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História My Boss - Irresistivel.


Escrita por: natymoreira

Notas do Autor


Olá amores como estão? Quero agradecer a todos pelos comentários e favoritos, vocês são demais. Eu espero que gostem do capítulo, porque eu até gostei. Nem vou falar muito aqui hoje. Uma ótima leitura a todos.

Capítulo 10 - Irresistivel.


Fanfic / Fanfiction My Boss - Irresistivel.

Capítulo 10 – Irresistível.
 

Por mais que eu tentasse pensar em outra coisa, a única que se passava em minha mente era o jantar comemorativo com Zayn na casa de Louis. Confesso que estava até curiosa para conhecer seu humilde lar. Mas ainda me corria certo receio. Não sei o porquê, mas não me sinto totalmente confortável com esses dois no mesmo local. Louis ainda parece me querer morta e Zayn fazia com que sua raiva piorasse e ele acabasse descontando tudo em mim. Como esse tal jantar era só a noite, era obvio que eu deveria trabalhar normalmente durante o dia. Subi um pouco a manga da minha blusa (1) enquanto saía do elevador. Só que para um andar diferente do que eu estava acostumada a ir diariamente. Eu me sentia até um pouco estranha por estar sem Matt ao meu lado e ouvir suas besteiras em relação a mim e Louis. Caminhei segurando na alça de minha bolsa até a porta de seu escritório. Ela estava totalmente aberta e eu fiquei feliz por isso. Estava com traumas de abrir portas e encontrar algo que eu não queria ver lá dentro. Zayn estava sentado em sua mesa, falando ao telefone e anotando alguma coisa em um pedaço de papel.

– Bom dia Lisy.  –ele disse assim que desligou o aparelho.

– Bom dia Zayn.  –sorri e sentei na minha cadeira.  

– Como vão as coisas?  –ele se levantou e veio até mim.

– Bem, obrigada.

– Ansiosa para o jantar?  –ele puxou outra cadeira e se sentou na minha frente.

– Pode se dizer que sim.  –escorei as mãos sobre a mesa.  – Mesmo estando com vergonha.

– Porque vergonha?

– Você ainda pergunta?  –falei obvia.  – Eu sou uma mera estagiaria e já você é um contador de uma empresa prestigiada. E também eu sou um pouco desengonçada para esses tipos de eventos.

– Não devia se menosprezar. Você tem potencial para fazer tudo o que quiser.  –ele abriu os braços para indicar uma enorme quantidade.  – Nunca se ache menos que os outros. Além do mais, eu gosto mais de pessoas inteligentes do que bonitas. Você, por outro lado, têm essas duas qualidades.

– Obrigada.  –agradeci sem graça.  – O que vamos fazer hoje?

– Acha mesmo que hoje nós trabalhamos? Ninguém liga para as tarefas quando se tem um jantar dado por Louis.

– Isso é sério?

– É mais do que sério.  –Zayn fez uma expressão engraçada.  – É como se você tivesse o dia livre, mas cumpre o horário na empresa.

– Entendi.  –balancei a cabeça.  – Bem, já que não vamos fazer nada... Eu vou falar com o meu amigo.

– Tudo bem. Nos vemos daqui a pouco.  –ele disse.

Peguei o elevador e desci dois andares abaixo daquele. Como Zayn havia dito, ninguém estava de fato trabalhando. Encontrei Matt sentado mexendo – dessa vez não no tablet ­– e sim no notebook.

– Olá.  –falei e ele me encarou no mesmo instante.

– Pensei que tinha se esquecido de mim.

– Ah, por favor, Matt. Não faz nem uma hora que estamos separados.  –revirei os olhos dando risada.  – Tenho uma coisa para te contar, mas provavelmente você vai levar para o outro lado.

– Quando foi que eu fiz isso?  –ele se defendeu.

– De qualquer forma... Sabe esse evento de Louis?

– O jantar hoje a noite? 

– Esse mesmo.  –afirmei.  – Zayn me convidou para ir com ele.

– E como você não quer que eu leve isso para o outro lado? ‘Tá brincando?  –pude perceber quando seus olhinhos brilharam.  – Você aceitou ? Porque se não, eu vou bater em você.

– É claro. Não vi o porquê dizer não.

– Ufa! Espero que se divirta com aquele bonitão.  –Matt piscou.  – E use uma roupa bem provocante.

– Nem me venha com essa. Eu já sei o que vou usar.

– Está mesmo animada. Você sempre fica indecisa nessas horas.  –ele cerrou os olhos pra mim.

– Eu acho que é porque Zayn me faz sentir mais confiante em mim mesma.

– Por outro lado, Louis só te enche o saco.  –Matt suspirou cansado.

– Você adora tocar no assunto ‘’Louis’’.  –fiz aspas com as mãos.

– É que eu adoro vocês dois juntos. São fofos.

– Você nem sequer viu nós dois juntos. 

– Não seja uma estraga prazeres, Lisy.  –Matt se ajeitou na cadeira.  – Quero ver a cara de Louis quando ver você com o Zayn. Não se esqueça de gravar a reação dele, por favor.

– Você me faz rir.  –comentei rindo.  – Mas eu também estou ansiosa para esse jantar. Não sei se é porque alguém importante me convidou ou porque eu quero estrear a minha sandália nova.

– Lógico que é a primeira opção.  –ele me mostrou a língua.  – E se houver algum barraco grave também.

– Matt...  –falei séria.  – Como foi que nos tornamos amigos?

