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História My new life - Monstros também sentem


Escrita por: MisakiMarcy e MarcelineQueen

Notas do Autor


Oie gente, acabaram de fazer o 10º comentário então aqui vai o novo cap.
Comentem oq acharem, obrigada aos que comentaram e os que favoritaram e vamos a história!

Capítulo 19 - Monstros também sentem


Fanfic / Fanfiction My new life - Monstros também sentem

P.O.V Finn

 

-Finn: Se continuar aí vai ficar resfriada. – Disse a poucos metros de distância e se aproximando, se ajoelhou ao lado da morena a encarando. – Não vai entrar?

Marcy levantou a cabeça e me encarou, seus olhos estavam meio inchados, o nariz avermelhado e eu podia ver claramente as lágrimas em seu rosto agora.

-Marcy: Já vou. – Disse se virando para o mar, abraçava as pernas com uma mão e enxugou as lágrimas com outra.

-Finn: Você está mal, se ficar doente vai piorar tudo.

-Marcy: E porque você se importa? – Perguntou ainda encarando o mar.

-Finn: Como assim? Sou seu amigo horas!

-Marcy: Mas você não parecia se importar comigo até pouco tempo atrás.

-Finn: Como assim?

-Marcy: Quando estávamos na sala todos me encaravam com olhares preocupados e sorrisos acolhedores, e tentavam ao máximo me ajudar. Pensavam nas histórias mais antigas que até eles deviam ter se esquecido, mas... você nem sequer olhava para mim direito. Quando eu te encarava você desviava o olhar. – Ela se abraçou mais forte e me encarou. – Eu te fiz alguma coisa?

E só agora que eu percebi...

A dois anos atrás Marcy estava fraca, sua memória tinha ido para longe e ela não sabia como agir, ela estava como agora, precisava de ajuda e nós que éramos seus amigos não demos tanto quanto era preciso. Achei que tinha aprendido a lição, mas ali estava eu com medo novamente da minha própria amiga.

Aquela que tentou ao máximo me juntar com a Bonni, que me ajudou a superar quando eu vi que não tinha chances, que que me ajudava a resolver as brigas com Chama e que sempre me apoiou.

Como eu podia ser tão besta?

Ela sempre odiou campeonatos escolares, mas no meu primeiro ano como capitão do time ela foi em cada um dos jogos, só para torcer por nós. Foi ela quem veio me abraçar quando terminei com Chama.

Independentemente do que eu ouvi ou não ouvi naquela noite. Aquela era a Marceline e ela precisava de mim. Depois eu poderia ter tanto medo quanto eu quisesse, mas agora eu tinha que tomar jeito.

Me aproximei dela e a abracei. Ela pareceu surpresa.

-Finn: Desculpa. Acho que... só não soube como agir, queria que você se lembrasse de mim só pelas coisas boas, mas acabei causando uma péssima primeira impressão.

-Marcy: Nem sempre a primeira impressão é a que fica.

Me soltei dela e a encarei feliz pelo que ouvi, ela sorria, mesmo que seus olhos ainda parecessem tristes. Enxuguei mais algumas lágrimas, que na realidade eu já nem sabia mais dizer se eram lágrimas ou chuva.

-Finn: Eu ouvi sua música. – Me sentei ao lado dela. – É linda. Sua mãe que fez?

-Marcy: Sim... Eu queria me lembrar mais dela. Ao que parece desde o dia que ela inventou sempre cantava para eu dormir. Me recordo de estar na cama ouvindo sua voz. Queria ver o rosto dela... – Ela fechou os olhos. – A lembrança é muito fraca. – Ela abriu os olhos e se apertou novamente. – Quase todas são.

-Finn: Não acho que deva se importar. Você já perdeu a memória uma vez e a recuperou com o tempo, nada impede que consiga de novo.

-Marcy: Eu já perdi a memória?

Pensei bem antes de dizer algo, se não haviam dito a ela talvez, por hora, seja melhor assim.

-Finn: Sim. Você atrai muitos acidentes morena! – Ela riu. – Sua mãe te chamava de vampirinha? – Ela assentiu. – Por quê?

Porque perguntei isso? É totalmente obvio!

