Duas horas e meia depois~
Acordei e vi o médico conversando com o Chanyeol. Me levantei, tentando arrumar o meu cabelo e as minhas roupas, enquanto ia em direção dos dois.
— Senhorita Hye Jin, já temos o resultado do seu exame de sangue.
— Sério?! O que eu tenho?
— Anemia ferropriva que pode ser tratada por meio de suplementos alimentares. E é, obviamente, o que irei te receitar.
O médico me entregou duas caixas de remédios, os suplementos alimentares. Antes de me dispensar, disse quais alimentos tenho que focar em comer mais e disse para eu demorar um bom tempo para aparecer ali de novo. É, eu também espero isso.
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— Você vai ficar bem? — Chanyeol perguntou enquanto me deixava em frente a minha casa.
— Eu tenho duas amigas ali dentro e uma delas dormem junto comigo. Então, se eu desmaiar, ou passar mal, ela vai me ajudar. Apenas não se preocupe comigo, mas sim, com você. — Apontei para o seu rosto machucado.
— Isso não é nada perto do que você tem.
— “Isso não é nada perto do que você tem”. — O imitei. — Quer fazer eu me sentir bem?
— O que você quer agora? — Ele revirou os olhos.
— Me diga quem foi.
— Por que? Você vai pessoalmente brigar com essa pessoa?
— Não. Até porque eu sou fraca e você mesmo disse isso. Apenas quero saber quem teve a coragem de te machucar e se foi por uma boa causa.
— Boa causa… — Ele disse em um sussurro.
— Por acaso… — Mordi o meu lábio. — foi o seu pai?
— O que?! — Ele perguntou incrédulo. — Você odeia tanto assim o meu pai? Ele parece ser chato mas não é tanto assim. Na verdade eu nem converso direito com ele. — Ele mordeu o seu lábio inferior.
— Hum… me desculpe. É que eu vi em alguns dramas que os pais tendem a ser um pouco rígidos… — Balancei a minha cabeça. — Enfim, peça desculpas ao senhor Park, por mim.
— Você está realmente estranha… — Ele murmurou. — Vá para dentro logo!
— Sim! — O dei um abraço forte, o fazendo soltar um gemido de dor, em seguida lhe direcionei um olhar sério e dei um leve soco perto de sua cintura.
— Ya! — Ele segurou o local, tentando manter uma expressão séria, ao invés de dor.
— Sua barriga dói?
— Claro, você me deu um soco.
— Não foi um soco forte. Eu usei a mesma força que uso para bater na Sohee e ela não geme de dor. — Tirei sua mão da cintura e levantei rapidamente a sua camisa do uniforme, vendo a área que dei o “soco”, roxa. — Ya! Essa pessoa também te bateu no estômago? Aish… Venha! — O puxei pelo braço e entramos dentro de casa.
Ha Ni e Sohee estavam na cozinha, limpando a mesma, e ficaram surpresas ao nos ver, principalmente porque eu quase quebrei a porta de tanta pressa.
— Ora, ora… Não me diga que vai dormir aqui também Chanyeol? — Sohee perguntou enquanto secava suas mãos em um pano.
— Ele vai! — Disse antes de Chanyeol abrisse a boca para falar que não ia.
— Irei tirar as minhas coisas do seu quarto então… — Disse Ha Ni com um sorriso malicioso nos lábios.
— Ya… — Antes de falar, ela já subia as escadas correndo.
— Vocês chegaram na maior pressa para ficarem parados aí?
— Ah… Sohee, a pessoa aqui está machucada. — Apontei para Chanyeol, que revirou os olhos.
— É, eu percebi. — Ela fez uma careta. — É visível.
— Não… — Suspirei. — O abdômen dele também está machucado.
— Oh… Espere! — Sohee o olhou séria. — Quem fez isso com você?
— Por que querem tanto saber?
— Está escrito na nossa cara.
— Hum? — Chanyeol perguntou confuso.
— Nó estamos curiosas. Você trata “mal” apenas pessoas que te irritam de certa forma… Então, esse alguém te irritou muito a ponto de te fazer ir para cima dele e… — Ela bateu uma de suas mãos na outra. — apanhou!
— Wa… Ano que vem, você deveria ser detetive.
