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História .my little squirrel ; minsung EM REVISÃO - Chapter 17 - Uncommon Sources


Escrita por: chanisteles

Notas do Autor


Oh, RERÓU PÍPOU!!! tudo bom com voceis? Espero que sim! Aqui estamos com mais um doce capítulo e espero muito que gostem
Um beijão~ 💛💛

Capítulo 17 - Chapter 17 - Uncommon Sources


Fanfic / Fanfiction .my little squirrel ; minsung EM REVISÃO - Chapter 17 - Uncommon Sources

Provavelmente teria sido estranho para aquele enfermeiro me ver chegando ofegante pela segunda vez na entrada do hospital naquela noite. Ele entortou um pouco a boca em um misto de aborrecimento e curiosidade na feição dura.  Respirei fundo diversas vezes antes de finalmente lhe dirigir a palavra.

- O quarto do Christopher Bang, por favor. - Disse, ainda entre ofegos. Ele me encarou por mais alguns instantes antes de virar-se para a tela do computador em sua frente e verificar algo. Olhei ao redor e via os presentes sentados nos bancos leitosos esperando sua consulta me olhando estranho, mas não me importava em aparências naquele momento. Eu precisava falar com Chan.

 

- Quarto 97, senhor. Siga pelo corredor leste... - Ele apontou para o corredor meio vazio, com alguns médicos e macas passando discretamente. Ele me fitou mais uma vez com um pouco de constrangimento. - ... e se o senhor quiser, o banheiro também fica nesse rumo. Seu rosto está um pouco... molhado.

 

Não pude deixar de ficar um pouco vermelho com aquilo. Apenas concordei em silêncio e segui pelo corredor a passos apressados. Percebi que agora aquele ambiente já não parecia mais tão assustador quanto a algumas horas atrás; poderia considerar como um lugar mais profissional e importante para mim, já que afinal de contas Chan havia sido socorrido naquelas salas fechadas. Os médicos e enfermeiros que passavam possuíam uma aura de imponência e autoridade que apenas eles adquiriam naquele ambiente. Não conseguia deixar de me sentir grato a todos eles de alguma forma.

 

Antes de dobrar no corredor dos quartos, sinalizado por uma placa que pendia no teto baixo, avistei o banheiro masculino a alguns passos e me obriguei a entrar. Talvez precisasse de uma água gelada no rosto para organizar as ideias dentro da cabeça. Entrei no espaço cheio de cabines e com cheiro de alvejante, e me pus de frente para um dos espelhos nas várias pias dispostas. Eu estava simplesmente deplorável e se eu me visse passando na rua também olharia torto: tinha olheiras olheiras fundas e negras embaixo dos meus olhos miúdos pelo choro, meus lábios estavam ressecados e pálidos, meu rosto e pescoço empapados de suor, lágrimas e outros fluidos. Era horrível. Me forçei a desviar o olhar de meu reflexo e abri a torneira, jogando uma boa quantidade de água no rosto. Respirei fundo.

 

Aquela seria a situação na qual eu apostaria todas as minhas cartas. Minha cabeça trabalhava feito louca desde que saí de casa, encaixando as peças faltantes do quebra-cabeça que era o desaparecimento de Han para formar a  hipótese mais plausível da noite inteira; de alguma maneira, ele poderia ter ido até seu mundo pelo portal. Eu não fazia ideia se o dito cujo havia "restrições" ou algo do gênero, e eu só tinha Chan a quem recorrer. Em algum momento, me veio à cabeça a lembrança do dia em que o casal conheceu Han pela primeira vez. "Eu já tinha lido livros sobre eles.", ele comentou da primeira vez que viram a criaturinha sentada em meu sofá. Chan sempre foi do tipo que adorava saber das coisas, ter um conhecimento incrivelmente vasto. Lembro-me de sempre encontrar grandes enciclopédias antigas empilhadas nas estantes da sala e muito frequentemente um livro ou outro aberto no sofá, repleto de termos difíceis e muitas das vezes em outra língua. Minhas chances de achar uma informação sobre o portal que valesse a pena me aprofundar eram mínimas, mas eu começara a sentir novamente uma faísca de esperança em meu peito, me dizendo para não desistir naquele momento.

 

Olhei nos olhos escurecidos do reflexo em minha frente, me obrigando a relaxar os músculos da face pelo menos um pouco. Desprendi as mãos das bordas da pia úmida, não percebendo que segurara com tamanha força que as juntas dos dedos doíam. Passei as mãos violentamente pelo rosto, espantando a vontade de dormir, chorar e outras coisas, saindo do banheiro e voltando ao centro de movimentação do grande hospital. Dobrei no largo corredor de quartos, olhando os pequenos números colados nas portas espaçadas. O cômodo de número 97 estava quase no final do corredor, a porta da mesma cor que as paredes já fechada, escondendo o casal lá dentro. Me posicionei com a mão na maçaneta, dando dois toques leves na porta com a canhota. Forcei um sorriso ao menos decente no rosto antes de entrar.

