História My Little Sun - Capítulo 5 - São apenas contelações.

Capítulo 5

São apenas constelações

Pov* Yoongi.

Lentamente fui acordando com o som irritante de meu celular anunciando que se não levantasse agora, me atrasaria para o trabalho. Levantei meu braço, meio flácido e dolorido até a cômoda desligando o despertador ainda de olhos fechados. Ao menos ele havia me livrado das algemas, e não me deixado preso como fizera algumas vezes.

Tentei me levantar com meus braços apoiados na cama rígida, mas logo eles cederam ao pouco peso de meu corpo me fazendo cair novamente sobre o colchão. Respirei fundo sentindo minhas costelas ficarem doloridas com o ato... Ele deve ter me espancado depois de eu ter desmaiado...

Dá segunda vez que tentei me firmar o suficiente para conseguir me levantar, meus músculos mesmo que trêmulos e extremamente doloridos e cansados aguentaram meu peso o suficiente para que eu pudesse ficar de joelhos na cama, porem ainda apoiado com minha cabeça no colchão, pois se tentasse levanta-la, tenho certeza que vomitaria. Eu sentia náuseas subirem por minha garganta e minha visão estava embaçada e escurecida, apenas piorando toda a situação.

Depois do que me pareceu uma eternidade, mas provavelmente foram apenas alguns poucos segundos, talvez minutos, comecei a me arrastar para fora da cama, mesmo com meus músculos implorando para que eu apenas me deixasse cair ali e não levantasse por alguns dias. Com a maior lentidão possível me sentei na beirada da cama e isso apenas me rendeu um arfar e um grunhido alto de dor, muita dor. Meus olhos lacrimejavam pelas fortes e continuas fisgada de dor constante que comecei a sentir em todo meu corpo, principalmente em minhas nádegas, coxas, quadril e costas, mas ignorei isso tentando me levantar devagar.

Consegui me firmar de pé por alguns segundos com as pernas tremulas e doloridas, mas assim que tentei dar o primeiro passo em direção ao banheiro meus joelhos cederam me fazendo cair no chão frio. Com meu corpo todo dolorido e machucado comecei a me ajoelhar novamente, engatinhando lentamente para o banheiro até achar um apoio. A parede.

Depois de cambalear até o chuveiro, liguei o registro sentindo as gotas geladas e pesadas caírem sobre minhas costas, que ardiam como um inferno, e a dor em meus quadris apenas piorou me fazendo fraquejar novamente, caindo dessa vez de joelhos no chão.

Eu afogava soluços no fundo da minha garganta em quanto me sentava encostado na parede estreita que ficava a direita. Abracei minhas pernas fortemente me permitindo chorar e ter um pouco de pena própria. Por que tinha que doer tanto? Eu via a água escorrer de meu corpo avermelhada, levando os resquícios da noite passada consigo ralo abaixo.

Aos poucos os jatos de água se tornaram mais quentes, até estar em uma temperatura agradável, relaxando meus músculos feridos e doloridos, também fazendo um pouco da dor passar. Depois de quase meia hora em baixo do chuveiro comecei a me lavar de forma cuidadosa e quando terminei já conseguia me manter de pé, mesmo que ainda com certa dificuldade. Apenas enrolei uma toalha em minha cintura em quanto secava meu cabelo com outra.

Assim que acabei de secar meus cabelos ao ponto de eles não pingarem mais nem estarem tão pesados, uso a toalha para limpar o espelho embaçado, coberto por uma fina camada de vapor que escondia a terrível aparência em que me encontrava. Virei meu rosto observando os dois lados, notando que a única marca que ali havia era um leve arroxeado perto da minha orelha, e um corte em meu lábio inferior, provavelmente feito por meus dentes, virei-me de costas soltando alguns grunhidos baixos de dor ao virar minha cabeça para trás e esticar um pouco minhas costas olhando os estragos feitos em meu corpo, que podia ser visto pelo espelho de corpo inteiro que havia no banheiro.

Ele realmente havia exagerado dessa vez. Minhas costas estavam completamente arranhadas com linhas grossas e avermelhadas, algumas até mesmo rasgadas, as marcas das cintadas também eram bem visíveis por todo meu corpo, desde as costas até as coxas e braços, que tinham grandes hematomas e pequenos ferimentos. As marcas de suas mãos estavam imprensadas em meu pescoço em tons vermelhos, roxos e alguns até mesmo esverdeados, assim como em meus pulsos, que aviam até mesmo de cortado. Virei meu corpo de vez de frente para o espelho, que mostrava que meu tronco estava quase tão danificado quanto minhas costas, a única diferença era que havia pequenas queimaduras em formato circular em alguns pontos de meu peito e clavícula. Ele havia apagado as bitucas de cigarro em mim novamente...

_São apenas constelações Yoongi... Apenas constelações. – Sussurro pra mim mesmo sentindo minha voz raspar minha garganta ferida sentindo lágrimas quentes descerem por meu rosto frio. – Constelações que ninguém mais pode ver.