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História My Little Light - As Excentricidades Dela


Escrita por: Viihproject0

Notas do Autor


Oooi <3

Boa leitura pessoinhas <3

Capítulo 2 - As Excentricidades Dela


Fanfic / Fanfiction My Little Light - As Excentricidades Dela

Depois daquela tarde de frente com a Condessa, Luminita passava suas manhãs na cozinha, ajudando as novas empregadas e jogando conversa fora, vez ou outra tendo que perguntar o que a haviam dito ou se forçar a prestar atenção. Conversar era coisa que ela raramente fazia antes de se juntar ao castelo. 

 

Como ela poderia fazer? afinal, ela nunca foi uma menina cheia de amigos.

 

Todos no castelo comentavam o quão gentil Luminita era. Sempre atendendo pedidos de ajuda e se oferecendo para ajudar. As bagunças das filhas da Lady normalmente eram limpas por Luminita e outro par de empregadas mais antigas. Ela era a que menos temia as três filhas, dizia que elas só eram um pouco excêntricas, apenas isso.

 

Mas Luminita estava tão distraída com as tarefas, ou com os seus contos de fadas, que nunca percebeu a grande sombra nos cantos do castelo a rondando, a vigiando, olhos quase sempre a brilhar nas sombras. 


 

O grande corpo deslocava-se com tanta graciosidade pelos corredores que não fazia um som que fosse. Estudando cada traço e movimento da criaturinha desatinada. Não, a menina nunca percebeu ou sentiu a presença constante e curiosa da Condessa por perto. 

 

Em uma manhã fria de fim de inverno. Luminita se ofereceu para levar o vinho da senhora até seus aposentos. Pondo um fim em uma desesperada e assustada discussão entre duas empregadas mais jovens. 

 

Como esperado, ninguém queria a tarefa.

 

Todos sabiam o que acontece quando você derruba vinho ou sopa. Pra onde um pequeno e talvez insignificante erro pode te levar. Elas já ouviram os gritos vindo das masmorras e dos desaparecimentos. Mas ninguém ousava comentar. Não era aquela fofoca inocente de cozinha... era algo proibido. Era como falar Satanás na frente de um crente, ou falar sobre sexo com uma moça pura sem estarem casados. 

 

Oh, como era perigoso

 

E afinal, ninguém era sortuda como Luminita. O castelo não mais passava por problemas com a falta de funcionárias. O perigo era real agora.

 

E depois, a encarregada do serviço “desapareceu” há algumas noites, Luminita estava contente em ajudar. Pobre criatura, era tão burra quanto alheia.

 

 

 

Luminita fazia seu caminho até os aposentos da Condessa impaciente. Com a taça e a garrafa que pareciam colossos nas suas mãos pequenas. A garota havia se apaixonado pela garrafa ornamentada. Olhava fascinada para as flores de prata em volta do vidro carmesim.

 

Ao chegar na porta nunca antes entrada, Luminita segura a taça na mesma mão que a garrafa e bate. Ouve-se um entre abafado e longe, e quando a menina entrou, viu sua senhora de costas para ela, na frente da lareira e tragando de seu cigarro, com aquela famigerada pose elegante e despreocupada. 

Ela nem se importava em olhar para trás, ela sabia que ninguém ousaria ir contra ela. Não haviam tolos o suficiente no castelo. Oh, e mesmo se houvessem... Alcina Dimitrescu acabaria com o bastardo em segundos.

 

Luminita nunca entendeu por que uma mulher como sua Lady fumava e bebia. Ela via esses dois hábitos como vis e sujos, errados! perigosos. 

Mas ela jamais admitiria que, nas mãos e boca da Lady, aquilo não era nada mais nada menos que elegante e até mesmo sedutor. 

 

Tudo na Lady era sedutor. Despertando os desejos mais impróprios nas meninas, as fazendo imaginar obscenidades, desejar coisas que nem em seus sonhos mais íntimos elas pensariam em desejar.

 

Luminita logo estava olhando para o lustre no teto, onde a luz da lareira refletia e criava um brilho adorável, lembrando uma caixinha cheia de joias, mas ela voltou ao mundo real quando ouviu a Lady bufar.

 

—Deixe na mesa.. 


