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História My Imperfect Puppet: Born To Die - Fagulhas


Escrita por: lisbeth_wg

Notas do Autor


Yoo! Pessoas, cachorros, pássaros, gatos, aliens e tudo mais! :D
Mas agora sério. Hoje vim confessar a vocês... ultimamente estou depressiva u-u os comentários baixaram tão rápido que fiquei indecisa se sou eu ou a fic :v Gente, se estiver chata, podem falarr
Agradeço a todos que favoritaram e comentaram! E aos leitores novos também!
Agora prontos para o capitulo?
Espero sinceramente que gostem!

Capítulo 15 - Fagulhas


 

 

Sakura abriu os olhos vagarosamente. Sua visão estava tão ofuscada quanto o reflexo amarelado no teto, e o que mais lhe incomodava naquele instante era o formigamento incomodo que sentia em sua bochecha esquerda. Quando enfim sua visão criou formas, notou que havia um risco de goteira no teto e para sua infelicidade, ou não, estava bem acima de si.

Limpou o rosto e suspirou. Novamente seus movimentos estavam débeis e os sentidos vagos. Organizou as forças e sentou-se na beira daquilo que mal podia ser comparado a uma cama. Olhou para os lados, e o famoso brilho verde contido em sua íris desapareceu ao se encontrar apenas com aquele lugar, completamente vazio e tenebroso.

Seus pés desnudos repousaram no chão gélido, lhe acarretando um choque de realidade. Sakura arfou sofrida, lembrando-se das cenas anteriores, tão cruéis e tão reais... De Sasori, da maldade contida naqueles olhos antes profundos, de cada gesto e de cada palavra.

Era tudo real ou apenas mais uma de suas alucinações? Não. Era real, sabia que era. Seu estado atual denunciava isso. Agora o formigamento que lhe incomodava era em seus olhos, enquanto suas lágrimas lutavam para descer. Prendeu o choro entre os dentes, não poderia chorar, não poderia ser fraca, não poderia voltar a ser aquela adolescente que apenas sabia chorar, sem fazer nada. Sakura não podia!

Ergueu uma das mãos para limpar o risco de lágrimas. Assim que o fez, se arrependeu subitamente. Seus pulsos doeram consideravelmente, como se estivessem quebrados, e talvez estivessem. Sakura gemeu enquanto uma lágrima de dor escapava de seus olhos. E com a pouca iluminação presente, ela pode notar as marcas de dedos impregnados de um roxo medonho. Um novo soluço seco escapou de sua boca. Era as marcas de Sasori, ele havia literalmente lhe machucado.

“Você não é nada... Nada... Além de uma prisioneira no purgatório.”

Como ele pode?Como tudo chegou a aquele ponto?

Sakura estava confusa, de fato estava. Sua respiração saia frenética, como se tivesse acabado de correr uma maratona. Os lábios tremiam... Engoliu em seco, tentando engolir também o tumulto que se encontrava seu interior. Ela precisava organizar sua mente e principalmente organizar os sentimentos em seu coração.

Levantou-se da cama e tentou buscar respostas naquelas paredes, algo escrito em algum canto, uma brecha na parede, uma solução para decidir seu rumo. Sua visão parou na parede oposta da cama, onde tinha algo peculiar, como se fossem escritas ou imagens cravadas na parede... Ela chegou ainda mais perto, e viu nitidamente a curvatura de uma imagem, em tinta negra, tentou tocar, mas suas mãos ainda estavam doloridas. Percebeu que a tinta negra agora era parecida com vermelho, e tinha um odor sufocante, o odor que só o sangue transmitia. Sakura se afastou da parede, tendo uma visão melhor da imagem.

Quando enfim a imagem criou forma, a única coisa que saiu de seus lábios fora um grito sufocado, assustado.

