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História My ruin - Red dress


Escrita por: Ali_

Notas do Autor


Oi amores, como estão?
Boa leitura❤️

Capítulo 5 - Red dress


Tentei me concentrar na lista de e-mails de Jack na tela do computador, mas era completamente impossível.

Um longo suspiro escapou da minha garganta e apoiei minha cabeça em minhas mãos, tentando pensar direito.

Eu só precisava de uma oportunidade para falar com Bieber. Podia fingir que não me lembrava de nada 

Ele só precisa assinar este maldito trabalho para que eu consiga esta maldita bolsa.

Senti meu celular vibrando em cima da mesa e estiquei minha mão, vendo pai acender na tela.

-Oi, pai. -Falei, atendendo rapidamente.

-Como está, querida? Faz tempo que você não liga. -Falou, e eu senti um grande peso em meu peito.

-Me desculpe, foi uma semana muito agitada. Como está a Anastasia? -Perguntei.

-Está na escola, querida. Liguei para seu apartamento e Cassie atendeu, ela me contou que você está substituindo seu chefe. -Ele disse, soando animado.

Soltei uma risada.

-É só por mais um semana, provavelmente. A boa notícia é que eu tenho chances de conseguir uma bolsa integral na faculdade. -Falei, e ele soltou um longo suspiro.

-Você está trabalhando tanto... você sabe que de precisar de qualquer ajuda, eu farei o máximo possível. -Disse.

-Você já tem que cuidar da Anastasia, papai. Não se preocupe comigo. -Falei.

-Você ainda é a minha garotinha, Olívia. Sua mãe teria tanto orgulho de você. -Ele disse baixinho, em um tom um tanto triste.

Engoli em seco, me sentindo feliz e triste ao mesmo tempo. Claro que era bom ouvir que minha mãe teria orgulho de mim, mas eu sabia como meu pai ainda se sente culpado pelo o que aconteceu.

Ele sempre se culpou pelo acidente.

-E de você também, papai. -Falei, ouvindo alguém entrar no escritório.

Hannah estava parada na porta. Fiz um sinal com a mão para ela aguardar um momento.

-Eu preciso ir, mas ligo de noite, certo?

-Certo, querida. Bom trabalho. -Ele disse, desligando em seguida.

Respirei fundo, voltando a largar meu celular sobre a mesa, enquanto Hannah entrava lentamente no escritório.

-Vai ter uma reunião geral em um hora. Tem que ter um representante de cada área, então você... vai ter que substituir o Jack. -Ela falou rapidamente, me lançando seu típico olhar de piedade.

Engoli em seco.

-Sobre o que é a reunião? -Perguntei, entrelaçando meus dedos com força.

-Não falaram. Apenas que é com o Bieber. -Ela disse, e eu engoli em seco outra vez. -Você vai se sair bem, Olívia.

Ela me lançou um sorriso reconfortante antes de sair da sala, fechando a porta atrás de si.

Que deus te ouça, Hannah.

...

Encarei o teto do elevador lotado, desejando que nenhuma daquelas pessoas estivessem ali. Todas iam para o mesmo andar que eu.

Todos eram executivos importantes, com no mínimo o dobro da minha idade. E eu sou só a idiota da estagiária.

Ninguém poupava olhares indiscretos na minha direção.

Suspirei aliviada quando a porta se abriu, e as pessoas começaram a a descer. A secretária de sempre, Megan, estava parada em pé na frente do balcão, com uma expressão séria e uma postura impecável.

-O senhor Bieber os aguarda na sala de conferências, por favor me sigam. -Ela falou, em um tom sério.

Algumas pessoas, que já deviam estar aguardando a mais tempo, se levantaram das cadeiras.

Megan passou pela frente de todos, abrindo a porta para o corredor que eu já conheço tão bem. 

Mas desta vez, não seguimos para a sala de reuniões de Bieber. Ela abriu a porta, dando espaço para que todos passássemos.

Era uma sala grande e ampla, bem iluminada, com um tipo de palco baixo no centro. Na volta do palco estavam diversas cadeiras confortáveis.

-Sentem-se, por favor. O senhor Bieber já deve estar vindo. -Ela falou, saindo da sala.

Algumas pessoas pareciam se conhecer bem, pois cochichavam e se sentaram lado a lado.

Engoli em seco, arrumando a gola da minha camisa, tentando parecer o menos apavorada possível.