 

Ela acompanhou para aonde a grande mão enluvada da Lady apontou. Uma mesa de mogno, com alguns livros empilhados e papéis. Luminita não questionou e fez seu caminho em silêncio até a mesa, onde largou a taça e a garrafa um pouco depois, hesitando em soltá-la. Se sentiu um pouco descontente em se livrar daquela obra de arte, mas o fez assim mesmo.

 

A menina voltou até a porta bem no momento em que a Lady de branco se virou para ela.  De costas para a luz do fogo, Lady Dimitrescu dispunha de uma sombra muito maior, mas era reconfortante. 

 

Luminita nunca se sentiu mais segura no castelo do que ali, no quarto de sua senhora. Era quente e aconchegante, de um jeito familiar e natural, de um jeito certo. 

 

Sua Lady sempre transparecia uma estranha sensação de segurança à Luminita, algo dentro da cabeça dela dizia que ela não precisava temer nada, pois a Dimitrescu a protegeria. E por que não? 

 

Ela imaginava aquelas mãos lhe trazendo conforto, segurando ela, abrigando ela das coisas ruins, fazendo carinho em seus cabelos curtos, assim como fez naquela manhã. 

 

Mesmo que todas as meninas temam a Lady e sua óbvia estatura, Luminita só desejava estar perto da Condessa. Dividir o mesmo espaço que ela. Servir a ela.

 

Criatura estranha, eu digo.. Luminita é muito estranha.



 

—...Luminita…!


 

Alcina pareceu surpresa ao ver a pequena criaturinha ali, parada olhando para o seu lustre, mas logo se lembrou que sua última escolhida era a encarregada de lhe trazer seu vinho matinal e então suspirou, abrindo o vinho com uma facilidade admirável e servindo até perto da metade, assistiu Luminita aos poucos voltar sua atenção a ela. 

 

Ela nunca ia admitir que vigiava a menina quase o dia todo e que estava até contente em vê-la ali, percebendo-a finalmente, já fazia um tempo que Luminita não olhava nos olhos dela, com aqueles olhos grandes cheios de… algo. Algo que a Madame ainda não sabia o nome.

 

Mas na verdade, ela até aprendeu algumas coisas sobre a menina. 

 

Com a primeira sendo o óbvio: Luminita era a criaturinha mais distraída que ela já conheceu! 

 

Ela testemunhou Luminita tropeçar em si mesma várias e várias vezes. Trombar na parede.. ou parar no corredor depois de ter esquecido pra onde ia, provavelmente tenha esquecido de algumas tarefas assim, mas Alcina deixou passar, por mais surpreendente que isso fosse, na maioria das vezes ela só queria saber para onde a criaturinha de cabelos loiros iria, agora que havia acordado de algum devaneio.

 

Ela se lembraria das tarefas em algum momento? ou ela iria apenas vagar pelos corredores? 

 

Perguntas assim faziam a condessa perseguir silenciosamente a menina pelo castelo, ansiando por respostas. Ou talvez ela só quisesse assistir a menina.

 

Luminita costumava fazer algumas expressões quando estava distraída. Todas eram um deleite para os olhos. Adoráveis, arrancando inúmeros sorrisos dela. Inúmeros 

 

Alcina assistiu a menina polir com perfeição o corrimão da escada, por mais lento que o processo tenha sido -por conta dos constantes desatinos-, Luminita terminou o trabalho e estava perfeito! Brilhando!

 

Lady Dimitrescu pegou a taça, girando-a e sentindo o conhecido cheiro frutífero e metálico, suave e doce de seu vintage favorito. Ela não levou um gole até se sentar e estar confortável em sua poltrona florida. 

 

No dia em questão ela havia se perguntado se era realmente necessário o trabalho, mas se esqueceu quando percebeu o quão... atencioso o ato foi.

 

Ela tinha certeza de que não era uma tarefa normal que todas as meninas fariam de bom grado. Ninguém, a não ser suas filhas, havia feito algo para ela, sem que ela pedisse ou demandasse. Alcina adorou o gesto, mas ela não conseguia ignorar o motivo.

 

Por que, Luminita? 

 

Os sabores do vinho dançaram em sua língua, com ela saboreando cada gota e se lembrando da noite que engarrafou aquele, após uma sutil olhada na data. Ela falou finalmente, em um tom surpreendentemente casual. 

 

—Vejo que foi a você quem a tarefa foi empurrada, hmm..