As paredes eram repletas imagens terríveis, que mais pareciam reais do que simples pinturas. Algumas eram de bestas, demônios, criaturas macabras e animais deformes, os quais devoravam sem piedade, humanos. O sangue que jorrava das pessoas ao serem desmembradas ou devoradas não era uma simples tinta e disso ela tinha certeza, o vermelho e o cheiro denunciavam ser sangue real. Outras pinturas, mais iluminadas, refletiam a silhueta de um homem, pouco identificável. Este, estava sentado acima de todas as bestas e todas as cenas terríveis, em um espécie de trono reluzente, semelhante ao que via em aulas de História anos atrás, onde os reis ficavam depositados. Outras eram de pessoas gritando, pessoas queimando, pessoas se mutilando, pessoas se esfaqueando, pessoas se matando.

Seus olhos tão verdes se transformaram em puro horror quando uma das imagens se movimentou, como se estivessem se estivesse viva e indo ao seu encontro. As paredes lhe sufocavam, como se uma mão estivesse pressionando seu pescoço, enquanto Sakura tinha a impressão de que a qualquer momento aquelas paredes iriam abrir suas bocas e devorá-la.

Sakura caiu ao chão, com as mãos abraçando os joelhos machucados. Ela estava completamente submissa, nada saia de sua boca além de gritos. Sasori havia lhe tirado o direito de se quer mexer as mãos, ela era nada, exatamente nada ali.

“Você não é nada... Nada... Além de uma prisioneira no purgatório.”

Purgatório. Sakura sabia que ele não estava blefando. Realmente estava no purgatório, sofrendo, com um destino certeiro.

— Pelo amor de Deus se controle Sakura! — Repetiu duas ou três vezes para si mesma, expulsando qualquer indicio de medo que poderia ter.

Em locais assim, tinha a certeza de que suas alucinações seriam frequentes. Sakura sacudiu a cabeça, jogando os pensamentos terríveis que invadiam sua mente. Ela não poderia se submeter aos planos da Akatsuki. Era um jogo psicológico onde o ponto principal era torturá-la. Era isso o que contavam, o que esperavam, que ela gritasse e chorasse como sempre fez. Entretanto, ela não poderia se dar ao luxo de entregar o jogo a eles, não poderia ser apenas uma peça nas mãos de Konan.

Ela era uma Anbu, e melhor, uma Anbu treinada por Kakashi. Amenizou a respiração afoita. Precisava sair dali, e precisava mais do que nunca de um plano. Respirou fundo, tentando bloquear qualquer risco de sentimento, como sempre fazia em missões. Mas isso parecia ser algo tão impossível. Agora que Sasori estava envolvido. Envolvido em um plano para prendê-la. Não tinha dúvidas que de algum modo a Akatsuki havia apagado a memória de Sasori, já que  Sasori jamais agiria assim se a conhecesse e além de trazer bene. Mas a questão que lhe tirava o sono era, como eles fizeram aquilo? Ela tinha a plena certeza que Sasori estava morto, e agora, ele estava ali... No lado deles, vivo e humano. Como? Magia?

Levantou-se do chão e se sentou na cama. Analisando todas as hipóteses que vinham em sua mente. E todas apontavam para o único assunto que ainda era um enigma para Sakura... Magia. Precisava mais do que nunca de uma fonte de informações.

Thwap.

Sakura ergueu o olhar, franzindo as sobrancelhas.

Thwap. Thwap.

Olhou para a parede ao lado da cama, onde o som cordialmente intrigante emanava. Com cautela, parou para ouvir o que era.

Thwap. Thwap. Thwap.

Encostou os ouvidos na parede e então sentiu um solavanco no corpo quando a porta de ferro que lhe prendia do mundo foi aberta. Imediatamente a atenção dela voltou para a figura fantasmagórica parada na porta, com a mesma mascara de formato espiral que lhe fazia ter a estranha sensação de estar em um filme de terror.

Antes que pudesse se conter, os olhos de Sakura pousaram na desejável luminosidade natural vinda do lado de fora, de repente se imaginou correndo até aquela luz, reencontrando Sasori, reencontrando Itachi. Seus olhos desviaram para a figura que se aproximava de si, sorrateiramente ou receosamente. Sakura não estava com medo daquele homem, sabia muito bem se defender, mas infelizmente estava na desvantagem. Sakura recuou, ficando com o corpo encostado na parede.

