Elizabeth.
Acordei com a cabeça explodindo, puta que pariu! E nem seria só pela bebida: minha tia que chegou e não vi o ar de sua graça; Kurt Cobain todo estranho mesmo que eu nem o veja com tanta frequência; e que a qualquer ponto meus pais vão entrar no assunto de eu voltar pro internato, graças a minha ida ao hospital os distrai um pouco.
Preciso ver o Krist, aliás, mesmo que pareça uma coisa totalmente precipitada, eu o adoro dele demais, o seu jeito calmo – certo, ele fuma maconha diariamente –, e a vó dele é super.
Eu recém estou no primeiro ano, e nem sei direito minha situação sobre notas, não devem estar tão horríveis. Quem sabe Kevin me ajuda, ou alguém que consiga burlar notas.
– Elizabeth! – a minha grita, argh!
Levanto-me praguejando minhas dores nas costas, que lindo, como será quando estiver mais velha.
– Estou descenndo! – respondo.
Amo como funciona a comunicação aqui em casa, e que exemplo eu sou para Chuck e Charlie.
[...]
Minha mãe anda de um lado para o outro com as coisas do café, enquanto meu pai sentado confortavelmente bebericando seu café. Isso me irrita. E demais. Puta merda! Vá ajuda-la.
– E como está, Elizabeth? – pergunta.
– Bem, e você, meu querido? – digo, e ele olha confuso pelo “meu querido”, foi proposital.
– Seu rosto não mostra isso, nenhuma dor de cabeça? – pergunta, insinuando que eu tenha enchido a cara a noite toda.
– Só dores na costa, então, sei lá, isso não te diz que eu enchi a cara, certo? Então, pergunta outra coisa a respeito da minha saúde.
Ele deixa a torrada sobre a mesa, a minha mãe desviou sua atenção para mim. E ele bebeu café antes de me responder qualquer coisa, talvez não queira ser grosseiro.
– Pelo menos, não aparenta. Isso é bom.
Minha mãe grita para os meus irmãos, eles descem como uma gigante bola de neve pronta para derrubar qualquer coisa a frente deles.
Ouço alguem bater na porta. Percebo como minha mãe se pega de surpresa e olha para meu pai, esperando ele assentir. (Puta merda! Faça o que quiser sem ele conssentir ou não!)
– Oi – minha mãe diz fraco.
– Oi! – reconheço a voz animada, e sorrio de lado.
E lá está ela, minha tia Delia, totalmente animada e com os braços abertos.
“Só agora?!” – pernso.
Mas caminho até ela e a abraço. Ela cheira meu cabelo, ela sempre fez isso, me abraça muito forte e beija minha testa.
– Que saudades de você. – sussurra em meu ouvido. – acho que as coisas estão tensas por aqui.
Balanço a cabeça positivamente, e mesmo ela tocando no assunto eu sorrio abertamente.
Eu gostaria tanto de ficar aqui com ela e conversar sobre tudo que anda acontecendo, mas tenho que ir para aquela droga de colégio.
Quando nos afastamos olho dentro dos olhos dela e ela olha nos meus. Por onde ela andou?
– Eu estava por terminar o café, e agora, iria pro colégio, gostaria de ficar aqui contigo, sumida. – e ela ri.
– Tudo bem, terás tempo, irei ficar só um pouco por aqui. Mas você poderá me visitar.
– Achei que fosse ficar aqui. – e ela olha por cima, exatamente para meus pais.
Nossa! Minha outra tia vai encher o saco, se ela ao menos pudesse ficar com a boca fechada, e nossa, ela vai aparecer por aqui algum dia, se eu soubesse o dia fugiria.
– Vamos, Elizabeth. – meu pai chama.
Abraço Délia mais uma vez.
Fizemos um sinal só nosso, significa um até breve.
[...]
Como meu colégio é horrivel. Lembro-me do primeiro dia, e caralho, aqueles garotos não estão mais incomodando eu ou Kurt, sorte. E aliás, Kurt está sem seus óculos e seu cabelo está crescendo um pouco, percebo como sua franja cai sobre seus olhos.
– E aí, Elizabeth?! – os garotos dizem com uma feição nojenta.
Eu os ignoro, que caralho, eles só sabem jogar bola e andar suados por aí.
Procuro Kurt pelos corredores, mas nada. Por onde anda?! Espero que por bons lugares, o que eu não posso dizer, mas ele...
– Elizabeth! – olho para trás e Izzy, com seu jeito todo animado.
– Oi, Izzy, diga.
– Putz! Você anda sumida e tal, mas suas notas estão numa boa. Que vadia! – e ri.
Ela não entende meu lado e eu não entendo o lado dela, de ficar estudando e tudo mais, mas ela ganha por isso, eu mesma pago pelas tarefas e trabalhos.
– Estava preocupada contigo, desculpa dizer, sabe? – ela diz receosa.
Eu estou numa boa, poxa. Mas também não vou mentir que não bebo, é bom.
– Estou numa boa – ergo as mãos – você sabe, ainda não me prostituo por aí e tal. Bebo numa boa, cara.
O sinal bate.
– So umas ressacas... – nada que eu não me acostume. Ela me repreende por dizer isso, mas ignora um pouco o assunto e segue para sala e eu a acompanho.
Sinto-me agoniada por ficar aqui nesse colégio, me sinto presa, e muito presa. É horrível, mas eu entendo que é so por três anos. Mas se pudesse eu faria sinal de fumaça para Kevin vir me buscar e me levar daqui na sua moto, que é muito foda. E ficariamos pelo parque, conversariamos e talvez rolasse um beijo, ah, ele é lindo.
Sento no lugar de sempre, e recebe os mesmo olhares dos professores. Só um me olha de um jeito pervertido, sinto nojo extremo dele.
Kurt aparece após o professor, um tanto atrapalhado. Mas senta apressadamente na sua carteira, eu o encaro até ele olhar para mim. Eu tanto fuzilo ele, do tipo: o que você anda fazendo?!
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