— Vou aceitar isso como um elogio. — Sohee sorriu e me olhou. — Pega uma bolsa de gelo e um creme para dor que tem no meu quarto. Ah! — Ela voltou a olhar para o Chanyeol. — Não precisa se preocupar com o seu precioso uniforme. Quando você veio dormir aqui, o seu uniforme usado ficou. Então, eu lavei e guardei no guarda-roupas da Hye Jin.
— Você é algum tipo de mãe? — Chanyeol perguntou e Sohee deu de ombros.
— Talvez.
Dei um sorriso e puxei Chanyeol para o meu quarto. O mandei tomar banho enquanto pegava a bolsa de gelo, a pomada e outras coisas para cuidar do rosto dele. Assim que entrei no quarto, todas as luzes se apagaram, me fazendo paralisar. Ah, como eu “amo” a escuridão. Tentei me locomover dentro do quarto, mas eu não enxergava absolutamente nada. Até bati o meu pé na cama e quase soltei um grito.
— Chanyeol… — Sussurrei.
Tentei o máximo que pude e imaginei todo o meu quarto. Cada detalhe e, principalmente, onde estava a porta do banheiro. Fui dando passos hesitantes e estendi o meu braço, sentindo, finalmente, a porta. Bati de leve na mesma e recebi uma resposta.
— Hye Jin?
— Chanyeol, eu devo devo ter cegueira noturna. Não consigo enxergar nada.
— Eu também não. Você consegue abrir a porta?
— Sim. Você está vestido?
— Aish… Claro que estou. A energia acabou enquanto eu estava vestindo a minha camisa.
— Ah… -— Andei com as minhas mãos até a maçaneta e a girei. — Preciso encontrar o meu celular. A luz da tela vai ajudar um pouco.
— Eu ajudo.
Caminhamos cegamente pelo quarto, com o maior cuidado para não bater em alguma coisa frágil e quebrá-la. A essa caminhada, já não sabia mais em que lado do quarto estava, felizmente, senti a maciez do colchão. Fui dando leves batidas por ele, na esperança de encontrá-lo, e encontrei.
— Encontrei! — Dei um pequeno grito de felicidade e em seguida cai no colchão, mas eu não estava sozinha, na verdade eu praticamente fui empurrada na cama.
Peguei urgentemente o meu celular e liguei a tela, a colocando perto do meu rosto. Eu estava a poucos centímetros longe do rosto de Chanyeol, que estava com uma expressão assustada, mas muito fofa. Ele engoliu em seco e se levantou de cima de mim.
— Me desculpe. Eu acabei tropeçando.
— Está tudo bem. — Disse escondendo o meu rosto que estava queimando.
Mirei o meu celular pelo quarto e fui até a minha cômoda, onde tinha algumas velas eletrônicas. Por favor, que tenham pilhas.
Puxei o botãozinho de cada uma delas e, felizmente, elas funcionaram, só não sei por quanto tempo. Arrumei elas no meio do quarto e até que fez uma boa iluminação. Nós dois nos sentamos entre as velas e eu puxei as coisas que tinha pego para cuidar do Chanyeol.
— Pegue. — Lhe entreguei a bolsa de gelo.
— Você realmente precisa fazer tudo isso?
— Sim. Eu me preocupo com você. — Falei baixo.
— Eu também.
Entreguei a pomada para ele passar enquanto eu cuidava do seu rosto. Assim que terminei, peguei o meu suplemento alimentar e o engoli com a ajuda de uma água que tinha na minha garrafinha, perto da minha bolsa.
— Obrigado. — Disse Chanyeol, quase que em um sussurro.
— Oi? — Sorri. — O que você disse?
— Aish… Eu disse “obrigado”!
— Wa… — Sorri abertamente. — Que bom que você sabe agradecer.
Quando eu estava arrumando a bagunça que eu deixei no chão, Chanyeol puxou o meu rosto para o dele e depositou um beijo demorado. O meu coração bateu forte e sentimentos despertaram no meu interior. Sorri pequeno em meio ao beijo e assim que nos soltamos, por busca de ar, olhamos um para o outro e sorrimos enquanto tínhamos as nossas testas coladas uma na outra.
— Eu te amo. — Dissemos juntos.
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