História My Happy Ending - Hope Are For Suckers

– Farkle, não precisa falar assim. – ela tentou colocar a mão sobre a dele, mas o Minkus retirou rapidamente.

– Você acha que eu quero isso? – ele perguntou desesperado. O rosto de Farkle estava tomado por raiva e medo, a súplica para que aquilo parasse era evidente. – Acha que eu quero me sentir assim? A vida inteira eu te amei, não sei viver com essa dor. Não sei viver sem você.

– Você não precisa viver assim Farkle, as coisas estão difíceis agora mas vão melhorar. Eu e você, não era pra ser. – ela tentou explicar de forma que não o machucasse mais.

– E você e Lucas é para ser? – ele perguntou com repulsa.

– Não sei! – ela admitiu. – Espero que sim. Sabe era disso que eu sentia falta em nossas vidas, de não saber o que aconteceria depois. Quando vivíamos com a turma, todos os dias eram acontecimentos imprevisíveis e aí fomos para a faculdade e tudo se tornou tão igual, tão monótono. – Smackle olhou para o lado para ver se Farkle estava acompanhando seu pensamento. – Até o jeito que iria me pedir em casamento eu sabia. Eu sei, eu sei que é egoísta, mas eu não aguentava mais viver assim, surtei! E te machuquei por isso, me desculpa. De verdade, de coração. – Isadora suplicou levando as mãos até as dos Minkus que dessa vez não as puxou de volta. Ele olhou nos olhos da moça e enxergou a verdade, conhecia ela a muito e sabia dizer quando mentia. 

– Eu te desculpo. – Farkle cedeu por fim. – Não por não querer mais estar casada comigo, isso não é algo que se desculpa, eram seus sentimentos e você deve fazer o que quer. Não deve se obrigar a ficar com alguém que não ama. – ele deu uma pausa dramática enquanto procurava as palavras que queria. – Te desculpo pela forma que me deixou, foi sim covarde e egoísta, mas no final, todos somos propensos a cometer esses erros quando nos sentimos desconfortáveis. 

Smackle começou a abrir um sorriso com o que Farkle dizia.

– Mas eu não te desculpo por estar com ele, por estar com meu melhor amigo... – Farkle engoliu a decepção que a aquela palavra lhe trazia. – quer dizer, acho que não devo mais considera-lo como meu amigo. 

Isadora refletiu os sentimentos que Farkle estava passando. Era difícil tentar decifra-lo quando a moça não compreendia as próprias emoções. De acordo com que conseguiu pegar, ele estava de fato devastado, mas no todo, havia a perdoado por ir embora da maneira que foi. Engolir seu relacionamento com Lucas era uma outra história. Por fim, pelo menos fizeram progresso naquela madrugada. Não tinha sido uma conversa sem sentido que não levava a lugar algum, ela tinha plena certeza que agora o Minkus poderia começar a se reerguer e seguir com sua vida de uma maneira mais leve. 

– Bom, isso eu não posso responder por vocês. – ela o olhou com carinho e continuou dizendo. – Acho que já deu minha hora de ir, mais uma vez, sinto muito que as coisas tenham chegado a esse ponto, espero te ver melhor. – Isadora se levantou e caminhou até a porta. – Adeus Farkle.

– Espera! – o rapaz chamou se colocando de pé. – Nós podemos, sei lá... – ele coçou a cabeça envergonhado. – nos abraçar.

– Oh Farkle!

– Tudo bem se não quiser. – Farkle levantou as mãos e deu um passo para trás. – É só que ficamos juntos por quase dez anos, achei que merecíamos um final digno.

– Você tem razão. – Isadora deixou a cabeça cair levemente para o lado e foi até o rapaz em sua frente envolvendo seu corpo com os braços. Farkle que era bem mais alto que ela, passou os braços em volta do seu pescoço e fechou os olhos por uns segundos, até que aos poucos o abraço foi se esvaindo e acabando. 

– Se cuida Isadora. – ele disse antes que a morena fechasse a porta. 

***

Lucas andava de um lado para o outro na sala do apartamento enquanto Zay estava jogado num sofá entediado.

– Ficar desse jeito não vai te levar a nenhum lugar. – o Babineaux disse. – Ela está bem, não precisa ficar assim.

– Você viu o quanto Farkle ficou nervoso aquele dia, não posso confiar nele sozinho com ela. – o caubói disse preocupado. 

– Cara, eu não vi isso! – Zay respondeu. – Nem você. Maya disse que ele estava nervoso e que bateria em você, não em Smackle.

– Você sabe que ela não gosta de ser chamada assim! – Lucas explicou se sentando ao lado do amigo.

– E você sabe que eu não gosto de ser retirado da minha cama antes das 10 da manhã. – ele rebateu fazendo com que o Friar caísse na garagalhada.

– Só estou preocupado...

