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História My Neighbor - Just the beginning


Escrita por: whysmoldobrev

Capítulo 45 - Just the beginning


Fanfic / Fanfiction My Neighbor - Just the beginning

 

P.O.V. Nina Dobrev
 

 

Quando ele me lançou aquele olhar... Aquele olhar totalmente desorientado, e então, passou sua mão pela minha nuca e me aproximou dele, deixando que seus lábios tocassem minha testa e sua outra  mão envolvesse minha cintura, eu não pude me conter e por Deus, eu não queria me conter, não tinha forças para fazê-lo! Não sei ao certo quanto tempo passamos lá, no meio daquele quarto, enquanto toda a festa de casamento acontecia do lado de fora, mas era como se aquele fosse nosso casulo, nossa bolha particular, a qual criava teias de aranha já que não ficávamos nela há tanto tempo. Simplesmente fiz o que não devia e deixe-me envolver por ele, o abracei, permitindo a saída de algumas lágrimas teimosas.

Existem coisas que o tempo não muda, nem apaga. Podem se passar anos, mas ao reencontrar aquele alguém que marcou sua vida, é como se a distância nunca tivesse existido. Sem contar que, é claro, esses momentos nunca vão sair da sua memória. Por exemplo, as sensações que eu sentia cada vez que meu corpo estava perto do dele, cada vez que nossa pele estava em contato uma com a outra, haviam sido trazidas à tona sem precisar de muito esforço. Existem aquelas pessoas que por mais distantes que estejam, ainda continuam perto. Aquelas que, passe o tempo que passar, dias, meses ou anos, serão sempre lembradas por algo que fizeram, falaram, mostraram, pelo que nos fizeram sentir. É isso… As pessoas são lembradas pelos sentimentos que despertaram em nós. Quanto maior o sentimento, maior se torna a pessoa. E Ian... Ele era a maior pessoa. Tudo que havia despertado em mim, tudo que já falou, demonstrou e deixou marcado em mim até hoje está vivo dentro do peito e principalmente gravado na mente. Eu podia dizer ao contrário, mas a verdade é: Não importa a quantidade de machucados que deixou em mim, não importa o quanto me feriu e desgraçou a minha vida, nada disso chegava ao ponto de ser maior que a felicidade, que o amor e paz que já me trouxe um dia. No fundo, bem no fundo, eu tenho é muita saudade de tudo que passamos, porém nunca iria admitir. O abracei de volta porque, mesmo negando até a morte, era aquilo que eu precisava no momento. E isso é engraçado e até mesmo irônico na dor, você sempre quer ser consolado exatamente por quem te machucou.

Anos sem vê-lo e quando o reencontrei, descobri que as borboletas do meu estômago continuam vivas e intactas, como se estivessem apenas esperando por um luz no fim do túnel.

Eu estava ciente de que se continuasse por mais um segundo ali, dentro daquele abraço, dentro daquele aconchego, perderia toda a firmeza de minha decisão, por isso resolvi que estava mesmo na hora de parar e voltar a ser uma vadia fria. Lembrei das razões do porquê eu estar chorando, do porquê meu peito doer tanto e do porquê ele pedir perdão silenciosamente com aqueles grandes mares azuis, e com isso me afastei bruscamente. Lembrei que fora por causa dele que eu já havia ficado sem forças para recomeçar, sem fé. Lembrei que ele me deixou com feridas, as quais eu ainda tenho medo que não se cicatrizem. Amor, dizem que é um sentimento lindo, fundamental, inexplicável. Mas que sentimento é esse? Que no início parece ser doce, depois se torna amargo. Que não vai embora quando você mais quer que ele simplesmente evapore, desapareça. Às vezes, e com isso digo quase sempre, me sinto incapaz, incapaz de esquecê-lo. Eu pensava que deveria fazer isso, deveria seguir em frente, esquecer, encontrar alguém que me faça acreditar de novo no amor, entretando eu já havia tentado, muito aliás, e mesmo assim não deu certo. Algo me impediu e ainda me impede. E eu não sei se um dia me verei livre disso... Livre dele.

