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História My salty passion - O amor tem gosto de bacon (Gijinka) - Crise


Escrita por: SouTapioca

Notas do Autor


Oi queridos, espero que esteja tudo bem com vocês <3
Não esqueçam de favoritar e comentar, incentiva muito essa pessoa que vos escreve!
Boa leitura.

Capítulo 43 - Crise



_Doritos_


Quando fiquei sozinho em meu apartamento, finalmente pude deixar as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. A voz do Ruffles havia me ajudado a bloquear o que sentia por um tempo, mas finalmente estava sozinho. Sozinho, uma única palavra que se repetia na minha mente enquanto eu percebia que havia novamente tomado minhas decisões a partir do medo. Tentava reprimir aquela sensação de não sobrar mais nada em que se apoiar. Como se tudo estivesse girando em torno de mim, minha visão falhando por alguns segundos. Não. Isso não podia estar acontecendo, não de novo. Senti meu corpo tremer de medo e angústia por não conseguir controlar aquele enjoo que eu sabia que era nervosismo no meu íntimo, mas sentia como se meu corpo não fosse suportar.

Corri para o banheiro e coloquei todo o almoço para fora, sem saber o que fazer, não conseguia caminhar nem pensar direito, sentia minha mão e meus pés formigarem enquanto tentava colocar algum ar em meus pulmões, caindo de joelhos no chão.

- Ah!!! – gritei, deixando que esse sentimento tomasse conta de mim, eu sabia que estava indo por um caminho perigoso à medida em que todos os tipos de pensamento ruins inundavam minha mente. O que eu estava fazendo comigo mesmo durante todo esse tempo e por que eu continuava afastando tudo que era bom e sincero de perto de mim? Por que eu não tinha mais jeito? Por que eu era tão digno de pena, mas não tão importante sequer para recebe-la? O único culpado de tudo sou eu e por isso mesmo mereço continuar sofrendo. Nada além disso. 

Como um soco, o silêncio do apartamento cortado por um choro alto bateu em meu ouvido, e me assustei com meus próprios gritos. Com medo de não conseguir me acalmar, fiz um esforço e me deixei levar para dentro do box, eu não queria continuar jogado no chão pois desse jeito só conseguiria me sentir cada vez menos humano e ainda mais um lixo, descartável, inútil. Ligando o chuveiro e deixando a água gelada cair pelo meu corpo, aos poucos deixei meu corpo cair novamente pois assim a água poderia limpar cada parte errada em mim, até que esses sons que pareciam sair de outra pessoa se calassem no meu ouvido.



Acordei na minha cama, coberto por vários lençóis. Lembranças de choro e uma sensação de frio voltavam à minha mente como se eu tivesse tido um pesadelo. Um pesadelo distante, mas tão real... Ainda ajustando minha visão ao quarto meia-luz.

- Você acordou, que bom – Sol sentou ao meu lado na cama, ajeitando o lençol para cobrir meu braço – não faz bem dormir no banho, sabia? Quando se está casado, é melhor deixar isso para depois...

- Eu....

- Está tudo bem agora, querido – a senhora passou suas mãos redondas pelo meu rosto, eu fechei os olhos mentalmente agradecendo ela por estar aqui. Ela levantou para pegar um copo com chá de camomila para mim, depois de beber tudo, ela comentou:

- Pelo menos dessa vez não foi tão ruim... – suspirou.

- Desculpa – pedi – não queria te preocupar.

- Gostaria de me preocupar menos, mas eu nunca deixaria de me preocupar com você totalmente... – ela sorriu – você está com frio? Você passou muito tempo na água gelada.

- Eu... apaguei...

- Talvez tenha sido melhor assim, do que você ter ficado acordado e ter acontecido algo pior... mesmo assim, você talvez tenha uma gripe forte – senti vergonha por saber que era verdade, e com um soluço percebi que começava a chorar de novo.

- Não, não chore – ela pediu, tentando enxugar minhas lágrimas – o que importa é que eu apareci na hora certa, você está aqui e logo vai estar melhor.

- Eu acho... que não aguento mais... – tentei puxar as lágrimas com um soluço. A senhora enrugou ainda mais suas marcas de expressão, com ares de cansada.