Os passos dele se tornaram mais rápidos a medida que os milésimos de segundos se passavam, e logo ele já estava ali, na sua frente, exatamente no local que Sakura não desejava vê-lo. Em um ato imprudente, Sakura poderia simplesmente atacá-lo e sair dali, já que a porta estava aberta. Mas havia aprendido que em casos assim, todo cuidado era pouco.

O corpo dele se inclinou para frente, com as mãos na própria cintura. Então ele disse a Sakura algo que ela nunca se esqueceria.

— Olá meu nome é Tobi!

Sakura uniu as sobrancelhas e acreditou estar fazendo uma careta. A voz dele era... Infantil e amigável demais para de um vilão.

— Mas, que merda é essa? — murmurou, sem conseguir tirar os olhos da figura presente. Queria gritar, não, queria rir.

Tobi era o que? Nome de um cachorro?

— Está surpresa? Oh, sim, sim... Tobi pede perdão por isso.

As sobrancelhas rosadas se franziram ainda mais - se é que era possível. Ele estava zombando dela? Ou essa seria sua voz verdadeira? Sakura se perguntou se aquilo não poderia piorar.

— Okay, não fique com medo Sakura-chan...

— Como Sabe meu nome? — Perguntou ela de supetão, com os olhos semi-serrados.

— Opa — Tobi colocou as mãos na máscara, exatamente no ponto em que deveria existir uma boca. — Quer dizer... Er... — Ele levou uma das mãos no pescoço e a esfregou em um ponto ali. — Tobi só está aqui para curar Sakura-san, nada mais!

Ele apontou timidamente para o ventre de Sakura. Só naquele instante ela percebeu o curativo no abdômen, exatamente onde a bala de Hidan havia se enterrado. Sakura sentiu seu sangue esquentar ao lembrar-se daquele dia. O que será que havia acontecido com Itachi? Se algo acontecesse com Itachi, Sakura nunca se perdoaria por tê-lo deixado nas mãos de Hidan. Só ali percebeu o grande erro que havia cometido em superestimar Itachi.

— Agora — Tobi voltou a falar, agora com uma pequena faixa branca em mãos. — Tobi promete que não irá doer!

Sakura olhou para a mão que continha a faixa e a outra que tinha um vidro negro sem lacre.

— O que vai fazer? — Sakura recuou.

— Não se preocupe, Tobi é um bom garoto! Não irá te machucar! — sua voz pareceu sair ainda mais animada no “Tobi é um bom garoto”.

Que lunático falaria algo do tipo? Lunático ou não, ele falaria, e Sakura ainda se perguntava se ele estava zombando dela ou era realmente idiota demais.

— Você acha que eu sou idiota? Não me peça para confiar em você enquanto EU estou presa aqui e não você. — Sakura vociferou, com a cabeça erguida. Mostraria a partir daquele momento a excelente Anbu que era.

— Han? Ah, sim, sim! Esta presa, mas não é culpa de Tobi. Tobi não faria isso. Em dias chuvosos Tobi só quer ajudar! — Tobi riu por trás da mascara, coçando a nuca.

Sakura ergueu minimamente as sobrancelhas... Então a goteira era por conta da chuva? Foi quando ela notou, sua fonte de informações estava bem diante de seus olhos. Um provável idiota que tinha acesso extensivo com o mundo lá fora. Um pouco receosa, ela abriu as mãos e se desencostou da parede.

— Somente... por agora.

— Okay!

Para a surpresa de Sakura, Tobi continuou parado ali, com o pé esquerdo batucando o piso oco. Parecia incomodado com algo.

— Er... O vestido — Sua voz saiu mais abafada que o normal.

