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História My Little Monster - New friends


Escrita por: LetWinchesterX

Capítulo 8 - New friends


Fanfic / Fanfiction My Little Monster - New friends

"Rastejando em minha pele
Essas feridas que não irão se curar
O medo é o que me derruba
Confundindo o que é real

Há algo dentro de mim
Que puxa abaixo da superfície
Consumindo, confundindo
Temo que esta falta de auto-controle nunca acabe
Controlando, eu não pareço

Me encontrar de novo
Minhas paredes estão se fechando
Sem um senso de confiança
E estou convencido
De que há muita pressão para eu aguentar
Eu me senti desse jeito antes, tão inseguro"

Kat On:

-Kat... nome bonito, igual a dona. - disse Tae ainda sorrindo e eu corei ainda mais, ele não era igual aos babacas da escola que ficavam te comendo com os olhos, ele me elogiava de maneira gentil e podia-se ver a sinceridade em seus olhos pretos.

-Er... acho que devemos ir, eles já devem ter ido embora. - disse tentando disfarçar minha vergonha.

-Claro, eu te acompanho, minha casa fica aqui perto mesmo. - disse ele indo para a porta, fui até la também e destranquei a porta e fomos atingidos por uma brisa gelada, o inverno estava chegando.

Saímos do ginásio e eu tranquei a porta do mesmo, me dirigindo à Tae que estava me esperando fechar a porta.

-Como você sabia desse lugar? - perguntou ele agora curioso.

-Eu treino aqui toda noite, o dono é amigo do meu irmão, então eu meio que tenho passe livre pra vir aqui e treinar. - disse andando. Nós tomávamos o cuidado de andar nas sombras pra não chamar atenção e estávamos sempre atentos.

-Hm... que legal! - disse ele sorrindo, ele era muito fofo! Pera que?!

-Então Tae, você tá aqui a quanto tempo? - perguntei tentando manter um assunto.

-Eu e meus amigos chegamos hoje de tarde da Coréia do Sul, nós vamos ficar um tempo aqui. - disse ele.

-Coréia do Sul? Igual o Yoongi. - pensei alto.

-Yoongi? MIN YOONGI!? - ele arregalou os olhos quando concordei.

-É, ele chegou ontem, por que? Conhece?

-Se conheço? Cara... eu e meus amigos meio que odiamos ele, ele estudava com a gente. - disse ele meio cabisbaixo.

-Uhu, não sou a única que odeia ele. - falei rindo e Tae riu junto. - É aqui.

Parei em frente à minha casa.

-Sério?! Eu moro duas casas daqui! - disse com o sorriso cativante. - Bom, eu tenho que ir, meus amigos devem estar preocupados comigo, te vejo por ai Kat.

Ele se despediu e saiu correndo e vi que ele entrou duas casas depois da minha, era mesmo muito perto.

Peguei minha chave dentro da bolsa e fui pra casa, entrei e tranquei a porta, quando me virei fui recebida por uma ardência muito forte no rosto me fazendo cair.

Meu pai estava parado me encarando com irritação extrema.

-ONDE É QUE VOCÊ ESTAVA?! - gritou ele, eu podia sentir o cheiro de álcool do chão mesmo.

-Não é da sua conta! - gritei de volta, mas logo me arrependi, ele me deu um soco que cortou meu lábio inferior no canto.

-Isso é pra aprender a não me responder e isso... - ele retirou o cinto que usava e eu senti o sangue ser drenado do meu rosto me deixando ainda mais pálida. - É por ter chegado em casa duas horas atrasada, fazendo eu passar fome.

Ele começou a me bater com aquele cinto de couro e eu senti minhas pernas e costas arderem, para proteger meu rosto me curvei em posição fetal e apenas fiquei imóvel enquanto ele me surrava impiedosamente.

Ele ficou me surrando por cinco longos minutos, tão longos que mais pareciam horas, eu não me permiti chorar, eu prometi que nunca mais iria chorar por esse homem que de meu pai só tinha o DNA, ele era um monstro.

