História My Happy Ending! - Capitulo 31: Péssima ideia

“Por favor, um dia normal na escola, é a única coisa que eu peço pra hoje!”, pensou ao sair de casa.

Apesar de ter fugido dos olhares dos outros alunos da escola nos últimos dois dias, Natsu não poderia ficar faltando "eternamente" das aulas, já que este era seu ultimo ano no colégio e ele dependia de seu bom desempenho e comportamento para manter sua bolsa de estudos. Até porque, tinha também de cumprir as exigências da diretora Minerva, para não ser suspenso pelo ocorrido com Rogue. Falando nele, os amigos de Rogue o fuzilaram com os olhos assim que Natsu passou pelo portão de entrada - "É neste exato momento que coloco em prática o fingi que nem vi, para evitar uma nova punição".

Pouco depois, já sentado em sua carteira, seu celular vibra em seu bolso, anunciando uma nova mensagem. O numero não salvo em sua agenda estava a lhe convidar para uma festa de aniversário.

“Farei uma festa surpresa de aniversário para minha irmã hoje, conto com sua presença”.

Sem dar muita atenção, imaginando ser engano ou algo do tipo, Natsu simplesmente ignora, voltando o celular no bolso e cruzando os braços sobre a carteira. Ao encostar a cabeça sobre os braços, seus olhos recebem aquele chamado convidativo para se fecharem, mas antes que fosse levado a vagar por algum sonho, a voz de Gray e Erza o tiram de seu quase transe.

- Ow, acorda véi! – um tapinha de leve na cabeça o assusta.

- Bom dia Erza, como sempre muito delicada! – sorri se divertindo com o bico que a amiga lhe faz.

- E ai está preparado? – Gray indaga olhando para a lousa em branco.

- Preparado? – franziu o cenho encarando os outros dois – Preparado para?

- Não recebeu a mensagem pardal?

- Mensagem? De quê? – parecia perdido na conversa.

- O convite Natsu! – Gray disse o obvio, fazendo-o se lembrar da tal mensagem.

- Ah sim, eu recebi uma mensagem sobre uma festa. – fez cara de estranheza – Alias, estamos falando do aniversário de quem?

- Como sempre desligado. – o amigo negou com a cabeça – Aniversário da Lisanna! Mira convidou todos os amigos dela.

- Vai ser na casa dela, estaremos esperando por ela assim que ela sair do restaurante. – Erza completou.

- Não sei se vai ser uma boa eu ir...

- Claro que vai, vamos nos divertir. -  a ruiva deu um gritinho histérico – Até porque, Lucy vai estar lá, você devia cuidar da sua namorada. – cutucou seu ponto fraco.

- A Lucy vai? – arqueou as sobrancelhas – Ela não me disse nada.

- É que eu falei com ela antes de vir, ela vai chegar na segunda aula hoje, parece que o pai dela não passou muito bem.

- O pai dela é? – baixou a cabeça – É incrível que ela ainda o respeite mesmo ele a tratando com tanta indiferença.

- Se coloca no lugar dela cara. – Gray chamou a atenção do amigo – Ele é a única família que ela tem!

- Bem, não importa isso agora. – Erza desconversou – Você vai então né?

- Vou sim.

A festa que tinha horário para começar às 20hs, estava praticamente pronta. Erza, Juvia e Levy ajudaram Mira a preparar tudo. A irmã mais velha de Lisanna adorava organizar festas, ela sempre se oferecia quando o proposito era este. Segundo ela, a pessoa que faz a festa é responsável por fazer todas as outras se divertirem, é como trazer felicidade a elas.

Mira não poupava esforços quando o assunto era sua irmã. Ela havia feito um bolo enorme de leite ninho e vários tipos de doces. Levy e Juvia ficaram responsáveis pelos salgados e Erza pela bebida.

- Mira, você tem a lista de quem você convidou aqui? – Erza dizia procurando entre os papéis sobre a mesa – Quero ver quantos são pra comprar as bebidas.

- Estão sobre a outra mesinha, debaixo de um cinzeiro.

- Achei! – a ruiva começou a ler e se deparou com um nome desagradável – Como assim Mira?

- O que foi? – a albina perguntou sem entender a reação da amiga.

- Você convidou Rogue Redfox para a festa? – exclamou.