-Marcy: Minhas doenças, minha aparência... não te dizem nada?

-Finn: Foi uma pergunta besta. – Cocei a cabeça constrangido.

-Marcy: Sabe Finn, eu me lembrei algumas coisas sobre você.

-A encarei: Sério?

-Marcy: Sim... Você joga basquete e é realmente bom.

-Finn: Nem tanto.

-Marcy: Não seja modesto, você manda bem, por isso é o capitão do time mesmo ainda estando no segundo ano.

-Finn: Você se lembrou disso?

-Marcy: Também me lembrei que... você é adotado, você e Jake não são irmãos de sangue. Só a pouco tempo você conheceu seu pai biológico. Você o odiou de início, mas já se acostumou. Ele começou a lhe dar dinheiro regularmente, mesmo não sendo muito.

-Finn: Essa é uma parte que eu pessoalmente não me importaria em esquecer.

-Marcy: Sinto muito.

-Finn: Não sinta. Todos temos nossos problemas, esse é o meu.

-Marcy: Sei que seus pais adotivos... Eles...

-Finn: Morreram. – Disse como num suspiro pesado.

-Marcy: Desculpe.

-Finn: Ainda dói, mas tudo bem, sei que eles devem estar descansando num lugar melhor.

-Marcy: Você e Jake estão sobre a guarda de um primo chamado Pen, já que ambos são menores de idade, mas ele não vive com vocês porque o trabalho o faz viajar muito. Pen se parece com você, até mais do que com Jake, que é primo de sangue.

-Finn: Se lembrou de bastante coisa.

-Marcy: Bom... nem tanto. Além disso só me lembro de... – ela riu. – Te ajudar, ou tentar, a conquistar garotas.

-Ri também: É, foi divertido.

-Marcy: Sinto muito.

-A encarei: Por quê?

-Marcy: Meus concelhos foram umas merdas! Não te ajudaram com ninguém! Mas... – Ela hesitou e depois me encarou confusa. – Porque continuou seguindo eles mesmo nunca tendo dado certo?

Eu sorri. Já havia me feito essa mesma pergunta, já havia pensado nisso e sabia bem a resposta.

-Finn: Porque eles diziam apenas para eu ser eu mesmo e não há conselho melhor que esse.

Marcy me encarou, seus olhos por um segundo pareceram se iluminar em sua antiga glória e ela sorriu abertamente.

-Marcy: Eu... Isso é... Obrigada.

-Finn: Eu que devo agradecer. Você fez grande parte dos últimos 2 anos mais incríveis!

-Marcy sorriu mais ainda, seus olhos se encheram de lágrimas: Obrigada Finn!

-Finn: Por favor não chore.

Marcy sorriu e enxugou o que estava prestes a sair, voltou a encarar o mar.

-Finn: Se lembrou de mais alguma coisa?

-Marcy: Você tem a mania de usar uma touca de urso polar, sem motivo aparente. – Ri. – Acho que é só.

-Finn: Foi bastante até, me sinto lisonjeado. – Ela sorriu. – Sabe Marcy... acho que não vou mais precisar tomar banho, a natureza fez isso por mim. – Estávamos totalmente encharcados e ela riu.

Ela fica linda sorrindo.

-Marcy: Ok, entendi agora porque gostei de você.

Travei com o que ela disse. A encarei de sobrancelhas arqueadas.

-Finn: Como assim?

-Marcy: Eu já fui afim de você. Me lembrei disso também, mas antes não entendia direito o porquê.

Eu paralisei a encarando atordoado. Ela me olhou.

-Marcy: Ops, essa cara indica que você não sabia. – Sorriu brincalhona. – Acho que quando eu recuperar a memória vou querer enfiar minha cara na terra. – Riu. – Mas agora já é tarde.

-Finn: Desde quando?

-Marcy: Como?

-Finn: Desde quando você gostava de mim? E quando parou?

-Marcy encarou a lua, parecia pensar: Não lembro. Mas acho que já faz um tempinho… Me lembro apenas de Bonni gritando comigo e depois de um tempo eu admiti, ela ficou meio triste por mim, acho que era porque você estava namorando, mas eu disse que tudo bem porque não me importava em ser apenas a amiga.