– Hum deixe-me ver.  –ele fez uma pausa.  – Eu lembro que você chegou toda tímida, o lugar ao meu lado estava vago e você falou ‘’Tem alguém aqui?’’ ai eu respondi ‘’Não’’. Começamos por aí.

– Idiota.  –balancei a cabeça.

Continuamos a conversar por mais um tempo, Matt me fazia rir com tudo o que dizia. Sem contar as ideias malucas que ele tinha sobre as pessoas.

– Estou atrapalhando alguma coisa?  –ouvimos Valery dizer.

– Não.  –respondi antes de Matt.  – Estávamos apenas conversando.

– Que bom.  –ela contorceu o rosto em um sorriso e olhou pra mim.  – Posso falar com você?

– Olha Valery, eu não estou com cabeça para conversar agora.  –falei porque já sabia do que se tratava.

– É importante.  –disse ela.

– Tudo bem.  –dei-me por vencida. Mesmo sabendo que eu ia me arrepender.

Caminhamos até sua sala, onde ela fechou a porta e pediu para que eu sentasse.

– Você já deve suspeitar o porquê te chamei aqui.  –ela começou a falar. Assenti com a cabeça.  – Louis e eu não queríamos que você visse aquilo. Em partes não era para ter acontecido, mas foi inevitável.

– Louis já falou sobre isso comigo.  –assim que eu terminei de falar, eu vi quando seus ombros se enrijeceram e ela me olhou intrigada.

– O que ele disse?

– Eu prefiro manter isso em segredo.  –respondi calmamente.  – Mas ele não falou mal de você, pode ficar tranquila.

– Sei que ele não falaria. Louis me tem como uma preferida aqui dentro e fora daqui também.  –sua voz diminuía conforme ela ia falando. 

– Eu não tenho nada a ver com isso, Valery. Já pedi desculpas por ter chegado naquela hora e tudo já está resolvido.

– O que foi que sentiu quando nos viu juntos?

– Porque essa pergunta?

– É como eu disse antes, Lisy. Você pode achar que Louis te considera alguma coisa. Vai ver você sente algo por ele.

– Eu não estou entendendo.  –arqueei uma das sobrancelhas.  – Onde está querendo chegar?

– O que eu quero dizer é que, eu sei que você gosta dele, e não estou falando um gostar entre chefe e funcionária.  –mas que merda ela estava dizendo?  – Mas não se anime muito, Louis sempre vai preferir a mim do que a você.   

– Com todo o respeito Valery, mas você está muito enganada. Eu não gosto de Louis do jeito que você pensa. E eu não estou competindo com você pela atenção dele ou de qualquer outra pessoa. Também nunca disse que ele preferia a mim. Na verdade Louis me odeia, mas nos respeitamos.  –pelo menos da minha parte havia respeito.  – Se quiser conversar comigo sobre qualquer coisa, eu estarei de ouvidos abertos ou se quiser dar-me alguma tarefa. Mas não toque mais no nome de Louis quando estiver perto de mim. É tudo que eu peço.

– Tudo bem. Não quis te deixar nervosa.  –defendeu-se.  – Sabe sobre o jantar de hoje?

– Sim, eu sei.

– Ele pediu para que eu ficasse ao seu lado durante todo o evento. Não se importa com isso, não é mesmo?

– Porque eu me importaria?  –dei de ombros.  – Fui convidada por Zayn Malik. Acredito mesmo que não tenho motivos para me importar.  

– Zayn convidou você?  –o sorriso que havia em seu rosto desapareceu. 

– Também tive a mesma reação quando recebi sua proposta.  –passei as mãos por meus cabelos.   – Mas caí na real quando ele perguntou se eu estava ansiosa para acompanhá-lo.

– Porque alguém como ele andaria com uma pessoa igual a você?

– Pergunte a ele.  –me levantei e virei para ir até a porta.  – Eu tenho que ir. Prometi a Zayn que falaria com ele agora. Nos vemos no jantar, Valery.

Eu não sei se ela falou algo ou xingou depois que eu sai da sala, mas ela permaneceu em silencio sem acreditar no que eu tinha dito. Realmente aquela mulher mereceu e merecia muita mais. Porque ela cismava comigo quando se tratava de Louis? Céus, ele é um homem comprometido. E mesmo que não fosse não tinha um porque de quase arrumar uma briga comigo. Primeiramente, Louis não gosta de mim e já fez questão de deixar isso bem claro. Segundo, ele é meu chefe. Nem se eu quisesse, eu iria me interessar por ele.




Na hora do almoço, Zayn chamou Matt e eu para irmos juntos até o restaurante que ele havia me levado no outro dia. Por incrível que pareça, os dois se deram bem e sempre arrumavam um jeito de me deixar sem graça. Matt destacava a minha timidez e dizia como eu ficava vermelha quando estava perto de Zayn. Já o moreno, elogiava o meu sorriso e os gestos que eu fazia quando ficava com vergonha.

– Vocês deviam parar com isso.  –cobri o rosto com as mãos.

– Eu disse que ela era tímida.  –Matt falou para Zayn.

– Até parece que nem somos amigos dela.  –Zayn fingiu estar triste.

– Estou em desvantagem. São dois contra um.  –reclamei.   – Isso não é justo.

– Paramos.  –Matt me balançou pelo ombro.

– Obrigada.  –bebi um gole do meu milk-shake.  

Zayn olhou para o relógio algumas vezes e parecia um pouco incomodado ou até mesmo que esperava alguém.

– Chamei Louis para almoçar com a gente, mas até agora nada daquele idiota.  –como se ele lesse os meus pensamentos, respondeu. Torci até o meu ultimo fio cabelo para ele não aparecer.  – Falando no diabo...

