História My oh My - The midnight

CALANGO

São meia noite e ainda estou acordado esperando o Guaxinim chegar. Tínhamos combinado de fazer algumas coisas, mas ele furou comigo novo, não sei por que ainda tento voltar a como éramos antes. Quando éramos unidos.

A porta da sala se abriu revelando o guaxinim distraindo e cuidadoso com o barulho que fazia. Ele se assusta quando falo:

--Obrigado, por esquecer de novo. —Meu tom de tristeza e indignação eram perceptíveis.

--Me desculpa tive que resolver um negócio.—Ele se defendeu

--Que negócio é esse? Pra ser mais importante do que seu irmão? —Não olho, seu rosto enquanto falo.

--Você é novo demais para entender.—Ele finge responder algo.

--Não me trate como um pirralho.—Me levanto olhando para ele—Vou para o meu quarto. Tchau.

GUAXINIM

Meu quarto está sendo iluminado apenas pela luz de meu celular, enquanto estou olhando minha galeria, mais expecificamente um álbum com fotos minhas e do Calango desde a infancia.Eu sinto saudade de tudo, de nossas conversas, de nossas tardes jogando ou assistindo, qualquer coisa.

Eu comecei a sair durante a madrugada com meus amigos a mais ou menos 2 anos desde então já estava me afastado do Thiago porque sentia que seria uma má influência, não só pelo grafite mas também pelas minhas amizades que tinha na época.

Demorei muito para dormir, não paro de pensar em como posso resolver as coisas com o Calango.

FELPS

Acordei e dormi tantas vezes que já perdi a contas, agora estou na minha janela com uma garrafa de vodka pela metade, um maço de cigarro que também está na metade acho que tudo na minha vida é pela metade.Eu tenho acho que tudo mas nunca tá bom sempre falta alguma coisa.

Meu celular vibra e acende a tela mostrando que são três e meia da manhã era uma mensagem automática de alguma rede social, como eu sou idiota de achar que alguém falaria comigo.

LIPE 

Meus olhos estão lacrimejando, minhas pernas estão bambas,minha garganta parece estar fechando, sinto um gosto amargo em minha garganta que sobe até minha boca. Estou sem ninguém em casa pela primeira vez em um ano e mesmo assim não consegui ficar calmo.

As memórias do passado começam a vir à tona, todos os tapas, os beijos à força, os xingamentos todos aquilo estava voltando na minha mente eu podia ouvir a voz dele tudo aquilo de novo e de novo ficando cada vez mais alto. A mesma sensação de impotência voltava.

Eu tento me levantar, mas minhas pernas estão moles tentando me segurar para chegar pelo menos na cama, consigo. Não me acalmo mas me deito tentando regular minha respiração.

TAWAN

São onze horas e até agora o Lipe não me ligou, estranhei porque ele tinha falado que ia me ligar mas até agora, nada. Um estalo vem na minha mente, ele está sozinho em casa. Eu pego meu celular, tentei ligar para ele mas nada.Acho que alguns minutos depois estou na porta de seu apartamento, não toco a campainha e nem bato na porta apenas pego a chave que a família coloca embaixo do tapete.

— Lipe, amor!

Vou entrando por todos os cômodos até encontrá-lo escondido em um canto do quarto de seus pais.

— Amor, é o Tawan.

Estou agachado à frente dele, que estava suando frio, pego um prendedor de cabelo que estava no meu pulso, amarro sua franja, assim vejo sua pele num vermelho forte principalmente nas bochechas e nariz. Sua respiração estava se normalizando então o puxo para um abraço confortante.

— Eu estou aqui tá bom.

Ele não diz nada, só aperta mais o abraço, me levanto o segurando e o colocando na cama, passo minha mão pelo seu rosto que está quente.

— Vamos na cozinha pegar um pouco de água. — Vou caminhando quando sinto ele me abraçando por traz. 

— Não vai embora por favor — Sua voz era chorosa.

Eu apenas dou-lhe um beijo, para confirmar que eu estava ali e que nunca sairia de seu lado, desde que conversamos pela primeira vez eu nunca saí do lado dele por que sairia agora.

GEMAPLYS

Já estou pronto para dormir mas vejo que esqueci o edredom em meu quarto.Hoje terei que dormir na sala porque em meu apartamento só tem um quarto porque o outro transformei em um escritório.Vou entrando em meu quarto, quando vejo Davi somente de box.

— Puta que pariu— Ele grita e eu apenas dou risada muito alta.

Quando paro de rir, me concentro em seus braços, que estavam roxos e vermelhos, minha expressão se torna séria.

— Como isso aconteceu?

— Não foi nada.

— Não minta, para mim. — Olho bem fundo em seus olhos– Eu conheço aqueles dois.

Eu conheço muito bem como é ter medo de sair do próprio quarto, sem ser xingado, ameaçado ou qualquer outro tipo de agressão não quero que isso aconteça com ele.Acho que preciso ter uma conversa séria com ele o ma

is cedo possível.