Eu estava totalmente atordoado. Então... Marcy... ela... já gostou de mim?

-Marcy: Provavelmente quando eu recuperar a memória não terei coragem de perguntar isso, então já vou falar agora: se eu tivesse tido coragem e pedido para sair com você, teria me dado uma chance?

-Finn: Eu... eu... acho que... não. – Fui sincero.

-Marcy: Hum... Então ainda bem que fiquei na minha. – Sorriu. – Poderia ter deixado as coisas entre nós estranhas. Mas agora não faz mais diferença e... Vem cá, porque não?

-Finn: Como?

-Marcy: Porque não? Se for para eu enfiar a cara na terra pelo menos que eu já tenha todas as possíveis perguntas respondidas para me sentir melhor, ou pior. – Riu.

-Finn: É que... até pouco tempo atrás eu ainda gostava de outra garota. E se você começou a gostar de mim antes dela, durante, ou até depois eu acho que... posso ter te magoado... Sinto muito Marcy.

-Marcy: Tudo bem, ninguém deve se culpar por nada se tratando de gostar de alguém.

-Finn: Mas... Quer saber de algo que pode lhe fazer melhor quando enfiar a cara na terra?

-Marcy: Claro. Diga.

-Sorri: É que... eu também já gostei de você.

“Ainda gosto” pensei.

Ela me encarou e começou a rir.

-Finn: Porque está rindo?

-Marcy: Estou imaginando: E se um de nós tivesse começado a gostar do outro, exatamente quando esse parou? Seria muita falta de sorte!

-Finn: É... seria... – Disse desanimado.

-Marcy: Imagine, e se a gente tivesse ficado junto? Será que as coisas estariam muito diferentes?

-Finn: Não sei... talvez.

Ficamos em silêncio por um tempo.

-Marcy: Finn? – A encarei e assenti para que continuasse. – Em que época você gostou de mim?

-Finn: Posso te responder essa quando tiver recuperado a memória?

-Marcy: Hum... ok. Então, acho que não tenho mais perguntas. – Eu comecei a ficar com frio, senti meu corpo tremer dos pés à cabeça. – Acho melhor entrarmos. – Percebi que ela só dizia isso por me ver tremer, mas ela realmente precisava entrar e se secar se não ficaria doente, ainda mais suscetível a doenças como ela.

-Finn: Claro, vamos.

Me levantei e lhe estendi a mão para ajudar a se levantar também. Ela estava totalmente gelada, levei um susto.

-Finn: É bom você tomar um banho quando chegar. Um bem quente.

-Marcy: Ok... – Disse meio avoada. Ela encarava meus olhos muito próxima a mim. Corei. – Seus olhos... são lindos. – Disse se aproximando ainda mais. – São tão azuis.

-Finn: O-os seus são melhores. São diferentes.

-Marcy: Nem tanto. Posso listar mais dois que estão bem ali naquela casa.

-Sorri: Você tem razão.

“Mas nenhum tinha o mesmo brilho que o seu... E esse brilho, mesmo que mais fraco que antes, era lindo, assim como você”.

Quando me toquei por mim eu e Marcy já estávamos muito próximos, nossos narizes quase se tocavam, uma de minhas mãos estava em seu queixo. Estávamos cada vez mais próximos. Cada vez mais...

“Marceline!” ouvimos o grito e ambos nos afastamos.

Bem a tempo.

Em pouco tempo Marshall apareceu.

-Marsh: Você está aí! Ainda bem! – Ele correu até ela e a abraçou. Me senti aliviado, se fosse outra situação acho que eu ia querer matar o Marshall, mas ela é namorada dele, eu estaria traindo um amigo (mesmo que eu conheça a pouco tempo) e ainda estaria traindo a própria Marcy, que não se lembra de nada. Torci para ele não ter visto nada. – Quer me matar?

-Marcy: Desculpa eu só...

-Marsh: O que faz aqui? – Perguntou me encarando. – Porque não mandou ela para dentro? – Perguntou me encarando.

-Finn: E-eu mandei, mas ela não...

-Marsh: Não quis? Você sabe bem que a coisa já está ruim sem ela ficar resfriada!

-Marcy: Mas Marsh, eu não...