Zayn apontou com o dedo para algo atrás de mim e eu fiz questão de olhar imediatamente. Louis cada vez mais se aproximava da mesa onde estávamos. Cada passo que ele dava, meu coração palpitava loucamente – não soube distinguir se era de nervosismo ou medo – suspirei sem conseguir parar de observá-lo. Ele vestia o jeans casual, camisa vermelha e os seus tão famosos Vans preto. Ele bagunçou um pouco os cabelos e olhou para a tela do celular. Voltei a minha posição anterior e fiquei mexendo no canudo do milk-shake.

– Pensei que não iria vir.  –soube que ele estava perigosamente perto quando Zayn disse isso.

– Se soubesse que tinha companhia, não teria vindo.  –fiz de tudo para não encará-lo.

– Pode ir embora se quiser.  –Zayn falou rindo.

– Já dirigi até aqui, não vou perder a viagem.  –Louis puxou a cadeira vazia ao lado que Zayn ficando de frente para mim.   – Sobre o que estavam falando?

– Sobre como Lisy fica linda quando está sem graça.  –Zayn olhou diretamente pra mim. Arfei de vergonha. Droga, aquilo não era necessário.  – Não acha, Louis?

Vou bater em Zayn. Melhor, vou esganá-lo com as minhas mãos.

– Não.  –ele respondeu batendo os dedos impacientemente sobre a mesa. Matt ao meu lado dava risada, para ele aquilo estava sendo como assistir um show de camarote. Outro que merece ser esganado.

– É uma pena que não ache isso.  –ele olhou pra mim e sorriu de canto.  – Você namora, Lisy?

– N-não.  –foi tudo o que consegui responder.

– Bom saber.  –ele jogou o corpo contra a cadeira e bebeu o resto do seu refrigerante.

– ‘Tá legal Romeu–Louis revirou os olhos.  – Será que posso fazer o meu pedido agora?

– Fique a vontade.  –Zayn gargalhou.

Bati na perna de Matt por baixo da mesa, uma repreensão para que ele parasse de rir da minha cara. Ele fez um gesto com as mãos como se perguntasse do que eu estava falando.

– Eu acho melhor nós voltarmos, Matt.  –falei baixinho só para que ele escutasse.

– Eu acho que vou pedir mais um hambúrguer.  –filho da...

– Quer que eu leve você, Lisy?  –Zayn se ofereceu.

– Não. Não precisa. Lembrei que preciso passar em um lugar e vou fazer isso agora.  –eu não queria a carona de Zayn, ainda estava zangada com ele.

– Eu vou com você.  –Louis se manifestou.

– Você não ia comer?  –Zayn falou estranhando.

– Perdi o apetite.  –ele se levantou e fez um gesto com a cabeça para que eu o acompanhasse.

Peguei a minha bolsa e me despedi dos dois sentados. Porque diabos, eu recusei ao pedido de Zayn e a aceitei sem pestanejar o de Louis? Vou ver isso como o fato de que tenho medo dele dizer algo. Ou até mesmo porque eu gosto de ficar com ele. Estou confusa novamente. Isso não faz sentido.

Você tem que parar de ser assim, Lisy.

Repeti mentalmente percebendo que já tínhamos chegado em seu carro. Depois de passar o cinto pelo o meu corpo, ele deu ré e apressou-se para sair dali.

– Louis, esse não é o caminho para a empresa.  –falei quando ele entrou em uma curva que era oposta do lugar onde devíamos ir.

– Eu sei.  –ele respondeu sem se importar.

– Para aonde estamos indo?  –me arrumei no banco.

– Preciso comprar um presente para Eleanor. Sempre dou algo a ela quando temos alguma festividade.  –de jeito nenhum aquilo fazia sentido.  – Eu iria sozinho, mas você está aqui. Então você vai me ajudar.

– Tem mesmo necessidade de eu ir junto?

– Você é uma garota. Deve saber do que as garotas gostam.  –ele ficou olhando para o sinal até ele estar aberto.  – E eu não tenho ideia do que comprar. Aonde você ia se não estivesse comigo?

– Comprar esmaltes.  –respondi a primeira coisa que me veio na cabeça. Fiquei até feliz por ela não ter demorado a chegar.

– Comprar esmaltes?

– Que foi? Eu preciso pintar as minhas unhas.  –mostrei as mãos para ele.

– Você que sabe.

Não conversamos mais nada até chegarmos ao shopping. Eu fiquei todo o tempo para o que se passava do lado de fora do carro. Ver carros passando por mim nunca tinha sido mais interessante. O vidro do carro estava aberto, porém o ar encontrava-se ligado. O pouco vento batia em meu rosto e aquilo me dava sono. A única coisa que não me deixava pregar os olhos era o maldito cheiro de Louis impregnado no veiculo.




Finalmente havíamos chegado ao shopping, cocei os meus olhos depois que saí do carro e acompanhei Louis até a entrada.

– Eu odeio fazer isso.  –ele falou.  – As mulheres nunca estão satisfeitas com o que os homens dão para ela. Sempre querem mais e mais.

– Isso não é verdade.  –rebati.  – Mulheres que não gostam do ganham, para mim são interesseiras. Enfim, você já pensou em algo para dar a ela?

– Na verdade, não.  –ele encarou o chão.  – Eu não sei exatamente do que Eleanor gosta.

– Não sabe do que sua namorada gosta? Que tipo de namorado é você?

– Não precisa me julgar. Apenas me ajude escolher algo. E rápido.