— Olha o meu desenho, dindaaaaaaa! — A voz de Crystal me tirou de meus devaneios e agradeci por isso. Eu não deveria pensar muito nele, teria que tratar de focar no real motivo pelo qual vim para ficar três semanas: Minha família, amigos e especialmente minha filha. Eu não iria ficar por muito tempo, porém o aniversário dela é semana que vem e nunca comemoramos em Atlanta. Crystal realmente gostou do lugar e pediu para que comemorássemos pela primeira vez na casa de sua avó. Eu nnca poderia negar um pedido desses. Eu sei que provavelmente teria que aturar muitas coisas, e correr muitos riscos, por ter ficar perto de certa pessoa, mas eu daria um jeito.

— Meu Deus, que coisa mais linda, minha menina! — Candice exclamou completamente boba. Ela era louca por Crystal, isso era muito notável, fazia todos os seus mimos e em troca granhava a graça, o carinho e amor que minha filha tinha de sobra. Olhou para o desenho, o qual era uma igreja com ela e um homem, supostamente Joseph, descendo pelas escadas, e abraçou o papel.

Já era noite e estávamos na sala de mamãe, tomando um chocolate quente e observando Crystal rabiscar as folhas. Candice adiou sua lua-de-mel, pois sua melhor amiga e afilhada vieram para ficar e ela não perderia isso por nada, é claro! E também tinha o aniversário e ela, como dinda, teria que estar presente, então optou por deixar a viagem para mais tarde quando já não estivéssemos aqui. Ela me olhou pelo canto dos olhos e ergueu as sobrancelhas sugestivas, o que, por sinal, de começo, eu não entendi.

— Crys, quem sabe você vai indo lá para cima e pede para o seu tio Alex lhe mostrar o quarto antigo de sua mãe? Aposto que ele tem boas histórias para contar e, também, já está bem tarde. — Candy disse calmamente para Crystal, a qual apenas fez um beicinho.

— Já tem que ir, dinda? — Ela perguntou fazendo manha e Candice apenas acenou com a cabeça. — Só vou se a dinda for também! — Disse daquele jeitinho sapeca de sempre. Sorri comigo mesma a observando. Como aquela minha menina podia ser tão inteligente? Todos se apavoravam.

— Nã na ni na não, dona, já para cama. Tenho que conversar com sua mãe. — Alertou com uma voz autoritária.

— Conversa de gente grande? — Minha filha perguntou bufando e batendo os bracinhos, levantando sem ter outra saída. — E eu não posso ouvir! — Veio me dar um beijo na bochecha, tapou os ouvidos e saiu subindo as escadas.

Balancei a cabeça, rindo daquela fofura.

— Eu já estou indo, vai indo para cama! — Gritei para ela que já estava quase lá em cima.

Voltei meu olhar para Candice e ela me olhava de um jeito diabólico, com expectativas e definitivamente sugerindo algo. Franzi a testa e tentei decifrá-la sem sucesso.

— Desembucha, Nikolina. — Disse ela rápido, fazendo sinais com as mãos para me incentivar a falar.

— Desembucha o quê? — Questionei confusa.

— Ah, qual é! — Rolou os olhos e soltou o ar pela boca ironicamente. — Você, Ian, reencontro, todo aquele clima romântico de casamento, trancados em um quarto... Me diga o que rolou, quero saber detalhadamente.

— Por favor, Candice, não se faça de santa, pois isso não combina com você. — Agora foi a minha vez de revirar os olhos. — Eu sei que você concordou com aquilo, eu sei que você o ajudou com aquela palhaçada e eu sei que você, provavelmente, já sabe de tudo o que aconteceu. — Sorri fria e esperava que ela ficasse surpresa, porém apenas continuou a me olhar do mesmo jeito.