 

Chan estava acabado, mas em comparação, bem melhor que eu em vários aspectos: estava sentado na maca branca, os cabelos cinzentos bagunçados, o corpo vestido com uma camisola verde clara e o braço direito engessado. Seu rosto estava meio pálido, mas deduzi que fosse apenas a luz demasiadamente clara do quarto, pois sorria para o noivo e provavelmente lhe fazia piadas sobre a situação. Jungmin estava sentado em uma cadeira ao seu lado, descascando cuidadosamente uma maçã, também sorrindo levemente. Quando ambos notaram minha presença no ambiente, seus sorrisos se alargaram.

 

- Minho! Finalmente, achei que não vinha me visitar. - Exclamou Chan, com um sorriso grande nos lábios. Me trouxe um grande alívio ao peito saber que meu amigo estava bem e sendo bem cuidado, o que me permitiu sorrir com um pouco mais de sinceridade. Me pus ao lado de Jungmin e afaguei suas costas com leveza. O mais velho também devia estar exausto, assim como todos naquela noite.

 

- Desculpe não poder vir, eu tive um problema. Como você está? - Questionei. Talvez eu tivesse pronunciado problema um pouco sério demais, pois ambos me encararam com um quê de preocupação.

 

- Já estive melhor, mas... que tipo de problema, Minho? - Perguntou Chan. Hesitei algumas vezes antes de falar do acontecido aos dois. Jungmin por um momento deixou as maçãs e a faca de lado.

 

- Quando eu fui ao hospital assim que soube do acidente, eu havia deixado Han em casa, dormindo. Mas... quando eu voltei, ele desapareceu.

 

O casal em minha frente imediatamente empalideceu, ficando da cor de cera. Chan quase que quis sair da maca pela sua incredulidade, mas o fio que ligava sua veia à bolsa de soro o impediu. Jungmin o segurou no lugar, igualmente trêmulo.

 

- C-como assim, Minho?! Ele não estava em nenhum lugar?

 

- Não... Changbin e Felix me ajudaram a procurar pelo prédio e pela vizinhança, todos os lugares onde ele poderia ter ido, mas não achamos nada. Ele desapareceu.

 

- Meu Deus... - Sussurrou Jungmin para si mesmo, algumas lágrimas silenciosas descendo sem impedimento pelo rosto abatido. O monitor de batimentos cardíacos de Chan subitamente disparou por um momento. Ele possuía uma feição angustiada e de quase desespero, somado à dor que sentia no braço recém-enfaixado. Segurei seus ombros para trás, o forçando a ficar com as costas contra o travesseiro. Aos poucos seus batimentos se normalizaram e eu e Woojin pudemos finalmente soltá-lo. O mais velho limpou as lágrimas e me encarou com pesar.

 

- Por que não nos disse mais cedo? Eu podia ter te ajudado também! - Ele questionou. Acabei por simplesmente negar com a cabeça.

 

- Você já estava lidando com muita coisa, hyung. Não queria te preocupar ainda mais.

 

Jungmin abriu os lábios finos e ressecados, pronto para soltar uma série de argumentos inúteis naquele momento, mas os fechou novamente, sabendo que não possuía a razão ali. Afaguei seus ombros, num gesto culposo. Eu estava realmente próximo às lágrimas naquele momento, o enésimo nó na garganta se formando novamente, me impedindo de respirar completamente. Chan aprumou-se na maca, visivelmente inquieto. Jogou os fios para trás com a mão sadia.

 

- Você tem alguma outra ideia de onde ele possa estar, Minho? - Chan questionou. Engoli em seco, finalmente chegando ao assunto que eu queria.

 

- Bem, é por isso que eu vim aqui hoje. - Comecei, me sentando na beirada da cama. - Eu tenho uma hipótese, e tem a ver com o portal de onde o Han saiu.

 

- Quer dizer, a sua geladeira? - Indagou Chan, ao passo que eu concordei. Ele não parecia de fato incrédulo, mas curioso. - O tal portal abriu de novo desde que ele saiu de lá?

 

- Não em algum momento que eu tenha visto. Mas eu acho que ou ele entrou lá, ou alguém o puxou lá pra dentro. É minha maior ideia até agora.

 

- Bom, até que faz sentido. - Comentou Jungmin. - Ele não é como qualquer outra pessoa que desaparece.

 

- Exato. Chan, você lembra do dia em que conheceu o Han? - Perguntei a Chan.

 

- Claro, por que? - Ele respondeu com outra pergunta, parecendo levemente confuso.

