História My Little Problem - Capítulo 2-Brigas e conversas

Pov. Reyna A.R.A Grace
Jason foi para o aeroporto pouco depois de Piper ter ido embora, Leo o acompanhou, eu não quis ir. Odiava as viagens de negócios que Jason fazia. Acabei por ir dormir mas cedo ontem a noite, sonhei com coisas sem sentido e acordei pouco antes de meu alarme tocar, arrumei-me rapidamente e fui levar Frank para a creche e logo em seguida fui para a escola onde dou aulas.
No primeiro tempo dei aula para o terceiro ano, a turma estava mais calma hoje, eram a melhor turma da escola –claro, não eram compostos por apenas alunos exemplares, havia um ou dois alunos que definitivamente eram encrencas- fiquei livre no segundo período e aproveitei esse tempo para corrigir as provas que eu havia aplicado no primeiro ano na segunda, e como de costume, as notas estavam péssimas –exceto, claro, por algumas alunas e alunos mais exemplares que haviam praticamente fechado a prova- isso era típico do primeiro ano, conseguiam tirar as piores notas ate mesmo em matérias como a minha, não entendo como alguém consegue ir mal em filosofia.....
–Olhe aqui...a prova da Piper..
Murmuro para mim mesma, a letra de Piper é linda –apesar de ser meio desleixada- ela pinga os I’s com corações e nas bordas da prova dela tem vários rabiscos de desenhos : Um coração, uma caveira, um leãozinho etc. Ela responde as perguntas abertas de forma descuidada, como se mesmo sabendo as respostas, não fizesse a menor questão de acerta-las, porém, acerta todas as fechadas, ela tira 5,5 numa prova valendo 10. Não é a melhor nota,e nem é o que eu espero de meus alunos, mas é uma nota razoável até, se comparada as outras, que são quase todas abaixo de 3,5. No terceiro período dou aula no primeiro ano, ao entrar na sala, suspiro, está acontecendo uma mini guerra de bolas de papel, tem alunos sentados em cima de suas mesas, dois garotos fumam sentados na janela, há um rapaz tentando se pendurar no ventilador de teto...."Não chamam essa turma de a pior da escola sem motivos..." penso.
–EI DESÇAM DAS MESAS! VOCÊS DOIS AÍ, JÁ PARA A DIRETORIA! SABEM MUITO BEM QUE NÃO PODEM FUMAR AQUI! E, ALIÁS, VOCÊS NEM TEM IDADE PARA ISSO! EI,EI! PAREM COM ESSA PALHAÇADA, AGORA!-

Eu grito. médico disse que eu não deveria me estressar, que isso faria mal para o meu bebê, ele certamente não tem a menor ideia de como é ser professora. A bagunça não para totalmente, mas se ameniza bastante, dou inicio a aula e já começo logo falando sobre as notas e como eu esperava mais deles, claro ninguém parece realmente muito surpreso, então começo a entregar as provas indo de mesa em . Finalmente chego a mesa de Piper, ela se senta em uma das ultimas carteiras num canto, ela usa a blusa de uniforme –que é roxa-calças jeans desbotadas e um all star vermelho cano médio, ela sorri quando me vê:
–Oi.
Ela diz, eu suspiro:
– Estude mais para as provas, Mclean.
Digo e sigo em frente, mas consigo escutar ela murmurando um ‘’Tão gata, mas tão chata.’’ O resto da aula corre normalmente, eles fazem algumas atividades, eu explico a matéria nova....tudo muito comum. Quando o sinal finalmente toca anunciando o intervalo quase todos os alunos saem correndo da sala, estou prestes a sair quando Annabeth vem falar comigo:
–Soube que a senhora grávida, Senhora Grace.
Ela diz um sorriso carinhoso em seus lábios,
–Bem, estou sim, querida.
–Não deveria se estressar com esse bando de neandertais..
Ela diz, dou de ombros:
–Eu não tenho muitas opções....Eles não cooperam comigo...
–Eu vou tentar convence-los a serem mais gentis...
Annabeth diz, ela olha para o chão e cora, ela esta prestes a dizer outra coisa mais é interrompida pela voz de Piper:
–Ela também não deveria carregar peso. Mas eu resolvo isso. –ela diz pegando os meus materiais em cima da mesa e sorrindo para mim, então ela dirige seus olhos para Annabeth, um olhar irritado e ameaçador: -Chase hein? Clarisse quer falar com você. Ela não esta nada feliz. E eu também não.