— Não seja dramática. Sei mesmo do que aconteceu e digo mais, sei até demais! E mesmo que ele não houvesse me contato, eu já poderia imaginar. — Ela deu de ombros e colocou o cabelo por trás da orelha. A encarei, confusa e carrancuda, não estando nem um pouco confortável com o assunto tratado. — Me poupe, todos naquela igreja, inclusive eu, viram vocês dois quase comendo o outro apenas pelo olhar. Não prestei muita atenção, afinal estava me casando, mas pelo que me contaram... Era muita intensidade. Nina, que coisa feia, na casa de Deus, na frente de vários inocentes e crianças, vocês não tem vergonha, não? — Candice sorriu totalmente cara de pau.

— Não fale besteiras, Accola. — Desviei meu olhar incrédulo e tentei tapar minhas bochechas que demonstravam vergonha.

 — Sei que rolou beijo na testa, sei que rolou conversa e choro... Sei que rolou até um tesão. — Arqueeu as sobrancelhas e se abanou com as próprias mãos. Coloquei as mãos sobre o rosto e agradeci mentalmente por ela, ao menos, ter tido a consciência de mandar Crystal para a cama antes. Olha a dinda que fui escolher para a minha própria filha!

— Você realmente não muda, não é mesmo? — Sorri sem jeito, balançando a cabeça negativamente.

— E você, pelo jeito, também não! Apenas piora com o tempo. Ou, para o Ian, nesse caso, melhora, não é? — Deus, Candice era impossível! — Eu soube que você enfiou...

— Hey, isso foi necessário! — Comecei a me defender, antes que ela pensasse que fiz aquilo com outras intenções. É claro que fiz para provocá-lo, mas não para deixá-lo com algum tipo de sugestão, ou esperança. — O idiota estava me mantendo presa, eu precisava ir embora.

— Nina, eu conheço você, conheço mais do que ninguém, então não tente esconder nada de mim, ok? Você pode me contar tudo. — Ela perguntou procurando olhar no fundo dos meus olhos. Parou de bobagem e de repente seu semblante era sério, nada de gracinhas ou malícias. — Quer mesmo me convencer que depois de anos sem vê-lo, depois de anos sem ter notícias, reencontrar com o mesmo foi tão normal e fácil? Paul me disse o quanto você tremia, o quanto suas pernas pareciam querer te trair a qualquer momento e o quanto você ficou com seu olhar grudado no de Ian durante a cerimônia. Não me engane. Me diga a verdade. — Suas palavras me pegaram de jeito. Obviamente eu não conseguiria mentir para Candice, mas não custa tentar, certo?

— Não foi nada demais, Candice. Ele é passado, você sabe. — Minha voz, como sempre, falhou ao contar tal mentira esfarrapada.

— Não, eu não sei. Ele pode ser tudo que você quiser, Nina, menos passado. — Me lançou um olhar preocupado, puxou minha nuca e trouxe minha cabeça para o seu colo. Eu sentia tanta falta de minha amiga, precisava tanto dela, então não tinha o porquê perder tempo mentindo, negando algo que ela já sabe. — Me conte.

Suspirei fundo e ao pensar nas próximas palavras que iria dizer, meu peito doeu, meu corpo amoleceu e eu não tinha mais para onde correr. Ela via meus olhos encharcados.

— Não posso, Candice. — Engoli seco, tentando desfazer o nó de minha garganta. — Não posso dizer a verdade, não posso me permitir sentir a verdade. Não posso trazer tudo à tona novamente, pois se eu trazer, não sei serei capaz de me freiar.

— Tudo bem, eu entendo. — Ela pegou minha mão e juntou com a sua, acariciando com o dedão a palma. Aquilo era um sinal de proteção e um "estou aqui para o que precisar" silencioso. — Ele me disse o que aconteceu, ele me disse tudo o que você colocou para fora. Ele chorou, Nina. Você não sabe o quanto ele está ferido. — Dizia ela baixinho, quase em um sussuro. Balancei a cabeça e fechei meus olhos, sentindo a lágrima correr e o coração sangrar apenas mais um pouco, apenas mais um pouco depois de anos sangrando quieto e escondido.

