História My only hope - Feel the pain

POV Lauren

Na manhã de segunda-feira eu acordei, mas engraçado é que o despertador nem tocou, milagre eu ter acordado sozinha; Antes que eu pudesse me levantar, fui olhar no meu celular só para conferir as horas e...Caramba eram 06:45 já. Não, eu não estava atrasada, eu estava super atrasada!

Assim que vi o horário, dei um pulo da cama pondo-me sobre o chão no mesmo instante, nem sequer pude tomar o meu banho relaxante e demorado de sempre, apenas coloquei uma outra roupa, peguei todo o meu material que estava em casa, fui até à cozinha pegar uma fruta para comer no meio do caminho e encontro o Chris de pé na beira da mesa.

― Chris, o que ta fazendo acordado à essa hora?

― Ah, você sabe como eu sou Laur, tenho fome o tempo todo. –disse ele se virando com uma tigela cheia de cereal

― Ah é, quase me esqueci disso. –respondi rindo –Tchauzinho, cuida da Tay.

― Já vai?

― Estou atrasada Chris. –respondi olhando o relógio

Depois da pequena conversa com meu irmão, me dirigi até meu carro e fui em direção ao hospital ouvindo The 1975. Chegando no meu local de trabalho fui depressa até o elevador, já estava esperando um grande puxão de orelha do meu chefe. Já eram 07h10 quando cheguei na sala dos médicos para trocar de roupa, e assim fiz, mas antes me certifiquei que o Brad não estava ali como daquela vez em que ele quase me agarrou e eu quase o deixei incapacitado de ter filhos.

― Dra. Jauregui a senhora está atrasada sabia? –disse meu chefe

― Ahn... Eu sei, desculpa Dr. Caleb, isso não vai acontecer de novo. –respondi

― Tudo bem! Agora vai que você tem um paciente a sua espera já.

― Sim, senhor.

Depois do pequeno diálogo com o meu chefe, cruzei o corredor e fui logo em direção ao quarto do meu paciente.

― Olá, bom dia. Desculpem o atraso! –disse para todos ali presente

― Tudo bem doutora. –respondeu a suposta mãe do menininho

― O que temos aqui? – pedi para um dos internos me apresentar o caso

Depois que Andy, o interno, me apresentou todo o caso histórico do paciente, eu cuidei do garoto, levei-o para exames, dei uma medicação para controlar as suas progressivas crises de convulsão e depois fui para uma cirurgia de um tumor no cérebro,cirurgia esta que teve mais de cinco horas de duração; Ao término desta, fui até o refeitório comer alguma coisa, pois eu já devia estar verde de tanta fome, quem será que eu estava parecendo com fome assim? Camila, lógico. Em questão de segundos eu tomei coragem para mandar uma mensagem à ela, provavelmente ela já devia ter saído da faculdade.

[13:47] Lauren: Boa tarde Camz.

Por um momento após o envio da mensagem, pensei loucuras e até pensei que não deveria ter mandado, mas quem estava ‘’estragando’’ a situação toda era eu não é? Ela estava agindo normal comigo, mas na verdade eu não sabia se isso era bom ou ruim, porque afinal, eu me declarei! Antes que eu pudesse em qualquer quesito novamente, sinto o celular vibrar.

[13:48] Camila: Boa tarde Laur <3

[13:48] Lauren: Dormiu bem?

[13:49] Camila: Dormi sim Laur, e você hein?

Pensei em dizer que eu dormiria bem melhor na presença dela, mas isso seria suicídio, então é claro que eu não podia dizer àquilo.

[13:49] Lauren:  Dormi bem também.

[13:49] Camila: Hum. Ta no horário de almoço?

[13:51] Lauren: Estou, e você já saiu da faculdade?

[13:53] Camila: Saí sim. Estou indo levar a Sofi para tomar um sorvete.

[13:53] Lauren: Ah que legal, manda um beijão pra ela. Eu tenho que ir já.

[13:55] Camila: Mando sim Laur. Por que você não vem aqui depois do seu trabalho?

[13:56] Lauren: Pra que?

[13:57] Camila: Sofi quer te ver.

[13:57] Lauren: Se der eu passo sim, tenho que ir. Se cuida Camz!

[13:58] Camila: Tudo bem Laur. Até depois <3

Era incrível como o pouco (10 minutos, nem isso quase) que eu falava com a Camila o meu dia parecia já melhorar quase mil por cento; Como alguém pode causar um efeito tão grande na outra pessoa como o que ela causava em mim? Eu juro que não sei.

