História My Professor - Imagine Suho - EXO - 127 - Booh!!!!

-Eu posso entrar? – ele perguntou e eu fiquei o olhando incrédula. Por alguns segundos cheguei a me questionar se havia pegado no sono e esse era mais um de meus sonhos, ou melhor dizendo: pesadelos, que sempre vêm para me perturbar nos momentos mais inoportunos. Mas isso não faria sentido. Porque agora se eu nem mesmo estava pensando nele? Por outro lado o que ele estaria fazendo aqui? – Eu posso? – ele ficou me olhando. Balancei minha cabeça, para focar no que estava acontecendo ali.

-Não.

-Não? – seu olhar ficou confuso.

-Meu namorado já deve estar voltando, e como você sabe ele não gosta de você, e não vai gostar de te ver na casa dele. – ele abaixou a cabeça e sorriu fraco antes de voltar a me olhar.

-Se esse é o único motivo para eu não entrar então está  tudo bem, ele autorizou minha entrada. 

-Ele quem? – o olhei sem entender.

-O Baekhyun. Ele é o seu namorado não?

-O Baek não faria isso.

-Eu também fiquei surpreso, mas sim, ele deixou. Apenas se você quiser conversar. – Ele ficou esperando a minha decisão. – Então?

-Não temos nada para conversar. – fui fechar a porta, mas ele me impediu.

-Como não? Não acha que precisamos esclarecer as coisas?

-Já se passou muito tempo, de que adianta remexer o passado agora que cada um já seguiu em frente?

-Eu sei que demorei tempo demais, e que nossas vidas seguiram por rumos diferentes, mas eu estou te devendo essa conversa.

-E desde quando você se preocupa com o que eu preciso?

-Eu sempre me preocupei. – neguei com a cabeça sorrindo irônica – Mas isso não é só por você, eu também preciso saber o que aconteceu. Preciso tirar a limpo tudo que fez eu me afastar de você.

-E você vai acreditar nas palavras de uma vadia mentirosa como eu disser? – o olhei nos olhos e ele desviou o olhar para o chão. 

-Me desculpe por isso.

-Não se desculpe ainda. Entre, eu vou te contar tudo que você quiser saber. – abri mais a porta e o indiquei o sofá e ele se sentou. – Então por onde quer começar? – me sentei de frente para ele, e respirei fundo tentando manter a calma pelo menos por fora, já dentro de mim meu coração parecia que iria explodir a qualquer momento.

-Primeiro, eu quero que você saiba que não importa os seus motivos para ter feito o que fez, eu…

-Se você ainda acha que eu teria coragem de fazer aquilo com você, para que veio aqui hoje?
-Porque já não tenho mais certeza se o que acreditei ter visto era a verdade, apesar de todos os fatos mostrarem que sim. 

-E que fatos são esses? 

-Eu vou te contar. Mas quero que você saiba que eles já  não importam mais.

-Como assim? 

-Eu tive algumas conversas que me fizeram refletir sobre o que aconteceu e ainda existem muitos pontos cegos que me deixam confuso sobre o que pensar.

-Entendi. O Luhan finalmente conseguiu te convencer a ouvir toda a história. Mas se ele já falou contigo, porque ainda tem pontos cegos? Luhan sabe de tudo.

-Não foi com o Luhan que eu conversei. Ele nem sabe que eu estou aqui. A única coisa que ele me falou é que você está morando com o Baekhyun. – ele me olhou e eu desviei o olhar para minhas mãos – Mas como eu estava dizendo, mesmo que você tenha feito tudo como eu acreditei que fosse, eu já não me importo mais com isso. 

-Porque não?

-Porque isso me fez perder você. E eu me arrependo muito por ter aberto mão da minha felicidade por algo tão bobo. – falou me pegando de surpresa.

-Por essa eu confesso que não esperava. – respirei fundo tentando me recompor – Mas não posso deixar de concordar com você. Se você tivesse me deixado falar, tudo teria sido diferente.

-Agora eu sei disso, mas antes eu não conseguia, tudo que eu vi e ouvi só me deixou com ódio de você e eu tinha certeza de que tudo que você falasse seria mentira, por isso não quis te ouvir.