— Ele não sabe o quanto EU estava e estou ferida. — Falei entre dentes ao considerar à ideia de que mais uma vez, exatamente como ele fizera, a dor dele era comparada à minha.

— Ele sabe agora, Nina, ele sabe. — Penteou meus cabelos e deu um pequeno sorriso.  — Isso está doendo profundamente nele e se você acha que Ian nunca irá entender ou sentir a dor que você passou... Está enganada, pois quanto mais ele se culpa, quanto mais ele pensa que tudo foi sua culpa e que você, supostamente, "não o ama", mais perto ele fica de sentir o mesmo que você.

 

(...)

 

O dia estava tão lindo, ensolarado, com pássaros cantando e pessoas aproveitando, caminhando e reunindo suas famílias. Eu sentia falta de Atlanta em dias como esse, porém aqui me trazia tantas lembranças, tantos momentos... Eu simplesmente não podia ficar parada e me deixar levar pelos pensamentos. Havíamos nos reunido no horário do almoço, em família, junto com meus amigos. Eu, minha menina, mamãe, Alex, Candice, Joseph, Kat e Paul. Tudo estava completo e o dia não poderia ficar mais perfeito.

Paul, Kat e Joseph haviam voltado para o trabalho, já Candy estava de férias, então permaneceu junto comigo dentro da piscina com Crystal, aproveitando a tarde livre. Aproveitando o lindo dia. Crystal jogava água em mim, enquanto eu fazia o mesmo com ela.

— Você vai ver, sua malandrinha! — Nadei até alcança-la perto da beira da piscina e a puxei para o meu colo. Ela passou a soltar pequenos gritinhos quando ataquei sua barriga e enchi de cócegas.

— Para, mamãe! Pa... — E mais gargalhadas. — Por favor, para, mamãe! — Implorou ela sem ar. Sorri com seu desespero e sorriso meigo estampado naquele rosto, desisti das cócegas e atendi seu pedido. Com aquele maiô azul de marinheiro, ela estava a coisa mais linda desse mundo. — Mamãe... — Ela chamou quando finalmente tomou ar. Tirou a franja dos olhos e apontou em direção ao portão. — Aquele lá não é o seu amigo? — Perguntou com a testa enrugada.

Olhei na direção que Crystal fitava e me deparei com o diabo, eu estava novamente no inferno. Ian estava próximo da piscina, nos observando com um sorriso de orelha à orelha. Como ele tinha coragem de dar as caras? Como, depois de tudo que eu disse, depois das minhas ameças, aparecia sem mais sem menos, como se nada tivesse acontecido? Ele tinha algum tipo de amnésia? Crystal acenou para ele e o mesmo retribuiu, alegremente, da mesma forma. Aquilo me irritou profundamente. Se ele acha que criará laços com a minha, e apenas minha, filha, está muito enganado. Respirei fundo e disse à mim mesma para manter a calma, minha menina estava ali e não podia presenciar nenhuma briga.

— Fique aqui, ok? Brinque com sua dinda, apenas vou conversar com meu amigo e já volto, sim? —  Ela, como sempre, fez positivo com o polegar e fechou os olhinhos. Sorri e beijei sua testa.

Ignorei o olhar malicioso e ao mesmo tempo bobo que Candice me lançava. Saí da piscina e peguei minha camisa transparente de botões, porém antes de vestí-la senti arrepios por todo meu corpo, apenas não sabia se a causa deles era o contato do frio com a minha pele molhada ou o fato de Ian estar ali, presente, me olhando daquele jeito. Aquele jeito que faz o corpo inteiro fervilhar. Enquanto eu fechava os botões e caminhava em sua direção, mamãe me olhava da porta da cozinha como se pedisse desculpa e levantava as mãos como se me dissesse que não teve outra opção a não ser deixá-lo entrar. Eu não culpava mamãe, eu sabia o quanto Ian podia ser chato e bajulador quando quer algo. Mas, ela não era a única que me olhava. Ian observava cada quadradinho meu a cada passo. Minhas mãos começaram a tremer, minha respiração passou a acelerar e meus joelhos quase foram ao chão se não fosse pelo pouco de juízo que ainda me restava. Meu corpo era traidor e não obedecia os meus comandos.

