História My love, human - 05

Tentei de todas maneiras pensar em um plano que me colocasse dentro da casa de Taehyung pacificamente, mas nenhuma dela funcionária. Me restou apenas uma opção: os sonhos.

Taehyung acredita muito em sonhos, parece um pouco bobo para um homem como ele, mas sua crença nós sonhos é bem visível.

- Parce que terei que voltar aos céus e interferir nos seus sonhos, Kim. - Ainda sentada na calçada em frente a sua casa. Disse sozinha enquanto olhava os carros passando.

Me levantei às pressas e caminhei a procura de um lugar sem pessoas, possivelmente um beco, como do dia em que vim para Terra a poucas horas.

⁞Quebra do tempo⁞

Adora- Vai fazer isso agora? - Ela olha o céu escuro, as estrelas brilhando forte e a lua luminosa.

- Se não for agora, será mais difícil eu conseguir entrar na casa dele. 

Eu havia vindo aos céus a algumas horas, falado com Adora sobre o que faria e me preparado mentalmente para executar meu plano. Que era o seguinte: Eu iria esperar Taehyung adormecer, iria até seu quarto em forma de anjo e invadiria seu sonho com a ajuda de Adora.

Como minhas habilidades especiais são outras, Adora me ajudaria a entrar em seu sonho e manipular algumas coisas.

Adora- Me envie um sinal quando estiver lá. Lembre-se, você não terá tanto tempo assim, sonhos são rápidos.

- Me recordarei disso. - Descendo da mesma forma que subi aos céus. Estava caindo em direção ao quarto de Taehyung.

Somente parei de cair quando meus pés tocaram o chão de seu quarto espaçoso, de cores escuras e com um aroma doce, mas nenhum pouco enjoativo.

Com a mão sobre meu coração, enviei um sinal a Adora que estava pronta para entrar no sonho de Taehyung e em poucos segundos, lá estava eu, em um ambiente desfocado, mas familiar.

O armazém em que o último homem que devia Kim Taehyung morreu e aparentemente me viu.

- Meu tempo está correndo... - Disse baixo e olhei em volta a procura de Taehyung - Taehyung? Onde você está?

Olhei para minhas roupas, eu não estava em forma de anjo, minhas roupas eram as que eu usava há dois dias seguidos.

Meus passos eram lentos e o mais silenciosos possível, mas faziam toda a diferença no ambiente sem som algum. 

Na procura por Kim, vi uma escuridão, para ser mais exata uma bolha de escuridão. Era como se as próprias trevas estivessem ali. De fora dessa bolha, conseguia ouvir súplicas, coisas como: 'Por favor, me deixe viver', 'Eu irei te pagar, senhor Kim. Não me mate' e afins.

- São as vozes das pessoas que morreram em frente ao Taehyung e ele não fez nada? - A fumaça escura que dominava o entorno da bolha preta, estava espalhada pelo chão, como uma camada fina.

Mesmo com um pouco de receio, pisei em cima da fumaça no chão e ela se afastou, como se eu estivesse ligando uma luz em um quarto escuro. Eu sou a luz e Taehyung o quarto escuro.

- Taehyung, está me ouvindo? - Gritei me aproximando da grande bolha lentamente e observando a escuridão sumindo gradativamente quando a cada passo.

Taehyung- Quem é você? - Ele gritou, mas sua voz...estava diferente.

Essa voz é de quando Taehyung era uma criança. Por quê?

- Eu sou sua amiga, não se lembra, Kim? - Estava em frente aquela bolha, sem saber o que fazer, apenas coloquei minhas mãos sobre a mesma na esperança que ela se rompesse e libertasse Taehyung. Sua testura era como a de uma pedra, como eu entraria ali?

Taehyung- Eu não tenho uma amiga. - Sua voz de inocência me faz lembrar de quando Taehyung conseguiu me ver, uma única vez ele me viu como um anjo.

- Mas e aquela moça de roupas brancas super estilosas, asas brancas e sorridente que você viu uma vez? Eu disse que seríamos amigos, não disse?