Andei rapidamente até uma cadeira perto das outras pessoas, me sentando em silêncio.

Encarei a parede branca enquanto tentava escutar os cochichos na minha volta, mas era impossível. Aquelas pessoas são, certamente, especialistas nisso.

-Bom dia. -Aquela inconfundível voz rouca falou alto, fazendo com que todos se virassem para a porta.

A maioria ficou em silêncio, enquanto alguns poucos responderam com um "bom dia".

O olhei rapidamente, me encolhendo na cadeira, torcendo para que ele não me visse. 

Ele usava um terno, como sempre, e seus cabelos estavam perfeitamente penteados para trás, em um topete.

Deus, ele realmente precisava ser tão gostoso assim?

O observei enquanto seus olhos percorriam atentamente por algumas pessoas da sala, mas ele esboçava um olhar de indiferença.

Agradeci mentalmente por ele não ter me notado.

Respirei fundo, contendo um suspiro que se formava em minha garganta, voltando a olhar para a parede.

Escutei seus passos lentos e passados enquanto ele caminhava até o centro da sala, mas não me atrevi a olhá-lo.

-Chamei vocês por que preciso fazer alguns anúncios. -Ele falou, me fazendo olhá-lo desta vez.

Estremeci na cadeira quando vi que ele olhava fixamente para mim. Desta vez seu olhar não era indiferente.

Seus olhos brilhavam, como na maioria das vezes em que nos vemos. Principalmente como na vez em que ele me cantou.

Um sorrisinho debochado, típico dele, brotou em seus lábios rosados. Engoli em seco, tentando ao máximo não arregalar meus olhos.

Rapidamente ele desviou seu olhar de mim, voltando a sua expressão séria subitamente.

Senti minhas costas relaxarem na cadeira quando ele parou de me observar. Eu estava completamente tensa e apavorada.

-Não vou tomar muito tempo de vocês, sei que devem ter muito trabalho. -Ele falou, passando seu olhar por todos na sala. -Eu estava passando apenas uma temporada na cidade, mas agora estou me mudando para cá. 

Merda, merda, merda. Isto simplesmente não pode estar acontecendo comigo.

Engoli em seco mais uma vez, notando o quanto as pessoas na minha volta tinham ficado indiferentes com a notícia.

Elas sabem da fama de rude de Bieber, mas isso não deve as afetar de maneira alguma.

Ele realmente deve ser muito firme, para conseguir impor respeito por pessoas muito mais velhas.

-Agora, eu responderei por absolutamente tudo. -Ele murmurou, voltando a me olhar. 

Apenas o encarei de volta, tentando me obrigar a manter uma expressão séria e indiferente, mas tenho certeza de que não funcionou.

Eu só conseguia ter flashbacks do nosso pequeno encontro na balada, e pela sua expressão um tanto debochados e sarcástica, ele estava pensando no mesmo.

-Alguém tem alguma pergunta ou colocação? -Ele perguntou, mas todos ficaram em absoluto silêncio. -Então estão dispensados.

Todos se levantaram e começaram a sair rapidamente da sala, mas eu permaneci sentada por alguns minutos, vendo o auditório esvaziar.

Respirei fundo algumas vezes, tomando coragem para fazer o que eu precisava.

-Senhor Bieber, tem um minuto? -Perguntei, quando as últimas pessoas estavam atravessando a porta de saída.

Ele levantou seu olhar de alguns papéis que estavam na sua frente, na bancada do palco.

Dei alguns passos, me aproximando bastante dele, mas apenas o suficiente.

Ele me analisou com cautela enquanto eu apertava minhas mãos com força, tentando não me deixar levar por aqueles olhos caramelados.

-Claro, senhora. -Ele respondeu, em tom debochado. -Aliás, se divertiu sexta?

Engoli em seco, arregalando meus olhos. Ele soltou uma risadinha baixa, e eu tinha certeza de que estava vermelha como um pimentão.

-É sobre meu trabalho da faculdade. -Falei, tentando corta-lo. -Se você pudesse lê-lo...

-Eu sou ocupado, Olívia Parker. Não tenho tempo para ler trabalhos de faculdade da estagiária. -Ele disse rapidamente, me fazendo encara-lo, de boca aberta.

Eu preciso desta bolsa, e muito, mas se ele espera que eu vá me jogar em seus pés, está muito enganado.