-Eu te disse que seu ciúme excessivo faria isso.

-Eu sei. – ele olhou para baixo. Respirei fundo mais uma vez para tentar desacelerar meu coração.

-Vamos logo com isso, pergunte o que quer saber.

-São tantas coisas. – ele passou as mãos pelos bolsos demonstrando seu nervosismo – Mas primeiro eu quero saber porque você mentiu para mim? – ele me olhou nos olhos.

-Mas eu nunca menti para você. Não depois do que aconteceu com o Jongin.

-Eu estou aqui com a intenção de resolvermos tudo, você não precisa continuar mentindo, pode dizer a verdade eu não irei te xingar ou brigar. Eu só quero saber toda a verdade.

-Esse é o seu mal. Você cismou que eu sou uma mentirosa e não tem quem faça você mudar de ideia. Eu não estou mentindo.

-Mas você mentiu quando disse que o Baekhyun e você não se falavam enquanto ainda estávamos juntos.

- Eu não falava com ele. Você via o quanto aquilo me fazia mal, não sei de onde você tirou que a gente se falava. – cruzei os braços e ele negou com a cabeça.

-(s/n) eu vi vocês pelos corredores. – só então me dei conta do que ele estava falando.

-Mas eu não falava com ele.

-Então porque vocês sempre se afastavam quando eu aparecia?

-Ele queria voltar a falar comigo, mas ao mesmo tempo ainda tinha raiva de mim por ter escondido nosso namoro dele. Sempre que ele me parava no corredor ele nunca dizia nada. O máximo que ele falou foi aquele ”esquece” e eu te contei.

-Espera aí, como ele soube que estávamos namorando? – me olhou confuso.

-Ele disse que viu quando nos beijamos no carro, quando você foi me buscar para viajamos para casa de seus pais.

-E o que ele tava fazendo indo até sua casa? – falou com seu tom enciumado, rolei meus olhos.

-Eu te falei que todos iriam se encontrar lá…

-Tá certo. Eu havia me esquecido. – ele riu sem graça – Mas de qualquer forma, porque não me contou que ele cercava você para tentar se reaproximar?

-Na época não sabia que essa era a intenção dele. Ele simplesmente ficava me olhando e do nada se afastava.

-Isso é verdade? – me olhou desconfiado.

-Suho, eu já disse que não estou mentindo, se você for duvidar de tudo que eu digo é melhor pararmos por aqui. Além de todos os motivos que você conhece, o Baek está com fome e cansado e ainda assim ele permitiu que você subisse, então não vamos prolongar isso além do necessário.

-Me desculpe, você está certa.

-Qual sua outra dúvida? – olhei e ele suspirou.

-O que você sabe sobre o Gikwang e o Baekhyun?

-Ele me contou depois que fez aquilo para se vingar de nós dois por causa da minha mentira. A intenção  dele era te deixar morrendo de ciúmes até que brigássemos e assim eu sofreria.

-E como você pode estar com um cara desses?

-As pessoas fazem coisas horríveis quando estão magoadas. Você não pode julgar o Baek por um erro que ele cometeu. E ele se arrependeu de ter feito isso.

-E você acreditou nisso?

-Não tenho razão para desconfiar dele.

-Certo… É quanto ao telefonema?

-O que eu estava falando com meus pais?

-(s/n)?

-Junmyeon. – o encarei.

-Desculpa, mas isso é difícil de acreditar. Eu liguei para você enquanto ele falava ao telefone e foi só a ligação dele terminar que sua linha desocupou.

-Isso se chama coincidência.

-Mas ele falava sobre…

-Uma mentira contada a um namorado, questionamento sobre a razão de não terminar de uma vez e sobre algo que ele iria fazer sobre isso.

-Exatamente. O que queria que eu pensasse ao ouvir tudo aquilo e depois te ligar e você não atender por estar supostamente falando com seus pais tão tarde no Brasil?

-Queria que você acreditasse em mim. Eu não teria motivos para mentir sobre isso. Coincidências existem e você poderia ter resolvido isso me falando sobre o que ouviu o Baekhyun falar ao telefone. Eu ficaria chateada pela desconfiança, mas te mostraria o registro da ligação se fosse preciso.