Annabeth estremece, mas quando fala sua voz é firme:
–Eu não sei o que ela quer comigo, Mclean. Eu não fiz nada.
–Não é o que eles tem dito por ai, Chase. Mas é assunto seu e dela não meu. Eu te acompanho ate a outra sala, senhorita Arellano.
Annabeth se despede de mim e sai da sala de maneira rápida me deixando sozinha com Piper.
–O que foi isso?
Eu pergunto, ela da de ombros:
–Estava só entregando um recadinho pra Chase.
–É? Assustando ela?
–Clarisse esta com muita raiva dela, estão rolando boatos de que ela esta pegando uma garota do terceiro ano, aquela tal de Katie ou sei lá o nome dela.
–E o que Clarisse tem haver com a vida da Annabeth? Além do mais Katie é uma ótima aluna, se isso for verdade ela e a Annabeth formam um belo casal.
Ela ri,uma risadinha malvada e ao mesmo tempo doce:
–Mas é ai que ta, senhorita Arellano : Clarisse é a namorada da Annabeth.
Eu fico em choque por alguns segundos com essa revelação, Clarisse La Rue é a ‘’líder’’ dos Encrenca, depois que Ares se formou, a garota foi sua proclamada para assumir a liderança, a pior dentre os piores, em quanto que Annabeth é a aluna mais brilhante de toda a escola. Vê-las como um casal de certa forma não fazia muito sentido, mas ao mesmo tempo fazia todo o sentido.
–Por isso as notas de Clarisse tiveram aquela melhora repentina... Annabeth não estaria..
–Não, Annie não está fazendo as lições de casa da Clarisse ou passando cola para ela, ela só deixou bem claro que pra namora-la, La Rue teria de estar, pelo menos, com as notas na média.
–E a Clarisse aceitou isso?
–As pessoas fazem qualquer coisa por amor, Reyna. E Clarisse é completamente apaixonada por aquela loirinha metida a sabe-tudo.
É a primeira vez que ela me chama pelo nome e não de ‘’senhorita Arellano’’ e eu gosto disso, a um sorriso carinhoso nos lábios dela:
–Nunca imaginei que Clarisse fizesse o tipo de garota que pega garotas como Annabeth, é algo que parece tão impossível....
–Bem, como dizem por aí ‘’Opostos se atraem e iguais se repelem’’, Annie tira o melhor da Clarisse. Ou tirava,não sei como vão ser as coisas daqui para frente. Onde é mesmo sua aula agora?
Ela diz, assim andando lado a lado nossa diferença de altura fica ainda mais visível.
–No segundo ano.
–Certo.
Depois disso, vamos em silêncio até a sala do segundo ano, ela se despede de mim assim que põe minhas coisas na sala deles e sai correndo em direção ao refeitório. Antes que eu possa fazer qualquer coisa Marley aparece:
–Oi, Reyna.
Ela diz quase cantarolando,
–Se veio me agradecer de novo pelo lance do coral..
–Não,não. Para variar, vim saber como estão as coisas com você? Estão dizendo por ai que vai ter um novo bebê, e aliás essa que eu vi sair correndo agora a pouco, ela não seria a Piper Mclean, seria?
Quando diz o nome de Piper os olhos de Marley ate brilham...
–Bem, estou sim grávida e estou bem. E...Ãh...era ela mesma, porque?
–Kitty e eu estamos tentando convence-la a entrar no Novas direções desde que você o abriu mas ela se recusa. Ela é muito talentosa, mas não é do feitio dela ajudar professores...
–Jason a contratou para me ajudar com Frank em quanto ele estiver fora e me ajudar no que mais for preciso, ela deve realmente ter levado ‘’o que mais for preciso’’ a sério. Carregar peso não faz bem pro bebê...
–E ela resolveu carregar para você, é gentil da parte dela.
–É só pelo dinheiro.
–Ela poderia se fingir de cega quanto a esses pequenos detalhes, mas não o faz. Kitty era assim também quando eramos mais jovens....Rebelde, revoltada....cheia de planos......mas tinha um coração tão bom....Acho que ela quer fazer por Piper o mesmo que Rachel Berry fez por ela...