– Tudo bem.  –subimos a escada rolante para o segundo andar do shopping.  – Porque não dá um sapato?

– Dei isso pra ela semanas atrás. Não gosto de ser repetitivo.

– Tem alguma coisa que nunca deu a ela?  –perguntei e ele demorou um pouco para responder.

– Acho que não.

– Isso vai ser difícil. O que dar de presente para alguém que já tem tudo?  

Passei na frente de Louis e fui olhando a vitrine das lojas que apareciam. Parei em uma de lingeries. Pode até parecer estranho, mas eu tenho certa compulsão por comprar lingeries. É uma espécie de hobbie.

– Porque não dá uma lingerie para ela?  –perguntei depois que ele se aproximou.  – Seria legal ganhar algo que venha de um ponto de vista diferente do seu.

– Você iria gostar de ganhar uma?  –ele se prostrou atrás de mim e me encurralou com uma das mãos apoiadas na vitrine.

– A-acho que sim.  –respondi com dificuldade.

– Qual?  –ele perguntou bem próximo ao meu ouvido.

– Não sei.  –tentei me afastar, mas os meus pés pareciam estar pregados no chão.

– Vamos entrar e dar uma olhada.  –seu braço deslizou rapidamente sobre o meu.

Soltei todo o ar que havia em meus pulmões e entrei na loja com ele. O espaço não era muito grande, mas era bem decorado. Lingeries de todas as formas e tamanho, e de todas as cores imagináveis.

– Posso ajudar vocês?  –um vendedor veio nos atender. Era a primeira vez que eu via um homem trabalhando em um local como aqueles.

– Queríamos ver uma peça que sirva para dar de presente.  –Louis falou olhando toda a sua volta.

– Alguma preferência por cor?  –ele perguntou.

– Rosa. 

– Vou pegar algumas para mostrar para vocês.  –o rapaz deu de costas e nós ficamos esperando no mesmo lugar.

Demorou alguns minutos para que ele voltasse trazendo várias lingeries em suas mãos.

– Rosa parece ser a cor que mais temos por aqui.  –ele jogou-as em cima de um balcão vermelho.  – Foi uma boa escolha.

A primeira peça que nós olhamos foi um rosa bebê, totalmente delicados. O sutiã possuía um bojo simples, e o conjunto era todo de renda. Era uma peça que eu certamente compraria.

– Acha que ela ficaria bem com essa?  –o rapaz perguntou sorrindo.

– Ficaria.  –ele umedeceu os lábios e olhou para mim.  – Ficaria ainda mais gostosa.

Fiquei sem jeito e acabei cruzando os braços. Arregalei os olhos buscando algo para olhar. Era bobeira pensar nisso, mas quando ele disse aquilo, foi como ele dissesse para mim e para a minha mente não era difícil imaginar eu usando aquilo para Louis. Também não era difícil imaginar ele tirando a peça com os dentes. Ok. Tenho que parar de imaginar essas coisas.

– Vou levar. Pode embrulhar, por favor? 

– Claro.  –ligeiramente ele passou daquele balcão para outro.

Enquanto Louis foi ao caixa, eu aproveitei para checar as peças que tinham no estoque. Fui passando arara por arara e encarando de relance os manequins. Eles tinham as melhores peças. Encontrei um conjunto roxo que eu precisava voltar ali e comprar.

– Porque gosta de lingeries?  –ouvi-o falar.

– Não sei explicar. Elas me atraem.  –pendurei novamente a arara no seu lugar.

– Você gosta de usar?

– Depende da ocasião.  –me virei para ele.  – Podemos ir agora?

– Pensei em comprar um perfume ou alguma roupa para dar junto, só isso aqui vai ser muito pouco. 

– Vamos logo, eu ainda preciso comprar os meus esmaltes.  –lembrei-me da mentira que eu tinha dito.

Andar com Louis era complicado e ao mesmo tempo tedioso. Ele não tinha paciência para nada. Como ele conseguia escolher algo quando vinha sozinho? Fora isso, eu tinha que aguentar as cantadas que as atendentes das lojas mandavam para ele, não só elas, mas também algumas garotas que passavam por nós. Certo que ele não ligava para nenhuma, mas era um saco. Na perfumaria, foi a pior parte daquela saída com ele. Porque todos os perfumes que a mulher nos sugeria, Louis sempre me mandava experimentar. Sua desculpa era a de que não iria ficar cheirando a perfume de mulher.

– Não vou experimentar nenhum mais, Louis.  –briguei emburrada.  – É possível que eu saia daqui e um exame de abelhas corra atrás de mim.

– Bobagem.  –ele pegou um perfume qualquer na prateleira.  – Me dê o seu braço.

– Eu já disse que não. Você não ouviu?

– Ande logo. Dê-me a porcaria do seu braço.  –ele pegou o meu braço esquerdo e o puxou para ele. Louis levantou a manga da minha blusa e esborrifou um pouco do aroma em meu pulso. Minha mão estava a altura de seu rosto naquele momento. Ele aspirou o cheiro e subiu um pouco mais.  – Quando foi que experimentou um perfume de morango?

– E-esse é o meu perfume, Louis.  –respondi totalmente sem graça.

– Pelo menos tem o cheiro bom.  –seus olhos azuis fitaram os meus.

– Porque não dá um desse para ela? Eles devem ter dele aqui.

– Não.  –ele negou com a cabeça, porém sem soltar o meu braço.  – Eleanor não pode ter esse cheiro.

– Por quê?  –perguntei sem entender.  

– Gostaram de algum?  –a vendedora nos atrapalhou.