-Mas se não era contigo com quem ele estava falando?

-Era com uma amiga dele, a mesma que o incentivou a voltar a falar comigo e fazia ele chegar em mim no corredor.

-Mas porque ele tinha que dizer aquelas coisas? Parecia muito ser você do outro lado.

-Você não era o único namorado que o Baek não gostava de ver ao lado de uma amiga.

-Ele é bem intrometido na vida alheia.

-Ele apenas se preocupa com quem ele se importa. Lembra de quando ele apareceu todo machucado?

-Quando você virou a enfermeira dele? – ele falou com raiva.

-Sim. Aquilo foi resultado do telefonema. O que ele disse que faria não era contra você e sim uma aposta entre ele e o ex da garota. E ele acabou machucado daquela forma.

-Então aquela ligação não tinha nada a ver com nós dois?

-Não. – o olhei e ele ficou em silêncio por um tempo e depois passou as mãos pelos olhos, vi seus lábios e sobrancelhas franzirem antes de ouvi-lo fungar.

-Isso pesou tanto para minha desconfiança. Essa ligação me fez ter quase certeza de que vocês estavam juntos.

-Quase?

-Quase, porque no fundo eu tinha certeza que você não seria capaz de fazer algo assim comigo. – ele me olhou e seus olhos estavam ficando vermelhos pela vontade de chorar. Senti meus olhos lacrimejaram, era difícil segurar, mas eu não iria chorar.

-Deveria ter confiado em mim.

-Eu sei que sim.

-E porque não fez? – o olhei nos olhos.

-Porque a essa altura eu já estava cego pelo ciúme. Todos os encontros pelos corredores, os beijos do Gikwang, ele insinuando que você escondia coisas de mim. Essa ligação só contribuiu para minha desconfiança aumentar.

-Quando ele fez isso? – o interrompi.

-Isso o que?

-Dizer que Eu escondia as coisas de você?

-Quando o Yixing foi comigo o questionar sobre os beijos que ele mandou o seu ex dar em você.

-E você caiu na pilha dele. – balancei a cabeça e limpei meu rosto – Por isso o Luhan me fazia tantas perguntas sobre o Baek?

-Sim.

-Por que você não falou comigo sobre essas desconfianças?

-Porque eu tinha certeza que você mentiria sobre isso. – o encarei decepcionada.

-Eu nunca te dei motivos para desconfiar de mim. Eu merecia ao menos um voto de confiança, não acha?

-Hoje sim. Mas naquela época? Você sabe das minhas experiências anteriores, eu achei que estava acontecendo de novo.

-Claro, afinal eu era apenas mais uma vadia na sua vida. – senti uma lágrima escorrer por minha bochecha e limpei rapidamente. Ele apenas abaixou a cabeça.

-Você não me entende, tudo apontava contra você, e ainda tinha aquelas malditas flores que ele te mandava. Aquele cartão e o beijo. – ele não conseguiu segurar suas lágrimas – Porque você o beijou no lugar que marcou comigo? – ele me olhou nos olhos e não sei se ele conseguia me ver nitidamente já que seus olhos estavam cheios de lágrimas – Por que você fez isso comigo, (s/n)? – não conseguia mais segurar minhas lágrimas.

-Eu não fiz nada.

-Eu dei tudo de mim para você, te amei com todas as minhas forças, você não sabe o quanto aquilo me machucou. Eu preferia ter levado um tiro, ao ver o que vi aquela noite. Aquele não foi um simples beijo, era a confirmação de que você havia o escolhido a mim.

-Eu sei o que você pensou ter visto. Mas não foi nada disso.

-O que mais poderia ter sido? Eu vi o cartão, nele estava claro. ”Um beijo e eu saberei que será minha para sempre.". Ver você dando a ele a resposta que ele queria. Ser trocado daquela forma pela mulher que amo foi… – ele não conseguiu falar devido ao choro.

-Eu sinto tanto por você ter entendido tudo errado. – ele me olhava sem acreditar no que eu falava, já que era óbvio para ele que eu o enganei, limpei um pouco das lágrimas e o olhei.

