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História My Boss - Haja Paciência!


Escrita por: natymoreira

Notas do Autor


Olá amores, como estão? Quero muito agradecer os comentários e favoritos e agradecer por esperarem esse tempinho. Já digo logo que esse capítulo ficou chato pra porr*, mas eu prometo um belo e delicioso capitulo 08 KKKKKK Os banners no inicio de cada capitulo surgiu quando eu lia Meio Irmão, escrita pela Mery diva, achei tão fofo que resolvi fazer uns apara MSB, espero que gostem do capítulo e uma ótima leitura a todos.

Capítulo 7 - Haja Paciência!


Fanfic / Fanfiction My Boss - Haja Paciência!

Capítulo 07 – Haja Paciência!

 

Quinta-feira havia chegado e junto com ela a preguiça e o cansaço. Infelizmente eu tinha dois trabalhos da faculdade para fazer e enquanto eu não os terminasse não em ficaria sossegada. Mamãe acabara de me preparar um delicioso café com leite. Fiquei pesquisando algo na internet sobre impostos, um dos temas a serem trabalhados, esperando o liquido dentro da xícara vermelha esfriar. Olhei pela janela semiaberta encontrando um clima estava ameno lá fora, foi bom ter optado por usar um vestido (1), suspirei pegando a xícara e a assoprando um pouco.

– Você me parece estar cansada.  –mamãe falou enquanto sentava-se de frente para mim.

– Na verdade, estou um pouco, mas deve ser por conta da insônia que tive na noite passada.  –bebi um gole do café.   – Perdi o sono durante a madrugada e não consegui mais dormir.

– Que pena querida. Com certeza deve ser estresse da faculdade ou até mesmo do trabalho.  –ela sorriu.

– Deve ser isso mesmo.  –fechei o notebook e terminei a bebida.

Mamãe tinha razão quando dizia que a minha falta de sono era causada por algo no trabalho, melhor dizendo, alguém. Deviam ser menos de três horas da manhã quando eu me revirei na cama e fiquei olhando para o claro da lua no céu. Em minha cabeça havia um único pensamento; Louis. Eu não conseguia esquecer suas palavras e do jeito que eu ficava quando ele se aproximava. Não sei dizer se tenho medo ou se me sinto bem. Eu o odiava, mas admito que até gosto de ser ‘’a escolhida’’ dele, como disse o Matt. Isso soa tão estranho.

– Mamãe, eu preciso ir.  –olhei para o meu relógio no pulso.   

– Até mais querida. E não se esqueça do jantar que Micaela irá preparar hoje, ela quer que você esteja presente.

– Não vou me esquecer.  –revirei os olhos.  – Mas também não posso me esquecer da faculdade.

– Você ouviu a mamãe, Lisy.  –a voz de Micaela soou pela cozinha.

– Não sabia que acordava a essa hora.  –debochei. 

– Já dormi demais por hoje.  –ela bocejou levantando os braços.   – E eu preciso de você essa noite.

– O que vai acontecer de tão especial que eu preciso participar? Geralmente você não precisa de mim para provar um jantar.

– Eu sei disso.  –imitou o mesmo tom que eu usava.  – Caleb irá vir jantar aqui e eu quero mostrar a ele como nossa família é unida.

– Como se nós fossemos bff.   –balancei a cabeça indignada.  – Eu verei o que posso fazer. Agora tenho que ir, até mais tarde.

Peguei a minha bolsa em cima da mesa e guardei o notebook dentro de sua pasta. Sai logo de casa e fui para a estação de trem. Daquela vez sem fones de ouvidos, não estava com esse pique todo. Eu só precisava descansar e relaxar, talvez a festa no sábado com Matt me ajudasse a resolver esse problema. Nunca fui muito de festas ou baladas, mas sei que elas servem para, de certa forma, nos fazerem esquecerem de toda a correria do dia-a-dia.

