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História My ruin - Rescue


Escrita por: Ali_

Notas do Autor


Oi meus amores!
Desculpem a demora e boa leitura!❤️

Capítulo 36 - Rescue


Veronica p.o.v:

Essas são as piores horas. Quando você não pode fazer nada, a não ser esperar. Não tem como tentar rastrear uma ligação, nem uma mensagem de texto, por que não teve nada.

Não existe absolutamente nada para distrair a cabeça, nada para focar. Não sei por quanto mais tempo vou conseguir ficar acordada, nem por quanto tempo vou dormir depois que eu finalmente me deixar levar pelo cansaço.

Eu nunca pensei que veria Justin dessa maneira em toda minha vida. Ele parece ter perdido todo o seu controle, tudo o que faz ele ser nosso líder.

Ele não esta frio e calculoso, como de costume. Ele não está pensando antes de agir.

Ele está nervoso, elétrico, furioso e preocupado. Tudo ao mesmo tempo e ao extremo.

O chão da sala continua coberto de cacos de vidro, por que ninguém teve coragem de tentar limpar a destruição que ele causou. Os nós de seus dedos estão roxos e sangrando, devido aos socos que ele deu na parede e aos vidros que quebrou.

E Chris está em uma situação no mínimo complicada. Entre defender sua irmã e entrar em uma guerra com Justin.

Eu não me importo mais com nada, ou tenho capacidade para pensar em algo agora. 

-Você não deveria se deitar? -Ryan sugeriu, me olhando com preocupação. Neguei com a cabeça. -Então acho que você poderia nos falar o que aconteceu quando você estava lá.

O tom calmo e suave que ele está usando comigo com certeza não é algo com o qual estou acostumada.

-O lugar era estranho... posso dizer que era bem afastado da cidade. -Falei, franzindo a minha testa, tentando fazer as lembranças ficarem mais claras.

-Você lembra de alguma coisa? -Justin perguntou. -Quero dizer, do caminho, sei lá.

Ele passou as mãos pelos cabelos, os puxando para trás com força.

-Quando eles me levavam de um lugar para o outro, eu estava sempre dopada. -Falei. -Bem, na verdade uma vez eles me doparam, na outra eles acertaram minha cabeça. 

Levei minha mão atrás da minha nuca, onde o corte profundo agora estava coberto por um curativo.

-Tinha um homem, deve ter uns 30 anos, parece ser o capacho. Ele é forte e alto, acho que deve comandar o trabalho sujo. -Falei.

-Tinha mais alguém? -Justin perguntou.

-Tinha no mínimo mais três homens ajudando, e alguém que não entrava na sala onde eu estava. -Falei. -Parecia um homem mais velho, talvez o que comandava. Eu sei o que eles querem, Justin.

Ele ficou em silêncio, me encarando, como se esperasse uma resposta.

-São os Dreux. Eles querem toda Los Angeles no seu comando.

Justin se enfureceu instantaneamente de novo, dando outro soco na parede. Ryan se levantou e andou de um lado para o outro, enquanto Chris olhava para um ponto fixo no chão.

Justin faria isso? Acabaria com a gangue ou a colocaria em risco pela Olivia?

Nós podemos tentar de outra maneira. Podemos tentar rastrear o lugar onde ela está e invadir. Mas nós sabemos que isso não é uma certeza de que Olivia e nós sairemos vivos dessa. Até onde Justin está disposto a arriscar?

O celular de Justin, que estava em cima da mesa de centro, começou a vibrar.

Todos nos viramos ao mesmo tempo e ele pegou o aparelho na mão, desbloqueando a tela.

Assim que viu a mensagem, ele ficou completamente pálido, como se fosse cair desmaiado a qualquer momento.

-Merda. -Falou.

 

Olivia p.o.v:

Tentei soltar mais um murmúrio de dor, mas eu sequer tinha mais forças para emitir qualquer som.

O homem pareceu ter terminado de gravar o vídeo, por que se afastou de mim. Meus olhos estava fechados e eu não ousaria abri-los, mas aposto que ele estava sorrindo.

Me encolhi mais no chão frio, sentindo uma dor frenética se acumular em minha barriga, onde eu tinha sido chutava inúmeras vezes. Minha boca estava com gosto de sangue.

-Amanhã tem mais, princesa. Aposto que o Bieber deve estar adorando. -O homem disse, soltando uma última risada antes de sair da sala, fechando a porta atrás de si.

Não faço ideia de que horas sejam, mas aposto que já é madrugada.

Fiquei mais alguns segundos encolhida, enquanto tentava processar a dor enorme que eu estava sentindo, antes de tomar coragem para tentar me levantar. 

A dor piorou varias vezes enquanto eu me apoiava contra a parede, soltando um gemido. 

Levei meus dedos até minha boca, confirmado que ela estava cheia de sangue. 