-Marsh: Para dentro Marcy. – Ordenou. – Você tem que tomar um banho agora.

-Marcy: Mas Marsh...

-Marsh: Porque seus olhos estão inchados?

-Marcy: Como?

-Marsh: Não importa agora, só saia dessa chuva. – Ele a pegou pelo pulso e saiu a puxando, ela apenas teve tempo de direcionar um último olhar para mim.

Aquela já era a gota d’agua.

 

-Autora-

 

Marshall entrou na sala com Marcy na frente, ela estava de cabeça baixa e ensopada, todos a encaram.

-Marsh: Para o quarto já!

-Finn: Não fala assim com ela! – Disse entrando na sala.

A muito Finn se esquecera do ouvira na noite anterior e mesmo que se lembrasse não ligaria de enfrentar Marshall, vampiro ou não.

Marshall o encarou, assim como Marcy e os outros da sala.

-Finn: Você ouviu ou preciso repetir? Não fale assim com a Marcy!

-Marsh: E quem é você para controlar como eu falo ou não com ela? Você ia deixar ela tomando chuva até quando? Todos aqui sabem bem o quanto ela está mal!

-Finn: E é por isso que você ao menos deveria parar de tratar ela como se mandasse! Ela nunca vai recuperar a memória se continuar assim e você está tentando isola-la do mundo! Não existe remédio que ela precisa tomar para deitar, não tem problema ela ficar acordada durante a tarde, você só está escondendo ela!

-Marsh: E bem que eu tenho motivos, não? Se dependesse de você não teria problema ela ficar no sol! Você ficaria vendo ela se queimar antes de pensar em cobri-la?

-Finn: Não seja idiota! Ela é minha amiga e eu sei bem como cuidar dela!

-Marsh: Não me faça rir, você nem sabe o nome de uma das doenças dela e aposto que nem a data do aniversário dela você sabe.

-Finn: É 20 de dezembro. Por isso ela nunca foi fã do Natal. As pessoas estão bem mais preocupadas com suas próprias festas, comidas e presentes para se importarem com um simples aniversário. Por isso ela não fala para ninguém que é seu aniversário. Ela prefere que não saibam do que saibam, mas se esqueçam.

Marshall se calou. Nunca pensou que Marcy diria isso para mais alguém.

-Finn: Ela não me disse, mas eu sei. Isso porque eu a conheço! E você não pode mandar nela, doente ou não, sem memória ou com. Você não tem o direito de afasta-la, mesmo sendo namorado dela!

Cara, Bongo, Keila, Marshall e Marcy pararam.

-Os 5: Namorado? – Disseram em conjunto.

-Finn: Que foi? Surpreso? Nós já sabemos. Todos nós. A escola inteira sabe!

-Marcy se aproximou de Marshall e pegou em sua mão: Marsh nós somos...

-Marsh: Vai tomar seu banho Marcy. – Disse se soltando, ele reparou na expressão da garota e mudou o tom de voz acariciando sua cabeça. – Por favor, por mim, vai lá Marcinha.

Marcy hesitou por um tempo, mas concordou e saiu da sala.

Porém, não resistiu em apurar sua audição e escondida por trás da porta tentar ouvir o máximo que conseguisse.

-Marsh: Como descobriram? – Perguntou sério.

-Finn: Então é verdade, não? Vocês estão mesmo juntos?

-Marsh: Antes me responda, como descobriram?

-Finn: Está no site da escola, vários vídeos, fotos e informações.

-Marsh: Gente. – Se virou para Cara, Bongo e Keila que dividiam espaço num pequeno sofá.

-Keila: Estou vendo o primeiro vídeo.

-Cara: Segundo.

-Bongo: Terceiro.

-Marsh: Obrigada. Avisem quando acabarem.

-Os três: hai!

-Finn: O que eu não entendo é porque não nos contaram?

-Marsh: Talvez seja porque não tinha nada para contar.

-Finn: Mas somos seus amigos! É claro que tinha!

-Keila: Terminei. – Anunciou e começou a explicar tudo que o vídeo mostrava e os comentários que Caroço havia colocado em baixo. Logo depois Cara explicou o dele e Bongo foi em seguida. – No final tem uma foto de você e Marcy aparentemente indo a um encontro. – Ela sorriu. – Observe bem a roupa.

