1. Spirit Fanfics >
  2. O santuário esquecido (Interativa) >
  3. Um pedido do coração - Parte 1

História O santuário esquecido (Interativa) - Um pedido do coração - Parte 1


Escrita por: SirenSong

Notas do Autor


Helloooooooooo pessoas lindas do meu kokoro.

Tanto esse pedido como o proximo vão ser um pouquinho mais longuinhos de se resolver pois eu vou colocar outros eventos da história pra acontecer no decorrer deles tá. ^^

Fodo da capa é ta aí pra ajudar todo mundo a lembrar quem é quem.
Espero que gostem do cap.

Não deixem de ler as notas finais

Capítulo 11 - Um pedido do coração - Parte 1


Fanfic / Fanfiction O santuário esquecido (Interativa) - Um pedido do coração - Parte 1

Yuki acordou com as batidas de Ryurei na porta. Ela levantou apressada e acordou Mika. O jovem dormia confortável entre os lençóis, sereno e belo. A deusa se pegou admirando-o por um momento, como Haru podia chama-lo de demônio? Como podiam pensar que ele seria capaz de fazer coisas ruins, como matar alguém? Como Haru podia ser cruel a ponto de falar em matá-lo com tanta insensibilidade?

Eles falavam em matar com tanta facilidade... 

Yuki nunca teve nem coragem sequer de bater em uma colega da escola, e olha que elas eram daquelas que bem mereciam uns puxões de cabelo. Yuki parou e pensou um pouco, ela tinha colado chiclete no cabelo da garota mas isso foi o seu máximo. Respirou fundo fazendo um cafuné em Mikazuki. Será que realmente Haru seria capaz de matar alguém? E se ele viesse, o que ela faria? As cenas de sangue e gritos voltaram a sua mente. Yuki conhecia o olhar de alguém determinado a matar, ela conhecia o que eram demônios de verdade, eles já haviam tentado matá-la… na verdade,  eles já haviam lhe matado…

Voltou a si quando Mika pegou sua mão e a apertou forte.

— Ah, você  acordou? — Soltou a garota colocando um sorriso no rosto.

— Não triste... — Ele pediu preocupado. Yuki olhou para o garoto e lhe fez um carinho. Mika não era um demônio e nada iria lhe acontecer. Agora Yuki não era mais uma criança indefesa, era uma deusa, isso tinha que ter alguma vantagem em algum momento.

— Relaxa, eu não vou chorar. Só se for de fome. — Respondeu resgatando o ânimo.

***

 

Yuzuru acordou cedo, para sua surpresa não foi o primeiro a levantar. Ryurei já estava cortando os legumes para o café da manhã de todos, o sacerdote se ofereceu para ajudar, mas o velho preferiu continuar sozinho.

Caminhou pelo templo e viu alguns pratos de oferenda próximo ao altar. Provavelmente colocados pelo bom homem. Mais adiante Shigaraki estava dormindo sentado encostado em um pilar, abraçado ao seu jarro de saquê.

— Shigaraki! — vamos acordar, já é de manhã.

— Só mais cinco minutinhos…  — abraçando ainda mais a bebida.

Yuzuru esfregou os olhos. Como iria conseguir fazer um festival com um monge bêbado, duas crianças, um velho e um possível demônio? O Deus a quem chamavam de Kaito era o único que parecia ter algum controle sobre a situação.

O templo precisava de reparos, uma Miko* ainda tinha que ser encontrada, tanta coisa ainda tinha que ser feita… isso sem falar na dificuldade que seria ensinar os passos da Kagura* a qualquer um deles. O fato é que precisavam conseguir conduzir um matsuri* para consagrar o santuário, caso contrário, todo o esforço seria em vão e não haveria amizade que poderia salvar o lugar de virar uma praça.

“Ó grande senhora que ilumina o céu, ilumina caminho para essa jornada”

Estavam todos em volta da mesa para o  café da manhã. Shigaraki mal havia acordado e já estava bebendo, “você não vai ter ressaca se continuar bêbado” justificou. Yuzuru não deu uma resposta por achar inapropriado, preferiu apenas se sentar e aproveitar a refeição. Yuki chegou com seu sorriso meigo e cumprimentou a todos, procurou ignorar a Haru, ainda estava chateada por ele ter estragado sua felicidade na outra noite. Mika estava quieto, estranhando as novas presenças no ambiente. Kaito e Haru pareciam estar conversando sobre algo, mas interromperam o assunto com a chegada dos demais.

