VERONICA'S P.O.V.
Abri os olhos com dificuldade e encarei um teto branco. Meu quarto? Não. Hospital? Talvez. Olhei em volta, primeiro para o lado esquerdo: nada. E depois para o lado direito: dei de cara com um Wesley adormecido sentado na poltrona do lado da cama. Os dedos dele entrelaçando os meus. Eu me sentei na cama, desenroscando lentamente nossos dedos. Ele acorda.
- Veeh? Quanto tempo faz que acordou? - ele pergunta, com voz de sono
- Acabei de acordar. Faz quanto tempo que estou aqui?
- Um dia. Você simplesmente apagou quando Belamy...
- Ele tá morto? - pergunto
- ... Sinto muito. - Wesley responde, triste. Eu fecho os olhos por uns segundos e os abro novamente
- Faz quanto tempo que você está aqui?
- Desde ontem.
- Dormiu aqui?
- Acho que sim.
- Ai, Wesley, você sabe que não precisava... - comecei e ele me interrompeu
- Sim, eu precisava.
- Você vai ficar com dor nas costas nessa poltrona.
- Quem liga? Você é mais importante que minhas costas. - ele disse e eu sorri
- Obrigada. - dessa vez, ele sorriu. - A Juliana tá bem?
- Não exatamente, ela tá bem triste. Todos nós estamos.
- Ainda não consigo acreditar...
- Nem eu. Ele sim é o assassino. Temos que parar ele de algum jeito.
- Denunciar?
- Se denunciarmos, ele vai dizer que matamos a irmã dele. Não vai dar certo. Precisamos fazer isso nós mesmos.
- Tá, mas... Como?
- Essa é a questão.
- Sabe onde ele mora? - perguntei
- Não. Mas você tem o numero dele, certo?
- Ok. Mas, e ai? O que faremos com ele depois?
- O que você acha que ele merece? - ele perguntou, levantando uma sobrancelha
- A morte? - falei, insegura. - Você não está pensando em fazer isso, certo?
- Se for necessário... - ele disse, e tive que concordar.
- Mas não será tão fácil.
- Concordo...
JULIANA'S P.O.V.
Eu estava sentada em um banco, no quintal observando a Lua, pensando. ''Não posso ter perdido Bellamy desse jeito. Não tive nem sequer a chance de esclarecer as coisas.'' Com esses pensamentos, lágrimas escorriam pelo meu rosto. Eu estava ouvindo música com meu fone de ouvido. Bruno Mars começou a tocar
I know you're somewhere out there
Somewhere far away
I want you back, I want you back
My neighbors think I'm crazy
But they don't understand
You're all I had, you're all I had
(Eu sei que você está em algum lugar lá fora
Em algum lugar longe
Eu quero você de volta, eu quero você de volta
Meus vizinhos pensam que eu sou louco
Mas eles não entendem
Você é tudo que eu tenho, você é tudo que eu tenho)
At night when the stars light up my room
I sit by myself, talking to the moon
Trying to get to you
And hopes you're on the other side
Talking to me too
Oh, am I a fool who sits alone
Talking to the moon
(À noite, quando as estrelas Iluminam o meu quarto
Me sento sozinho, conversando com a lua
Tento chegar até você
Na esperança de que você esteja no outro lado
Conversando comigo também
Ou eu sou um tolo que fica sentado sozinho
Conversando com a lua)
Lágrimas escorriam pelo meu rosto. ''Chega'' pensei. Desliguei a música e subi as escadas pro meu quarto. Sentei na cama e olhei pela janela. A Lua estava brilhando bem mais que nas outras noites, e tinha uma estrela bem brilhante do lado dela, uma que eu nunca tinha visto antes. E é difícil isso acontecer, porque eu sou um gênio em astronomia. Fiquei encarando a estrela e a Lua, pensando.
Talking to the moon...
VERONICA'S P.O.V.
Eu estava no carro com Wes, ele estava estacionando na frente da casa dele. Olhei para o outro lado da rua, para a casa de Bellamy. Eu saí do carro
- Você quer ficar aqui essa noite? - ele me perguntou
- Eu tenho que ir falar com a minha mãe, e, preciso de um tempo sozinha, sabe?
- Entendo. Sendo assim, até amanhã.
- Até. - sussurrei, e ele colocou a mão na minha cintura e me deu um beijo longo. Sorri fraco pra ele, que sorriu de volta, e fui até o outro lado da rua.
WESLEY'S P.O.V.
Entrei em casa e dei de cara com Keaton se pegando com Annah no sofá. Quando perceberam pararam imediatamente.
- Ah, oi Wes. - disse Annah, se ajeitando.
- Boa noite pra vocês também. - eu disse, levantando as sobrancelhas. Drew desceu as escadas, provavelmente ele estava no meu quarto fazendo alguma coisa
- E ai cara - ele me cumprimentou
- Dude, eu preciso falar com você.
- Demorou então. - ele disse, subindo as escadas e eu fui atrás dele. - O que foi? - perguntou, já entrando no quarto
- Já te contaram sobre Bellamy?
- Não, o que esse idiota fez agora?
- Ele morreu cara.
- Como assim?
- Kyle matou ele, como forma de vingança.
- Você não tá falando sério. - ele disse, incrédulo
- Imagino que agora você tá pensando na Juliana, certo? - eu disse e ele abaixou a cabeça. - Cara, você tem que dar uma força pra ela, mesmo não gostando do cara, você sabe que Juliana ao menos gostava. - eu disse e ele levantou a cabeça. - Sem contar que se a Juliana ficar mal, vai ser pior pra Veeh... - eu disse baixo, não sei se ele ouviu. Obvio que eu também estou preocupado com a Juliana, mas sei lá.
- Vou falar com ela. - ele disse, saindo do quarto.
Deitei na cama, puxando meu celular. ''Veeh, vai ligar para Kyle?'' mandei uma mensagem pra Veronica. Logo em seguida, ela respondeu. ''Vou ligar agora''. ''Não quer que eu ligue? Ou pelo menos que eu esteja ai com você?'' perguntei. Ela disse que não precisava. Sendo assim...
VERONICA'S P.O.V.
''Chamando...''
''Chamando...''
''Chamando...''
Já era a terceira vez que eu estava ligando pra Kyle e nada. Finalmente, ele atendeu.
LIGAÇÃO ON
- Alô?
- Kyle. - eu disse seca.
- Ah, Veronica. - quase pude ver seu sorriso cínico. Novamente.
- Quero avisar que se você pensa que vai ficar por isso mesmo, está enganado.
- Ah, e eu tenho muito medo de você mesmo. - ele disse, irônico. Como um dia tive coragem de namorar esse cara? Me dá nojo só de pensar.
- Você devia. - eu respondi e pude ouvir a risada dele.
- Vamos fazer assim... - ele começou - Sábado, nos encontraremos em algum lugar, leve o tanto de gente que conseguir, e eu levo o quanto eu conseguir. Vamos nos enfrentar. Tá valendo tudo, armas, facas, o que quiserem. Justo? - engoli em seco. Respirei fundo. Não sei se posso tomar essa decisão sozinha. Ah, quer saber? Foda-se. O que tenho a perder? A vida talvez... Mas não importa. Meu corpo e minha mente pedem vingança.
- Justo. - respondi com a voz firme.
- Combinado então. Te mando o endereço por mensagem. Ah, e, boa sorte. - ele disse e eu desliguei.
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