Resmungou internamente pelo maldito vestido que se encontrava rasgado em algumas partes. Por que logo um vestido? Maldita missão. Não que estivesse envergonhada ou com medo, mas subir a barra do vestido para um completo estranho era pedir demais... Suspirou, repreendendo a vontade de esganá-lo pelo pedido. Ela ergueu a barra do vestido até o abdômen, e para sua sorte e seu espanto, ela estava com um pequeno short negro por baixo das roupas.

— Como...

— Desculpe — Tobi murmurou rapidamente e jogou o liquido contido no frasco por cima da faixa branca em sua mão. E tão rápido quanto o fez, ele tirou o curativo antecessor e colocou a faixa no local, limpando-o.

Não soube se o desculpe de Tobi era pelo short ou pela seguinte dor que invadiu seu abdômen. Estaria mentindo se dissesse que aquele líquido não fazia sua ferida arder intensamente.

— Está ardendo Sakura-san? — Tobi deu um pequeno solavanco, como se tivesse feito algo errado.

— Sim... — Ela sussurrou, controlando a dor.

— É um ótimo sinal! — Ele riu amistosamente e continuou a curá-la.

De uma forma estranha, ele lhe lembrava Naruto criança, ainda mais idiota.

— Tobi, certo?

— Sim!  Tobi!

— Então... é você que esta cuidando de mim?

— Por ordens de Sasori-senpai!

Sakura ergueu as sobrancelhas, confirmando sua hipótese de que Tobi realmente era um idiota que falava demais.

— Você conhece Sasori?

Tobi parou o que fazia por segundos e emitiu um ruído parecido com uma risada repreendida, logo em seguida pigarreou e voltou ao serviço.

— Como não conheceria? Sasori é um dos senpais da Akatsuki!

Sakura gemeu quando os toques de Tobi em sua ferida ficaram um pouco mais doloridos.

— Sasori é da Akatsuki?

— Foi o que disse — ele murmurou, parecia concentrado demais no que fazia.

— Então você sabe o que fizeram com ele?

 Tobi ficou um minuto em silencio, concentrado. Até que rapidamente se levantou e ergueu as mãos vazias.

— Acabei por hoje!

Tobi esticou os braços e as pernas, como se estivesse se preparando para uma longa corrida. Ele iria embora.

— Não, não, não... Espere! — Sakura pediu, ajeitando seu vestido e tocando em um dos braços de Tobi. — Você não me respondeu!

Sakura sentia seu coração bater selvagem, querendo insistentemente correr pelo seu estomago e sair pela boca. Ela não queria ficar sozinha ali, nem tampouco ficar sozinha sem respostas. Ainda tinha tantas coisas para esclarecer.

Logo atrás de Tobi, uma fraca luz vermelha brilhou duas vezes em um raio de 2 segundos, enquanto um bip soou também por duas vezes. O corpo de Tobi se enrijeceu quando aquilo aconteceu, e sua cabeça quase virou totalmente em direção a aquela luz, como se soubesse que ela tinha piscado, mas tivesse medo ou receio de olhar diretamente para lá. Sakura observou tudo furtivamente.

Tobi olhou uma ultima vez para Sakura, como se fosse respondê-la. E com uma voz totalmente diferente da habitual, proferiu o nome ao qual Sakura tanto odiava.

Konan.

Sem mais, sem menos. O corpo de Tobi girou, e ele praticamente correu até a porta.

— Logo Tobi volta! Até a noite Sakura-san! — foram as ultimas palavras de Tobi antes de a porta automaticamente se fechar, trancafiando Sakura novamente naquele local.

 

 

•••

 

 

O dia havia amanhecido quente e úmido ali, como sempre, e se fossem em outras situações ela poderia aproveitar aquilo, mas não ali, não com aquela noticia.

— Oh, céus! — Hinata colocou as mãos pálidas na boca, contendo um som de horror.

— Como assim não? Como assim não?! — Ino esbravejou, levantando-se da pequena e incomoda cadeira vermelha, que pulou por milésimos de segundos. — Eu pedi para você, não pedi? Pedi para você cuidar dela! Meu Deus Itachi, seu cretino! Seu filho da mãe!