- Sim, estava na lista de contatos da Lisanna, aparentemente haviam muitas ligações dele, então achei que fossem amigos.

- Lisanna e Rogue? – Erza pensou em voz alta.

- Algum problema? – Mira se aproximou.

- Este garoto é o mesmo que o Natsu mandou para o hospital por causa da Lucy.

- Espera... – Mira pareceu pensar – E o que a minha irmã tanto fala com ele?

- Não sei, mas depois da festa eu e ela teremos uma longa conversa. – Erza disse ao sair com a lista nas mãos.

O dia passou extremamente rápido, Lucy não tinha saído do seu quarto, nem mesmo para almoçar, algo estava deixando-a inquieta. Na noite anterior, ela havia sonhado que estava trancada dentro de um enorme cômodo escuro e que se debatia em móveis de madeira durante a noite, quando amanheceu percebeu que era uma antiga igreja abandonada. Segundo a astrologia, sonhar que esta dentro de uma igreja é sinal de que apareceram desentendimentos pelo caminho. Lucy tinha um mau pressentimento quanto a isso.

Todos estavam em silencio, a casa parecia vazia, já que as luzes estavam apagadas. Lisanna estaciona o carro em frente a sua casa e adentra a porta distraída. As luzes se acendem e os olhos da menina se esbugalham com o susto que levara ao ver todos os seus amigos ali. Um grande sorriso nasce em seus lábios e logo a menina se joga nos braços da irmã. Todos os convidados a cumprimentaram, lhe dando felicitações por mais um ano de vida. No final da fila, estava Natsu, um pouco sem jeito e receoso. Ele se aproximou, lhe deu um abraço apertado e lhe entregou um presente que Grandeeney o ajudara a escolher.

Lucy chegou vinte minutos depois. Ela liga para o rosado que por conta do volume alto do som não escuta seu celular tocar. A loirinha decide então, entrar discretamente e vislumbra pela porta de vidro todos no jardim, alguns já alterados por conta da bebida.

- Que surpresa te ver aqui. – uma voz baixa soa atrás de suas costas.

- O que faz aqui? – diz assustada sem encarar a figura atrás de si.

- Sou amigo da aniversariante. – caminha sorrateiramente até ela – Você está linda Lucy, eu ainda não terminei o que comecei com você.

- Rogue, fique longe de mim. – sua voz amedrontada o fez sorrir – Natsu está aqui, não quero que briguem de novo.

- É mesmo, o animal está ai. – Lucy podia sentir a respiração dele próxima a seu pescoço – E se eu te arrastar agora comigo e te levar pra qualquer quarto dessa casa? – abraçou-a por traz – Ninguém vai nos escutar ou nos interromper.

- Me deixa em paz, por favor. – murmurou em suplica.

- Olha o seu namoradinho. – Natsu estava sentado na grama com Gray, Juvia, Erza, Jellal e Lisanna – Ele está se divertindo. – ajeitou o cabelo dela para o lado roçando seu nariz sobre o ombro esquerdo de Lucy – Ele nem está notando a sua falta.

- Me solta! – Lucy se desprende do abraço e o encara de frente – Eu tenho nojo de você. – virou-se e caminhou em direção à turma, enquanto Rogue continuou parado na direção da porta por onde ela passou. Erza e Juvia que estavam de frente perceberam o que acontecera e foram de encontro com Lucy, chamando a atenção de Natsu que estava de costas.

- O que aconteceu Lucy? – Juvia pergunta aflita.

- Não acredito que ele teve coragem de aparecer, muito menos de falar cm você. – a ruiva comenta ao segurar as mãos da amiga.

- Ele não fez nada, está tudo bem.

- Oi?!

- Poxa Natsu, você parece assombração às vezes. – a azulada disse ao puxar Erza para o lado e voltar para a roda onde estavam.

- Desculpe o atraso.

- Eu te esperei até agora pouco lá fora. – disse ao abraça-la pela cintura – E o seu pai?

- Acho que melhorou, ele não me disse nada e nem permitiu que eu o visse. Virgo me disse que foi apenas uma tontura, talvez estresse de tanto trabalhar.

- Entendo. – suspirou – Você está linda com este vestido, vermelho é minha cor preferida. – deu-lhe um selinho – Que bom que está usando! – disse fitando a medalha que a deu de presente.

