e Xiao fizeram careta.

Antes de começar a gravar, o detetive sorriu para eles. "Não estou gravando porque vocês não são desse mundo." – Disse, praticamente lendo a mente de Paimon. "É um procedimento comum em qualquer depoimento ou interrogação."

Os três se questionaram quantas pessoas realmente sabiam de suas origens.

Horas depois, quando o loiro havia terminado de responder todas as perguntas, já estava de noite e Aether estava totalmente desgastado.

"Obrigado por seu tempo. Isso contribuirá muito para nossa investigação. Irei alertar a escola sobre o que me disse, também." – Disse Tsukauchi, antes de os dispensar, dizendo que Sansa os levaria para a UA.

Quando chegaram nos dormitórios, foram direto para o quarto antes que encontrassem com qualquer outro aluno.

"Vocês tem sorte que Paimon continuou as compras pra vocês! Oh, Paimon também comprou aquelas coisas que eles chamam de celulares" – Disse ela, antes de tirar as compras de uma sacola que surgiu do ar.

O yaksha deu um olhar rápido para a garota e ela estremeceu antes de começar a guardar tudo.

Aether deu uma risada. "Tudo bem. Depois podemos ver o que você comprou." – Bocejou. "Mas estou realmente cansado agora."

O loiro se deitou, enquanto Paimon se jogava em seu peito e Xiao sentava-se ao seu lado.

"Descanse, viajante tolo."

Aether sorriu, lentamente fechando os olhos. Em poucos segundos, tanto ele quanto Paimon já haviam adormecido. O adeptus os observou com atenção e bufou.

"Você nunca vai se cansar de me dar ataques cardíacos, né?"