Um tempo depois eu estava atravessando a rua para entrar na empresa, o rabo do meu vestido voava com o pouco vento assim como alguns fios do meu cabelo. Passei pela portaria cumprimentando o segurança e finalmente eu estava dentro das Indústrias Tomlinson. Bati o meu cartão antes de pegar o elevador e subi para o andar que eu trabalhava. Ao abrir-se a porta eu me surpreendi ao notar a movimentação no local, já que ali era área dos estagiários ninguém andava muito por lá. Caminhei até a minha mesa e vi Matt escorado na beirada da mesa mexendo em seu tablet.

– O que está acontecendo?  -perguntei.

– Primeiramente bom dia.  –apontou o dedo para que eu esperasse.  – Segundo, todos temos trabalho em dobro hoje.

– E porque você está ai parado?

– Estava esperando você chegar. Sabe como é... você é mais organizada e não vai me deixar sair do foco.

– Falando assim você até me convence.  –brinquei.  – E quais são esses trabalhos?

– Ah coisas simples.  –ele circulou a mesa enquanto falava.   – Elaboração de Balancetes, Controle de Planilhas Contábeis e Calculo de Impostos.

– Ótimo. Esse é o meu trabalho na faculdade, posso tirar alguma coisa disso e anexar.

– É cansativo.

– Se você pensar dessa forma nunca vai terminar isso. Passe-me logo os documentos e vamos começar Matt.

– Tudo bem, Mrs. Monroe. 

– Pode me chamar assim daqui a quatro anos.  –pisquei pegando uma pasta de sua mão.

– Até lá será Lisy ou é melhor Senhorita Lisy?

Arhg! Louis é quem me chama assim, às vezes dá raiva.

– Senhorita é um modo educado de se referir a uma jovem como você.

– Só Lisy não está bom?

– Senhorita Lisy tem mais classe.  –ele piscou.  – Nessa parte Louis parece até ser educado.

– Não o acho mal educado, ele só é grosso e chato na maioria do tempo.  –liguei o computador.

– Isso o torna insuportável.

– Sem dúvidas. Eu espero que ele tenha desistido da ideia de querer a minha ajuda para comprar um terreno, eu não tenho nada a ver com isso.

– Em minha opinião, ele gosta das suas sugestões.

– Ah claro. Deve ser por isso que ele quase me engoliu viva da ultima vez que eu sugeri algo.

– Você deu motivos, Lisy.  –fez cara de incrédulo.

– Já disse que foi sem querer, ele me deixou nervosa.

– Não tiro sua razão, Louis é um carrasco às vezes.  –deu de ombros.

– Nem me fale. É por isso que me manterei longe dele.

– Torça para que entre outra estagiária e ele fique no pé dela e deixe você em paz, não é?

Refletindo em cima daquela frase eu senti certo incomodo, e, mesmo querendo eu não sabia dizer o porquê. Demorei alguns segundos para responder a pergunta de Matt e ele acabou percebendo isso.

– Espera um segundo; você não gostou da ideia.  –afirmou ele.

– De que ideia?  -me fiz de desentendida.

– Não se faça de boba, sabe muito bem do que estou falando.  –disse maliciosamente.  – Não quer que outra seja a preferida do seu Louisinho.

– O que? Eu nem disse nada.  –passei a mão pelo rosto.  – Está imaginando coisas. E que história é essa de meu Louisinho?

– Ele não disse que você era dele? Então ele também é seu.  –seu sorriso aumentou no rosto.

– Não nesse sentido, Matt.  –eu sabia que estava com vergonha porque os meus dedos estavam soados.

– Sei, sei.  –ele desviou o olhar de mim para o computador.   – E esse vestido indecente, Senhorita?

– Qual o problema com o meu vestido? Ele só está um dedo acima do joelho.

– Está marcando muito sua cintura, isso te deixa sexy garota.  –ele imitou as garras de uma leoa com os dedos.

– Gostaria de estar mesmo.  –mexi em meus cabelos.

– Mas você está.  

