História My new neighbor - Sua nova vizinha.

JUSTIN BIEBER POINT OF VIEW 

Uma semana depois.

Ainda não sabia direito como me sentir a respeito de Selena ser a madrinha, quer dizer, não sabia direito como me sentir sabendo que meu melhor amigo logo seria pai, quando Ryan me intimou a ir numa reunião quase que familiar ao parque.

E aqui estou eu, com Ryan, Ashley, Selena e um tal guia espiritual chamado Koe.

Ele já começou sendo bizarro, perguntando se Selena estava pronta para ser mãe, e quando ela se explicou, dizendo que era apenas a madrinha, ele começou uma historia de mãe natureza e não sei mais o que.

Em resumo: Na cabeça dele, Selena também era mãe da criança.

Ele fez com que ela fosse conversar com a barriga para passar "boas energias", e quando Selena ficou de quatro para alcança a barriga da amiga que estava sentada no chão, o filho da mãe quase comeu ela toda com os olhos.  Estou quase partindo pra cima dele, mas ela finalmente retomou sua posição "sentada meditando" e ele voltou a sua postura. 

- E quanto a você senhor Justin? Está pronto para ser o segundo pai desse broto de vida? - O tal Koe chama minha atenção.

- Estou pronto. - Falo grosseiro. Ainda não superei a maneira que ele olhou para ela segundos atrás. 

- Por favor se acalme senhor Justin. Você pode acabar com toda a aura que estamos construindo ao redor desse bebe. - Ele pediu.

Pronto com uma resposta bem mal educada na ponta da lingua, senti a mão de Ryan no meu ombro. Respiro fundo lembrando que estou fazendo isso pelo meu melhor amigo e pelo filho ou filha dele.

- Está bem, estou pronto para ser o segundo pai desse pequeno broto de vida. - Falo sem deixar de colocar uma ponta de sarcasmo na frase. 

- Passe suas energias. - Ele fala e aponta a barriga de Ashley sutilmente. 

- Ei, fica tranquilo, você pode ir pra casa sempre que esses malucos começarem com essas idiotices. - Me aproximei e sussurrei. Ri baixo e olhei de canto para a Selena. - Apesar de tudo isso, o lado bom é que sua madrinha é linda e gostosa. - Alisei a barriga e me afastei. 

- Para concluir, eu gostaria de parabenizar essa família que está se formando entre vocês, pelo laço maravilhoso que é essa nova vida. Ashley e Ryan, suas almas transcendem o amor um pelo outro e por esse broto em seu ventre, mas eu gostaria que fizessem com que os novos pais, Selena e Justin, se conectassem mais. Eu sinto a aura de bons sentimentos que os envolve, mas também sinto algo estranho na relação deles. É dever de vocês uni-los. Pelo bem da criança. - Esse cara deve fumar muito do que a mãe natureza oferece. 

Num impulso Selena se levanta brava e sai andando, Ryan e Ashley trocam olhares e depois olham pra mim. Sei que querem que eu vá atrás dela, e mesmo achando que é uma péssima idéia eu o faço. Pelo bebê.

Me levanto e começo a andar logo atrás dela, mas mantendo certa distância. Já estamos numa parte vazia do parque quando ela finalmente fala alguma coisa sobre estar sendo seguida.

- Ashley nem adianta que eu não vou cair nessa palhaçada de .. .- Ela se vira e seus olhos se arregalam quando ela se da conta que sou eu.

- Se te consola saber, também achei tudo aquilo uma palhaçada. - Comento tentando amenizar o clima que sempre se instala quando estamos a sós. Uma maravilhosa mistura de tesão e receio.

- Por que você é um tanto mais sensato do que aqueles malucos. - Ela suspira pesadamente. 

- Aquele Koe é um palhaço, ele estava te devorando com os olhos. - Comento olhando para os sapatos, envergonhado por me sentir tão possessivo em relação a ela. 

- Não estava, não. - Ela diz. Minha garotinha inocente. 

- Doce inocência, Selena. - Falo e sorrio de canto.

- Não sou inocente. - Ela arqueia uma sobrancelha para mim. Tão sexy. -  Mas, aliás, por que estamos nos falando, mesmo? Como foi que você disse? "Eu acho melhor a gente se afastar, de uma vez por todas", não ?  Então, tchau. - Escandaliza e volta a andar.

Como ela ousa fugir? A puxo pelo braço e empurro-a contra uma arvore próxima. 

- Sem joguinhos, por favor. - Peço. Ela ri amarga.

- Acho que você está falando isso para você mesmo. - Ela sorri falso. De fato, encarando a situação pode-se dizer que quem está jogando sou eu, mas essa nunca foi minha intenção. - Agora me larga. - Penso na nossa situação. Eu não sou assim. Ela faz isso comigo. No fim a culpa é toda dela. 