-Agora faz logo alguma coisa pra eu comer, se não vou te dar outra surra. - eu sabia que ele não estava blefando, se eu não fizesse o que ele mandou era capaz até de ele me matar, então levantei do chão com a cabeça baixa e o corpo extremamente dolorido e fui à cozinha fazer algo pra ele comer, eu estava sem fome alguma, então apenas fiz algo pra ele comer e fui pro meu quarto.

Chegando lá joguei minhas coisas na cama e fui pro banheiro, onde me encarei no espelho e vi que já tinha hematomas por todos os lados.

No meu rosto a parte que ele socou estava levemente roxa e meu lábio inchado, amanhã estaria mais roxo e menos inchado. Meus braços e pernas estavam cobertos por hematomas roxos tendo a marca do cinto com o qual meu pai me bateu. Meus olhos estavam vermelhos e inchados das lágrimas que eu segurei.

Liguei a água da banheira e esperei a mesma encher, eu continuava a me encarar no espelho. Eu sabia que não deveria fazer isso, mas minha dor interna era tão grande que eu não pude me conter, abri o armário e de lá tirei uma lâmina de barbear que roubei do meu pai a um tempo. Fiquei encarando o objeto metálico e afiado por um tempo o rodando entre os dedos.

Quando a banheira estava pronta eu entrei ainda com a lâmina na minha mão, e como se por um instinto passei a lâmina afiada nos meus pulsos, deixando uma linha de sangue cair e se misturar à água. Eu não parei aí, um corte, dois cortes, três cortes, quatro... o sangue pingava da banheira para o chão. Aquelas cicatrizes se juntariam às antigas, e a vida seguia.

Deixei a lâmina ensanguentada escorregar dos meus dedos e cair no chão enquanto eu afundava minha cabeça na água quente.

O calor relaxava meus músculos e faria com que os hematomas sumissem mais rápido. Os cortes já estariam bem em uma semana, eu tinha cicatrização rápida, então nunca foi realmente um problema e por sorte as cicatrizes deixadas pra trás eram tão finas que mal podiam ser vistas. Agora os hematomas... esses ficariam ali por algumas semanas até sumirem, mas para minha sorte eu não ia precisar dar desculpas para usar blusas de frio, já que o inverno estava chegando.

Saí da banheira e me enrolei na toalha, a água estava vermelha escarlate por causa dos meus cortes, estes que já pararam de sangrar, por sorte.

Voltei ao quarto e coloquei uma calça de moletom e uma blusa de frio preta. Nos pulsos coloquei uma faixa pros cortes não infeccionarem.

Desci e fui falar com meu pai que estava sentado no sofá com uma garrafa de whisky na mão.

-Pai? - o chamei ainda com medo.

-O que você quer? - perguntou ele frio como sempre.

-O Alex e o Matt vão chegar em casa mais tarde hoje, surgiu um problema na oficina. - menti, eu sabia que não podia dizer a verdade pra ele.

-Tá. - foi tudo o que ele disse, em nenhum momento ele tirou sua atenção da tv.

Subi de volta ao meu quarto, tranquei a porta e me joguei na cama, não estava com a menor vontade de estudar hoje.

Eu queria entender esse medo irracional que eu sinto com meu pai. Com as outras pessoas eu apenas não ligo e se me ameaçarem eu parto pra cima, mas com meu pai não é assim, ele me traumatizou tanto que apenas um olhar dele já é capaz de me petrificar no lugar, eu não tenho reação, apenas deixo ele me bater, meu corpo não obedece meus comandos perto dele, eu quero fugir, gritar, revidar, mas meu corpo simplesmente congela no lugar.

Resolvi não pensar muito nisso, eu precisava encontrar uma desculpa para o hematoma no meu rosto, que era bem visível.

Pensei tanto que nem notei quando dormi, um sono pesado e para minha sorte extrema, sem sonhos, o que eu julgava impossível devido ao meu estado emocional, mas meu cansaço físico era tão grande que eu apaguei e dormi feito uma pedra.

                                    ☆

Acordei com um baita susto do meu despertador, meu coração batia tão forte no meu peito que chegava a doer. Sigam essa dica crianças, não coloquem black metal pra acordar vocês de manhã, os riscos de ataques cardíacos aumenta consideravelmente.