-Eu sei que você o acha melhor do que eu, mas você precisava ter feito o que fez comigo? Precisava marcar no mesmo lugar para beijá-lo?

-Suho,eu nunca faria isso contigo.

-Eu já te perdoei, você não precisa negar. Eu só quero saber o motivo de ter merecido aquilo.

-Aquela noite eu fiquei tão surpresa quanto você ao dar de cara com o Baek lá. Mas tudo aconteceu rápido demais.

-Do que você está falando?

-Ele apareceu e logo em seguida você abriu a porta. Ele pediu para eu não bater nele e me beijou.Eu não tive tempo para reagir. Quando me soltei dele e te vi eu fiquei desesperada. Eu não entendi porque ele havia feito aquilo comigo. – meu choro ficou mais intenso, precisei parar um pouco, era difícil falar sobre isso – Eu só queria te encontrar e dizer que não tive culpa de nada, mas você… – voltei a parar de falar – Você foi tão cruel comigo. – ele negou com a cabeça.

-Isso não pode ser real. Por favor,  não mente para mim. Por favor, me diz que eu não fiz essa injustiça contigo. – ele me olhou nos olhos seu rosto estava ainda mais vermelho graças a seu choro.

-Eu queria dizer que tudo não passou de um pesadelo, mas foi isso que aconteceu. A pior noite da minha vida foi tudo culpa de toda uma rede de coincidências que você julgou serem evidências de uma traição que nunca aconteceu.

-E porquê  ele fez isso? Porque ele te beijou a força?

-Eu não  vi, mas ele disse que a Moon te seguiu quando você saiu do salão, e como ele estava nos observando ele correu para me avisar, não queria que eu fosse pega contigo e expulsa da Universidade. Mas você chegou rápido demais. Ele disse ter lembrado do que o Lay fez para salvar nossa mentira e fez o mesmo. Mas tudo deu errado.

-Então ele estava apenas tentando te proteger? – assenti enquanto limpava algumas lágrimas. – Eu sou um idiota. Eu não acredito que fiz tudo aquilo contigo sem você merecer. – ele se ajoelhou na minha frente e chorou ainda mais – Por favor, me perdoa? Me perdoa por todas palavras horríveis que eu disse a você, por não ter confiado no seu amor. – ele apoiou a testa em meu joelho – Por favor, me perdoa? Eu sei que não mereço, mas me perdoa. – fechei meus olhos tentando segurar meu choro, mas era impossível.

-Você não sabe o quanto  eu quis que você me ouvisse. O quanto eu chorei, o quanto eu esperei para termos essa conversa. – ele me olhou – Se você tivesse me deixado explicar o que aconteceu em uma das muitas tentativas que fiz para me explicar, eu te perdoaria na hora. – vi seu lábio tremer e seu queixo enrugar já imaginando minha resposta – Porque, por mais que eu fosse totalmente  inocente nessa história, eu sei como você é, eu entendia que as coincidências poderiam ser interpretadas de outras maneiras, e que você só disse aquelas coisas porque estava com raiva pois achava que havia sido trocado. Porque o meu Suho, o meu amor, jamais diria que deveria ter apenas matado a vontade de me foder e me largado. E que eu era a pior das vadias. – segurei seu rosto e ele fechou os olhos e mais lágrimas pesadas deixaram seus olhos – Mas você mudou, você não deixava eu me explicar e começou a fazer coisas que me magoavam. Até que você ficou com aquela desgraçada. A causadora de tudo isso… Suho, eu...  – fechei meus olhos e respirei fundo tentando me livrar daquele maldito nó na garganta – Me desculpa, mas hoje eu não sou capaz de te perdoar.

-Não faz isso comigo, por favor. – ele segurou minha mão que estava em seu rosto.– Eu sei que errei, mas não faz isso. Me perdoa por ter te magoado tanto, por favor?

-Eu sinto muito. Talvez um dia eu seja capaz de te perdoar, mas hoje eu não consigo. Perdoar é esquecer, e sempre que olho para você  eu me lembro de você me chamando de vadia.

-Por favor? – Ele continuava ajoelhado mesmo depois que eu me levantei e fui em direção a porta.

