(...)
Duas horas haviam se passado. Sam e Gabriel agora estavam na sala de estar da casa dos Winchester. A dupla havia voltado pra casa apenas para tomar um banho, comer alguma coisa e logo retornariam ao hospital.
— Como ele está? – perguntou Dean que apresentava um semblante triste e derrotado, não só por seu melhor amigo estar no hospital, como também por ter visto o amor de sua vida beijando outro cara
Ω Flashback On Ω
Dean Winchester perambulava pela cidade, dentro de seu carro ouvindo uma das melhores estações de rádio, a gosto do loiro.
Era nítido a felicidade esboçada no rosto do loiro, no fundo sentia que estava reconquistando seu anjo dos olhos azuis, o amor da sua vida, seu precioso e único, Castiel. Que fora afastado de si por pura maldade do ser humano, chega a ser incrível como as pessoas tendem a atacar os mais “ frágeis”, por assim dizer. Não que Castiel fosse uma pessoa frágil, longe disso, o moreno chegava a ser meio infantil, em bom sentido, mas era reconhecido a determinação no olhar do moreno a procura de sua felicidade, sem deixar que pessoas más o impedissem de ser feliz.
Dean então decidiu caminhar um pouco, estacionou seu carro e andou rumo a uma praça que tinha ali que ficava bem em frente a praia. Via famílias passeando, adolescente namorando, crianças brincando, e seus olhos se enchiam de alegria ao pensar em uma vida assim ao lado de Castiel, com toda certeza do mundo, era tudo o que ele mais queria.
Porém, como nem tudo nessa vida são flores, Dean presenciou uma cena na qual a felicidade se esvaziou de seu interior em um milésimo de segundo. Era como o pilar que sustentava sua vida tivesse se rompido e ido de encontro ao chão. Ou, a outra parte de sua vida morta sem nenhuma piedade.
Dean viu Castiel sentado em um banco da praça, segurando um sorvete de casquinha sabor flocos, que no caso era o favorito do moreno, mas não era apenas isso... Havia um outro garoto ao lado de Castiel, no qual seus lábios estavam juntos aos de Castiel. O que mais destruía Dean não era o fato de Castiel estar beijando outro rapaz, e sim que Castiel pelo visto estava gostando. Os olhos de Dean começaram a arder, um no fortíssimo se formou em sua garganta, o que lhe deu até um pouco de dor, e lágrimas começaram a rolar pelo seu rosto. E então ele concluiu que a conversa que tivera com o moreno, no final das contas não havia válido nada...
Ω Flashback Off Ω
Dean lembrando disso baixou o olhar esperando a resposta de seu irmão.
— Ele está fora de perigo, por assim dizer, mas ele ainda está dormindo e continua em observação – Sam disse com a voz meio embargada, sinal de que queria chorar mais e mais. Tanto é que ele até deu uma fungada e soluçou duas vezes
— Vai ficar tudo bem grandão – Gabriel dizia enquanto passava a mão nas costas do namorado tentando acalma-lo — Nosso Lúcifer é forte, e ele vai sair dessa, eu sei que vai. Não acho que ele nos deixaria tão fácil assim, até porque ele é nosso pilar, nosso porto seguro, nosso confidente, nosso tudo... Ele não nos deixaria assim... – o menor começou a soltar algumas lágrimas e abraçou Sam por trás
Dean abre um sorriso olhando a cena. Ele até poderia não estar nos melhores dias, mas uma das coisas que mais eram importantes para ele, era a felicidade de seus irmãos.
No meio de tudo isso, um garotinho loirinho abraçado a um panda de pelúcia, entra correndo na sala de estar da casa.
— Dean – o pequeno o chamou — Porque o Sammy e o namorado dele estão chorando?
— Oi Dan. É que uma pessoa muito especial pra eles está no hospital – Dean o pegou no colo
Adam por outro lado ficou encarando muito Dean, que ficou até um pouco desconfortável.
— Porque está me encarando Dan?
— É que você parece meio tristinho, o que aconteceu Dindin? – Adam tinha o costume de chamá-lo assim
Por um instante Dean sorriu com a preocupação do irmão mais novo em seus braços, mas logo sua feição mudou para tristeza novamente, e nisso apertou Adam em um abraço bem sentido.
— Não foi nada querido, é que, as vezes, a vida parece não gostar de mim – Dean disse agora olhando para Adam, que tentava entender o porquê do irmão mais velho estar chorando
— Não fica assim, Dindin. Essa vida é muito boba por não gostar de você – Adam deu um beijinho na bochecha de Dean e o abraçou
(...)
Castiel, e seu primo Derek, voltavam para casa sorridentes.