-Marsh encarou a tela e sorriu, se virou para Finn: Essas são suas provas? – Perguntou entediado.

-Finn: S-são.

-Marshall suspirou: Marcy e eu não somos namorados. Nós somos primos.

-Finn: Oi?

-Marsh revirou os olhos: Prazer, sou Marshall Lee Abadeer Blond, primo de Marceline L’Blond Abadeer.

-Todos os humanos se entreolharam: Como?!

Marshall explicou um a um o que na realidade acontecera em cada um dos vídeos publicados por Caroço.

-Marsh: E o “encontro”, Marcy apenas quis me apresentar Keila e o lugar onde geralmente iam.

-Jake: Mas e aquilo que Simone disse sobre sujar os lençóis e que Marcy não deixaria?

-Marsh: Vamos dizer que nem Marcy e nem Simone gostam muito do fato de eu já ter perdido a virgindade. As duas ficam exagerando e agem como se eu fosse algum tipo de ninfomaníaco. – Disse se sentando numa das poltronas.

-Bongo: Quantas será que ele ficou para irritar Marceline? Eu chuto umas 10 em um mês.

-Cara: Claro que não! Eu chuto todas as garotas da sala dele! E a vizinha!

-Keila: Vocês são idiotas? Aposto que foi com metade da escola!

-Marsh: Dá para vocês pararem com isso?!

Os três riram.

-Keila: Admita, ao menos um de nós acertou!

-Marsh: Não! – Foi sincero, pois na realidade todos acertaram pela metade. – Foi apenas com minha ex... – Mentiu convincente. – E foi ela que quis.

-Keila: A parte de você ter uma ex e ela querer pode até ser, mas que foi só com ela duvido muito.

-Marsh: Fica quieta Keila!

Ela riu.

-Marsh: Enfim... Mais alguma pergunta?

-Finn: Marcy disse que tinha acabado de te conhecer no dia você entrou para a escola. Porque mentiram? Porque não falaram que eram primos?

-Marsh: Essa já é uma pergunta complicada. Mas é que ela não se lembrava de mim. Ela tinha sofrido aquele acidente aos 14 anos e simplesmente não se lembrou mais de nada sobre mim. Para ela... eu nunca nem nasci. E eu apenas queria que ela se lembrasse de mim sozinha, por isso não lhe contei de cara.

-Bonni: Entendi. Então em partes, eu estava certa. – Ela contou ao garoto o que imaginaram da relação entre eles. – Se eu soubesse que eram primos... teria acertado.

-Marsh: Teria. Mais alguma?

-Jake: Então todas essas coisas que nos fizeram acreditar que vocês eram namorados...

-Marsh: Foram logo depois que Marcy se lembrou de mim e decidiu que iria recompensar os anos longe. Afinal eu e ela não nos vemos e nem nos falamos dês dos 6 anos.

-Gumball: Tanto tempo? – Arregalou os olhos.

-Marsh: É. Os motivos? Apenas que temos péssimos pais, só isso mesmo.

-Finn: Marceline me disse uma vez que o pai dela sempre fora um porre...

-Marsh: Para começar, vocês viram no vídeo da Simone, eles nos proibiram de nos ver.

-Finn: Mas ela disse que dos tempos para cá ele havia se tornado um dos melhores pais que poderia ter! E porque eles iriam querer vocês longe?

-Marsh: Eles achavam que se continuássemos juntos iriamos continuar dependendo um do outro, íamos ser muito fracos e não conseguiríamos... assumir os negócios da nossa família. Olhem em volta, só essa casa mostra que temos bastante dinheiro e eu e Marcy somos os responsáveis por controlar toda essa renda, ou seremos, quando nos formarmos. Eles achavam que precisávamos ficar separados para aprendermos e amadurecermos.

Ocultou parte da verdade, afinal, não seria bom contar quais eram na verdade os negócios e o que realmente poderia acontecer com a separação deles. Nem seria prudente contar que seus pais disseram um ao outro que o primo havia morrido, geraria muitas explicações e mentiras, deixando tudo mais complicado.