Ino estava eufórica, impaciente e principalmente aflita. Itachi havia acabado de chegar de Veneza, com a trágica noticia de que sua amiga, a qual tanto protegeu, havia sido seqüestrada pela Akatsuki. E como se não bastasse isso, fora justamente presa pela equipe principal!

Onde ela poderia estar agora?

— Me perdoe Ino...  — Itachi encolheu os ombros e direcionou seus passos até a grande janela de vidro do escritório de Gaara. Deu um suspiro aflito e remexeu as madeixas negras.

— Perdoar você? Como irei perdoar você seu cretino? Sakura está no covil daqueles lobos a mais de três semanas! Três! — Ela enfatizou. — E você só me avisa isso agora? — Ninguém soube dizer se eram as luzes, mas parecia que os olhos de Ino estavam em chamas. — Sabe-se lá o que aconteceu e pode acontecer com ela... — Ino soltou um soluço seco, despejando toda a frustração que sentia em Itachi. Se era certo ou não, ela não se importava. Só queria sua amiga de volta.

— Se acalme Ino-chan... Itachi fez de tudo para encontrá-la, ele se esforçou. Sabemos disso. — Hinata se manifestou novamente, tentando acalmar a euforia de Ino.

— Hinata-san está certa querida, se acalme. Todos nós estamos preocupados com a Sakura também. — A voz de Gaara soou ainda mais arrastada que o normal, como se estivesse tentando controlar a voz.

Ele rodeou com um de seus braços fortes a cintura de Ino, e com o outro completou um abraço apertado e acolhedor.

Ino rapidamente se aconchegou nos braços do Sabaku, não conseguindo mais conter as lagrimas.

— Eu não consigo... — Ela sussurrou chorosamente contra o peito de Gaara. — Sakura esta em perigo, se não pode até estar... estar... — Ela hesitou. — Morta... Morta seu maldito!

A palavra “morta” subitamente prendeu um clima tenso no local.

— Mas que merda Ino! — Desta vez o murmúrio veio de Naruto, que estava sentado ao lado de Hinata no sofá, e tentava confortá-la também.

O escritório de Gaara era o mais natural possível, com janelas extensas de vidro e paredes marfim. Havia uma pequena estante memorial, com a foto de seus irmãos e pais falecidos, e dois ou cinco livros em um canto. Um longo sofá vermelho, duas cadeiras da mesma cor e sua mesa longa de vidro. Era amplo, aconchegante e cobria perfeitamente as seis pessoas frustradas ali.

— Não podemos confirmar nada ainda... Sabe-se lá o que a Akatsuki queria com Sakura... Eles poderiam pegar Itachi, ou matá-lo, mas apenas pegaram Sakura e se foram... Isso quer dizer algo. — Naruto novamente falou, com a expressão mais afável que conseguia dar.

— Eu não sei, não sei o que significa... — Itachi pronunciou, com a voz sufocada. — Buscamos Sakura e essa resposta por semanas...  Buscamos varias informações através de Hidan e de alguns cobaias que estavam no Cabaré... Mas nada pareceu favorável. — Ele se sentou em uma cadeira próxima a janela de vidro e escondeu o rosto nas mãos. — Tudo apontava para o nada. E se fosse seqüestro eles pediriam dinheiro ou algo... Mas nada, nada aconteceu.

O clima ficou relativamente tenso, enquanto todos prestavam atenção na narrativa de Itachi.

— E quando achamos que iríamos encontrá-la... Soubemos que ela havia sido levada de Veneza, e sumido. Eu, eu peço desculpa a vocês... Ino está certa, é culpa minha. Eu não consegui protegê-la.

Itachi baixou a cabeça e soltou um ar sufocado pela boca.

— Não diga isso Itachi-kun — Naruto murmurou, tentando de alguma forma também consolar o noivo de sua “irmã”. Entretanto, ele mal conseguia consolar a si próprio e a sua esposa.

Todos sabiam o que acontecia com agentes que eram pegos pela equipe principal... Eram torturados e mortos.