Ryurei não cozinhava bem. Seu arroz era estranhamente borrachudo, o peixe grelhado parecia um sorteio, uns estavam sem tempero, outros tinham o tempero em dobro. A omelete tinha muito açúcar e ele também havia exagerado no vinagre. A sopa de misô tinha muito tofu, o que deixava o gosto muito forte, havia algo também nela que fazia parecer que tinha areia no caldo, esse era um dos maiores mistérios.  A salada de pepinos e os legumes em conserva eram as únicas coisas que tinha o gosto que devia ter, até o chá do ancião  era muito forte e muito amargo.

A Kitsune se preocupava em comer apenas os peixes e algumas das conservas. Yuki respirou fundo, se esforçando para achar uma ordem nos sabores que facilitasse a ingestão. Não podia reclamar muito, afinal também não era das melhores cozinheiras. Olhou para a comida novamente e uma pergunta lhe veio a mente… deuses podem ter indigestão?

Haru e Mika começaram a discutir pelo ultimo pedaço de peixe.

— Deixe ele comer o peixe! Ele é uma raposa, não está acostumado com a nossa comida! — Interferiu a deusa.

— Como se ele nunca tivesse fuçado uma lata de lixo! — Retrucou o moreno.

— Não fale assim dele!

—  Maaal — Rosnou Mika prestes a pular em Haru.  

Yuki entendia aquilo, Mika estava pedindo permissão para atacar o “homem mal”, e honestamente, ela estava prestes a permitir. Não que gostasse de violência, mas uma briguinha nunca fez mal realmente a ninguém e vamos admitir o deus estava provocando direto. A briga teria se intensificado se Ryurei não tivesse batido com força na mesa chamando a atenção de todos. Incluindo dos ordenados.

— Parem com isso! Guardem sua energia para o trabalho. Você — Apontando para Yuki — Vá terminar a temizuya. Eu não quero ver Haru atrasando as tarefas dele como no outro dia, pra limpar ela por você! Você — Apontando para Mika — Vai ajudar com as calhas no telhado. Shigaraki você pode ver o estado das paredes? Haru pode lhe ajudar com isso.  Yuzuru… você é um sacerdote, sabe melhor que eu o que deve ser feito. — Embora ainda parecesse que o velho fosse falar algo, ele levantou-se e pegou a bengala. Mika foi o único que ouviu o barulho abafado de sua tosse do lado de fora do quarto.

A deusa sentia-se entalada. Depois de toda briga que tivera com Haru na outra noite, não estava preparada pra lidar com a situação de “ter que pedir desculpas a ele” e ainda de “agradecê-lo por ter adiantado o seu serviço”. O corvo tinha um divertido sorriso no rosto, enquanto Haru, indiferente, apenas pegou o último peixe e saiu comendo.

***

Mika estava enchendo o balde nas bombas d’água. Olhava o movimento do templo com interesse. Era curioso como as coisas pareciam diferentes. As cores, os brilhos, as sensações. Saiu carregando o balde com alguma dificuldade pelo peso. Chegou na temizuya tentando derramar o mínimo de água. Yuki estava esfregando as pedras com uma irritação enérgica e a falta de habilidade de um filhote. Mika riu. Ela se virou para a raposa com um “que foi?” emburrado.

— Mika gosta de olhar pra você. — Soltou sem qualquer pudor.

— Okay… mas por quê?

— Não sei... Tem coisas que Mika gosta de olhar, tem coisas que não gosta.

— Isso é por que Yuki é muito bela. — Acrescentou o corvo surgindo “do nada”. — Nós gostamos de olhar para coisas belas.

Yuki corou com o elogio e voltou a esfregar as pedras para disfarçar.

— Mika também gosta de olhar para Kaito.

— Você também é muito belo Mika. — Respondeu o corvo sorrindo. Ele tinha um olhar forte que deixava o kitsune acuado, nervoso, mas de um jeito bom. Era parecido de como quando ele lhe elogiou na outra noite. Será que isso era um poder do corvo ou dos humanos?