Natsu e Lucy foram juntos para a roda onde estava o restante da turma. A festa regada a muita comida e bebida parecia não ter hora para acabar.

Mira havia caprichado na decoração, com luzes verdes e azuis por todos os lados, toalhas xadrezes na grama dando a visão de um piquenique, bolas de varias cores espalhadas entre os arbustos e bexigas prateadas jogadas sobre a água que enxia a piscina.

A turma toda estava engajada em quatro garrafas de tequila. A brincadeira de “verdade ou desafio”, onde o desafio era tomar um gole da bebida começava a tornar tudo mais engraçado e pesado. Erza estava descontrolada, já tinha perdido o numero de vezes que fora obrigada a beber. A garrafa parecia fugir da direção de Natsu e ele só tinha a agradecer, estava rezando para não ter de responder nada, principalmente se viesse algo da sua amiga ruiva destrambelhada.

- Finalmente caiu no Natsu! – Gray festejou – Uma pena a pergunta vir da Erza, na situação que ela está, vai fazer uma bela lambança.

- Calado Gray! – a ruiva o repreendeu – Hum, deixe me ver...

- Não vai sair boa coisa. – o moreno novamente alertou, recebendo o olhar de fúria de Erza como resposta.

- Natsu, é verdade que você e a Lucy transaram no meio do mato? – disse maliciosa gargalhando com a própria pergunta que fizera.

- O quê?! – Juvia gritou enquanto corava e ajudava Lucy a se recompor, a mesma havia se engasgado com o que ouvira.

- Eu disse que ela estava passando dos limites com essas perguntas. – Gray diz com sarcasmo. Natsu que também havia tomado varias cervejas encara a namorada que nega com a cabeça.

- Desafio!

- Duvido que você vira o resto da garrafa? – Erza era a imagem do capeta em vida quando resolvia unir “bebida + amigos”.

- Natsu, você já bebeu mais de 15 latas de cerveja, acho melhor se controlar. – Gray advertiu.

- Você parece uma velha! – debochou.

- E você uma criança! – respondeu ríspido.

- Tá legal. – bufou e encarou Erza – Não posso, vou mudar a minha resposta. É verdade! – Lucy abaixou a cabeça desviando o olhar dos demais.

O silencio tornou mudo o tempo por alguns minutos até que Erza decidiu parar com a brincadeira. Lisanna se levantou e caminhou até o banheiro. Parou diante do espelho, lavou o rosto e sentiu um aperto no peito afogar seu choro interno. Era o dia do seu aniversário, não queria se sentir triste. Ao sair do, deparou-se com Rogue, de braços cruzados, a sua espera.

- Desculpa não ter feito companhia pra você, acho que bebi demais.

- E nem assim criou coragem de atacar seu amado. Você é uma perdedora garota. – disse com deboche.

- Poderia ser mais sutil pelo menos hoje?

- Não, sou sincero, fazer o que... – fitou-a por um instante – Eu tenho um plano e você pode me ajudar.

- Não estou interessada.

- Mentira. Você o quer, faria qualquer coisa para tê-lo em suas mãos.

- Não posso, Lucy é minha amiga desde criança.

- E aquele trouxa é o cara que você deseja desde criança. – respondeu fazendo-a baixar a cabeça – O mundo é dos espertos branquinha, acorda!

- O que quer que eu faça? Quer que eu me atire na frente dele? Que eu arranque a minha roupa e o seduza? – disse com lágrimas nos olhos.

- Não seria uma má ideia se você não fosse tão fraca. Olha pra eles, estão cada vez mais unidos. – seu olhar frio congelou-a no lugar – Se me ajudar, ele ficara vulnerável e vai voltar correndo pra você.

- O que pretende fazer? – perguntou hesitante.

- Vou separa-los hoje mesmo!

- O que devo fazer? - indagou com receio d que viria a escutar.

- É assim que eu gosto. – sorriu de canto – Vou lhe dizer o que deve fazer.

Natsu e Lucy, levantaram juntos para pegar um prato de salgadinhos. Eles revesavam de dois em dois a tarefa de erguer a bunda do chão e pegar comida. Ela parecia magoada com alguma coisa e Natsu temia ter sido algo que ele havia feito ou dito.