–Acho difícil ver aquela garota de outra forma que não uma grande encrenca da qual eu adoraria poder ficar bem longe fora de sala, mas Jason a contratou então ate que ele volte eu e ela teremos de nos aturar, acho.
–Bem, vai perceber, minha amiga, que por trás de toda essa aparente maldade e talento para encrencas, há uma garota brilhante. Lembre-se Reyna: Para se achar petróleo é preciso ir mais fundo.
–Não entendi.
Digo, ela ri:
–Eu quis dizer que as vezes para achar coisas realmente preciosas e boas você tem de ir mais fundo nas pessoas. Você só conhece a Piper da superfície, talvez ela seja tão linda por dentro, mais a fundo, como é por fora.
Marley diz, estou prestes a retrucar e dizer que é impossível que alguém como Piper possa ser tão linda por dentro como é por fora, mas ela não me da tempo e já sai da sala cantarolando uma música sobre amar a todas as pessoas mesmo que elas te odeiem.
–É cada uma que me aparece...
Digo, e vou andando, o resto do dia corre normalmente. Quando a aula termina estou prestes a ir buscar Frank de carro na creche, mas vejo Piper e decido que devo lhe oferecer carona, ela esta com um grupo de outras encrencas e mesmo a uma certa distância consigo ouvir o que eles dizem e percebo que falam sobre mim e minha família:
–Ah, pelo amor de Deus, Mclean! Não devia ter topado isso! Eles são um bando de esquisitões! Dizem por ai que a professora só se casou com aquele loiro gato pela grana deles.
Um rapaz alto e ruivo diz, e escuto Piper dizer em tom irritado:
–Não repita isso, Wesley. Ou sua mamãe não vai mais ter dificuldades de dizer quem é quem entre você e seu irmão.
Mas o garoto não se intimida:
–Ah, por favor! E se isso não bastasse já viu a criança deles? O garoto é bizarro. É tão estupidamente gordinho e nem sequer sabe falar direito! E a porra do muleque já tem quatro anos! Com essa idade eu já sabia cantar!
–Ela só ta fazendo isso pela grana, cara.
Uma garota ruiva diz,
–Ah, eu não faria isso nem por todo o dinheiro do mundo. Vai que a esquisitice daquele garoto aberração pega nela?
Eu paro de me aproximar e fico apenas escutando a conversa, mesmo que meu sangue esteja fervendo, espero que ela concorde com o rapaz, mas ela não o faz:
–Escute aqui, seu merdinha, se esquisitice pegasse eu já seria uma aberração, você devia se olhar mais no espelho. Frank é uma criança maravilhosa e a senhorita Arellano e o Senhor Grace são pessoas maravilhosas, foi ela que convenceu o diretor a reabrir aquele clubinho idiota que vocês tanto amam.
Ela diz se aproximando ainda mais do outro rapaz, ele não parece se amedrontar, Piper é claramente muito menor do que ele.
–Ela deve ter dormido com o diretor, aposto.
Ele diz, e então poucos segundo depois ele esta caído no chão, Piper lhe acertou um chute –não sei como- direto na cara, os outros encrencas a encaram espantados, a ruiva ao lado dela sorri, Piper então diz, a voz tão assustadora que ate eu me arrepio:
–A vida dela não é da tua conta, filho da puta. Eu só não acabo ainda mais com a tua raça por respeito aos seus irmãos. Qualquer um que falar mal da senhorita Arellano ou do marido dela, ou de seu filho vai ter de se ver comigo, entenderam bem?
Ela pergunta, e ninguém diz nada,
–ENTENDERAM BEM O QUE ELA DISSE BANDO DE FILHOS DA PUTA?
Agora é Clarisse L.R gritando, e todos dizem ‘’sim’’, menos o rapaz ruivo que acaba de se levantar e parte para cima de Piper, uma pequena briga se inicia, ele é rápido e forte, mas ela também é muito rápida ,e parece ser bem forte. Piper acerta alguns socos e chutes, mas o rapaz não fica muito atrás, ela não esta nem ganhando e nem perdendo ,entretanto o rapaz parece não estar brincando. Ele tira,sei lá de onde, um canivete e a acerta com ele, o canivete passa de raspão, porém, percebo que pega em um dos ombros dela –que começa a sangrar um pouco- estou mais perto agora, alguns adolescente já perceberam minha aproximação mas não falam nada.
