História My Salvation - Fillie - One

Finn’s Point Of View

Acordo com o som do meu despertador,  que marca exatamente seis horas da manhã. Primeiro dia de aula, mais um ano fugindo do diretor do colégio que ama pegar no meu pé e fugindo das garotas que curtem a Calpurnia, nossa banda. Toco e canto com mais três babacas: Gaten, Noah e Caleb.

Nesse momento tudo o que eu quero é jogar esse despertador no lixo e voltar a dormir mas isso não será possível. Ao menos tem a sala de música do colégio, o único lugar de lá em que me sinto realmente bem.

Faço minhas higienes matinais, me visto e desço as escadas para ir para a cozinha. Ao passar pelo corredor, paro quando passo pela porta do quarto de Nick.

Acho que fiquei tempo demais ali parado, porque fui acordado pela voz de minha mãe.

-Finn! Estou te chamando há 5 minutos! – Me viro e a vejo com seu terninho de sempre, deve estar a caminho do escritório. Meus pais são advogados bem sucedidos, o problema é que insistem que eu devo fazer direito e continuar tocando o negócio da família. Estão muito enganados, mas não posso nem pensar em contar para eles sobre a banda.

-Por que está em casa? – Pergunto. As vezes parece que moro sozinho já que senhor e senhora Wolfhard nunca estão presentes.

Ela começa a falar algo sobre os problemas do escritório, de um caso que ela pegou e mais sei lá o quê, num tom deveras estressado. Apenas ignoro e saio de casa pra voltar a rotina escolar.

Quando ando pelos corredores desse colégio, como estou fazendo agora, sempre fico muito pensativo, ainda mais levando em conta que hoje é o primeiro dia. Vejo vários rostos novos, garotos e garotas que vão mudar completamente daqui há algum tempo. Essas garotas doces vão virar populares arrogantes, as garotas mais relaxadas vão virar aquelas pessoas que tentam ser perfeitas a todo custo, os inteligentes viram pessoas solitárias, entre outras transformações que o maravilhoso ensino médio proporciona. Tenho que parar de fazer essas análises ao andar pelos corredores, acho que pras outras pessoas isso me deixa mais ‘’descolado’’ pelo o que ouço por aí. Não sou adesivo para ser descolado.

Entro na sala da tediosa aula de geografia, onde os caras da banda estavam rabiscando alguns versos, pelo o que entendi.

-Eaí... – Comprimento. Acho que minha cara não estava lá muito agradável.

-Bom humor, Finn.

-É claro, Cal. Mal posso esperar pra passar duas horas preso nessa sala. – Abro meus braços.  – Vamos fazer alguma coisa mais interessante.

-Que tal passarmos lá na pista? – Gaten sugere.

-Finn Wolfhard favor comparecer a direção. – A voz da secretária do diretor soa nos auto falantes.

-Dever me chama. – Reviro os olhos. – E aliás, Noah, você me deve um novo skate. – Lembro o baixinho. Da última vez que fomos à pista, a criatura quebrou o meu skate porque tinha uma aranha nele. Noah Schnapp e aranhas são inimigos mortais.

-Anotado. – Ele responde. Você pode estar se perguntando por que não compro outro eu mesmo. A resposta é simples: Pros meus pais, quando vou pra pista, estou decorando as leis na biblioteca.

Saio da sala de aula em direção à diretoria, dando logo de cara com quem eu temia assim que ponho meus pés na sala rústica.

-Senhor Wolfhard.

-Senhor Wheeler. – Me sento no sofá que havia em frente á mesa do homem.

-Preciso que mostre a escola pras alunas novas. – Ótimo, mais garotas pra babar em mim.

-Claro, senhor. – Respondo com um sorriso. Devo manter as aparências. Na verdade, eu era bem assim quando Nicholas estava por aqui. Desde então sou meio negativo, mas só com os meus amigos. Pro resto das pessoas, Finn Wolfhard é o guitarrista perfeitinho.

Me viro e me deparo com duas garotas, uma delas de cabelos longos castanhos e olhos castanho claro, nariz arrebitado e lábios bem delineados, que me chamou uma atenção especial. Usava uma calça jeans que aparenta ser velha, tênis surrados e uma simples camiseta preta. A outra garota era ruiva e usava um vestido florido. Futuras senhora preciso ser perfeita e senhora eu sou perfeita.

-Oi! Quais os seus nomes?

-Sou a Sadie, prazer! – A ruiva aperta minha mão e dá uma cotovelada na morena, que mantinha seus olhos fixos num livro que estava lendo.

-Millie. – Ela direciona seu olhar pra mim, mas logo volta a ler. As levo pra sala de aula em que estava, e assim que as duas se sentam, vou para o meu lugar.

-Mais seguidoras, Finn? – Gaten questiona. Não tenho a oportunidade de o responder porque o professor começou a aula, mas a minha mente fica na garota morena. A observo pelo canto dos olhos e vejo que faz rabiscos em seu caderno, sem prestar atenção no que o professor fala. Millie é um mistério que vou amar desvendar.