— Senhorita, eu terei que roubar seu ajudante por um momento. — Informou Kaito com uma reverência gentil. — Ryurei pediu para que eu o lembrasse de que suas tarefas são nos telhados.

***

Haru estava varrendo a folhagem enquanto se distraia com alguns gatos que haviam se mudado para os arredores do templo. Os felinos haviam seguido o deus quando este estava em sua excursão em busca de Xambisco.

— Eles gostam de você — Comentou Shigaraki massageando os ombros.

— Eles gostam da comida que eu coloco pra eles.

O monge meneou a cabeça.

— É tão difícil assim pra você aceitar que alguém pode gostar de você?

Haru encarou o homem e respondeu um amargo “São gatos...”

— Todos as criaturas no mundo são capazes de amar. — e ergueu o jarro de saquê como um brinde — A vida vai lhe mostrar isso.

O jovem respirou fundo aborrecido com o “papo de velho” e começou a sair:

— Vou procurar uma árvore boa para restaurar o Torii.

— Vá lá. Se encontrar, me chame, que eu ajudo a cortar.

Shigaraki desceu os degraus e ficou bebendo na escadaria observando o movimento. Talvez alguém precisasse de uma dose de saquê e um ombro amigo para conversar.

***

Haki acordou animada, seu felino havia finalmente voltado para casa. Pensou se teria que sair arrancando todos os cartazes que havia pregado. Afundou no sofá já cansada só de imaginar todo o trabalho. Xhabisco passou se enroscando em suas pernas. Hari o agarrou antes que ele fugisse e começou a apertá-lo enfiando o rosto no pelo do animal.

— Saudade de você. — Então virou o cato para ficar cara a cara com ele — Nunca mais faça isso comigo viu?!

Era sábado e Haki não tinha tarefas na faculdade. Aproveitou para ficar deitava um pouco mais deitada comendo o ramen. Ele estava muito bom, suas artes culinásticas estavam melhorando.

Seu telefone tocou, o que não era muito comum, dado que ninguém realmente lhe ligava. Haki não tinha muitos amigos, seu jeito meio deslocado e sem tato social fazia com que ela não fosse uma das pessoas mais bem vistas da turma. Em compensação, poucos conseguiam superá-la em questão de conhecimento.

A pessoa no telefone era sua mãe, o que era algo estranho já que a mulher dedicava-se mais ao trabalho que a lembrar que a garota existia. Não bastante isso, sua mãe ainda estava lhe perguntando como estava a vida... Estraaanho, muito estranho.

— Chō me disse que você perdeu um dos seus gatos.

— Sim, eu já encontrei, inclusive.

Toda a conversa parecia um enorme rodeio para encobrir o assunto principal. Um assunto que foi rapidamente inserido quando Minako se cansou da conversa.

— Mitsu, escute, sua obaasan está muito doente. Talvez você devesse vir visitá-la. Ela está muito velha já, talvez não tenha muito tempo.

— Mas, o que ela tem? — Haki estava perdendo o chão sob seus pés.

— Eu não sei ao certo, parece que começou com uma febre, mas você sabe como são pessoas idosas. Ou morrem de acidentes domésticos, ou de alguma doença. É bom você se preparar de toda forma.

Haki desligou o telefone no automático. Não lembrava se tinha se despedido de sua mãe, ou o que conversaram depois daquilo. Sua avó era tudo o que ela tinha. Ela lhe criou mais que qualquer outra pessoa. Foi pra ela que Haki ligou chorando quando perdeu o gato, foi pra ela que Haki ligou chorando quando entrou para a universidade. Nunca imaginou que chegaria o dia em que não teria ela por perto. Nunca quis imaginar.

Pegou uma travessa e começou a procurar coisas pela casa. Incensos, inda tinha alguns que haviam sobrado do ano novo. Flores… não não tinha nenhuma flor em casa, mas podia pegar algumas no caminho. O que mais o que mais? As lágrimas se recusavam a cair, não podia começar a chorar. Sabia o que sua avó diria numa situação dessas.

Parou olhando para a travessa. Estava tudo errado.

Primeiro tinha que agradecer pelos deuses terem lhe trago seu gato em segurança, só  depois podia pedir outra coisa.