Desliguei meu celular e fui tomar um banho de chuveiro pra ser mais rápida. Olhando meus braços agora, os cortes estavam com aparência bem melhor que ontem, em alguns dias já não teria mais nada aqui, o lado bom de ter metabolismo acelerado e uma fodendo cicatrização rápida ajudava bastante, mas os hematomas... esses estavam horríveis. Minhas pernas e braços não estavam nem roxos, estavam pretos, o hematoma do meu rosto era o mais suave deles, possuía uma coloração roxa clara, mas ainda bem visível pra quem quisesse ver.

Tomei um rápido banho gelado e fui me trocar. Optei por uma calça jeans preta, uma camiseta do Nirvana clássica e uma jaqueta de couro por cima, nos pés coloquei um all star vermelho de cano alto.

Hoje eu não fiz minha maquiagem de sempre, estava sem paciência pra passar camadas de lápis e delineador preto nos olhos, então hoje era um dos bem raros dias que eu ia "de cara limpa".

Peguei minha mochila que estava do lado da minha cama e saí do quarto, a porta do quarto do meu pai estava escancarada, e de dentro vinha um cheiro insuportável de álcool e cigarros, que eu tratei de ignorar.

Desci as escadas e meus irmãos estavam sentados à mesa comendo suas respectivas tigelas de cereal, quando me viram arregalaram os olhos.

-O que aconteceu com você?! - questionou Alex me inspecionando preocupado.

-O que você acha? - minha voz saiu como um sopro, sem vida, sem ânimo, sem nada, parecia uma faca de gelo extremamente afiada.

-ELE PRECISA PARAR COM ISSO! - gritou Matt esmurrando a mesa.

-Matt, calma, vai passar, agora vamos, não quero chegar atrasada. - peguei uma maçã na fruteira e saí.

-Kat, você não pode continuar recebendo as surras daquele cara sem fazer nada! - Matt ainda estava com raiva.

-E o que você quer que eu faça Matt? Ele me apavora! Só de estar perto dele eu sinto como se fosse morrer! - gritei, algumas lágrimas teimaram em sair dos meus olhos, logo os braços fortes de Matt me envolveram em um abraço.

-Shiii, calma, não precisa ficar assim, eu vou dar um jeito nisso, eu prometo. - disse ele enquanto passava as mãos pelas minhas costas fazendo eu me acalmar. - Viu só? Você não precisa  se preocupar, você é nossa irmãzinha e eu prometo te proteger.

Um sorriso sincero veio aos meus lábios, Matt e Alex tinham esse efeito sobre mim, eles me acalmavam e me davam segurança, eram meus portos seguro.

-Se ele ousar tocar em você de novo, nos avise, de agora em diante eu não vou deixar barato. - disse Alex que agora me abraçava. - Vamos, não podemos chegar atrasados.

Me ajeitei no banco traseiro do carro e me senti bem melhor do que estava, se eu não tivesse meus irmãos eu teria entrado em colapso à muito tempo atrás, se não fosse por esses dois... acho que eu já teria feito uma besteira maior do que tudo que já havia feito.

Hoje não coloquei meus fones, não estava com disposição para música, mesmo que estivesse melhor agora. Então apenas fiquei encarando a paisagem passar.

Chegamos na escola e foi como sempre, eu fui para um lado e meus irmãos para outro, no meu caminho pelo corredor alunos me lançavam olhares curiosos e eu os encarava de uma forma que eles ficavam com medo, estava quase chegando na minha sala quando...

-KAAAAAT!!!!!! - fui surpreendida por alguém extremamente feliz que me abraçava tão apertado que parecia que ia quebrar meus ossos, pelo cabelo, consegui identificar o ser como Taehyung.

-Tae... não consigo... respirar. - disse, eu já devia estar ficando com o rosto roxo.

-Desculpa. -disse ele se afastando. - Ei, o que aconteceu com seu rosto?

-Caí. - disse. - O que você tá fazendo aqui?

-Hm... sei. Bom, lembra que eu disse que vim com uns amigos? Então, eu e eles vamos estudar aqui! - sua animação era tanto que nem parecia que estávamos em plena quarta-feira às 7:30 da manhã.