-Agora você já sabe toda a verdade, se puder me dar licença. – abri a porta e fiquei olhando para o chão. Ele demorou um pouco para vir em minha direção.

-Eu sei que eu não mereço, que eu errei demais contigo, mas eu espero um dia conseguir fazer com que você me perdoe. Eu…

-Só vá embora, por favor. – ele me olhou mais uma vez e saiu, fechei a porta e me sentei ao lado dela, abracei minhas pernas e chorei mais.

 Não Sei quanto tempo havia se passado quando senti meu corpo ser puxado para um abraço.

-Shhh! Não chora. – ouvir a voz calma do Baekhyun mais seu afago em minhas costas era tudo que eu estava precisando nesse momento. Ele sempre conseguia me acalmar.

-Baek. – falei baixo e ele apertou mais o abraço.

-Me desculpa, se eu soubesse que você ficaria assim, eu não teria permitido que ele subisse.

-A culpa não foi sua.

-Ele fez algo contigo? Voltou a te insultar? – ele afastou um pouco nossos corpos para me olhar

-Não, ele não fez nada. Só foi pior do que eu imaginava.

-Ele não acreditou em você? – perguntou colocando uma mecha de cabelo para trás da minha orelha.

-Acreditou.

-Então porque você está assim?

-Porque eu estou com raiva dele. – limpei meu rosto e fiquei olhando para baixo.

-Raiva? – Baek me olhava confuso.

-Sim. Ele me contou os motivos que o fizeram reagir daquela forma e tudo poderia ser evitado com conversas.

- Eu sei, por isso permiti que ele subisse e vocês tivessem enfim essa conversa.

- Não, Baek. Coisas que antes daquele beijo poderiam ter sido explicadas. Coisas bobas que na cabeça dele se transformavam em grandes falhas de caráter, uma falta de confiança tão grande que ele preferiu acreditar que eu não prestava a me perguntar as coisas. E o pior, ele preferia conversar com os outros do que tentar esclarecer as coisas comigo. – Baek me olhou com pena – Eu não sei porque ele fez isso comigo. – fiz um lábio triste.

- Eu sei. – voltou a me abraçar.

-E como ele reagiu ao saber da verdade?

-Ele ficou arrasado por descobrir que foi injusto comigo.

- Eu tenho até um pouco de pena dele. Ter jogado o que vocês dois tinham fora, apenas por ser cabeça dura. Se ele não fosse tão ciumento, hoje vocês… – ele parou de falar e balançou a cabeça e ficou olhando nossas mãos dadas.

-Desculpa? – ele me olhou confuso.

-Pelo que?

-Por estar fazendo você passar por essa situação. Ter que ver a mulher que você ama sofrendo por causa de uma conversa com o ex. – meus olhos voltaram a se encher de lagrimas.

-Tudo bem, eu te devia isso, já que grande parte da confusão foi culpa minha. Eu sei que você precisava dessa conversa para se libertar de toda aquela mágoa e seguir em frente, seja lá com quem você desejar ficar. – ele deu um sorriso fraco.

-Você ainda tem dúvidas de com quem eu irei ficar?

-Para  ser sincero, sim. Eu sei que nunca fui uma opção para você, e o quanto você é apaixonada por ele… e agora que ele veio lhe pedir perdão, você…

-Baek, você está ouvindo o que você está dizendo? Acha mesmo que depois de tudo eu te abandonaria para voltar com ele?

- Eu tenho tanto medo dessa resposta. – seus olhos se encheram de lágrimas. Não disse nada, apenas juntei nossos lábios, permaneci assim por alguns segundos e senti uma lágrima escorrer por minha bochecha.

- (s/n), eu te amo, e amo estar contigo, mas eu não quero que você se prenda a mim por medo de me magoar.

-Baek, para de dizer besteira. Eu não te deixaria para voltar para ele, o que nós tínhamos se quebrou, e um simples pedido de perdão não pode apagar todo mal que ele me causou. Por favor, não faça como ele, não duvide do que eu sinto por você e do que temos.

-Me perdoa, eu  não quis te ofender, eu só tenho medo de não ser o bastante para você.