–Que gracinha, a fedelha acha que pode comigo!
O garoto ruivo diz em quanto continua brigando com ela,
–EI! NÃO SEJA COVARDE! ELA NÃO TEM NENHUMA ARMA!
A garota ruiva grita, mas o rapaz a ignora e torna a tentar acertar Piper com o canivete, dessa vez ele acerta em cheio no ombro dela e puxa o canivete de volta, Piper parece soltar um gritinho de dor, todavia, continua tentando soca-lo e chuta-lo e logicamente ela o acerta algumas vezes, entretanto, antes que a coisa possa piorar, Clarisse e mais três garotos param a briga. Ela imobiliza Piper, e os rapazes imobilizam o garoto ruivo:
–EI! ME SOLTEM! ESSA FEDELHA TEM DE APRENDER UMA LIÇÃO!
Clarisse ri:
–Se não fosse seu canivetinho, Fred, é você que estaria aprendendo uma lição. Piper aqui pode surrar qualquer um de vocês, e mesmo se ela não puder lembrem-se : EU POSSO. Então é melhor obedecerem o que ela diz, porque quem tem problemas com essa baixinha aqui, tem comigo.
Clarisse diz e depois de alguns segundos completa:
–Lee e Marcos deem um jeitinho para o Fred se lembrar disso, mas não o machuquem muito, só o bastante para ele ficar marcado por alguns meses.
E ai os dois caras –o terceiro fica- saem arrastando o garoto ruivo –Fred- para longe dali, Piper bufa irritada:
–Eu podia ter dado conta dele, não sou criança La Rue!
–Sei disse, Pips. Mas ele tinha uma faca. Não quero seu lindo corpinho ou rostinho danificados por um babaca como aquele. Além do mais, Bia e a Rach aqui me matam se eu deixar isso acontecer.
–Ei, você esta bem?
Pergunto, me aproximando e colocando minha mão no ombro dela, ela se vira assustada, todavia, sorri quando vê que sou eu:
–Ah, oi...você....ouviu isso ou viu néh?
–Eu vi e ouvi um pouco. Nada de importante, mas seu ombro ta sangrando..
–Nada que ela já não esteja acostumada, ela vive aos trancos e arrancos com o Fred..
Clarisse murmura num tom irritado.
–Ele nunca vai aprender, desculpe pelo meu irmão, Pips.
Um outro garoto ruivo idêntico ao primeiro diz, Piper sorri:
–Tudo bem, Ge. Mas se um dia eu matar seu irmão..
–Ele vai aprender com o tempo, só não consegue superar que você seja a favorita da Clarisse e não ele. Eu vou indo, tchau.
E ai o garoto sai andando e o grupinho começa a se dispersar...
–O que você esta fazendo aqui ainda ?
Eu pergunto, ela dá de ombros:
–Os encrencas, como vocês nos chamam, sempre se reúnem aqui no final das aulas para conversar e tal. Mas e você?
Ela diz, um pequeno sorriso brinca em seus lábios ,não obstante,logo e substituído por uma carranca de dor.
–Eu te vi e estava vindo te oferecer uma carona,sei que você provavelmente vai passar em casa antes de ir para a minha casa, mas, mesmo assim não me importo de te levar lá depois de pegar o Frank.
Digo, ela sorri:
–Eu ficaria feliz...mas..
Ela não termina a frase, Clarisse que ainda esta por ali diz:
–Ela não pode nem sonhar em aparecer em casa assim, os pais dela não sabem o quão longe o nível de encrenca dela tem ido. Bora para a minha casa, rainha da beleza, dou um jeito nesse teu ombro e te empresto uma blusa minha.
–Eu...ãh...
–Ela vem comigo, pra minha casa.
Digo, Clarisse me olha de forma engraçada:
–Olha, eu já to acostumada com a Pips se ferrando e eu cuidando dela, mas se a senhora quer fazer isso no meu lugar e se Pips não se importar....to afim de dar umas voltas com a Annie..então..
–Por mim tudo bem...se não for incomodo...