-Marsh: Já a parte dele ter se tornado repentinamente um bom pai... Arrependimento talvez? Por quase matar a filha?

-Todos: Como?!

-Marsh: O acidente que tirou a memória da Marcy pela primeira vez. A culpa é do Hunson. Ele e Marcy... – Pensou no que dizer. – Brigaram. Tiveram uma briga feia quando Marcy disse que queria me ver de novo, Simon disse que ele não queria isso, pois finalmente eles estavam se entendendo de novo, mas deu tudo errado e Marcy fugiu... ele foi atrás dela e ela acabou caindo na frente de um caminhão e foi atropelada.

-Bonni: Imaginem se... ela... tivesse morrido. Ele ficaria péssimo!

Todos estavam meio atordoados. Exceto por Cara, Bongo e Keila que sabiam toda a verdade.

-Marsh: Sinceramente não sei se ficaria. Acho que ele nem ligaria. Vocês ouviram Simone no vídeo: demônios, é isso que eles são, os dois. Para eles somos apenas aqueles que um dia irão substituí-los, a anos não se importam mais conosco. Desde quando começaram a viver na Noitosfera eles... se tornaram tão ruins quanto aqueles que estão presos lá. E caso não saibam nossos pais são cárceres e donos da maior prisão de segurança máxima do mundo, a Noitosfera.

-Chama: Mas porque está afastando a Marcy de nós?

-Marsh: É que... eu me sinto culpado por muita coisa que aconteceu e que eu fiz à Marcy e achei que agora que estávamos juntos de novo eu podia me redimir, mas agora que ela estava começando a se lembrar de mim... tudo... se foi.

“Quanto mais tentamos fazer ela se lembrar, mais ela passa mal, é como se tivesse um bloqueio em sua mente que me impede de entrar então... eu estou afastando ela porque tenho medo que mais uma coisa aconteça.

Os olhos dele começaram a lacrimejar.

“Eu só queria poder ajuda-la, mas eu não posso, porque o simples fato de eu existir faz com que tudo de errado para ela.

Uma lágrima escorreu.

“Se eu não fosse um primo tão ruim quando éramos pequenos nossos pais não achariam melhor nos separar, teriam deixado a gente junto. Se eu não fosse insuportável e não tivesse feito tudo que eu fiz! Aos 10 anos se eu não tivesse simplesmente superado, esquecido a Marcy, eu poderia tê-la achado antes que mais coisas acontecessem, mas eu fui fraco, assim como minha mãe sempre me disse: eu sou fraco. Aos 14, por minha causa, ela sofreu um acidente que ainda dá problemas e agora... de novo... por minha causa, mais uma porra de acidente! Seria mil vezes mais fácil se... se eu realmente não tivesse tido a chance de nascer!

Fionna se levantou e foi até Marshall o abraçando, ele a encarou surpreso.

-Fionna: Você é um ótimo primo Marshall.

-Marsh: Mas...

-Fionna: Você não percebe? – Ela se soltou encarando-o. – Não importa se você acha que é um péssimo primo, você se importa com Marcy como eu nunca vi alguém se importar tanto com outra pessoa. Sim, você cometeu seus erros, mas a cada dia aprende mais com eles. Você quer se redimir com ela? Já viu como você a tratou até agora? Viu o quanto ela sorri ao seu lado? Você já se redimiu. Agora só precisa ser você mesmo e esperar que com ou sem memória, ela se apegue a você como sempre foi. Você disse que foi insuportável com ela na infância, mas mesmo assim ela se lembrou de você e quis ficar ao seu lado para recompor o tempo perdido. Acha mesmo que ela não te perdoou por seja lá o que fez?

Marshall ficou um tempo sem reação, mas então algumas lágrimas passaram a rolar e ele abraçou Fionna tentando evitar que todos vissem. Mas ninguém ligava, imaginavam o quanto ele devia estar mal.

Do outro lado da porta Marceline estava sentada no chão, encostada a mesma, os olhos fechados, lágrimas escorrendo de seus olhos. Sua cabeça doía como nunca na vida, sua temperatura estava tão alta que as faixas de Simon soltavam vapor tentando resfria-la.