Eram três da tarde quando a garota chegou as escadarias do templo abandonado. Estranhamente, havia um homem sentado nos degraus.

— Quer ajuda? — Perguntou o homem. Ele deve ter percebido a cara de medo de Haki quando notou que ele estava bebendo. — Não se preocupe, eu sou um funcionário do templo.

Haki meio que ficou sem saber como reagir e apenas segurou as sacolas mais firmes.

— Eu sou um monge — Ele declarou com um sorriso alegre

— Um monge bêbado? — perguntou desconfiada.

— Meus votos não envolve sobriedade — amigável. — Mas vá, lá. Não acho que você precise de ajuda.

Haki subiu um pouco mais apressada que o normal. Não que o homem parecesse lhe causar mal. Mas sei lá. Ela estava seguindo para um templo abandonado. Do topo da escadaria, era possível notar que o templo não parecia mais tão “abandonado”. Havia uma garota limpando a temizuya, e caramba, ela tinha os cabelos brancos! Será que ela era albina? Haki nunca tinha visto uma pessoa albina de verdade. Havia o barulho de reforma e um sacerdote varrendo o Sandô.

O homem começou a se aproximar, ele era alto, tinha cabelos longos e por Lavosier, ele era lindo.

— Posso ajudar? — Ele perguntou com aquela voz linda e Haki ficou boba olhando pra ele por um momento. Ele apenas ficou olhando pacientemente para a garota de volta, esperando ela se pronunciar. Haki teria demorado um pouco mais se não estivesse preocupada com a sua avó.

— Desculpa, é que não é comum sacerdotes com caras de modelos ou idols. Os sacerdotes que eu conheço costumam ter a cara toda amassada e umas três vezes a sua idade.

— Eu agradeço o elogio.

— Então, vocês estão reformando o templo, eu posso usar lá o altar e talz?

— Pode sim. Fique a vontade para fazer suas orações. Vou pedir que parem com o barulho.

— Não precisa se preocupar.

O sacerdote apenas fez uma reverência.

— O momento de uma oração é sagrado — Disse antes de se retirar.

Haki apertou as duas sacolas com determinação. Não podia perder o foco.

Divindade que mora nesse templo obrigada por ter me devolvido meu gatinho. Sei que o você ajudou. Aqui está uma oferenda de gratidão. Acontece que eu preciso da sua ajuda com outra coisa então espero que aceite essa outra oferenda. É que minha avó está muito doente, eu não sei se você é um deus de cura, mas se puder ajudar… por favorzinho...

Ajude minha avó, por favor!

Eu não quero que ela morra.

 


Notas Finais


* matsuri - Festival / festa dedicada a um deus ou evento.

* Uma miko é uma sacerdotisa que fez voto de castidade - elas servem por uns 5 anos e depois podem seguir a vida, casando e etc. - Elas são responsáveis de presidir alguns rituais que envolvem "pureza" por conta da sua virgindade e talz.

* Kagura é uma peça / dança / ritual tradicional do xintoísmo e que se realiza em cerimônias e festas importantes. Ela tem a função de trazer a benção dos deuses, aplacar sua ira entretê-los e coisas assim.

Tã tã tã... Tópicos de hoje:
- Será que Yusuru irá conseguir organizar o ritual?
- Como será que Yuki vai agir com Haru agora que ela sabe que foi ele quem limpou parte da temizuya pra ela? (Pra quem não lembra da briga, ela foi no final do cap 9)
- Será que a inquietação que Mika sentiu causada pelo corvo, é um "poder" do corvo ou dos humanos? Como a Kitsune irá descobrir isso?

E finalmente.
- Como os habitantes do Hakura irão ajudar uma a afastar a morte de uma senhora idosa?
(Aos autores dos personagens eu peço que dêem sugestões de como seus personagens fariam isso ou pelo menos do que eles tentariam fazer inicialmente. Tentem não pensar só em coisas sobrenaturais, poderes e tal ^^)

(Info extra: Choi - que é a avó de Haki, mora no interior. E provavelmente, todos - ou quem quiser ir - irão viajar até a senhora)
[Ponderando se eu ponho um romance da 3a idade pra vocês (Ryurei e Choi) kkkkkkk - To brincando gente]


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...