-Tenha um bom dia. -Falei, me virando para sair da sala, bufando.

-Porém. -Ele falou alto, me fazendo parar no lugar. -Preciso de um favor.

Fechei meus olhos com força, me virando lentamente para voltar a encara-lo.

-Que favor? -Perguntei, estremecendo.

-Quero que você seja minha acompanhante no baile da empresa. -Ele falou em um tom rouco, me fazendo congelar mais ainda no lugar.

Minhas pernas amoleceram enquanto ele me encarava, analisando minha expressão com cautela, parecendo esperar uma resposta.

-Eu... com você... no baile? -Perguntei, me sentindo atordoada.

-Você é surda, por um acaso? -Ele perguntou, com uma expressão debochada.

Encarei aquele rosto esculpido perfeitamente, e tive a certeza de que minha boca estava um tanto entreaberta.

Por que diabos ele quer ir no baile comigo? Para me infernizar ainda mais?

-Você pode me responder amanhã. -Ele falou. -Mas essa é a sua única chance de que eu leia seu trabalho.

Engoli em seco, me sentindo incapaz de falar qualquer coisa. Me virei novamente, em silêncio, voltando a andar até a saída da sala.

Eu queria ter coragem para gritar com ele e xinga-lo, dizer como ele é um babaca por fazer uma proposta destas. 

Mas, merda, eu não posso arriscar meu emprego, e muito menos minha bolsa de estudos. 

Algo me diz que está não é a coisa certa a se fazer, não mesmo. Seria conseguir as coisas pela maneira mais fácil.

Mas que outra escolha eu tenho?

E, afinal, não pode ser tão ruim ir em um baile com o dono de uma empresa, certo?

Errado.

Só de imaginar os cochichos das pessoas dizendo que estou dormindo com ele para me aproveitar já me dá arrepios.

Sempre odiei chamar a atenção, e isto certamente chamaria bastante.

E seria no mínimo difícil passar uma noite toda na companhia deste arrogante, e... irresistível.

...

-Sinto falta de você, Liv. -Minha irmã disse, em um tom de voz baixo. 

Conversamos pela última meia hora, e não parecia bem perto de ser suficiente. A cada segundo eu me sentia mais culpada, por ser um tanto ausente.

Antes de eu ir embora éramos muito próximas.

-Eu também sinto sua falta, Sia. -Murmurei, e ela riu.

-Você sabe que eu não gosto deste apelido.

-É por isso que eu te chamo dele, Sia. -Falei, e ela riu mais uma vez.

-Preciso ir, tenho muitos temas para fazer. Amanhã você liga de novo? -Ela pediu.

-Vou tentar, mas não posso prometer. Você sabe como as coisas estão. -Falei, e ela ficou em silêncio por alguns segundos.

-Você vem para o meu aniversário, certo? Papai disse que quer fazer uma festa de desesseis anos. -Ela disse, em um tom nada feliz, me fazendo rir.

-Vou tentar, eu juro. -Murmurei.

Eu não podia dizer que iria, por que o aniversário dela era em duas semanas, exatamente na minha semana de provas.

-Tente, por favor. Tchau. -Ela disse.

-Boa noite, Sia. -Falei, desligando o celular logo em seguida.

Escutei o barulho de Cassie abrindo a porta do apartamento e peguei mais uma vez o pote de sorvete em cima da mesa de centro, levando uma colherada até minha boca.

-Boa noite, senhorita. -Ela disse, largando sua olha em cima do balcão. -A aula foi um porre hoje. Podemos pedir comida chinesa?

Soltei uma risada forcada e ela se sentou do meu lado, se jogando no sofá.

-Ih, essa risadinha não me engana. O que aconteceu? -Ela perguntou.

Cassie provavelmente passaria os próximos cinquenta anos debochando da minha cara, mas eu precisava falar para ela.

Mais do que tudo, eu realmente preciso de uma opinião.

-Lembra do meu trabalho, que Bieber precisa assinar? -Perguntei.

Ela revirou o olhos, pegando a colher da minha mão e levando uma colherada de sorvete até a boca.

-Como eu vou me esquecer se você falou disso o final de semana todo? -Ela perguntou, e desta vez eu revirei meus olhos.

-Então, ele disse que só vai ler meu trabalho se eu for no baile da empresa com ele.

Cassie arregalou seus enormes olhos e engasgou com o sorvete, tossindo violentamente.