– Vou levar esse aqui.  –ele entregou o frasco que estava segurando.  – Embrulhe.

Ela assentiu e saiu de perto de nós.

– Podemos ir agora?

– Só vou pagar e nós podemos ir.  –ele também se afastou, passei as pontas dos dedos no lugar onde ele havia cheirado. Como um gesto daqueles podia mexer tanto comigo?



No final de tudo, eu acabei nem comprando os esmaltes – mesmo que eu não precisasse – passavam-se das seis e já tinha dado o meu horário no trabalho. Louis disse que iria me levar até em casa e devido a preguiça, resolvi não relutar. Eu não estava me importando com os preparativos para o jantar com Zayn, talvez porque Louis tinha um jeito idiota de me fazer esquecer-se das coisas e se preocupar apenas em estar com ele. Não sei explicar o porquê de sua presença me agradar tanto, mesmo o odiando e achando ele um ignorante, estranhamente ele me entende.

– Você e Zayn tem andado muito próximos para quem vai apenas te ajudar.  –ele falou olhando para a estrada.

– Nós estamos mais próximos sim. Mas é tudo por causa do trabalho e Zayn é um ótimo amigo também.  –eu estava sendo sincera.  

– Porque ele perguntou se você tinha namorado?  –nem eu entendi o porquê daquela pergunta.

– Sem duvidas, foi para me ver sem graça. Ele e Matt estavam fazendo isso antes de você chegar.

– Então eu atrapalhei a brincadeira de vocês?

– Não. Você me ajudou e muito. Fez com que eles parassem. 

– Isso não tem graça.

– Eu concordo com você. Não tem graça infernizar a minha vida.

– Diga a eles que só eu posso fazer isso. A única diferença é que eu posso infernizar a sua vida de um jeito bom. 

– Como é infernizar a vida de alguém de um jeito bom?  –fiquei de lado no banco esperando ele responder.

– Isso vai da sua imaginação.

E a minha imaginação não estava totalmente sã naquele dia. Mesmo não admitindo, eu queria que ele infernizasse a minha vida. E mais precisamente no banco de trás daquele carro. Dá até vergonha pensar nisso, mas eu não posso controlar os meus pensamentos.

– Chegamos.  –ele desligou o carro.

– Obrigada Louis.  –agradeci arrumando a minha bolsa no ombro.

– Sem problemas.

Abri a porta e saí do carro rapidamente. Eu precisava respirar um ar que Louis não estivesse respirando também. Fiquei aliviada depois que pisei o pé dentro de casa. Nem falei com Micaela que estava na cozinha, subi direto para o meu quarto e tranquei a porta. Fechei as cortinas e me despi ficando apenas com a calcinha. Corri para o banheiro. Eu precisava ser rápida ou iria me atrasar.

Fechei a porta do banheiro e também a tranquei. Tirei a minha ultima peça de roupa e entrei de baixo da água quente. Fechei os olhos para tirar o xampu os meus cabelos. Meus permaneciam colados e isso instigava a minha mente. ‘’Eu posso infernizar a sua vida de um jeito bom’’.  Eu me maldizia por querer saber como era esse jeito bom. Segurei em meu ombro com uma mão e a outra trazia o meu cabelo para o lado, puxei a espuma para baixo e ela escorregou rapidamente. A água caía diretamente em minhas costas e eu ainda conseguia lembrar-me da sensação do seu peito forte grudando-se ali. Ou da sua voz soando em meu ouvido. Aquilo tudo causava uma vibração em meu ventre.

Abri os olhos antes que eu resolvesse imaginar aquela boca em outras partes do meu corpo.




Terminei o meu banho – com muito esforço – e sequei primeiramente os cabelos e eles tinham ficado até bonitos. Separei a franja e deixei-os caindo normalmente para baixo. Logo após, eu usei todo o meu conhecimento para maquiagens e apliquei em mim. Eu precisava caprichar ao menos uma vez. Nos olhos, eu usei rímel, delineador, lápis preto e uma sombra esfumaçada. Passei um blush bem pouco rosado em minha bochecha e o que eu mais gostei foram os lábios. Usei o meu batom preferido; vermelho. Eu os adorava porque destacava bem os meus lábios. E eles também chamavam atenção. Coloquei o vestido preto, que não era sexy e nem vulgar, e calcei as sandálias que eu tinha comprado há poucos dias. Mesmo eu não sendo amante dos saltos, eu iria usá-los. Esborrifei uma boa dose do meu perfume de morango no pescoço e finalmente eu estava pronta (2).

Segundo Zayn tinha dito, ele me pegava as oito e no relógio já eram 19h45.

– Se você se vestisse assim todos os dias, eu te admiraria.  –Micaela apareceu na porta do quarto.

– Acha que eu estou bem?

– Você está linda. E eu não estou sendo falsa.  –ela riu.  – Se eu fosse um homem te pegaria.

– Obrigada.  –gargalhei pegando a minha bolsa de mão.

– Por nada.

Ouvimos o barulho da campanhinha e eu senti um leve disparar no coração. E se eu estivesse muito feia? Ou a minha maquiagem estivesse extrapolada? E se eu caísse com os saltos enquanto descia as escadas? Milhares de pensamentos negativos me inundaram naquele momento, mas eu resolvi ignorar todos eles.

– Quero ver se ele dá ao menos para o gasto.

– Micaela! Você é comprometida.

– Eu sei mana. Mas olhar não tira pedaço nenhum.  –ela piscou e desceu as escadas atrás de mim.