-Marcy: Eu me lembrei de você Marshall... – Sussurrou. – Me lembrei de tudo... – Ela abriu os olhos e encarou as próprias mãos. – Mas até quando isso vai durar?

 

----x----

 

-Marcy: Terminei de tomar o banho Marsh. – Disse ao voltar para a sala.

Ela forçava uma voz infantil, parecida com a que a pouco usava.

Sua memória tinha voltado e agora sabia bem do feitiço, da maldição, e sabia que se descobrissem que sua memória tinha voltado agiriam estranho, apenas esperando que a memória se fosse e Marshall só se sentiria pior pois saberia a dor que ela estaria sentindo. Por isso decidiu fingir que nada aconteceu, que continuava como antes, assim não se preocupariam.

Mas mesmo com a dor ela não podia estar se sentindo melhor. Tudo que antes ela só se lembrava pelo que lhe contavam, tudo que ela via pela metade, agora estava tudo inteiro.

Ela podia ver Marshall correndo atrás dela com uma catana, podia ver Marshall rolando da escada no dia seguinte, podia ver a mãe cantando e compondo ao lado do tio que sempre brincava com ela como se também fosse criança. Podia ver o pai... Ele estava tão diferente de quando ela era pequena.

Ela quase chorava de felicidade, e também de dor. Mas por fora apenas sorria como uma criança.

-Marsh: Estávamos pensando em sair.

-Marcy: Legal!

-Marsh: Mas você não vai.

-Marcy: Porque não?! – Perguntou indignada.

-Marsh: Porque você não está em condições de ir para onde vamos. Não saberá fingir ser adulta.

-Marcy: Que lugar vão invadir afinal?

-Marsh: Uma boate. E você não vai.

-Marcy: E como acha que vai me forçar?

-Marsh: Apenas não vou te contar onde é e não deixarei entrar no carro. E se lutar posso pedir para Simon ficar de olho em você.

Na mesma hora Simon saiu do subterrâneo com um saco de gelo na cabeça.

-Simon: Ai minha cabeça! – Ele tinha imensas olheiras, o cabelo todo bagunçado, estava apenas com um calção de banho sem camisa e com um colar de neon.

-Chama: Onde estavam? Não vimos vocês o dia inteiro!

-Simon: Chegamos três horas, mais ou menos, vocês estavam surfando e os outros acho que estavam assistindo um filme. – Ele se jogou no sofá. – Nem nos preocupamos em ver se estavam vivos, estávamos muito mal para isso.

-Marsh: Então vocês estão fora desde ontem à noite? – Simon concordou. – Que noitada hein! Onde foram? Ficaram acordados todo esse tempo?

-Simon: Não, dormimos algumas horas no motel e quando acordamos decidimos voltar.

Todos se entreolharam e disseram em uni som “HUMMMMMMMMMM FESTÃO HEIN!”

-Simon: Se algum de vocês pensar em contar para o diretor que disse uma coisa dessas na frente dos alunos atropelo vocês.

-Chama: Sem problemas, professor. Mas não se esqueceram do preservativo né? Acho que Marcy não vai gostar de uma criança correndo pela casa. – Todos riram.

-Simon: Silêncio todos. Não estou com cabeça para piadas.

-Marcy: Toma aqui Simon. – Disse se sentando na beira do sofá ao seu lado e lhe dando uma caneca.

-Simon: O que tem aqui? – Perguntou já bebendo. Logo em seguido fez uma careta e sacudiu a cabeça se sentando. – Isso é horrível! – Gritou. – Uai... minha dor de cabeça passou... O que é isso Marcy? – Ele ficou sério. – Onde e para que você sabe como acabar com uma ressaca?

Marcy se sentiu agradecida por poder fingir não ter memória.

-Marcy: Não lembro... porquê? É errado? Eu te ajudei, não ajudei? – Disse fingindo uma cara de tristeza e se encolhendo um pouco.

-Simon: Não, não é errado. Desculpe Marcy, esqueci por um segundo sobre sua memória. – Ele acariciou a cabeça da garota que sorriu. – Como está se sentindo?

-Marcy: Bem melhor. Consegui me lembrar de bastante coisa.

-Simon: Isso é bom. Se lembra de mim?

Marcy pensou: a maldição impede que memórias próximas a Marshall sejam facilmente acessadas. Era melhor manter as aparências.