Piper diz,
–Você já iria mesmo ir para a minha casa, além do mais...você estava me defendendo. Nada mais justo que eu te ajude agora, vem, Mclean.
E então eu saio andando, escuto Clarisse murmurar um ‘’Ui, ela é mandona hein? To ate vendo onde isso vai dar’’ e Piper murmurando um "Vai se foder, La Rue’’ e Clarisse respondendo algo como ."Prefiro deixar a Annie fazer isso por mim.’’ Então Piper corre e me alcança sorrindo, depois disso não falamos mais nada, pegamos o Frank na creche e vamos para a minha casa, quando finalmente chegamos lá e entramos Frank nota que tem algo estranho no braço de Piper:
–Ta mahucadu o baxu da ti pipa.
Piper ri:
–Ah, não se preocupe com isso, campeão! É só mais uma das minhas feridas de batalha! É coisa de adolescente....
–Vo te ixu tabé?
Piper ri:
–Se depender da sua mamãe ali, você vai ser um bonequinho lindo e sem feridas, não se preocupe. Além do mais –agora a voz dela adquiri um tom mais sério- ninguém nunca vai te ferir em quanto eu puder te proteger, campeão.
–Frank querido, porque você não vai brincar no seu quarto em quanto eu cuido da Piper? Uhn?
Eu digo, ele ri e corre em direção as escadas as subindo lentamente.
–Ele é uma graça.
Piper diz, eu concordo:
–Sim, ele é. Mas sabe, geralmente as pessoas tem a mesma reação de seu amigo quando veem Frank, sei que ele não é bonito, mesmo que seja para mim, e sei que sua dificuldade para falar faz com que as pessoas achem que ele tem problemas mas...
Ela fecha a cara :
–Frank é lindo. E não importa se ele fala certo ainda ou não, é um garotinho muito especial e as pessoas deveriam tentar vê-lo além da aparência.
Eu não consigo esconder meu choque as palavras dela:
–Você não precisa ficar dizendo essas coisas ou ate mesmo defender a mim e minha família quando as pessoas tentam nos diflamar, não precisa levar seu serviço de me ajudar em tudo tão a serio assim...Jason é muito importante e por isso vivem tentando sujar o nome dele e-
–Não estou fazendo isso pela grana, to fazendo e falando porque é o que eu quero e é o que eu acho. Sou a Top 3 das encrencas, é preciso muito mais que grana pra me comprar.
–Então porque esta fazendo isso? Porque quer nos ajudar?
–Um tempo atrás eu teria te ignorado. Mas sinceramente, senhorita Arellano, não sei. Não sei porque quero te cuidar e te proteger, mas é o que eu quero, então apenas deixe assim, esta bem?
Eu vejo nos olhos dela que essa não é a verdadeira explicação, contudo, deixo por assim mesmo, primeiro porque não quero força-la a dizer nada, e ,segundo porque parte de mim por alguma razão esta com medo da resposta.
–Certo, você não vai ligar pros seus pais e avisa-los de onde esta?
–Ah! É! Claro!
Ela tira seu celular do bolso e já liga para os pais, alguém logo atende:
–Oi Papai. Não, não, eu não fiz nada dessa vez! –‘’que mentirosa!’’ penso eu e solto um risinho fino, ela continua- só estou ligando para avisar que peguei uma carona com a Senhorita Arellano até a casa dela hoje e resolvi vir trabalhar um pouco mais cedo. Sim, isso, a minha professora de filosofia, é a amiga do Perceu, essa mesma. Ok, também te amo. Fique bem. Beijos.
–Seu pai que atendeu?
–Ele passa muito tempo trabalhando em casa, sabe? E mamãe esta a maior parte do tempo fora de casa.
–Uma família ao contrario, hun? Nada tradicional.
Digo, ela ri:
–Nos acharia ainda menos tradicionais se conhecesse o resto da família, senhorita Arellano. São um bando de loucos.
–Bem, se forem todos tão nobres quanto estou vendo que você é então será um prazer conhece-los.
Digo e ela cora.
–Eu...ãh....dor.
Ela diz e aponta pro ombro, pouco depois eu começo a limpar a ferida e faço um pequeno curativo. O resto da tarde é tranquila, ela cuida de Frank e brinca com ele o tempo todo e eu apenas assisto tv e leio e faço coisas de escola, em determinado momento algo me vem em mente:
–Você não vai fazer tarefa?