— Também concordo com Ino — Kakashi que até então se mantinha intrigantemente pensativo, se manifestou, ganhando a atenção dos demais.

Todos lhe lançaram um olhar incrédulo, como se Kakashi houvesse dito algo realmente terrível.

— Nós dois sabemos, que querendo ou não você é culpado por tudo isso. — Os olhos de Kakashi pareciam mais indecifráveis que o normal, e o fato de sua frase ter sido diretamente enviada para Itachi era algo preocupante.

— Kakashi-sensei também não é assim — Naruto tentou falar, mas Kakashi interrompeu.

— É assim, sim. Sejamos realistas. Isso é culpa sua Itachi e você sabe disso!

Kakashi nunca houvera falado daquela forma tão raivosa e controlada, dando a impressão de que a qualquer momento ele poderia saltar da cadeira como um animal feroz e pular no pescoço de Itachi.

O olhar que Itachi e Kakashi trocavam era de longe amistoso, e todos tinham a impressão de que uma nova briga poderia surgir.

Todos estavam agitados de fato, mas ninguém queria uma briga.

— Kakashi, isso...

— Pare de defendê-lo Naruto! Isso não vai ajudar em nada! Sakura ter sido levada foi uma falha de Itachi, como um Anbu.

Itachi lentamente baixou a cabeça e desviou os olhos negros para o carpete cinzento abaixo de seus pés, enquanto um de seus fios negros ousadamente caiu sobre seu rosto. Parecia estar pensando em algo, ou se julgando mentalmente.

— O que quer que possamos dizer, brigar ou xingar de nada ira adiantar. — Gaara se manifestou, ainda com o queixo apoiado no topo amarelado da cabeça de Ino, que ainda chorava. — Sakura já foi levada, e como amigos e companheiros só nos resta fazer o possível para encontrá-la. Precisamos agir como Anbu’s e formar um plano, uma missão.

— Se, talvez se falássemos com Shikamaru — Hinata tentou iniciar, mas foi interrompida por Itachi.

— Já fiz isso, e é por isso que estou aqui. — O corpo de Itachi se virou por completo para onde todos estavam sentados. Seus olhos denunciavam a determinação que palpitava em seu peito. — Eu, Sasuke e Karin iremos em uma missão dentre alguns dias, em Konoha.

— Konoha?! — Hinata e Naruto perguntaram em uníssono, totalmente perplexos.

Konoha era o coração da Akatsuki, quase ninguém entrava ali. Quase.

— Somos infiltrados na Akatsuki, isso nos dará muitas vantagens. — Itachi completou.

— Eu irei também. — Kakashi se levantou.

A atenção de todos – incluindo de Ino – subitamente voltou para Kakashi, que permanecia com sua postura desleixadamente séria e concentrada.

Os olhos de Itachi se estreitaram por milésimos de segundos.

Hinata e Naruto se mantinham perplexos.

Gaara continuou com a mesma expressão pensativa.

Já Ino voltou a mergulhar o rosto no peito de Gaara, chorando mais intensamente, denunciando o horror que sentia ao ouvir a noticia.

— Itachi, Karin e Sasuke tudo bem, mas você Kakshi? É suicídio! — Gaara novamente voltou a falar, com os olhos intrigantemente semi-serrados.

— Isso mesmo! — Naruto concordou.

— Nada que vocês possam falar agora irá mudar isso. Eu irei nessa missão, e como capitão, vocês não podem me questionar.

Os tornozelos de Kakashi giraram, e lentamente seu corpo saiu do local.

Sakura... Agora Kakashi... Com toda a certeza dos quatro, aquela não era uma boa semana.

Todos rapidamente voltaram a atenção para Itachi, que se mantinha no mesmo lugar de antes. Com a expressão totalmente indecifrável.

Seus lábios tremeram, então, com a mesma determinação, ele finalizou aquela conversa...

— Eu irei salvar Sakura, eu juro a vocês.

 

 

 

CONTINUA...



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