Despertei dos meus pensamentos, levantei-me da mesa e voltei ao trabalho; A maioria dos meus casos foi de crianças, e não sei porquê mas eu estava muito sentimental, então se algo tivesse dado errado com uma das crianças eu choraria junto com seus respectivos pais; Para a minha, e para a sorte de todo mundo, nada deu errado e todas as crianças estavam passando bem.

Depois de me certificar que não havia mais nada para fazer ali, resolvi ir embora, pois aliás já tinha dado hora de eu ir embora, e assim fui em direção ao carro. Pensei em não ir na Camz como ela tinha me pedido, mas eu disse que se desse iria, e dava e eu queria vê-la, então não perdi a oportunidade.

― Oi Laur! –disse Camila vindo de encontro para me abraçar

― Oi Camz. –respondi devolvendo o abraço

― Vem, a Sofi está la dentro.

― Ta bem. –respondi

Adentramos para a casa e eu pude ver a irmãzinha de Camila correndo para pular num abraço meu, ah, como eu gosto dessa garotinha, tão amorosa.

― Oi doutora. –disse

― Oi mocinha. –respondi selando um beijo em sua bochecha

― Por que você não fica pra jantar com a gente Lauren? –perguntou-me

― Ahn... Melhor não lindinha, quem sabe outro dia ta?

A menina esboçou uma carinha triste quando eu havia acabado de dizer que não ficaria para jantar em sua casa.

― Por que outro dia Laur? –Camila perguntou

― Hummm. É que eu tenho que ir pra casa, meu irmão deve estar ficando doido na cozinha.

― Irmão? –olhou-me assustada

― Ah é, você não sabe. Eu tenho um irmão que estava na Austrália estudando, ele voltou ontem e está em casa.

― Que legal Laur. Por que nunca contou dele?

Antes que eu pudesse responder Sofi interrompeu.

― Se vocês vão continuar com conversa de adulto eu vou ir brincando, tchau doutora. –disse me dando um último abraço

― Tchau princesinha. –respondi

― Agora me conta. –pediu Camz

― Não sei Camz.

― Hum, ok né. Não vai ficar mesmo?

Pensei alguns segundos na proposta imposta e resolvi aceitar. Jantamos todo mundo junto, eu, pai, mãe, irmã da Camz e todos eles sempre muito educados comigo, pode parecer ridículo mas que saudade eu estava disso.

― Eu tenho que ir agora. –falei

― Mas já filha? Fica mais um pouco. –disse Alejandro

― Ah, não... Eu preciso ir mesmo. Obrigada pela recepção Sr. e Sra. Cabello. –disse

― Que isso, magina Lauren. Você é sempre muito bem vinda aqui. –disse Sinu para mim

Camz me levou até meu carro, conversamos por alguns minutos lá do lado de fora, mas nada muito ‘’fora do comum’’.

― Obrigada você também pela recepção. –agradeci e ela assentiu- Se cuida ta bom? Fica bem e boa noite. –falei dando um último abraço.

― Não agradeça Laur e dorme bem também doutora. –brincou

Chegando em casa pude perceber que Chris havia melhorado seus dotes na cozinha, até que enfim não?!

― Cadê a Tay?

― Saiu com um cara, alegou ser o ficante.

― Ah ta. Chris eu queria conversar contigo mas, to morta de sono, se importa de eu ir dormir?

― Me importo sim.

Olhei-o assustada.

― Claro que não Laur. –gargalhou- Pode ir!

― Trouxa. –dei de língua- Boa noite.

― Boa noite Laur.

Subi ao meu quarto, tomei um banho, coloquei uma blusa e um shorts e cai na cama, eu estava mesmo morrendo de sono; Mas antes de dormir pra valer, deixei que a minha coragem tomasse conta de mim.

[23:30] Lauren: Até hoje eu não sabia o que era amor de verdade, não sabia o que uma pessoa via na outra que pudesse amar tanto; Hoje eu sei que, amor não é algo explicável, só da pra sentir, e eu comecei a sentir quando te conheci, quando conheci a dona do sorriso mais lindo do mundo.

Demorou um tempo para que ela respondesse, o que me fez pensar que ela tinha não gostado da frase, mas o celular finalmente vibrou.

[23:40] Camila: Segue sua vida Lauren, acho que vai ser melhor, merece alguém melhor que eu também! A gente continua amigas igual, sem problemas.

Nesse momento meu mundo foi pro chão, parece que tudo estava despencando bem em cima das minhas costas. Aquela dor...era insuportavelmente horrível, podia ser só um pesadelo, mas era real.