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História .my little squirrel ; minsung EM REVISÃO - Chapter 18 - Back to Where we Started


Escrita por: chanisteles

Notas do Autor


Attention: Jisung POV (já tava na hora, né porra?)

Capítulo 18 - Chapter 18 - Back to Where we Started


Fanfic / Fanfiction .my little squirrel ; minsung EM REVISÃO - Chapter 18 - Back to Where we Started

Às vezes, Han tinha uns sonhos bem realistas. E naquela tarde não foi diferente.

Ele conseguiu adormecer da melhor maneira possível. Sua cabeça descansando sobre as coxas macias de Minho, os dedos do menor dançando dentro de seus fios, fazendo carinho; a animação da Disney passando vagarosamente por seus olhos sonolentos e a barriga entupida de torta de nozes; não teve muita dificuldade, o sono lhe veio sem maiores problemas.

Seus sonhos eram na maioria das vezes confusos e fragmentados, e ele acordava com um sentimento de que algo estava faltando. Na maioria das vezes, os motivos de seus sonhos estavam quase sempre ligados à sua família, coisa que ele estranhava bastante. Pedaços de memória vagueando por seus olhos, na maioria das vezes bastante efêmeros. Cacos do sorriso de sua mãe e de seu pai, das manhãs ensolaradas, das chuvas intensas e tranquilas que sempre lhe traziam uma paz interior e aquele cheirinho de grama molhada, Jeongin correndo consigo pela floresta. Ele também não captava somente imagens, mas também aspectos de seus outros quatro sentidos: um perfume nostálgico, uma sensação na pele, um som que realmente não conseguia identificar, mas que não era desconhecido.

Han era um sonhador ativo. Ele tinha aquelas visões proporcionadas pelo subconsciente bastante frequentemente, e gostava de tê-los. Seus sonhos na maioria das vezes não eram ruins, sempre mostravam lembranças boas e reconfortantes; algumas vezes até sonhava com Minho ao seu lado, seu olhar apaixonante, o calor de seu abraço e seu perfume único, bem como seus lábios quentes e doces. Os sonhos eram sempre curtos e ele podia sonhar várias coisas diferentes numa noite só.

Mas daquela vez ele teve uma experiência bem diferente.

Enquanto seus olhos vagueavam pela escuridão de suas pálpebras fechadas, ele se perguntava o que iriam fazer mais tarde. Han, se pudesse escolher, queria ficar com Minho pelo resto do dia dessa mesma maneira, mas se o maior desejasse sair também não seria um problema. Não gostaria de aborrecer o outro com seus desejos excedentes, mesmo que ele parecesse não se importar. Esperou mais alguns minutos, observando alguns relances de cor saltarem de suas órbitas como raios coloridos. Remexeu-se um pouco ao perceber que o maior havia saído de debaixo de si, tendo colocado vagarosamente uma almofada embaixo de sua cabeça, dando um pequeno afago em suas orelhas antes de sair. Han por um momento sentiu falta do calor das pernas do maior, mas decidiu por apenas virar de lado no sofá e se fazer confortável ali novamente.

Após um longo período, os sonhos não vieram como era esperado; ou pelo menos não havia vindo com visão, como de costume; ouviu uma conversa abafada e depois um ofego quase desesperado. Com certeza era um tipo de sonho novo para Han, já que tudo parecia extremamente real. Ele poderia até cogitar estar acordado durante esse processo, apesar de seu corpo não conseguir se mover do sofá ou seus olhos conseguirem se abrir. Escutou uma porta ser fechada vagarosamente e então o silêncio total, a não ser pelo quase imperceptível ruído da brisa que balançava as cortinas na janela do quarto. Han continuou sem compreender nada por um bom tempo, ainda imóvel no sofá, até que ouviu uma série de outros ruídos.