Taehyung- A moça com asas? É você?

- Sim, parece que se lembrou Kim. - Inconscientemente um sorriso brotou em meu rosto e pude sentir a bolha amolecer levemente, mas logo endureceu como antes.

Taehyung- A moça de asas me deixou depois daquele dia. Ela nunca mais apareceu. - A tristeza era visível em sua voz.

- Eu sempre estive com você Kim, mesmo você não me vendo. Quem você acha que te ajudou a achar seu dever de casa perdido quando você estava no segundo aninho? - Me lembro deste dia claramente. Taehyung tinha que fazer um pequeno desenho sobre a família em uma folha separada. Seu desenho continha três pessoas: Ele. Seu pai com um terno, celular em mãos e  ponto de interrogação em seu rosto. E sua mãe com um vestido vermelho, um ponto de interrogação no rosto e alguns riscos por baixo do cabelo desenhado. Kim havia perdido a folha dentro do livro didático, mas consegui abrir na página para que ele achasse.

Taehyung não se lembrava como eram seus pais, afinal eles não eram nenhum pouco presentes em sua vida. As pessoas que Taehyung mais conversava era uma governanta e uma empregada super gentil.

Taehyung- Foi a moça de asas que fez?

- Sim, eu sempre estive com você. Até hoje em dia Taehyung, eu te acompanho em cada uma de suas aventuras malucas.

Taehyung- Você esteve cuidando de mim?

- Claro, afinal é meu trabalho fazer companhia para você e te levar para o melhor caminho. - Sentindo a bolha amolecer novamente, enconhei uma brecha para entrar ali.

A imagem do Taehyung quando criança aparece em minha frente, ele estava machucado e sentado no chão com seus joelhos em seu peito.

- Se acalme, Taehyung. Sou eu, a moça de asas. - Sorri levemente, mas quando desviei meus olhos para o entorno, abri minha boca em surpresa.

Este lugar é onde ficam armazenadas as memórias ruins de Taehyung, que por sinal eram muitas.

- Quem te machucou? - Me sentei de pernas cruzadas em sua frente e olhei seu rosto.

Taehyung- Os garotos da minha sala. Eles disseram que minha família era a pior, que eu era um órfão e que meus pais não me amavam. - Em seguida ele abaixa sua cabeça.

Eu me lembro disso também, esses garotos disseram muito mais coisas horríveis para ele. Quando a aula acabou, como a governanta demorou para buscar Taehyung, os mesmos garotos bateram no Taehyung, aparentemente por ele não ter a 'familia perfeita'.

- Mantenha sua cabeça levantada, Taehyung. Você tem que fazer o contrário que esses garotos fizeram com você. Estamos estendidos? - Levantei seu queixo com o dedo indicador e logo acariciei rapidamente seu rosto.

Taehyung- Então eu não posso fazer o que eles fizeram comigo?

- Nunca bata em ninguém se não for necessário. Somente o faça se for para se defender.

Taehyung- Tá bom moça de asas. - O pequeno sorriso de Taehyung aparece em seu rosto, me fazendo sorrir também.

Isso me faz lembrar do meu objetivo nesse sonho. Tenho que fazer o Taehyung me ajudar na vida real.

- Taehyung, se a moça de asas precisasse da sua ajuda na Terra, você me ajudaria? - Ele apenas balança positivamente sua cabeça, mas levemente confuso.

Taehyung- Você está na Terra?

- Quem sabe.

Tudo estava se distorcendo mais ainda, acho que Taehyung está acordando.

- Tenho que ir Taehyung. Até mais e não se esqueça que a moça de asas está sempre cuidando de você.

Sem dar tempo do pequeno Kim responder. Saí de seu sonho e lá eu estava novamente, no quarto de Taehyung. Ele estava acordando enquanto esfregava seus olhos e narrava o que havia acontecido em seu sonho em voz baixa.

Por enquanto meu plano está indo bem, somente preciso que ele faça como disse em seu sonho.