 

Luminita não poderia dizer que estava insatisfeita em atender a Lady, por vários motivos. E um deles porque seria uma vergonhosa mentira. Novamente a menina havia se perdido em um mundo de fantasias, seus olhos de repente estavam pesados, sono? Alcina percebeu e aproveitou o momento distraído de Luminita para olhá-la. Analisá-la como costumava fazer em seus dias livres, onde a menina nunca a notou.


 

O avental estava limpo, assim como deveria. Bom. Pensou a Lady ao levar outro gole. O gosto metálico rejuvenesceu-a deliciosamente. Ela estudou os cabelos ainda curtos atrás de suas pequenas orelhas, deixando o rostinho pálido totalmente à mostra. Alcina achava engraçado a estatura da menina. Ela realmente parecia uma das bonecas de Donna naquelas vestimentas.

 

A Madame soltou uma risada muda.

 

Sempre achava divertido ver as novas donzelas chegarem. A maioria ainda não haviam sido violadas. Não haviam cicatrizes em seus corpos… não, elas eram tão jovens. Elas não tinham marcas em seus frágeis e esguios corpos. E sem falar, nenhuma havia sido deflorada por um homem. 

 

Alcina sabia disso. Ela era uma mulher da ciência, afinal. Adorava estudar a anatomia feminina. Suas várias estátuas pelo castelo eram provas mais do que suficientes disso.

 

Outro gole e um leve sorriso, Alcina era uma mulher muito libertina às vezes. 

 

A mulher voltou ao rosto de Luminita, ela tinha um olhar ridiculamente puro enquanto se perdia no que quer que fossem esses pensamentos, um comportamento do qual Alcina já havia criado familiaridades. Com as últimas semanas estudando a criaturinha lustrar móveis ou varrer as escadas do salão de ópera. Era curioso. A menina parecia ter uma grande afinidade pelo salão. E o piano. Ah, o piano e Luminita trocavam tantos olhares. Ela olhava para o instrumento como se fosse o último pedaço de bolo, sozinho em uma mesa.

 

Um suspiro deixou os lábios vermelhos e a garota finalmente acordou. 

 

Alcina deveria castigá-la por isso, por se distrair do trabalho. E se ela estivesse falando? ela odiaria ter que se repetir porque uma criada não estava ouvindo. Mas isso não foi o que ela disse.

 

—O que tanto ocupa esta sua pequena cabeça, criaturinha?

 

Lá estava, uma pergunta que já assombrava a Lady há tempos.

 

Luminita sabia que estava vermelha quando sentiu a familiar sensação em seu estômago com a mulher de branco agora lhe encarando, toda sua atenção dirigida a ela. As orbes esverdeadas encobrindo-se por trás da taça carmesim. O timbre profundo, a arrastando de volta para a realidade, e a figura de sua senhora, sentada confortavelmente enquanto uma expressão calma ela permitia mostrar. Era perfurante, viciante!

 

—Eu… eu acho que em tudo.

 

A Lady outra vez se encontrou confusa com a resposta da menina. Como alguém pensa em tudo? não, ela estava falando asneiras. 

 

—Como?

 

—Tudo, M’Lady. Que logo devo voltar às minhas tarefas... ah, limpar o chão no andar de cima e a bagunça que Cassandra fez no ateliê. 

 

Alcina revirou os olhos ao mencionar de sua filha do meio. Outra vez bagunçando suas coisas. Já havia dito, nada de perseguições no seu ateliê. Mas é claro, ela sempre acabava arrebatando a ruiva que adorava perseguir até lá. A condessa esqueceu de sua filha por ora quando a pequena luz perto de sua porta continuou com sua história.


 

—Não é grande coisa, eu adoro ser útil! ...e ao mesmo tempo, penso em um reino, onde você é minha rainha, M’Lady! —Alcina fez uma careta genuína, mas não interrompeu a menina. —Ou... sobre como tenho que ajudar Ingrid com o jantar das meninas..


 

Hmm..

 

Outra franzida, mas desta vez havia um sorriso. Rainha a menina disse. Alcina gostava da ideia, lhe caia mais do que bem pra ser franca.

 

Porém, que audácia!

 

A menina muitas vezes parecia se esquecer com quem estava falando. Mas Alcina seria injusta, foi ela quem perguntou afinal. E… o comentário foi bastante lisonjeiro.