Suspirei algumas vezes antes de abrir a porta, até tomar coragem e não sair correndo.

– Vai logo.  –Micela me empurrou.

Girei a maçaneta e encontrei Zayn parado com as mãos nos bolsos e a cabeça baixa.

– Boa noite.  –ele levantou a cabeça e sorriu de canto.

– Boa noite.  –respondi.

– Se eu soubesse que estaria tão bonita assim, eu tinha me aprontado melhor.  –ele me olhou de cima a baixo e eu fiz o mesmo com ele.

Terno preto, camisa social branca, calça combinando com o terno e botas. Os cabelos devidamente penteados e o seu perfume extremamente cheiroso.

Eu devo ter uma tara por perfumes masculinos.

– Você está perfeito.  –retribui o elogio.

– Estou ansioso para chegar naquele jantar e mostrar a todos como a minha acompanhante é linda.  –seu típico sorriso com a língua presa entre os dentes apareceu e eu literalmente me derreti.

– Então vamos logo.  –brinquei e ele me estendeu a mão.

Ele me ajudou a entrar no carro e eu achei fofo de sua parte.

– Pronta?  –ele perguntou já ligando o carro.

– Pronta.

[...]

– Como você tem coragem de dizer que não é bonita? Você é lindamente linda.  –rimos juntos.

– Eu me acho bonitinha graças ao meu cabelo. Também gosto do meu sorriso. Agora o resto eu mudaria se fosse possível.   –caminhávamos para a porta de entrada da casa de Louis. O que por certo era uma mansão.

– Você é linda, acredite quando eu digo isso.  –ele cutucou o meu ombro.

– Zayn você me deixa sem graça.  –confessei mordendo os lábios.  – Eu não sei como reagir quando você me elogia.

– Gosto de ver você envergonhada.  –ele piscou.  

– Eu deveria te bater por isso.  –bati nele com a minha bolsa.  – Escuta, eu me arrumei especialmente para esse jantar. Se você chamar mais atenção do que eu, não vai ter graça.

– Isso vai ser impossível.  –ele entrelaçou o meu braço no seu e nós chegamos à porta.

Dois homens recebiam as pessoas simpaticamente e pegavam o casaco de quem estava usando.

Eu não posso esquecer-se de dizer como a casa de Louis era bonita. Os moveis aparentavam ser finos e as decorações não ficavam de menos. Tudo era tão organizado, era bem a cara dele. Todos os convidados estavam de gala, foi até bom investir mais nas vestimentas e maquiagens. Pude perceber que por onde eu passava com Zayn, gerava comentários e olhares.

– Vamos dar um ‘’olá’’ para o dono disso aqui.  –ele sussurrou para mim.

Uma música calma tocava no som que eu não sabia onde estava localizado. Conheci a musica como Apologize do One Republic. Seja lá quem for que esteja colocando as musicas para tocar, começou por uma das minhas preferidas. Chegamos a uma sala bem bonita e com uma enorme prateleira de livros. Aquela parte não tinha a cara de Louis. Zayn abaixou seu braço e agora os nossos dedos foram entrelaçados.

– Louis acha que está mais bonito que eu.  –Zayn zombou ao vê-lo parado próximo a uma mesa e conversando com algumas pessoas.

Que coisa. Ele estava mesmo lindo. Diferente dos demais, Louis usava uma blusa preta com alguma coisa escrito em vermelho, por cima um blazer preto e a calça bem ajustada em seu corpo, nos pés os Vans. Eu deveria suspeitar. Ao seu lado estava Eleanor. E sem duvidas ela estava linda. Um belo vestido azul e sandálias, seus cabelos estavam soltos e a maquiagem era simples. Não vi Valery, mas era certeza que ela estava por perto.

– Ele está ocupado, acho melhor falarmos com ele depois.

– Não será necessário.  –Zayn disse convencido.  – Basta chegarmos lá e sua atenção voltará apenas para nós.

– Como pode ter tanta certa? 

– Porque eu sei disso, baby.  –ele tinha que parar de ser tão...

E foi dito e feito. Ao darmos mais alguns passos, Louis notou nossa presença e saiu de perto dos que antes conversavam com ele.

– O que faz aqui?  –Louis perguntou diretamente pra mim.

– Eu a convidei.  –Zayn respondeu por mim.  – Não poderia haver acompanhante melhor.

– Se importa se eu falar com você em particular?  –Louis falou sério.

– De maneira alguma, amigão.  –os dois saíram para um lugar que eu nem fiz questão de saber onde era.

– O que eles vão conversar?  –perguntei para Eleanor, esperando que ela soubesse de algo.

– Deve ser algo sobre mim.  –ela jogou os cabelos para trás.  – Tudo que Louis faz é para mim, ele deve estar me preparando alguma coisa. Louis vive pra mim, entende?

– Oh claro.  –menti fingindo um sorriso.  – Eu vou pegar algo para beber.

Dei meia volta revirando os olhos. Será que ninguém ao redor de Louis era legal? Todos tinham que ser como ele?

Bebi apenas um energético e estava tão enjoada que nem bebi inteiro. Resolvi procurar Zayn, eu já estava começando a vegetar no meio daquelas pessoas. Matt fazia falta nessas horas. Encontrei-o sentado em um sofá com Louis. Os dois pararam de conversar quando me viram e eu me senti uma intrusa.

– Desculpe atrapalhar vocês.  –aquilo conseguiu me deixar mais sem graça do que os elogios de Zayn.

– Não atrapalhou em nada.  –Louis bateu a taça que estava em sua mão no pequeno centro que existia perto do sofá.  – Fique a vontade.