- Por que? Por que você faz isso comigo? Que merda, Selena! - É isso que eu digo antes de beija-la. Quando ela não cede, passo minha língua por entre seus lábios sensualmente pedindo passagem, e ela me concede. 

Meu beijo é cheio de raiva, assim como o dela, mas a química que há naquele ato, e entre nós, é evidente.

Ela morde meu lábio com força, sei que ela quer me machucar. Eu também quero machucá-la por me fazer ceder, por me fazer esquecer das minhas responsabilidades. A aperto mais contra o tronco da árvore.

Sentindo os pulmões arderem pela falta de ar, interrompo o beijo e começo a beija-la no pescoço e vou descendo. A cada beijo sussurro "por que?" sei que ela não entende, mas ainda assim pergunto, po que eu preciso de uma resposta antes que isso acabe com nós dois.  

Lembrando do jeito que aquele cara olhou para a bunda dela, dirijo minhas mãos para lá, aperto exigindo a posse de algo que sei não poder e não merecer. - Perfeita. - Deixo escapar. 

Ela olha em meus olhos e no segundo seguinte me empurra. 

- Vai se foder! - Ela grita e pega o caminho de volta.

[...]

Duas semanas depois. 

Foi um porre convencer Katherine que eu não poderia fazer nada para que ela fosse a madrinha, não sei se ela aceitou muito bem a ideia, mas no fim até se apressou para poder ajudar Selena nas preparações para o noivado, que é hoje, na casa dela.

Chegamos vinte minutos adiantados, e quando Selena abriu a porta para nos recepcionar meu coração acelerou.

Por que ela tem que ser tão linda? Um vestido florido e saltos altos não deveriam fazer uma mulher parecer um pecado ambulante.

- Desculpa chegarmos tão cedo. -  Katherine se apressa em dizer. - Mas achamos que poderia precisar de ajuda. 

- Ah... - Selena, que parecia distraída, diz. - Claro. Entrem, por favor.

Katherine começa a ajudar Selena a arrumar uma grande mesa central, enquanto eu me propus a arrumar as pequenas. Sentindo calor pelo esforço  decido tirar o blazer e nesse momento pego os olhos de Selena sobre meu corpo. Não evito um sorriso.

Termino o que me propus a fazer e me aproximo das mulheres que estão conversando.

- Terminei. Mais alguma coisa? - Pergunto parando ao lado de minha esposa.

- Não. - Selena é breve. 

- Está liberado, querido. - Kat diz e se aproxima para um selinho, que eu nego virando o rosto, fazendo com que atinja minha bochecha. - Selena, você está deslumbrante. - A loira diz e a morena sorri. - Não é mesmo, Jus? - O sorriso de Selena se fecha ao poucos.

Aproveitando a deixa para observa-la, percorro todo seu corpo com os olhos, me demorando nas pernas desnudas. Quando encaro seu rosto, vejo que esta corada, e suas pupilas dilatadas. 

Cara de quem está louca para fazer sexo. 

- Certamente. - Concluo minha observação.

O som de batidas na porta ecoam. 

- Se acomodem. Obrigada pela ajuda. Vou atender a porta. - Ela diz e corre para dentro da casa. 

Eu e Kat nos acomodamos numa mesa, e logo que senta ela me encara e sei que vai me dar um sermão. 

- Você me constrangeu, Justin! - Ela fala alto mas não o suficiente para que Selena ouça. - Por que virou o rosto?- Suas orbes azuis estão presas em mim.

- Por que não achei conveniente nos beijarmos na frente dela, na casa dela. - Disse simplesmente. 

- Nos somos casados Justin! - Ela fala. 

- Você acha que eu não sei? - Reviro os olhos.

Paramos a discussão por sentir a presença de mais pessoas. 

Olho para a porta e vejo Alfredo de mãos dadas com Selena.

Mas que palhaçada. 

Quando percebe meu olhar ela solta a mão dele. 

[...] 

A festa esta sendo agradável, discretamente observei Selena em todos os momentos. Ela irradia  sua felicidade, bondade e inocencia o tempo todo. Vi a morena entrar na casa e contive meu impulso de segui-la. 

- Justin? - Katherine chamou. - Pega uma taça de vinho pra mim? - Solicitou.

Evitando uma discussão me levantei e fiz o que ela pediu. Quando me virei, vi Alfredo se levantar de minha cadeira, ao lado dela. 

Coloquei a taça sobre a mesa e me sentei na cadeira.

- O que Alfredo estava fazendo aqui? - Perguntei. 

- Estava comentando como ele e Selena são um casal bonito. - Ela falou sorrindo largo. 

- Discordo. - Comentei. - E não acho que eles sejam mesmo um casal. 