Ao que parecia (Han ainda não visualizava absolutamente nada), uma outra porta havia sido aberta, mas quando esta fez, soltou um barulho de vidros se chocando, bem como um outro ruído de algo se descolando. A geladeira, talvez? Estava surpreso por Minho querer comer alguma coisa depois de tanta torta que havia ingerido, mas não fez nenhuma objeção. Após a porta do eletrodoméstico ser aberta, alguns passos foram ouvidos se aproximando vagarosamente, como se checassem o local com certo cuidado. Han agora desejava abrir um pouco os olhos e ver o que Minho estava fazendo, mas estranhamente seu corpo não o obedecia. O frio da geladeira se dissipava no ar, fazendo chegar na sala e Han se arrepiar um pouco. Logo, sentiu um par de mãos tocarem seu corpo, uma no pescoço e outra na dobra dos joelhos, o levantando do sofá vagarosamente e fazendo sua cabeça descansar no peito de alguém. Han estava achando aquilo um pouco incomum, já que as mãos que o seguravam possuíam um toque diferente das de Minho, mais amedrontado que tenro. O perfume da pessoa também era bem diferente do de Minho, mas Han percebia que não era um cheiro exatamente desconhecido. A pessoa que o carregava, sem saber que Han sentia todas aquelas coisas com muita convicção, o ajeitou nos braços, próximo ao peito com o coração disparado, soltando várias respirações pesadas pelo nariz. Aos poucos foi dando passos vagarosos até um ambiente mais gelado. Han começara a sentir uma sensação estranha, como se realmente não devesse estar ali ou a pessoa desconhecida que o levava não deveria estar fazendo aquilo. Aos poucos, o odor característico que emanava da geladeira adentrou suas narinas e ele mais uma vez se arrepiou pelo frio. O seu “carregador” anônimo deu mais uma série de passos para frente, adentrando em outro ambiente quase imediatamente, agora seriamente distinto da sala de estar.

Han sentiu ser posto com cautela no chão e sua cabeça pender para o lado. O chão abaixo de si era fofo e lhe fazia cosquinhas; era certamente grama. O cheiro ao redor também era diferente, o ar era bem mais fresco e arejado. Se sentia de volta à sua antiga casa, e se pudesse enxergar naquele sonho, provavelmente estaria visualizando aquilo mesmo: a brisa gelada tocando-lhe o rosto e as pernas nuas, característica da noite; as árvores soltando algumas folhas na grama, a variedade de flores soltando seus deliciosos perfumes, o tronco duro e seco lhe dando algum apoio para as costas quando trazia um livro para ler nos dias em que a lua estava grande e iluminada o suficiente para que pudesse enxergar com clareza. Era um sonho bom, afinal. Estranho, claro, mas bom.

“Ah, Han realmente queria ver alguma coisa agora. Por que será que os olhos dele não abrem?” O menor pensou consigo, um pouco frustrado. De repente, sentiu aquela sensação que tanto conhecia, sentida várias vezes quando estava tendo um de seus raros pesadelos: os sonhos o estavam expulsando de seu mundo, iria logo acordar.

Han enfim conseguiu o controle novamente de seu corpo assim que despertou, se sentindo aliviado. Porém, essa sensação de alívio se dissipou rapidamente. Seus olhos não estavam exatamente abertos ainda, mas suas mãos tateavam o solo abaixo de si e ainda era grama; não o tecido texturizado do sofá ou a aspereza do tapete da sala ou os lençóis macios da cama. A brisa e o odor de natureza ainda se faziam presentes, fazendo Han inspirar e expirar cada vez mais rápido assim que o nervosismo o consumiu por inteiro.

Aquilo não era um sonho.

Levantou o torso da grama de supetão, apoiando-se nos cotovelos à medida que abria os olhos vagarosamente, sentindo-se tonto por causa do sono. Quando sua visão enfim ficou devidamente focada, ele pôde visualizar o ambiente à sua volta com horror, percebendo não ser de nenhum lugar próximo da casa de Minho, de Jungmin e Chan, ou de nenhum outro lugar do universo onde se encontrava fazia meses: estava no meio da clareira onde jazia o Grande Carvalho.

Estava no outro mundo.

Olhou para os lados, as órbitas tremendo. Como havia parado ali? Não, não queria estar ali, precisava voltar. Minho deveria estar muito preocupado, procurando por si e ele não ia fazer ideia de onde estava. Han recordava-se de o maior praguejar contra a geladeira “quebrada” quando ele saiu de lá de dentro. Bem, se estava quebrada o portal nem deveria funcionar mais. E Han queria que continuasse assim. A cabeça começou a trabalhar mais rápido, tentando assimilar as coisas. Quando estava para criar uma hipótese mais concreta de como havia parado ali, Han escutou uma voz familiar, porém bem mais grave, que o fez sentar-se reto e se arrepiar inteiro.