– E eu entendo isso, mas pela primeira vez na vida um de vocês está fazendo algo sensato, não tente estragar. – o Babineaux falou olhando o amigo de longa data nos olhos. – Ela tem que se resolver com Farkle e você também deveria. 

– Sei disso, mas acho que ele nunca me perdoaria pelo que fiz. – Lucas virou o olhar pois se sentia envergonhado demais para encarar Zay. – Sabe, ele não é... ele não é...

– Ele não é a Maya. – Zay completou e Lucas estremeceu só de ouvir o nome da moça.

– Eu fui horrível com ela, não fui? – ele perguntou em voz baixa.

– Foi sim, mas sabe, o primeiro passo para consertar nosso erro é admitindo que erramos. 

– Você acha que eu devo falar com Maya? – Lucas perguntou agora em voz alta, como se Zay estivesse sugerindo que ele deveria cometer um crime. 

– Se ele não achar que sim, eu acho. – Isadora disse ao entrar no apartamento. 

– O que? – os dois falaram juntos e a encararam surpresos. 

– Eu sei que você acha que ela é só seu passado, por isso nunca nem tocou nesse assunto comigo, mas encare os fatos amor, vocês dois quase tiveram um filho juntos! – ela caminhou até ficar de frente para o Friar e se agachou ficando com o rosto na mesma altura que o dele. – Não quero mais que nosso passado volte para nos assombrar, quero ter uma vida com você. – Isadora tocou com delicadeza a bochecha do noivo. – Quero que seu passado esteja tão resolvido quanto o meu para que possamos seguir em frente juntos. 

Lucas deitou a cabeça na mão da namorada e se pôs a pensar. Ele sabia que tinham razão, tanto Zay quanto Isadora. E não só porquê eles quase tiveram um filho juntos mas por todo o relacionamento conturbado que tiveram e as sequelas que haviam ficado dele. 

– Vocês tem razão... – ele disse.

– Ieeeeei! – Isadora comemorou.

– Mas se acalme, isso não vai acontecer amanhã. – disse sorrindo.

– Eu sei, leve o tempo que precisar. – Isadora finalizou.

***

Maya entrou no quarto de Riley e se jogou na cama dela.

– Está feliz? – falou com sarcasmo.

Riley que dormia tomou um susto quando ouviu a voz da amiga.

– O que...? – disse bocejando. 

– Seu tio me chamou para sair. – Maya desabafou.

– Ele fez o que? – Riley se sentou na cama imediatamente e abraçou a amiga. – Aaaa peaches, estou tão feliz por vocês. 

– Riley não! – a loira pediu se afastando do abraço.

– O que foi? Desde que que te conheço você sempre quis ter essa chance com ele! – Riley disse e notou a cara da Hart de quem dizia que as coisas não são bem assim. – Ok, eu sei que depois não foi assim, mas Maya, dê uma chance para a sua felicidade, por favor.

– Esperança são para idiotas. – Maya olhou a amiga nos olhos.

– Não Maya, não são. – Riley tentou explicar. – Olha só, você e Josh nunca tiveram uma chance de fato. Sempre foi algo proibido ou na brincadeira. Nenhum dos dois nunca quis assumir essa responsabilidade e agora vocês tem uma chance real. – ela segurou a mão de Maya antes de continuar. – É a primeira vez que vão tentar sair sabe, um primeiro encontro, e primeiros encontros são ótimos.  

– Acho que nunca tive um primeiro encontro de verdade. – Maya falou e apertou a mão de Riley.

– O que? – Riley arregalou os olhos. 

– Sempre sair com caras sem a intenção de ver onde isso pode dá, porque eu sempre soube aonde ia dá. – ela contou olhando fixamente para a parede em frente a cama. 

– Oh peaches! Eu entendo e isso só é mais uma prova de que você deve dá uma chance para o encontro. – Riley disse encorajando. – Sabe para você e Josh, eu particularmente acho que seria incrível. 

– Você não pensava assim antes... – Maya lembrou.

– Mas nós éramos crianças, não conta. – Riley disse abanando a mão. – Então quando vai ser?

– Vai ser o que? – Indagou.

– O encontro boba. – ela deu tapinha de leve na amiga.

– Não sei. – Maya deu de ombros. 

– Como você não sabe? – Riley perguntou.

– Não falamos sobre isso. – ela explicou.

– Vocês o que? – Riley se exaltou. – Me passa o celular. – ela ordenou e viu a amiga lhe dá o aparelho. Depois de discar uns números ela o devolveu. – Anda! Pergunta!

– Riles! – Maya chamou mas ouviu uma voz rouca do outro lado da linha.

– Maya! – Josh disse e a moça congelou olhando Riley sem saber o que fazer.

– Faça a pergunta Maya. – Riley mandou.

– Que dia é o nosso encontro? – perguntou sem querer.