Dei alguns tapas nas suas costas enquanto ela ria.

-Você só pode ser a porra de um et. -Ela gritou, me dando um tapa no braço, enquanto eu ainda dava tapas em suas costas. -O milionário dono de uma empresa, gostoso pra caralho, te chama para ir em um baile, dizendo ainda que pode assinar seu trabalho que vai te garantir uma bolsa e você reclama?

Dei um tapa mais forte proposital em suas costas e ela tossiu alto, me empurrando para longe, me fazendo rir.

-Eu não quero me vender! -Gritei, e ela riu mais ainda.

-Ele não quer transar com você, eu acho. Aliás, se ele quiser, não seria uma má ideia.

Joguei uma almofada na cara dela, enquanto a mesma ria freneticamente. Deus, como eu queria pensar como a Cassie.

Saindo da boca dela, as coisas sempre parecem simples e descomplicadas.

-Me prometa que você vai aceitar. -Ela pediu, arrumando os cabelos que estavam espalhados por seu rosto.

Bufei alto, encarando o teto.

-Parece que eu estou me vendendo. -Falei, fazendo ela rir.

-Você não está se prostituindo, Olívia.

Soltei uma risada, pegando o controle da TV na mesinha de centro e passando os canais, procurando algum filme.

-Prometo que vou pensar.

...

Escutei o barulho alto do interfones ecoando pelo apartamento e dei um leve empurrão no ombro de Cassie, que resmungou.

-Eu estou de pijama, vai você. -Ela murmurou, voltando a se aconchegar entre as cobertas no sofá.

-Da próxima vez eu vou escolher a comida. -Falei, me levantando do sofá  andando rapidamente até o interfone. -Sim?

-Chegou uma coisa para a senhora. -O velho porteiro falou, em seu tom preferia estar dormindo de sempre.

-Já estou descendo. -Falei, voltando a colocar o interfone na parede.

Peguei o dinheiro no balcão da cozinha, destrancando a porta do apartamento e abrindo a porta das escadas, descendo os quatro andares até a portaria.

Procurei pelo motoboy, mas não parecia ter ninguém na frente do prédio. Franzi minha testa, andando até a cabine do porteiro e batendo algumas vezes no vidro.

-Aqui. -O porteiro falou, abrindo a porta e me alcançando uma grande e bonita caixa branca, com uma enorme fita de cetim vermelha.

-Pensei que fosse a comida, não estou esperando nenhuma encomenda. Deve ser um engano. -Falei, entregando a caixa de volta para ele.

-Olha, se a senhorita conhecer outra Olívia Parker que mora no 401... -Ele resmungou, voltando a me entregar a caixa. 

Analisei o pequeno bilhete junto a fita, com meu nome e endereço, escrito em uma caligrafia caprichada e estranhamente... familiar?

-Obrigado. -Murmurei, indo até a porta, subindo as escadas rapidamente.

Quando cheguei em meu andar estava ofegante. Abri a porta do apartamento rapidamente, andando até o sofá e me sentando nele com a caixa em meu colo.

A encarei por alguns segundos e Cassie se sentou, coçando os olhos, me encarando com a testa franzida.

-Não sabia que comida chinesa vinha em embalagens tão chiques agora. Bem, isso explica o preço. -Ela resmungou, me fazendo revirar os olhos.

-Alguém deixou isto para mim. -Falei baixo, passando meus dedos com calma pelo laço.

Cassie arregalou os olhos, puxando o laço com força e o desfazendo. Puxei a tampa da caixa e senti meu queixo cair quando vi seu conteúdo.

Puxei a peça de roupa vermelha de dentro da mesma,  revelando ser um longo e luxuoso vestido. Cassie parecia tão atordoada quanto eu.

Seu comprimento certamente arrastava no chão, e ele era totalmente de um vermelho cor de sangue. A parte de baixo era um tanto solta, e a de cima extremamente justa, com um profundo decote em v, coberto de pedras cintilantes douradas.

Olhei para a caixa e vi scarpins nude.

-Aqui tem um... bilhete. -Cassie gaguejou, pegando um pequeno envelope branco de dentro da caixa.

Imagino como você ficará magnífica de vermelho. 

    Justin.

Soltei um suspiro, revirando meus olhos.

O infeliz ainda tem um bom gosto desgraçado.


Notas Finais


Espero que tenham gostado, não se esqueçam de comentar!
Beijos❤️


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