Eu odeio ser frágil. Odeio ser indefesa. Mas não consigo deixar de pensar que vou morrer.

Não sou como Veronica. Sou uma fraca.

Eu não vou conseguir aguentar isso.

Não sei o que seria o melhor a fazer. Simplesmente aceitar que não vou conseguir sair daqui com vida, ou tentar ter alguma esperança. Pelo meu pai, pela minha irmã, pela Cassie. Pelo Justin. 

Não consigo imaginar como minha vida teria sido sem eles. Aliás, eu nem estaria aqui agora. Nem poderia estar pensando entre tentar ter esperança ou desistir. Eu teria morrido se tivesse ficado na minha cidade. Teria morrido se não tivesse alguém para me salvar quando Mark tentou me matar. 

Mas eu estou aqui. E não vou mais me entregar. Não vou mais pensar que não tenho capacidade para aguentar o que está por vir. Eu sou forte e já passei por coisas piores na minha vida.

A porta se abriu de novo, a forte claridade invadindo a sala escura mais uma vez.

-Porra. -Murmurei, enquanto meus olhos se acostumavam com a luz, focando na pessoa que estava parada na porta. Era diferente do que eu esperava.

A garota devia ter a minha idade. Seus cabelos eram ruivos e curtos, na altura do ombro. Seu rosto não era nem especialmente bonito, nem especialmente feio.

Eu diria que ela é normal, exceto pelo enorme cicatriz que percorre quase todo o lado esquerdo de seu rosto.

-Se levante. Você tem dez minutos no banheiro.  -Ela falou, e eu franzi a testa, a encarando. -O que? Você pensou que ia mijar aqui, para eu ter que limpar?

Dei de ombros e tentei me levantar, mas a dor frenética voltou, fazendo com que eu voltasse a me apoiar contra a parede. Soltei um gemido de dor novamente, antes de finalmente conseguir ficar de pé.

A garota me olhava com uma expressão impaciente, enquanto eu andava em passos longos até ela, tentando ignorar a dor.

A segui por um corredor estreito e claro, rezando a cada segundo para que o banheiro estivesse perto, por que não suporto mais a dor.

-Pensei que Bieber tinha mais bom gosto. -Ela falou, antes de abrir uma pequena porta de madeira e me puxar pelo braço, me fazendo atravessa-la.

Minha vontade era de pular em seu pescoço, mas usei todas minhas forças para me controlar. A última coisa de que eu preciso agora é de uma surra. 

Me limitei a encara-la enquanto a mesma fechava a porta, com um sorriso sínico que me fez querer mudar de ideia e dar uma surra nela. 

Assim que eu estava sozinha de novo, olhei em volta pelo banheiro. 

Com certeza essa casa é antiga. Antiga o suficiente para ser em um lugar onde ninguém passa perto.

Nunca pensei que ficaria tão feliz em ver um vaso sanitário em toda minha vida.

Depois de fazer minhas necessidades, lavei minhas mãos e passei um pouco de água gelada pelo meu rosto, lavando minha testa e meu pescoço, limpando o sangue seco.

Respirei fundo algumas vezes, antes de ver o que parecia uma visão do paraíso.

Uma janela.

Bem, não sei se isso pode ser chamado de janela. 

Era uma abertura estreita no alto, quase encostando no teto, de vidro. Mas era larga o suficiente para eu conseguir atravessar. 

Olhei em volta, sentindo meu coração disparar. Eu sei que posso acabar morrendo. Eu sei que as chances de isso dar errado são enormes. Mas pode ser minha única chance de sair desse inferno.

Subi no vaso desesperadamente, tentando puxar a janela fazendo o menor barulho possível, mas ela nem se moveu. 

Eu vou ter que quebrar o vidro, e então a vadia que está do outro lado da porta vai ouvir. E eu vou precisar correr.

-Anda logo! -A garota gritou, e eu pulei rápido para o chão, segundos antes dela abrir a porta, com um expressão furiosa.

Passei direito por ela no corredor, andando em linha reta, pelo mesmo caminho que tínhamos vindo.

 

...

Veronica p.o.v:

Eu pensava que estava preparada para o que estava por vir, mas não estava. Não aguento a culpa que estou sentindo, a culpa que a imbecil da Caitlin deveria estar sentindo.

Eu preferia estar morta do que sentir o que estou sentindo nesse momento. Como se um veneno estivesse se espalhando pelas minhas veias.

Justin apoiou seu rosto entre suas mãos a mais de dez minutos, e não parece que vai sair dessa posição por um bom tempo. Chris e Ryan digitam em um notebook e discutem sobre coisas que eu não entendo, como números de rastreamento e algoritmos.

-Nós temos que fazer o que eles querem, Justin. -Falei, colocando minha mão em suas costas.

Imediatamente, em um pulo, ele se sentou reto e me encarou. Seus olhos estavam inchados e vermelhos, e lágrimas caíam pelo seu rosto.