- Você estava tão bem na última vez que eu vim... o que aconteceu? Tem a ver com...o... seu namorado?

O meu... namorado...

"Você ficaria muito surpresa se eu dissesse que essa roupa é do meu quase namorado? " Lembrava de ter perguntado para Dona Pinho, naquele dia em que tinha dormido na casa do Ba, eu estava tão feliz pensando que talvez em breve a gente realmente pudesse ter um relacionamento, o que havia acontecido?

O sorriso do Baconzitos preencheu as minhas memórias, cada vez que ele havia sorrido para mim... Como ele me olhava, e o seu rosto tímido mesmo depois de termos nos beijado na biblioteca, essas lembranças invadiram minha mente e pareciam tão alegres que eu não conseguia suportar... a ideia de ter perdido isso...

Eu queria tocar ele mais uma vez, eu queria poder ver Baconzitos e fazer ele sorrir sempre, como a pessoa normal e não-problemática que o garoto merecia.

- É sempre minha culpa, eu acho que não consigo aceitar... algo sincero.

- Querido, há quanto tempo eu te conheço? – Sol perguntou, ela me conhecia desde criança, e embora se mantivesse um pouco distante, eu sabia que ela gostava de mim e se importava comigo.

- Há... muito tempo...

- Você sabe que eu me importo com você, você não acha que estou sendo sincera?

- Eu sei que sim.

- Então por que é tão difícil aceitar que pessoas novas podem entrar na sua vida, podem gostar e até amar você? – essa pergunta doía por que eu sabia a resposta.

- Talvez... depois dos meus pais... Eu não quisesse acreditar que poderia... superar isso.

- Oh, querido – ela me abraçou, comovida.

- Eu me sinto fraco... me sinto muito fraco.

- Você passou por tanta coisa, mas olha como você é lindo, inteligente e tão forte... Não tente esconder seus sentimentos afastando as pessoas que se importam de verdade com você...

- Eu não quero ficar sozinho – desabafei, enxugando o resto de água do meu rosto.

- Você nunca vai ficar – ela apertou minha mão por cima do lençol, convicta – mas eu não posso fingir que hoje não aconteceu, você sabe que eu fico numa situação difícil... talvez fosse um bom momento para você...

- Não... não diga.

- Procurar um psicólogo...

- Eu não posso!

- Isso não é ruim, como você pode resolver suas relações com outras pessoas quando ainda não se resolveu consigo mesmo? Você sempre pode conversar com seus amigos, mas eles não vão saber o que fazer com suas palavras...

- Eu... – fechei os olhos, eu sabia que era verdade, mas... – você sabe que eu não posso.

- Você acha que não pode.

- Se descobrirem o que aconteceu e que eu estou fazendo... terapia, mesmo que eu não seja doido, vão querer rever todas as condições que me permitem que eu seja praticamente emancipado – suspirei – meu tio vai dizer que eu não tenho saúde mental para continuar vivendo sozinho.

- É o seu tio, ele não quer o seu mal...

- Mesmo assim! – disse bruscamente, começando a me sentir irritado, Dona Pinho Sol percebeu e apenas assentiu com a cabeça.

- Tudo bem – ela se levantou da cama, andando até a porta e lançando-me um olhar que eu sabia que era de preocupação.

- Você já vai? – fingi não perceber que minha voz saiu um pouco assustada.

- Eu vou ficar por aqui com você hoje, apenas descanse... mais tarde você pode pensar nisso com calma, por enquanto só... descanse.

Antes de virar meu rosto para o lado e fechar os olhos, eu peguei meu celular e escrevi uma mensagem sem destinatário. A pessoa que eu queria enviar não tinha número, mas escrever aquilo era o primeiro passo para ser honesto comigo mesmo.

Eu amo você. 


Notas Finais


Desculpa qualquer coisa e espero que tenham gostado até agora! Sugestões e outros assuntos podem e devem deixar um comentário aqui em baixo. Seria meu sonho que todo mundo deixasse uma opinião?
Mas lembrem-se de serem gentis ♡
Muito muito obrigada! Eternamente grata a todos os anônimos e não-anônimos que me ajudam a continuar <3
Até o próximo cap e boa semana para vcs ♡

Obs: se estiver alguma coisa fora do lugar é porque estou postando do celular.


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