- Eu sei, mas não faça mais isso. Você é tudo que eu preciso, não se diminua nem por ele nem por ninguém. – ele me beijou.

-Me desculpa. – ele me deu um selinho.

-Tudo bem. – fiz carinho em seu rosto.

-Mas eu quero saber, você o perdoou? – funguei e passei a mão pelo nariz,  negando com a cabeça.

-Por mais que ele tenha me pedido perdão antes de ouvir toda verdade, eu não consegui fazer isso.

- Eu também não consegui perdoa-lo.

-Como assim?

- Antes de pedir permissão para subir e falar contigo ele pediu perdão por tudo que me fez e disse sobre mim. Que mesmo me odiando por ter conseguido te tirar dele, ele devia se desculpar porque de algum modo que ele não conseguia entender, a culpa dele ter te perdido era dele também, e continuar com essa raiva não mudaria as coisas, apenas piora tudo.

-Nossa, achei que isso nunca aconteceria.

-É, eu também me surpreendi. – ele ficou pensativo.

-O que foi?

-Ele me disse outra coisa que me deixou preocupado.

-Que seria?

-Ele disse ter visto o Jongin perto da sua casa. – arregalei os olhos, então eu não estava louca, era mesmo ele no carro aquele dia – O que foi?

-Eu  achei que estava louca quando o vi no carro.

-Quando foi isso?

-Lembra quando voltamos e eu disse ter visto alguém me vigiando.

-Então é ele quem te persegue?

- Não Sei. Acho que não, eu o reconheceria se fosse ele na praça. Eu achei ter o visto na saída do mercado, mas ele foi embora, não é possível.

-De qualquer forma, é melhor termos cuidado com ele, não quero você sozinha, e eu estou falando muito sério.

- Eu sei Baek. – suspirei – Quando os problemas vão sumir da minha vida?

- Não fica assim, eu vou te proteger de tudo. – ele beijou minha cabeça, e eu o abracei.

 (S/n)’s Pov Off 

 Luhan's Pov On 

Cheguei em casa depois de deixar a Lara na dela e não poderia estar mais feliz. Nosso primeiro encontro foi melhor do que eu imaginei. Ela é uma mulher ainda mais interessante do que eu imaginava, e para melhorar a noite ela ainda me deu um beijo. E que beijo maravilhoso, o mais doce que já experimentei. – pensei com um sorriso bobo no rosto – Beijo esse que foi dado na hora certa, já que eu estava prestes a, possivelmente, estragar nossa noite perfeita a perguntando sobre o tal B. Mas ela foi mais rápida e me roubou um beijo, antecipando mais uma das minhas tentativas de descobrir a identidade do stalker da minha irmãzinha.

-Ai Lara, como você me deixa louco.

 Estacionei o carro do lado de fora da garagem, já que meu irmãozinho fez o favor de bloquear a entrada dela com seu carro.

 Não acredito que ele dirigiu bêbado.

Entrei em casa já me preparando para o sermão que lhe daria por se arriscar tanto, mas não o encontrei na sala. Ao subir as escadas pude ouvir algo bater na parede e se quebrar, seguido de gritos. Fiquei preocupado e corri para ver o que estava acontecendo. Abri a porta de seu quarto apressado e quase fui atingido pelo despertador que bateu na parede a poucos centímetros de mim, recusei um pouco fechando a porta.

-O que está acontecendo aqui? – perguntei enquanto voltava a abrir a porta, o alertando da minha presença ali, para que ele não me atingisse com nada. Ele não me respondeu nada. Quando terminei de abrir a porta o vi sentado no chão, em meio a bagunça que estava seu quarto. Ele estava chorando, e em uma de suas mãos, havia uma garrafa de uísque e na outra uma fotografia. Fiquei ainda mais preocupado ao ver seu estado – Irmão, o que aconteceu? O que te fez ficar assim?

-O que aconteceu? – perguntou finalmente me olhando – Aconteceu, que eu sou o maior filho da p*ta de todos.

- Porque está dizendo isso? – caminhei com cuidado até  ele, já que tinha alguns cacos de vidro espalhados pelo chão, de uma outra garrafa. E pela falta de líquido no chão, creio que ele tenha a bebido toda antes de jogá-la contra algo.