 

Lady Dimitrescu bebeu outro gole de seu vinho enquanto olhava para sua prateleira do outro lado do quarto. Poderia, não poderia?


 

—Faremos assim, criaturinha

 

O tom de zombaria era tão evidente no apelido que fazia Luminita querer se encolher, mas novamente não de medo.

 

—Você deixe estas tarefas para outro alguém. Ordens minhas. E venha e seja minha assistente nesta manhã tão tortuosa. 

 

—Ahn.. que dizer…

 

—Quero que limpe minhas prateleiras, mesas e escrivaninha! Vamos logo, pegue o que precisar, avise quem precisar e volte para cá. Ande, ande! —Alcina fingiu aborrecimento, franzindo suas sobrancelhas e batendo de leve seus dedos na sua mão que ainda segurava a taça de cristal, apressando a adorável criatura.

 

—Sim.. sim senhora!

 

Alcina sorriu satisfeita, acompanhando a menina se virar e sair correndo. Seus cabelos curtos balançando e a saia de seu vestido girando. Ela era tão delicada e tão desastrada.

 

Ah... e seu estonteante cheiro, fazendo Alcina revirar os olhos deleitosamente enquanto saboreava outra golada de Sanguis Virginis.



 

~*~

 

Os dias passavam, rápidos e calmos. Às vezes como brisa de verão, às vezes como uma tormenta de inverno. Os gritos e gemidos que ecoavam pelos corredores mantinham as mais jovens acordadas, algumas abraçadas umas às outras, implorando por segurança para os seus deuses. Mãe Miranda, era chamada vez ou outra, misericórdia era pedida. Mas Luminita continuava intangível. 

 

Dormia como um bebê, sob os cobertores azul cobalto na sua cama perto da porta enquanto gritos de clamor traumatizavam o resto. 

 

Afinal, a Rainha em seus sonhos continuaria a protegendo… de tudo.

 

De todas os perigos, de todas as maldades, de todos...

 

Ninguém nunca entendeu como Luminita conseguia ter tanta paz enquanto caminhava pelos corredores amaldiçoados do castelo, como passava pelas filhas sem medo, ou trocava palavras com elas sem nem tremer. Ou como conseguia estar tão calma frente a Lady nos últimos dias, semanas, meses... Sempre!

 

Mas todos viam como ela saia com a garrafa matinal da senhora em mãos. O sorriso sutil nos lábios finos, o rubor. A pressa que nem a própria menina parecia perceber que tinha.

 

 

Luminita trazia o vinho e ficava perto da porta, esperando suas próximas ordens ou apenas ali. Ela aprendeu rápido que a Lady prefere falar antes que ela saia, então a menina nunca deixava os aposentos de sua senhora até ser mandada. O que raramente acontecia nos últimos dias. 

 

Às vezes a condessa alugaria a menina por horas na manhã, para fazer nada além de ficar de pé em seu quarto, como apenas outro enfeite bonitinho em sua posse. O que era, em grande parte, verdade.

 

Apenas Luminita parecia não perceber como a Lady a tratava. Todos sabiam que a garota era o novo tesouro da Condessa. A mais nova joia do Dragão. Sendo exibida ali, parada e perfeitinha e com um sorriso burro na cara!

 

Mas afinal, a Lady adorava possuir.



 

Alcina se encontrava tranquila na companhia de Luminita. O saber que a menina estava ali, atrás dela, apenas existindo e se perdendo em seu próprio mundo. E também, tão tranquila. 

 

Era raro alguém se sentir assim perto dela. Era raro ela querer uma companhia que não fossem suas amadas filhas. Era raro, mas estava acontecendo. 

Se via muitas vezes se afastando de sua taça apenas para respirar o cheiro de lavanda que curiosamente tomava seu quarto.

 

E ela adorava.


Notas Finais


Coffcoffalcinastalkercoffcoff! uff -v- eh isso u.u <3
obg por ler! espero q estejam gostando dessa fic <3 e da Luminita -v- kfalfklaf

ah, um aviso. Luminita tem tdah oq vai ser bem sutil na fic (em sua maior parte) ateh pq esse nao eh o tema da fic. Tudo oq vai estar escrito ali eh baseado nas minhas pesquisas e uma ajuda de uma amiga (q tem tdah) Mas bem, alfkaf achei bom avisar u.u <3 tnkiu pela atenção

Bom, ateh semana que vem <3


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