- Por que decidiu responder? - perguntou constrangida.

- Do que está falando? - parou de andar e olhou nos olhos.

- Você não está sóbrio. Não faria diferença ter virado a garrafa. Podia ter mantido algo tão intimo de nós em sigilo. 

- Desculpa, nós topamos a brincadeira e as regras deviam ser levadas a risca. Eu não posso beber este tipo de coisa, foi por causa de duas garrafas de tequila que fui parar no hospital aquela vez. - Lucy o observou por alguns segundo e sorriu compassiva.

- Tudo bem, já passou. - pegou na mão dele - Vamos?

Lisanna voltou para a roda e sentou-se de frente para Natsu, encarando-o de maneira descarada. Porem, a bebida que exalava de todos que estavam ali presentes, deixavam-nos cegos, ninguém percebera nada, nem mesmo o rosado. Drinks e mais drinks eram servidos e Lucy, decidira tomar um pela primeira vez. Ao pegar um segundo copo da bandeja, Lisanna esbarra em sua mão, fazendo-a derramar todo o conteúdo do copo sobre seu vestido.

- Droga Lucy, me desculpe. – diz tentando ajuda-la.

- Não foi nada, eu vou ao banheiro limpar isso para não manchar o cetim.

- Claro, mas use o banheiro dentro de casa, é mais confortável e assim os de fora ficam livres pra galera.

- Tudo bem, obrigada Lih. – disse indo em direção ao mesmo.

Natsu olha em volta e ao perder Lucy de vista também se direciona aos banheiros, mas, no lado oposto. Ao dobrar um dos corredores, é surpreendido pela albina que o joga contra uma das portas, empurrando-o contra a mesma com seus finos dedos e aproximando seu rosto de seu ouvido.

- Quero que me dê um presente de aniversário inesquecível Natsu. – sussurra em seu ouvido.

- Já conversamos sobre isso Lisanna... – é interrompido pelo toque da prateada que desliza suas mãos sobre seu peito.

- Só hoje Natsu, você é tudo o que eu mais quero. – pressionou seu corpo contra o dele, descendo uma de suas mãos para o volume sobre a calça jeans que o garoto usava, acariciando-o sutilmente – Gosto mais quando me chama de Lih. Você foi o primeiro a me chamar assim. - trilhou um caminho de beijos pelo pescoço dele, tornando sua respiração mais densa - Quero que me ame! – com a outra mão, puxou-o pela nuca, beijando-o desesperadamente.

- Isso não está certo, não posso fazer isso com você. – disse entre lábios – Vamos voltar pra festa.

- Não Natsu, eu só te peço isso, não preciso de mais nada. – sorriu ao vê-lo estremecer quando sua mão nua e fria o tocou por dentro da calça, sentindo-o quente.

- Você bebeu demais, vai se arrepender disso amanhã quando acordar de ressaca. – fechou os olhos, pois não conseguia evitar, por mais que quisesse, o desejo de ser tocado de maneira tão intima – Isso está errado. Eu não posso. – tentava inutilmente se desvencilhar da jovem que o cercava.

- Natsu... – ela o encarou, corando ao vê-lo arfar – Nunca foi segredo para ninguém, nem pra você, o que eu sinto. – ele assentiu sério – Faça-me sua, só hoje, só agora.

- Sinto muito, mas eu não... – foi calado pelo dedo indicador da moça que o olhava intensamente. Ela se abaixou vagarosamente, sem desviar seus olhos dos dele. Posicionou as duas mãos em seu membro enrijecido e o fez gemer a contragosto quando seus lábios molhados o envolveram. Natsu inclinou a cabeça para trás, espalmando a porta atrás de si ao ser ludibriado por aquela sensação. Foi então, que o olhar de Lucy o tirou de seus devaneios, em uma lembrança de quando estiveram juntos. Ele colocou as mãos sobre as de Lisanna para cessar os movimentos que ela fazia e a levantou a sua frente – Para, eu não posso e você sabe disso!

- Eu não tenho ciúmes. – ela sorriu, desabotoando o vestido que usava, deixando-o deslizar até o chão. Colocou sua mão no rosto dele e antes que pudesse dizer algo, sentiu uma terceira presença se aproximar.

- Natsu?