Minha boca se abriu, em choque. 

Eu tinha namorado Justin Bieber por dois anos. Sou amiga dele a oito, e nunca vi uma lágrima cair de seus olhos. 

-E o que nós fazemos depois de entregarmos tudo o que temos? -Chris perguntou, e eu tive que segurar Justin com força pelo pulso para que ele não

-Nós damos um jeito. -Falei. -Vocês sabem a quantidade de dinheiro que temos guardado. Podemos tentar legalizar a empresa de construções. 

-E ignorar todo o legado dos nossos pais? -Chris falou, ficando um tanto vermelho. 

Dessa vez Justin ficou de pé, sem que eu conseguisse segura-lo. As veias de seu pescoço estavam saltadas, e ele parecia prestes a pular no pescoço de qualquer um que se metesse em sua frente.

-Que legado, Chris? -Ele gritou, mas Chris permaneceu sentado. -O legado que matou nossos pais? Que nos fez tomar tiros, facadas, entrar em brigas, sermos presos, vermos quem amamos morrer?

Agora Chris tinha se levantado, e encarava Justin.

-Você está dizendo isso agora por que acredita ou por causa da Olivia? -Gritou, e Justin recuou um passo. 

Todos sabíamos exatamente por que Chris está fazendo essa pergunta.

-Não parecia que essa era sua opinião quando Catherine tinha sido sequestrada! -Ele gritou mais uma vez, e Justin passou as mãos pelo seu cabelo, os puxando para trás. 

-Vocês dois, se sentem! -Ryan falou dessa vez. -Agora!

Surpreendentemente os dois obedeceram. 

-Não é por que cometemos um erro uma vez que vamos cometer de novo. -Falou. -Está na hora de acabar com isso. Uma coisa é um de nós, outra coisa é uma vida inocente. Caitlin cometeu um erro, Chris. Um enorme erro, e nossa obrigação agora é concerta-lo, custe o que custar.

Chris ficou em silêncio, assim como Justin.

Eu e Justin não podemos dizer que sabemos o que eles sentem, por que não sabemos.

Chris perdeu sua namorada, e Ryan perdeu sua irmã. Não podemos deixar que nada assim aconteça de novo.

-É isso que vocês querem deixar para nossos filhos? -Falei, e todos levantaram as cabeças para me encarar. -Vocês querem deixar para nossos filhos a mesma maldição que nossos pais nos deixaram? 

Eles ficaram em silêncio, surpreendentemente. Não é algo que eu faço com frequência, falar sobre o futuro ou me preocupar com alguma coisa que não seja roupas, dinheiro, festas ou drogas.

-Se nós não tentarmos fazer algo de útil com todo o dinheiro que temos, algo para sairmos dessa vida, pensem no que vamos deixar para nossos filhos, se tivermos. Provavelmente vamos estar mortos daqui uns 20 anos, assasinados. Vamos deixá-los com mesma vontade de vingança que temos, com os mesmos problemas com drogas e álcool, vamos deixá-los brigando como estamos agora, tendo que decidir entre um legado ou entre alguém que amamos. Isso não é humano.

Todos ficamos em silêncio, e eu senti como se estivesse afundando dentro de mim mesma. Eu me sentia exausta, tanto fisicamente quanto emocionalmente. Não consigo pensar no que Caitlin e Lexie fizeram. Elas eram as pessoas que eu mais amava nesse mundo, e agora parece que não tenho ninguém. 

Acho que nunca tinha percebido o quanto essa vida me faz mal. O quanto faz mal a todos em nossa volta. Saber que Caitlin provavelmente nunca mais vai chamar Justin para passar no drive thru da lancheria preferida deles, que fica do outro lado da cidade.

Saber que eles provavelmente vão tentar esquecer todas as memórias de infância deles juntos por que agora só vai sobrar a raiva. Não sei para onde elas foram, mas sei que devem estar bem longe da cidade nesse momento, por que as duas sabem do que Justin é capaz quando mexem com quem ele ama.

Me lembro de uma festa quando tínhamos uns 20 anos, em Malibu, na época em que eu e Justin namorávamos. Caitlin ficou sozinha por alguns minutos e um cara tentou agarra-lá a força. Precisaram levar ele para o hospital, por que Justin surtou. 

Agora ele quer matá-la.

-Vocês estão certos. -Chris falou. -Nós vamos tornar a empresa legal. E você não vai matar Caitlin. 

Concordamos com a cabeça, e Justin ficou em silêncio. 

-Você sabe que eu queria, mas não conseguiria. Caitlin é como minha irmã. -Ele disse. -Mas não posso falar que quero ve-lâ na minha frente de novo. 

Chris concordou com a cabeça e ficou em silêncio. 

-Então agora temos que fazer contato e combinar o resgate. 



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