-Caramba que legal. - disse sem muito ânimo, mas Tae nem se importou.

-Vem, vou te apresentar pros meus amigos. - ele pegou em minha mão e começou a me puxar pelo corredor, alguns alunos nos encaravam surpresos, eu não tiro a razão deles, normalmente eu espanco os caras e não deixo eles me puxarem por aí.

-Tae, onde cê ta me levando? - questionei.

-Te apresentar meus amigos ué. - ele continuou me puxando quando parou perto de três garotos... caramba na Coréia só tem cara bonito. - Kat, esses são meus amigos, Jung Hoseok, Park Jimin e Jeon Jungkook, hyungs e dongsaeng, essa é a garota de ontem, Kat.

-Oi. - disse fitando os três.

-Oi! - disse Hose... alguma coisa, ele tinha cabelos loiros que caíam muito bem nele, ele parecia ser uma pessoa bem animada também.

-Prazer em conhecê-la. - disse o ruivo... Jimin se não me engano.

-Olá. - o mais fofinho deles disse, ele tinha cabelos pretos, Jungkook se me lembro bem.

-Prazer em conhecer vocês. - disse sorrindo.

-Sem querer ser grosseiro nem nada, mas o que aconteceu com seu rosto? - perguntou Jimin curioso.

-Bom... eu caí, sou bem desastrada. - disse coçando a nuca.

-Ela me lembra o Namjoon- hyung. - disse Jungkook. - Ele também é bem desastrado, quebrava praticamente tudo. - me explicou ele.

Continuamos conversando por um tempo, eles disseram que estavam aqui para estudar e que iriam se formar aqui. Eles me mostraram seus horários e em cada aula eu teria com um deles, matemática com Hoseok, biologia com Jimin e Kook, música com Tae e Jimin, química com Tae, e educação física com os quatro.

Ficamos tão distraídos conversando que nem vi a hora passar, quando dei por mim faltavam cinco minutos pra aula começar. Eu mostrei pros meninos onde eram suas salas e falei pro Hoseok me seguir.

-Você caiu mesmo? - perguntou ele quebrando o silêncio.

-Sim, por que?

-É que parece o hematoma de um soco... - disse ele meio envergonhado.

-Eu sou tão desastrada que consigo fazer essas coisas comigo. - disse forçando uma risada. Essa era a primeira vez que eu estava de fato fazendo amizades, não ia deixar uma coisa boba dessas estragar tudo.

Ele pareceu não acreditar muito, mas deixou pra la. Quando eu entrei na sala Yoongi já estava lá, Hoseok seguiu meu olhar e grunhiu quando viu quem era.

-Não gosta dele também? - perguntei.

-Não, ele é um babaca arrogante que se acha o rei da porra toda. - disse ele se sentando na carteira à minha frente, ou seja, quase do lado do Yoongi, que ouviu tudo claro.

-Ei floco de neve, o que aconteceu com seu rosto? -perguntou Yoongi com os braços presos atrás do pescoço me encarando.

-Mas que macumba eu fiz ein? Por que todo mundo ta me perguntando o que aconteceu e... espera, você me chamou de floco de neve? - confusão estava estampada no meu rosto, desde quando ele sai me dando apelidos?!

-Porque seu cabelo é branco se sua pele é pálida. - disse ele dando de ombros.

-Olha quem fala, o cosplay de vampiro gay que tomou um banho de farinha, só falta a purpurina pra brilhar no sol. - disse arrancando gargalhadas de Hoseok e deixando Yoongi estático, acho que ninguém nunca respondeu ele desse jeito.

Ele não disse mais nada, só fechou a cara e ficou encarando o quadro, como se fosse a coisa mais interessante do universo.

-Você foi demais! - disse Hoseok baixinho pra só eu escutar.

-Ele tem me irritado a um tempo, mereceu a patada. - disse rindo.

Nossas risadas foram cortadas quando a professora de matemática chegou na sala, dando início a aula.


Notas Finais


Oeeeee, voltei, muahahahahah Yoongi ta começando a mudar de ideia ou nem? Sera? Num seeeeei, espero que tenham gostado e desculpa qualquer erro.


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