— O que você está fazendo aqui? —  Rugi baixinho, cruzando os braços e sentindo minhas bochechas esquentar.

Ian não respondeu, apenas continou me olhando embasbacado. Revirei os olhos com isso e então me lembrei, segundos depois, de que eu me encontrava apenas de biquíni. Queria me enterrar em um buraco. Agora estava explicado. Ele me olhou dos pés a cabeça e percebi, "sem querer", que o mesmo passou a língua pelos lábios e logo em seguida os mordeu.

Deus, eu estou queimando.

Ele nem ao menos deu bola para a minha fúria, me pegou pelos braços e me puxou dali. Sem querer me mexer demais, sem querer dar nenhum movimento em falso, fui levada facilmente por ele, o qual me encurralou no corredor da lateral da casa. O corredor era minúsculo, o qual eu costumava me esconder de mamãe quando era pequena, então ficamos colados, corpo no corpo.

— Me solta, me larga! —  Me debati contra ele, mas de nada adiantou. A respiração ofegante e quente dele batia em meu rosto, o hálito também, o que complicava mil vezes as coisas. Me desconcertava e me tirava da superfície terrestre, não me deixava concluir um frase coerente. Eu tentava, com muita dificuldade, pronunciar as próximas palavras com dureza, com firmeza e cheia de si, porém não saiu como planejei. Eu ofeguei e minha falhou. — Eu... Eu achei q-que tivesse sido... Sido c-clara... Não quero v-você aqui! — Meus suspiros pesados me entregavam, me denunciavam à ele.

Ele agarrou meus pulsos com apenas uma mão e os colocou para cima. Me deixou presa entre sem corpo e a parede, estava em um beco sem saída. Ian parecia totalmente fora de si. Ele não parecia ter vindo com essas intenções, seus planos parecem ter mudado. Ele estava totalmente desnorteado, com o peito encostado no meu, tanto que eu até sentia seus batimentos cardíacos subirem, os quais não eram muito diferente dos meus. Eu não encontrava forças, meus braços pareciam moles, e minhas pernas, bambas como varas. Fraca, ele me deixava extremamente fraca. Me empurrava para o precipício, porém ao mesmo tempo me puxava e me salvava. Incrivelmente bom e seriamente ruim.

— Eu não consigo... — Ele deitou a cabeça em meu ombro, suspirando pesado as palavras. Me encolhi pelo prazer enorme  que se apoderou do meu corpo quando, com a outra mão, ele puxou minha perna direita, envolvendo-a em seu quadril e segurando minha coxa com força, cravando seus dedos ali. Eu me sentia uma adolescente fazendo algo proibido, algo escondido dos pais, ou melhor, da filha de cinco anos. —  Não era minha intenção, eu pretendia vir... E apenas conversar com você, pedir sua atenção, ficar perto, mas porra... —  Ele gemeu baixinho no meu ouvido e com isso soltei um suspiro sôfrego. —  Você desse jeito... Tão perto, tão... Eu não consigo mais trabalhar, não consigo mais dormir ou comer. Não consigo fazer mais nada pensando que você está aqui, em Atlanta, ao meu alcance. —  Ian esfregou o rosto contra o meu e eu resmungava baixinho, tentando xingá-lo alto e claro, mas tal desejo não passava de murmúrios.

A respiração dele está descompassada e nervosa, igualmente a minha.

Procuro os olhos dele e quando encontro me sinto em casa.

Como não deveria me sentir.

Tão perto. Tão quente e suplicante.

A temperatura está tão alta.

Olha para os lábios dele, rosados e carnudos, e percebo que ele faz o mesmo com os meus, o hálito dele bate contra a pele causando ondas de calor.