— O que achou do passeio Cas? – perguntou Derek olhando de um jeito sapeca para Castiel, sem tirar a atenção do volante
— Já tive melhores... — brincou Castiel vendo a expressão de felicidade de Derek se desmanchar, fazendo o mesmo fazer um biquinho — Tô brincando primo – riu Castiel
— Eu já sabia – sorriu Derek colocando a mão na coxa de Castiel, que levou um pequeno susto com o toque
Castiel se sentia um tanto desconfortável quanto a isso. Nunca que iria se passar em sua cabeça que seu primo estaria apaixonado por si. Chegava até a ser estranho, seria mais fácil se apaixonar pelo “galã” que seu irmão Miguel era, ou pela coisa fofa que era Gabe. Eram questionamentos que Castiel nunca entendia.
— Cass... Como ficamos agora? – perguntou Derek, e Castiel nem tinha se tocado que já haviam chego a sua casa
— Como assim?... – o moreno fez-se de desentendido
A pergunta que Castiel queria evitar...
— Como ficamos agora? Eu te disse tudo o que eu sinto, me confessei de um jeito que eu não acreditava que faria por alguém, e eu quero uma resposta... por favor...
— Derek, eu... – o moreno não sabia como concluir aquela frase. Castiel não sabia o que dizer exatamente, qualquer coisa a ser dita só havia um caminho, Castiel não sentia o mesmo pelo primo, porque ainda nutria fortes sentimentos por Dean. Sabia que independente das palavras usadas nessa resposta, todas acarretariam em um Derek chateado, destruído, rejeitado... — Não, não posso Derek... Não quero te iludir a respeito disso, mas, eu ainda amo muito o Dean, e cara... Nós somos primos, não daria certo
Derek me olhava nos olhos profundamente, sua respiração foi ficando pesada, mas era notável que ele não queria se entregar a tristeza, estava lutando contra os sentimentos.
— Entendi Castiel... Realmente, eu fui muito otário por pensar que eu e você teríamos alguma coisa
— N-não... Você se apaixonou, e em partes isso é ótimo, mas não foi pela pessoa certa. Olha primo – Castiel segurou suas mãos — Eu juro, que um dia você vai encontrar alguém que realmente te mereça, que te valorize, que tenha a receber o que você tem a oferecer, mas infelizmente, nem tudo é como nós queremos, e nós temos que aprender a lidar com isso e seguir em frente, se ficarmos presos a o que nos aflige, nunca encontraremos nossa felicidade
— Cass... Isso foi... Lindo... – e então foi isso, Derek não conseguiu mais resistir e desabou em lágrimas, ali mesmo, no carro
— Coloque tudo pra fora primo, isso... – Castiel dizia enquanto abraçava fortemente o primo, e passava a mão em suas costas
A noite não acabou exatamente como Derek queria, mas foi o suficiente pra abrir os olhos daquele jovem rapaz.
(...)
Sam e Gabriel agora estavam no hospital. A uns dez minutos, um medido lhes avisou que o paciente estava bem, e que logo acordaria da sedação, dito isso, eles estavam a caminho do quarto onde Lúcifer estava.
Chegando lá, puderam ver o loiro sentado, e uma enfermeira retirando alguns fios que estavam em seu braço.
— O-oi gente... – disse Lúcifer
Gabe não se aguentou e correu até o loiro, abraçando-o fortemente e começando a chorar logo depois.
— Nunca mais faça isso seu idiota... – disse Gabe “enterrando” o rosto na curvatura do pescoço de Lúcifer
Sam, por outro lado, ficou na porta apenas olhando os dois ali.
— Ei grandão, vem cá – Lúcifer estendeu a mão para Sam que não pensou duas vezes em pular no loiro
— Você não sabe como nós preocupou
— Me desculpem... Eu estava tão desgastado com briga de vocês dois, minhas forças haviam sido levadas pelo choro e pela solidão
Samuel se sentiu culpado por isso. Em partes, a discussão que tivera com Gabriel foi culpa sua, de defender o irmão mais velho que tinha feito besteira. Gabriel também se sentia assim, se culpava por ter começado a briga.
— Mas... Lulu. Eu e o Gabe nos entendemos, e pedimos desculpas um ao outro. Vamos voltar a ser o trio Sabrifer, o melhor de todos, e incomparável.
Lúcifer abriu um largo sorriso que esboçava alívio e felicidade. Achou linda as palavras de Sam, e por um momento engraçado na hora de suas comparações.
— É isso mesmo – disse Gabe, depois de um tempo em silêncio — Vamos voltar a ser o melhor casal do mundo. Não vamos deixar que nada, ou ninguém interfira no nosso relacionamento
E com isso, o trio Sabrifer estava finalmente completo.
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