 

- Naquele dia, você disse que já havia lido sobre os híbridos. Será que você se lembra de alguma passagem sobre um antigo portal? - Questionei, ansioso pela resposta. Chan recostou mais as costas na parede atrás de si, olhando para cima e rebuscando algo na memória. Após alguns instantes, ele negou com a cabeça, causando meu descontentamento.

 

- Mas eu acho que sei onde você pode encontrar alguma coisa.

 

Ergui minha cabeça para si, atônito. Eu já sabia que Chan se referia a algum livro grande e antigo, senão vários do tipo. A internet não ajudaria naquele momento, já havia tentado diversas vezes antes de seguir até o hospital; tudo o que aparecia quando eu digitava "híbridos" no cursor era um bando de imagens e histórias online simplesmente obscenas, para dizer o mínimo. Ainda não entendia como haviam milhares de pessoas que liam aquelas histórias e ainda por cima escreviam. Vai entender.

 

- Onde?

 

- Perto do meu trabalho, tem uma pequena livraria de livros antigos, acho que na mesma esquina. Eu achei esses livros sobre os híbridos lá, talvez você ache algo.

 

Encarei o lençol branco e sóbrio com o qual eu brincava nas mãos. Sentia aquele pontinho de esperança crescer um pouquinho dentro de mim. Finalmente algo no qual estava pensando sobre seguia um rumo certo. Agora é só ir lá e me jogar de cabeça naqueles livros e torcer pelo melhor. Soltei o ar dos pulmões e sorri um pouco maior para Chan.

 

- Obrigado, Chan.

 

- Não me agradeça, quem teve a ideia foi você. Está indo muito bem, Minho. - Ele me encorajou, segurando meus ombros com força, mas não de um modo que machucasse; era firme e acolhedor, como se me dissesse que estava tudo bem mostrar algumas lágrimas ali. Olhei para baixo, brincando com a ponta do lençol.

 

- Eu sinto tanta falta dele... me sinto vazio sem ele aqui. - Soltei as primeiras palavras verdadeiramente honestas da noite, sem já não pensar muito nas repercussões, eu só queria desabafar. Apertei o tecido duro e frio em minhas mãos suadas, nem percebendo que uma gota salgada desceu de meus olhos e caiu em meu punho fechado. Logo após mais uma e outras em seguida. - Droga, é difícil até respirar.

 

- Você ama ele demais, não é? - Jungmin perguntou, me fazendo lembrar da imagem de Han imediatamente na mente. Nenhum nome foi dito, mas mesmo assim ele apareceu. Seu sorriso, seus olhos, seus lábios, tudo nele me traziam um vão no coração grande demais para suportar. Mordi o lábio com uma força excedente e sem pensar me joguei nos braços do mais velho, começando a soluçar sem impedimentos, concordando freneticamente com a cabeça.

 

Com os olhos inchados e um corpo mole, mas um coração mais leve, caminhei a passos lentos, passando pelos postes de iluminação na calçada, vendo minha sombra no concreto sujo diminuir à medida que eu me afastava da luz, mas crescer novamente quando eu me aproximava dela. Estava com o celular em mãos, checando a tal livraria que Chan havia comentado e seu horário de funcionamento. Ela estaria aberta até a hora do almoço, então eu teria um tempo bastante curto para ir até lá, mas era o suficiente. Sentia a cabeça pesar de sono, sinalizando que meu corpo finalmente havia cedido e agora pedia por um pouco de descanso. Realmente, fora um dia muito ruim. E ainda por cima, no meu aniversário. Talvez o fato de ser no meu não importava, mas sim no de Han, que também seria naquele dia. Era para ser um dia feliz, um dia em que estaríamos rindo e brincando. As coisas mudam de maneira tão drástica que chega a ser assustador pensar o que pode acontecer com você daqui a meros segundos.

 

Cheguei em casa e não precisei andar muitos passos para desabar no sofá, a cabeça em cima do mesmo travesseiro no qual Han estava adormecido algum tempo atrás. O seu perfume rosado e doce ainda se fazia presente, e eu inalava devagar para que não acabasse tão rapidamente. Meus olhos, que custaram a fechar, finalmente me concederam um pouco de descanso, ou pelo menos, alguns momentos de silêncio em meus próprios pensamentos perturbados.


Notas Finais


Curto? Sim.
Mas de coração? Com certeza!!
Charagoisseo, Minho! 😢😢
Espero que gostem e que tbm entendam o agravante provas que estão se aproximando😫😫 mas vou fazer o possível pra postar o mais cedo que puder, valeu? Amo vcs por serem tão compreensivos

Obrigada por ler e até o próximo capítulo! 💛💛

[Checkpoint - Capítulo revisado em 26.09.20]


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