- Finalmente acordou. Jisung...

Han virou a cabeça bruscamente para o dono da voz o chamando pelo seu nome, sentindo-se mais uma vez tonto. Os cabelos negros estavam bagunçados sobre o rosto sem sorriso que, quando estava daquele jeito, poderia ser bem mais amedrontador. Porém, Han não se sentiu assustado, mas plenamente confuso. Encarou a pessoa na genuflexão, as orelhas pontudas e a cauda estática saindo da extensão de suas costas atrás de si, os olhos curvados demonstrando um misto de preocupação e arrependimento. Han recuou um pouco para trás, mas logo depois para frente novamente. Sua garganta estava seca como uma lixa, o coração batendo forte no peito.

- J-Jeongin... – Conseguiu pronunciar, franzindo os lábios, como se o nome fosse desgostoso ao paladar. Jeongin se levantou e então parou em frente à Han, o encarando fundo dentro dos olhos.

- Jisung, eu te procurei tanto... mas eu finalmente te achei. – Ele declarou, sua voz suspirando aos poucos. Não, aquilo estava errado. Como Jeongin saberia sobre o portal? Como ele conseguiu descobrir onde encontrá-lo depois de tanto esse tempo e, mais importante.

Por que estava ligando tanto assim para Han agora?

- Como? – Han só conseguiu perguntar, desviando o olhar do (agora) mais alto. Jeongin se agachou, alguns passos mais afastados de Han. Puxou de dentro do bolso da camisa esverdeada um pedaço de papel, parecendo minúsculo na palma de sua mão grande e nodosa. Han encarou o pedaço branco e cuidadosamente dobrado várias vezes, não precisando desdobrar e ver o conteúdo para saber do que se tratava. As lembranças daquele fatídico dia voltaram à sua memória como um furacão. Conseguiu subir o olhar para Jeongin, que mantinha uma pequena curvatura no canto dos lábios.

- Quando você veio me entregar isso, eu estava acordado, apenas com os olhos fechados. Eu o segui assim que saiu correndo, mas como sempre, você é muito rápido e quando eu cheguei na clareira, você já havia desaparecido. Ainda não sei como consegue correr naquela velocidade. – Ele explicou, dando uma risada fraca. Porém, logo após a sua expressão se escureceu novamente e ele contorceu as feições numa careta, como se sentisse dor. – Jisung, por que você se foi?

Han sentiu uma súbita vontade de chorar. Estava num dilema interno entre abraçar o amigo que agora finalmente lhe redigia a palavra com convicção ou sair correndo porque tudo parecia errado demais naquela situação. Culpava-se repetidas vezes por ter tido a ideia idiota de deixar algo para Jeongin e se arriscar de ser encontrado. Também se sentia estranhamente incomodado por ouvir ser chamado de “Jisung” novamente. Havia deixado aquele nome para trás há muito tempo em seu coração, ele já não o pertencia mais. Han engoliu o nó na garganta com dificuldade, mas logo sentindo outro se formar.

- Por que Jeongin está falando com Ha... com Jisung? Ele pensou que Jeongin já fosse como os outros. – Han indagou, evitando responder às perguntas que o amigo lhe fazia. Sentia que se tocasse no assunto poderia se desmoronar completamente. Encarou as coxas nuas com um pouco de grama por baixo da camiseta folgada. – Por que Jeongin agora se importa?

Sem nem ter tempo de respirar, Jeongin puxou Han para um abraço. O mais alto o apertou nos braços, como se Han pudesse desaparecer a qualquer instante. Sentiu lágrimas molharem seu ombro e um soluço desgarrado sair da garganta do amigo. Han se viu sem reação, os braços colados dos lados do corpo. Os ruídos soltos por Jeongin fizeram-no imediatamente criar lágrimas, mas não as soltou.