Sem quebrar o contato visual, nos aproximamos sem perceber, e encostamos nossos lábios com leveza, quase sem senti-los.

Gemi com o contato e ele imitou meu som, porém não durou muito tempo. Ele aproveitou meu descanso, ele aproveitou minha entrega e fraqueza. Ele me beijou, pegou meu queixo e puxou meu rosto de encontro ao seu. Me beijou sem nenhum aviso prévio, me tomando o fôlego e exigindo minha língua. Um beijo que continha todos os sentimentos reprimidos. Um beijo de cinco anos. Um beijo sem restrições, por ora. Nossas bocas se movimentavam de um jeito intensamente satisfatório, sons eram emitidos ao separar e juntar de nossos lábios, vermelhos pela força e brutalidade que se peichavam.

Ele separou nossas bocas, o que me fez soltar um ruído de frustração, e levou seu rosto para o meu pescoço, enterrando-o no local e sentindo meu cheiro. Aspirando. Fechei meus olhos em deleite e não liguei para mais nada, minha mão foi em direção à sua cabeça para apertar firmemente seu cabelo e assim fiz. Puxei com um pouco de força.

— Nina... — Gemeu fraco e logo em seguida fitou, com aqueles oceanos, agora um pouco mais escuros, meus olhos. O jeito que ele me olhava, Deus... Me desmontava pedacinho por pedacinho.

— Ian... — Retribui o som da mesma forma, o que fez com que ele flexionasse seu corpo junto ao meu, fazendo meu interior vibrar.

Eu estava perdida do frenesi da entrega, porém dividia em dois lados.

Um lado meu, o lado emocional, dizia que eu não precisaria falar absolutamente nada, e sim apenas deixar que nossos corpos agissem. Era simples, eu precisava apenas envolver seu pescoço com meus braços e estava tudo resolvido, as coisas tomariam seu rumo por si só. Voltaríamos de onde havíamos parado, seguiríamos felizes, contentes e pronto.

Mas, havia a razão, aquela que confundia meus sentidos, aquela que tentava fazer com que eu enxergasse além do passional, e eu sabia que de certa forma, analisando com bastante atenção, a tendência era optar pelo emocional e ter o famoso "felizes para sempre". Mas eu, somente eu sei o que passei desde o começo. Somente eu saberia como foi ser julgada novamente por algo que não fiz, ser chamada de vagabunda e de todas as outras palavras, ofensas, que ele direcionou a mim. Todos anos que passaram não foram em vão, a sua recusa em relação à nosso bebê, sua desconfiança, os dizeres que até hoje não saem da minha cabeça. Não dava para simplesmente apertar o "backspace" do meu cérebro e deletar as informações. Eu não conseguiria ser tão boa e esquecer de tudo repentinamente. Não era tão fácil.

— NÃO! — Gritei alto demais e grosseiramente o empurrei para trás. Ian, ofegante e sem entender o meu momento de consciência repentina, engoliu seco. — Isso aqui... — Eu apontei para nós dois, tentando controlar os batimentos cardíacos e respiração. — Nunca mais. — Limpei minha boca, fingindo nojo e desprezo.

De todas as coisas que eu imaginei que ele faria, essa não estava na lista. Ele sorriu triste e se aproximou de mim vagarosamente.

— Pelo ao contrário, isso é apenas o começo. E você sabe disso.

Falando isso, ele saiu, me deixando para trás com medo. Eu temia quanto tempo eu demoraria para ceder novamente.

 

(...)
 


Notas Finais


É ISSO MESMO, BRASEEEEEEL, TEVE BEIJASSO, AGARRAÇÃO!!!!!
Chama o bombeiro 🚒🔥

Esse capítulo foi uma amostra do que vem por aí. Foi uma amostra dos momentos entregues que ainda estão por vir... Ian não vai desistir tão fácil assim 💪
Vocês ainda vão ver muitos momentos de Ian e Crystal, chill, everyone!

Preciso dizer o que quero? szsz


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