Ele levantou e passou por mim lançando um olhar que me fez tremer de medo.

– ‘Tá tudo bem?  –perguntei a Zayn.

– Problemas masculinos.

– Ah, ok.  –resolvi não perguntar mais nada.

– O que está achando disso tudo?

– Não tenho uma opinião formada.  Sinto-me um pouco perdida nesses lugares.

– Estou aqui com você, vamos atormentar Louis e zoar o pessoal daqui. 

– Já falei que você é má?  -ele riu.  – Eu ajudo você, mas preciso ir ao banheiro antes. Sabe onde fica?

– Segunda porta a esquerda subindo.  –ele apontou com a mão para a escadaria.  – Volte logo, temos que por nosso plano em ação.

– Tudo bem, serei rápida.

Caminhei até as escadas e as subi com cuidado para não cair. Em questão de segundos eu já estava no andar de cima e procurando pela porta que Zayn havia indicado. Ela não era diferente das outras, brancas e com a maçaneta dourada. Abri-a e entrei no cômodo escuro. Procurei pelo interruptor e tive uma surpresa quando a luz se acendeu.

Não encontrei uma privada e um espelho, tudo que eu via era uma enorme cama de casal coberta com lençóis azul escuro, um guarda-roupa gigantesco e a tevê provavelmente era maior do que a minha casa. Ao meu lado existia uma cômoda bem moldada e em cima dela vários porta-retratos. Fotos de Louis com várias pessoas e inclusive Eleanor. Aquele não era o banheiro. Era o quarto de Louis.

Zayn me paga por isso.

– Não acredito.  –passei a mão pela testa e me virei chocando-se com alguma coisa.  – Louis?  –exclamei assustada.   – Olha, eu juro que não sabia que esse era o seu quarto. Zayn falou que aqui era o banheiro e eu achei mesmo que fosse.

– Como você pode ver esse não é o banheiro.  –ele se aproximou.

– Sim, eu percebi. Pode fazer o que tinha que fazer antes de me ver aqui, eu já vou. Dessa vez para o certo.  –tentei passar por ele, mas sua mão me impediu de chegar até a porta.  

– Não. Você fica.  –disse de modo autoritário.

– Louis... Deixe-me ir.  –pedi levantando a cabeça.

– Não acha que está muito... Chamativo?  –ele apontou para a minha boca.

– Oh! Eu juro que irei tirar o excesso depois.  –passei os dedos por cima deles e brutalmente Louis puxou a minha mão. Naquele mesmo instante o som de Your Body começou a tocar e devido estar tão próxima a ele, um calor começou a subir pela minha espinha.

– Eu faço isso pra você.  –ele sussurrou contornando os meus lábios e tudo o que eu fiz foi ficar parada observando seus olhos azuis.   

­– Hãm?  –murmurei sem entender a sua resposta.

Imediatamente ele tomou a bolsa da minha mão e a jogou no chão, quando tentei pronunciar algo, o que eu menos imaginava aconteceu.

Louis me beijou.

Não houve selinho, ele invadiu a minha boca com a língua e o meu corpo parecia estar programado para conceber tudo o que Louis quisesse. Não. Aquilo não podia estar acontecendo. Era apenas um sonho louco que eu estava tendo e logo iria acordar com o barulho do despertador. Percebi que eu estava enganada quando sua língua quente se chocou com a minha. Fechei os olhos e deixei a emoção me levar.

As mãos de Louis desceram pela lateral do meu corpo e subiram até as costas. Senti um tremor em minhas pernas com tudo o que estava acontecendo. Minhas mãos completamente tímidas e sem saber para onde ir, foram do peito até a sua nuca. Arranhei ali com as pontas das unhas e embreei os seus fios macios entre os meus dedos. Ele chupou a minha língua e aquilo tirou todas as minhas forças, tanto que eu nem consegui corresponder, apenas mantive a boca aberta esperando que ele fizesse o que tinha que fazer.

O calor que se formava em meu corpo era anormal, de outro mundo. Aquilo não era real. Não poderia ser. Durante toda a tarde, enquanto estava com ele, eu estava quase me ajoelhando e pedindo que ele me beijasse e aquilo estava de fato acontecendo agora.

Isso é bom demais para ser verdade.

Suas mãos bagunçaram sensualmente os meus cabelos, me deixando ainda mais extasiada. Os lábios e o beijo de Louis eram diferentes de qualquer outro que eu já havia dado. Não existia um pingo de romantismo, mas sim selvageria e desejo. Seu cheiro subia inundando as minhas narinas e me deixando completamente fora de mim. Merda. Mil vezes merda. Seus dedos encontraram o zíper do meu vestido e quando ele não conseguiu abrir, Louis me jogou contra a parede sem dó alguma. Ofeguei pensando que ele ia se afastar, mas não. Ele cobriu meu corpo com o seu e segurou as minhas mãos no alto da minha cabeça.

– O que você esconde por baixo dessas roupas, Lisy?  –ele disse contra os meus lábios.  – Eu preciso saber. Eu preciso foder você todinha.

Por Deus, mesmo que ele estivesse alterado, suas palavras me causaram um impacto tão grande que eu senti o meio das minhas pernas pulsar de tesão.

– Eu quero você joelhos com a boca em volta do meu pau.  –ele mordeu o meu lábio inferior e colocou uma de suas pernas no meio das minhas.

– Louis...  –seus lábios capturaram os meus novamente e eu não fiz nada para impedir o seu feito.