Pergunto, eu mesma havia passado tarefa para o primeiro ano, ela ri:
–Não, bom, talvez.....
–Trate de ir fazer suas tarefas escolares, Mclean.
–Mas eu preciso cuidar do Frank...
–Frank querido, você quer ver desenhos com a mamãe em quanto a tia Piper faz os deveres dela?
Pergunto, Frank ri:
–Que, que!
E se joga no sofá ao meu lado, Piper suspira:
–Poxa campeão...me trocando por tv..
Então ela pergunta onde pode fazer as tarefas e eu lhe digo para usar a mesinha ali do lado e é o que ela faz, pouco depois Frank adormece no sofá e eu vou checar o progresso dela:
–Terminando ai?
Pergunto, ela ri:
–Quase tudo, estava justamente fazendo suas tarefas.
–E pelo jeito esta tendo dificuldades nelas, pela sua cara..
Ela ri:
–Eu não entendo muito bem porque eu preciso responder ‘’o que é o amor ‘’ para mim, nós estamos falando de filósofos certo? Porque preciso responder coisas como o que é o amor pra mim, ou se eu acredito que o coração é o que comanda as emoções como o amor ou se emoções são apenas reações químicas? E aliás, por que você jogou essas perguntas no meio de perguntas sobre Platão ?
Ela pergunta tudo de uma vez e eu solto um risinho:
–Porque eu sou sua professora de filosofia, e é assim que os filósofos agem, eles te levam a questionar as coisas como você acabou de fazer, e a pensar sobre elas. Por isso fiz essas perguntas, porque quero que pense sobre isso : É o coração quem comanda as emoções como o amor ou são apenas algumas reações químicas causadas no nosso corpo?
–Bem, os cientistas já responderam isso pra mim,duh.
Ela diz,
–Bem, eu sei. Mas e se não fosse? E se eles estiverem errados? Em qual das teorias você acreditaria ?
Ela parece pensar por alguns segundos, então suspira:
–Crer que o amor é comandado pelo coração faz ,de certa forma, sentido. Quero dizer, quando você se apaixona por alguém e a coisa não da certo, as pessoas costumam dizer coisas como ‘’Nisso que da ouvir o coração e não a razão’’.
–Bom, é esse tipo de resposta que eu quero.
Ela ri:
–Filosofia é estranho ,mas é legal.
–EI! Não é estranho....é necessário.
–Eu não vejo como posso usar isso na minha vida..
–Vai entender um dia.
Digo rindo ela da de ombros e segue as atividades, tudo corre normalmente depois disso, quando Piper finalmente vai embora eu ligo para Jason, ele atende ao primeiro toque:
–Oi amor!
–Jay..
–Como você ta amor? E o Frank? E o nosso bebê?
–Estou....bem acho, Frank esta ótimo, ele esta dormindo e o bebê esta bem também...Jay....quero falar sobre essa garota, Piper....
E então conto a Jason sobre como ela me defendeu daquele rapaz ruivo, digo sobre minha conversa com ela aqui em casa, sobre como ela falou que não estava fazendo nada daquilo por dinheiro, sobre como é cuidadosa e protetora com Frank e como foi legal falar com ela sobre filosofia. Jason solto um riso quando termino e diz:
–Nico me disse que ela era uma garota de ouro mesmo. Escute, amor, sei que você já viu o quanto ela pode ser ruim, mas, talvez só esteja surpresa porque nunca achou que ela pudesse ser boa,e pelo visto ela é ótima. Apenas de uma chance a ela e pare de olha-la como se ela fosse perigosa ou um inimigo. Acho que ela provou que merece um pouco de confiança. Preciso ir, eu preciso dormir tenho reunião amanha cedo, e você também deveria dormir, certo? Eu te amo, Reyna. Mande beijos para Frank e o Leo.
E ai ele desliga ,porém, eu continuo pensando em Piper ‘’ela não é tão má assim.’’ Penso ‘’Mas também não é tão boa....a forma com que agiu com Annabeth,....toda aquela raiva e hostilidade....ela pode realmente ser um problema......’’ e aos poucos eu acabo por cair no sono.