- Bom. Não sei, ele já deve ter vindo aqui vezes o suficiente para se sentir confortável em se embebedar na casa dela. - Fechei o punho só de imaginar o que ele poderia ter feito vindo até a casa dela. - Ele estava falando meio mole. - Ela conclui sua ideia. 

A musica ficou mais alta e Katherine parecia empolgada.

- Vamos dançar! - Ela disse e se levantou me puxando, não me dando exatamente uma oportunidade de recusar. 

[...] 

Já fazia algum tempo desde que Selena havia entrado na casa e não saiu mais, também perdi Alfredo de vista. Eles não estariam ... 

- Já volto. - Avisei Katherine e adentrei a casa. Procurei no andar térreo e nada. Olho para cima e vejo a luz do quarto de Selena ligada.  

Começo a subir a escada devagar, me preparando para a cena que posso acabar presenciando, até que ouço um grito.

Corro pelas escadas e adentro o quarto.

Olho para Selena, ela esta enrolada num cobertor, parece tremendamente assustada e está chorando. Quando olho para o lado, vejo Alfredo apertando Ryan na parede. Me movo pegando Alfredo pelo ombro e o jogo no chão. 

- QUE PORRA É ESSA? - Grito desejando desesperadamente uma explicação. 

Selena corre e abraça Ryan enquanto chora. 

- O-obrigada Ryan. Eu não sei o que teria acontecido se você não tivesse chegado. - Ela fala entre os soluços do choro. 

- O que aconteceu, texas girl? - Ele questiona acariciando os cabelos dela carinhosamente. Sinto uma pontade de ciumes.

- Ele. - Ela para e olha o corpo do homem semi-acordado no chão. - Ele ia me forçar a fazer sexo.

Sinto meu sangue ferver e no segundo seguinte estou sobre o corpo quase inconsciente de Alfredo no chão.

Começo a proferir socos em sua face. Selena grita e meu corpo é puxado para trás.

Caio de costas na parede. Me recupero, pronto para atacar aquele imbecil de novo, mas a morena se coloca a minha frente. 

- Por favor, não. - Ela pede chorando. - Eu a abraço e ela se aninha em meu peitoral.  

- Calma, já passou. - Limpo uma lágrima que escorre. - Vamos chamar a polícia. - Digo e ela se afasta e senta na cama. 

- Não. - Ela seca as lágrimas. 

- Como não? - Eu e Ryan proferimos indignados.

- Não quero deixar ele acabar com a festa. Ashley vai ficar arrasada. Por favor! - Ela ainda chora, mas menos que antes. Sento ao lado dela. 

- Mas, Selena, se não fizermos nada... 

- Por favor! - Ela me interrompe. Suspiro. 

- Tudo bem. - Olho para Ryan. - Tira esse bosta daqui e chama um táxi. Por que se eu ficar perto dele. - Cerro meus punhos. - Não respondo por mim.

Ryan assente e sai arrastando o corpo, agora inconsciente, pelo chão. Ele passa e fecha a porta.

Selena me encara agora com seus grandes olhos avermelhados pelo choro. 

- Eu fiquei com tanto medo. - Ela me conta e coloca a cabeça no meu colo voltando a chorar.

- Já passou, não precisa ter medo. Eu estou aqui. - Acaricio os cabelos dela enquanto ela chora

[...] 

Acordo num quarto estranho, quando olho para o lado vejo Selena. Olho para fora e o dia ja está amanhecendo. O rosto sereno dela enquanto dorme, guarda os olhos inchados, uma lembrança de todo o choro da noite passada.

Não sei o que Ryan fez para explicar nossa ausência, mas tenho que ligar para ele e agradecer.

Me levanto tentando fazer o mínimo de barulho para que Selena não acorde, mas logo ouço uma voz sonolenta. 

- Justin? - Olho para a morena que esfrega os olhos.  

- Oi. - Respondo e volto a me sentar.

- Obrigada por ter ficado. - Ela sorri preguiçosa pelo sono. Ela fica tão linda assim. 

- Me desculpa. - Digo e pego a mão dela. Ela franze o cenho. 

- Não entendi. Te desculpar pelo que? 

- Por antes. Por tudo o que fiz antes. - Respirei fundo. -  A gente pode tentar, sei lá, recomeçar? 

- Como amigos? - Ela arqueia uma sobrancelha. - Ou... - Eu sorrio, tentado pelo "ou..", mas mantendo a conversa séria, respondo.

- Amigos. - Aumento ainda mais meu sorriso, estou genuinamente feliz.  - Isso quer dizer que você me desculpa? 

- Sim. - Ela sorri também e se senta na cama. - Um recomeço parece uma boa idéia. - Ela solta a mão que eu seguro e em seguida a estende. - Oi, eu sou Selena. Sua nova vizinha.