- Me desculpe, Han! É tudo culpa minha, eu não devia ter obedecido. Por favor, por favor me perdoa...! – Ele gritou, como que soltando sentimentos adormecidos por séculos dentro do peito. Han sentiu-se ainda mais confuso. O esquilinho aos poucos estava ficando aborrecido também. Por que ele não falava com clareza? Estava escondendo alguma coisa, como continuava fazendo durante todo aquele tempo. Qual era o ponto de trazê-lo de volta se ele continuava com os segredos? Os pensamentos borbulhavam em sua cabeça, o fazendo duvidar de uma série de coisas. Han agarrou os braços de Jeongin ao redor dos seus e lentamente o afastou de si. Olhou mais algumas lágrimas descerem pelo queixo de Jeongin, que o mesmo limpou com vergonha. Guardou o papel dobrado mais uma vez no bolso, como se fosse um pequeno tesouro. Voltou a encarar Han, com um semblante confuso.

- Jeongin... se o Jisung foi embora, é porque ele não queria mais ficar. O Jisung pode perdoar o Jeongin, mas ele vai ter que ser muito honesto com o Jisung. O Jeongin pode fazer isso? – Han questionou, ainda segurando os braços de Jeongin. Estava comprometido a saber o que o amigo escondia. Por hora era isso, mas ele ainda tinha várias outras preocupações na cabeça, a maioria delas envolvendo Minho, que estava do outro lado do portal. Jeongin o encarou por alguns segundos, mas por fim pareceu se dar por vencido. Aquiesceu com a cabeça, suas orelhas claras seguindo o movimento, parecendo dar pequenos espasmos.

- Vamos para casa. Lá eu explicarei tudo, agora não tenho mais impedimentos. – Ele declarou, por fim se levantando. Ele parecia fraco, mas tinha o semblante sério. – Acho que eu te devo isso depois de todo esse tempo sem respostas. Vamos. – Ele estendeu a mão para o menor, que hesitou em segurar.

- M-mas, Minho... ele está lá, procurando por mim! – Han exclamou, ficando de pé com um salto e apontando para o tronco estéril e velho do Grande Carvalho, que agora, não parecia tão mágico como a alguns minutos. Jeongin franziu o cenho.

-  Quem é Minho? – Ele questionou, e Han pôde sentir as bochechas esquentarem, mesmo com o frio da noite. Jeongin voltou a fitar o caminho de volta até a vila. Só de pensar que Han poderia encontrar aquelas pessoas horríveis, inclusive seu pai, fazia o estômago do menor se revirar inteiro.  – Bom, não importa. Vamos, não é como se o portal se abrisse de novo hoje.

Han encarou mais uma vez a mão estendida de Jeongin para si e resolveu tomá-la, sentindo que aos poucos poderia confiar no melhor amigo em sua frente. Mas sua cabeça ainda pensava freneticamente em Minho e em como queria voltar para seus braços, independentemente do que o mais alto iria revelar.

Minho era mais precioso que todas aquelas pessoas juntas e agora, ele sabia daquilo com toda a certeza que havia dentro de si.

 Encarou as costas largas de Jeongin em sua frente enquanto ele o guiava pelo caminho já quase desconhecido por si até a vila que não vira em muito tempo, e nem pretendia em primeiro lugar. Durante o longo caminho (para Han agora parecia longo e doloroso para os pés mal-acostumados) nada foi dito entre os dois, apenas o aperto suave das duas mãos durante todo o caminho. No entanto, quando começaram a avistar as casas mais distantes da pequena vila, Jeongin soltou uma frase que guardara dentro de si para dizer no momento que encontrasse o melhor amigo desaparecido.

- Senti sua falta, Jisung. – Ele declarou, apertando sua mão com mais força. Han não teve o que dizer.  

 


Notas Finais


Pra quem não entendeu o porquê do Han não conseguir se mexer durante o "sonho", era porque ele estava numa espécie de paralisia do sono, que seria basicamente quando só o seu cérebro está acordado, mas todo o seu corpo permanece desligado. Não é uma sensação boa de se ter, então eu tentei fazer o menos ruim possível pro Jisung.

E aí, gostaram? Muitas emoções prum capítulo só, viu? Achei interessante a ideia de um "nome falso", que nos próximos cap eu explico essa treta melhor. Daqui em diante, vai ser Jisung POV e vcs vão realmente entender tudo hehehe
Mt obg por ler e até o próximo capítulo <3

[Checkpoint - Capítulo revisado em 26.09.20]


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