- Porque eu sou um tremendo idiota. – ele olhou mais uma vez a foto em sua mão – Eu a perdi Luhan, a perdi para sempre. – falou chorando.

-Quem? Do que você está falando?

-E a culpa foi toda minha, só minha. – ele voltou a chorar.

-O que foi culpa sua? Do que você está falando? – ele não me respondeu, apenas continuou com seu choro, me aproximei mais e me sentei a seu lado e finalmente consegui ver a foto que ele segurava. Era a (s/n) sentada no sofá da casa de nossos pais. Ela estava abraçada ao coelhinho de pelúcia que ele tinha desde bebê, ela e sorria olhando na direção da câmera.

- Eu fui falar com ela. – ele falou me pegando de surpresa.

-Você foi mesmo? – o olhei sem acreditar – Não achei que você teria coragem.

-Mas eu tive.

-E como foi?

-Horrível. Eu… Eu não achei que seria assim.

-O que pensou que aconteceria?

- Eu não sei, eu sabia que ela não me perdoaria tão fácil, mesmo quando acreditava que ela era culpada.

- Espera um momento. Você foi falar com ela ainda acreditando que foi traído?

-É claro, se eu soubesse o que realmente aconteceu eu não teria feito o que fiz a ela.

-Irmão eu não consigo te entender.  – apertei minhas têmporas – O que você achou que escutaria dela exatamente? – o olhei e ele moveu seus ombros e fez um bico.

- Não Sei. Que ela fez aquilo porque não aguentava mais ficar sem a amizade dele, então ele disse que se ela o quisesse por perto teria que ficar com ele. – neguei com a cabeça.

-E você a perdoaria mesmo caso essa fosse a verdade.

-Sim, porque a pior coisa que fiz, foi expulsá-la da minha vida. E agora que sei toda a verdade eu sei que ela nunca irá me perdoar.

-Você não pode afirmar isso.

-Não me dê falsas esperanças Luhan.

-Não estou fazendo isso, mas se você conseguiu jogar seu orgulho de lado e foi atrás dela, o que a impede de fazer o mesmo por você? – ele me olhou.

-Acha mesmo que um dia ela pode me perdoar?

- Não tenho dúvidas disso. Mas…

-Mas?

-Você sabe que te perdoar não significa que ela vai voltar para você, não sabe? – ele fez um lábio triste e olhou para baixo.

- Não a culpo por isso. Ela tinha razão ele é melhor que eu.

- Porque você está dizendo isso?

- Você ainda me pergunta? O Baekhyun estava com raiva dela por descobrir do nosso namoro e ainda sim fez o que fez para ajudar ela a preservar a nossa mentira. Já eu na primeira oportunidade a humilhei. Eu não a mereço. Ela fez bem em me trocar por ele.

- Acho melhor você parar de beber. – tirei a garrafa de sua mão – Você já está começando a dizer besteiras.

-Besteiras? Luhan, não precisa me defender só porque somos irmãos.

- Eu admito que em certo ponto você esteja certo. O  Baekhyun é sim bom para ela, mas nós sabemos de fato quem é o amor da vida dela.

-Grande merda de amor. Ela não merece um cara como eu.

-Não merece mesmo. Porém uma vez você deixou de ser esse Suho babaca, e estava se tornando um cara melhor, porque não continuar querendo melhorar?

- Eu não tenho mais jeito.

-É claro que tem. Você já deu o primeiro passo não deu? – ele me olhou confuso – Foi até ela decidido a perdoar uma traição, mesmo que isso tenha sido muito doloroso para você.

-Mas ela não me traiu.

- Eu sei, é como você mesmo disse, você não sabia disso então sim, isso conta. Suho, não adianta negar, o amor de vocês é mais forte que isso.

- Eu não sei mais.

-Deixa as coisas acontecerem a seu tempo.

-E se nunca se resolverem?

-Se você continuar largado desse jeito, com certeza não vão se resolver.

-O que quer que eu faça? Ela não me quer perto dela. – suspirei, pelo visto terei muito trabalho pela frente para ajudar meu irmãozinho idiota. Mas ao menos ele já deu o primeiro passo.