Nunca em minha vida eu iria imaginar Louis dizendo aquelas coisas para mim. Nunca eu imaginaria que ele me beijaria. Eu sei que todo aquilo era efeito da bebida, Louis jamais faria aquilo em sua sã consciência. Eu clamei por ar, mas para ele aquilo parecia não fazer falta.

Aquele homem não era coisa de Deus.

Era um erro fazer aquilo. Louis era meu chefe e acima disso, ele tinha uma namorada. O que houve com a conduta certinha que eu seguia? Juro que tentei empurrá-lo, mas ficava difícil quando se tinha as mãos presas. Felizmente ou não ele se afastou com uma expressão de arrependimento no rosto. Eu deveria suspeitar aquilo também.

– Caralho, o que foi que eu fiz? Isso não era para ter acontecido.  –ele passou as mãos pelos cabelos em desespero.  – Que tipo de pessoa eu sou? Eu tenho uma namorada. Pelo amor Lisy, esqueça-se de tudo isso. Tudo que eu fiz e falei, eu não estou em mim.

– Louis...

– Não Lisy, não. Você é minha funcionária, eu sou o seu chefe e é só isso. Eu nem gosto de você para ter te beijado e muito menos sinto algum desejo.

De tudo aquilo era o que tinha doído mais.

– Droga. E não é só isso, eu sou mais velho do que você. Eu não sei mesmo porque fiz isso. Você não me desperta nenhum interesse, Lisy.

– Louis nada aconteceu está bem?  –falei sem aguentar mais um segundo.   – Foi um erro e não vai mais voltar a acontecer.

Eu não esperei mais respostas, saí do quarto segurando firmemente as lágrimas. Procurei pelo banheiro e na primeira porta que testei eu tive sorte. Olhei-me no espelho e respirei fundo.

– Você não vai chorar por ele.  –falei olhando o meu reflexo. Comecei a agir como uma patricinha.  – Você não vai borrar o seu rímel por ele.

Peguei um lenço de papel e passei sobre a minha boca tentando tirar o borrado. Olhei para cima para que as lagrimas não caíssem. Abanei-me com as mãos até sentir que o nó na garganta começara a passar. Depois de longos minutos ali dentro, eu saí e fui em busca de Zayn. Só ele para me fazer rir naqueles momentos.

Encontrei-o sentado em uma roda de pessoas e ao seu lado um lugar vago. Deveria estar apenas me esperando. Sentei-me ao seu lado e ele sorriu.

– Se importa se eu usar seu ombro como apoio?  –perguntei.

– De jeito nenhum.  –ele acariciou a minha bochecha e colocou os meus cabelos para trás da orelha.

Entrelacei sua mão na minha e fiquei ouvindo a conversa, mas sem prestar atenção.

[...]

Na manhã seguinte eu não tinha ido trabalhar, liguei para Matt e pedi que avisasse a Valery que eu estava com alguns problemas e não poderia ir. A verdade é que eu não queria por nada encarar Louis, e nem estar em um lugar onde tudo me lembra dele. Não consegui dormir na noite anterior, porém não chorei. E isso era pior. A dor ficava presa em meu peito e eu não conseguia por para fora. Já que eu precisava de algo para me interter, eu resolvi por em prática aquela pintura no meu quarto com as tinhas que achei no porão. Coloquei um macacão jeans curtinho, uma regata branca e amarrei os meus cabelos em um coque mal feito.

Arrumei alguns jornais velhos e cobri os objetos que tinham ali. Procurei pinceis e rolos de tintas para que pudesse pintar a parede. A cor escolhida era vermelha, a minha predileta.

– Lisy!  -ouvi mamãe gritar.  – Lisy você está aí?

– Estou mãe.  –respondi.

– Tem alguém aqui que quer falar com você.

– Quem?  –abri a lata de tinta.

– Ele está subindo.

Ele?

Ajeitei a alça do meu macacão e abri a porta dando de cara com Louis, ele já estava pronto a bater.

– Sou eu.  –ele disse sem jeito.

– Oi.  –consegui falar ao menos.

– Será que podemos conversar?  –assenti e dei espaço para que ele entrasse no quarto.

– Só não repare a bagunça. Resolvi fazer algumas mudanças hoje.

– Não se preocupe com isso.

– Sobre o que quer conversar?  –fui direto ao ponto.

– Você esqueceu isso aqui.  –ele me entregou a minha bolsa. Até o prezado momento eu nem tinha dado conta dela.

– Obrigada.  –peguei-a guardei no guarda-roupa.

– Lisy, eu só queria pedir desculpas por ontem. Eu disse algumas coisas e acabei me arrependendo depois.

– Vamos fazer o seguinte; não falaremos mais sobre esse assunto. Vamos fazer igual ao assunto Zayn, colocar uma pedra em cima.

– Por mim tudo bem.  –ele coçou a nuca.  – Porque pintar somente uma parede?

– Quero fazer um mural com fotos.  –falei olhando para a tinta.

– Quer ajuda para pintar?  –ele me encarou. Todas suas palavras da noite anterior voltaram como um flashback, até mesmo as sujas.

– Você pode se sujar.  –adverti.

– Isso é do menos.  –ele tirou a jaqueta jeans e jogou em cima da minha cama.

– Mãos a obra.  –dei um pincel a ele.

Continua...


Notas Finais


(1) http://www.polyvore.com/lisy_monroe/set?id=103803740
(2) http://www.polyvore.com/lisy_monroe/set?id=103357423
Qualquer coisa falem comigo :) http://ask.fm/NatyMooreira
Espero que tenham gostado e até a próxima sexta-feira.


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