-Marcy: Não muito. Sei que sente muito calor e é primo da Simone.

-Simon: Tudo bem, apenas não force nada, está bem?

-Marcy: Hai! E Simon... posso te perguntar uma coisa? – Ele se levantou e concordou, Marcy pode ver que nas suas costas estavam vários desenhos em tinta, ela começou a rir.

-Simon: O que foi? – Se virou para encara-la e assim os outros puderam ver e começaram a rir também.

-Marsh: Simon tem... tem um pinto nas suas costas. – Disse rindo.

-Simon: O que?! – Quem ainda segurava as risadas não aguentou mais com a expressão que o homem fizera. Ele foi até o espelho, haviam vários desenhos, mas o maior deles era um chamativo membro azul. – Puta que pariu! Beter seu filho da puta!

-Marsh: Calma. – Disse rindo. – Seus alunos estão presentes, você não deveria usar essas palavras... e... azul hein? – Disse sugestivo e riu da expressão de Simon.

-Simon: Eu ainda acabo com vocês dois! Eu vou tomar banho, o que queria me perguntar Marcy?

-Marcy: Posso sair para a boate com a galera.

-Simon: Pode, divirta-se. E não perca a virgindade.

-Marcy: Toma! Eu vou. – Disse para Marshall.

-Marsh: Simon! Ela não pode!

-Simone: Porque não? Com ou sem memória ainda é a Marcy, nada vai acontecer a ela.

-Marsh: Mas... Simon, ela é praticamente uma criança!

-Simon suspirou: Bongo, venha cá. – Bongo se levantou e foi até ele. – Marcy, ataque. – Ordenou.

-Bongo: Não! – Disse tentando fugir, mas Marceline o pegou pela camisa, jogou no chão, pegou um dos braços o torcendo e pisou em suas costas o prendendo ao chão. – Eu odeio essa merda.

-Simon: Viu? Ela sabe se defender. Mas como eu sei que você não vai me deixar em paz... Finn, pode ficar de olho na Marcy?

-Finn: T-tudo bem.

-Marsh: Por que ele e não eu?

-Simon: Porque eu não confio em você para cuidar de nada, principalmente de uma garota.

-Marsh: Mas ela é minha prima!

-Simon: E daí? Você ainda é o Marshall.

-Marsh: Magoou.

-Simon deu de ombros: E ainda, você vai querer se divertir, beber e talvez pegar alguém, não ficar cuidando de alguém, já o Finn nem deve saber qual é o gosto de uma bebida.

-Finn: Eu... – Todos o encararam. – É verdade. – Bufou de cabeça baixa.

-Simon: Então está resolvido. Divirtam-se e... voltem vivos. – Ele seguiu até a porta e sumiu.

-Bonni: Vocês também perceberam como Simon é bonito? – Perguntou para as meninas que sorriram concordando.

-Marsh: Ok então, vamos nos arrumar, saímos em 1 hora.

 

------x------

 

Faltava pouco para o sol começar a nascer, e todos chegaram à casa, a noite havia sido bem divertida e a maioria dos garotos se encontrava em estado parecido com Simon. Marceline convencera Finn certo momento de deixa-la com Keila e as duas se divertiram juntas, já que para ela Marcy decidiu contar a verdade sobra a memória ter voltado.

Assim que entraram conversando e sorrindo na casa viram Simon, Betty, Beter e Simone sentados no sofá parecendo ansiosos, além de Simon, ninguém estava com uma cara muito boa, mas estavam aceitáveis.

-Marsh: Porque estão todos aqui? Não sabem o que fazer agora?

-Simone: Não é isso... – Ela parecia preocupada. – É que...

“Ai Hunson! Eles chegaram!”

Marshall reconheceu no mesmo instante a voz e paralisou com medo de estar certo. Ao olhar para as escadas, infelizmente, viu aquilo que menos queria, sua mãe.

Hunson apareceu logo em seguida e desceu as escadas do segundo andar até parar ao seu lado.

-Hanna: Como vai filhinho? Se divertindo?


Notas Finais


Obrigada por lerem, espero q tenham gostado, espero q comentem e até o próximo!
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