– Obrigada.  –agradeci.

– E antes que eu me esqueça, você vai precisar levar tudo para Louis quando terminar com isso.  –apontou para a pasta aberta.

– Ainda tem isso? Porque não me falou logo? Eu preciso me preparar psicologicamente.

– Eu fico com os Impostos.

– Eu fico com os Balancetes e nós dividimos as Planilhas.  –dito isso eu imediatamente comecei a trabalhar.

Fiquei em silêncio a maior parte do tempo, concentrei-me apenas na tela do computador e nos dados que tinha em mãos. Digitei alguns números na tabela feita no Excel enquanto segurava um lápis nos lábios. Não era difícil fazer aquilo, mas era trabalhoso e quando chegava em certo momento, a preguiça queria me dominar. Estava sendo forte para não ceder a vontade jogar a cabeça sobre a mesa e dormir. Para piorar tudo o sono perdido durante a noite estava voltando e minhas pálpebras estavam pesando. Céus, eu dava tudo para ter uma cama ali. Me jogaria em cima dela e não levantaria mais.

Matt usava os dedos enquanto digitava os algarismos na calculadora, vez ou outra eu ouvia um suspiro cansado dele. Provavelmente nós estávamos no mesmo estado. Quando eu terminei de fazer o Balancete do primeiro mês, eu senti vontade de ir ao banheiro.

– Eu já volto.  –falei para Matt.

Ele apenas assentiu e eu me levantei. Ajeitei o meu vestido e caminhei para o banheiro. Aproximei-me e empurrei a porta sem precisar fazer força alguma e logo estava dentro daquele local, por incrível que pareça, limpo e cheiroso. Percebi que a minha bexiga já estava começando a doer e eu precisava urgentemente fazer xixi. Porque não fiz isso em casa? Depois te ter feito a minha necessidade, eu lavei bem as minhas mãos e dei uma olhada no meu cabelo através do espelho e foi durante isso que eu ouvi a porta ranger. Vi Valery passar por ela e fazer uma cara de surpresa quando me viu.

– Bom dia.  –falei por educação.

– Como vai?  -percebi quando ela me olhou dos pés a cabeça.

– Bem.  –respondi pegando dois papeis para enxugar as minhas mãos.  – Até mais.  –virei as costas para sair dali, mas antes disso Valery me chamou.

– Escuta, você sabe por que Louis não me chamou mais para acompanhá-lo a alguma reunião?   -ela perguntou cruzando os braços.

– Não.  –menti. Pelo o que ele mesmo havia me falado, Valery era uma das típicas mulheres fúteis e que só sabem falar do cabelo.

– Também sabe por que ele escolheu você ao invés de mim? 

– Não.  –dessa vez eu dizia a verdade. Eu agradeceria se Louis pedisse coisas impossíveis a Valery e não a mim.   – Para que quer saber disso?

– Para nada. Só queria tirar uma curiosidade que eu tinha.  –respondeu se voltando para o espelho.   – Você não deveria se animar muito em relação a Louis.

– Do que você está falando?  -foi a minha vez de cruzar os braços.

– Não sei, você pode pensar que é algo mais por ter ido com ele a uma reunião importante, mas isso pode ter sido apenas uma coincidência. 

– Eu ainda não entendi.

– Se você não sabe, eu sou a preferida de Louis e ele não colocaria outra em meu lugar.   –ela escorou a mão na beirada da pia.

Não acredito que aquele papo todo era por causa daquilo. Achei que seria algo importante e sério, mas ela queria me avisar que era a preferida de Louis? Não mereço isso. E o que exatamente eu tinha a ver com aquilo?

– Olha Valery, eu tenho que voltar ao trabalho. Nos vemos por aí.  –abri a porta e sai revirando os olhos. Agora mais do que nunca, eu não gosto de Valery.

Observei a hora do meu relógio de pulso, 11h45 estava marcado. Meu horário de almoço estava próximo. Voltei para a minha mesa, Matt já estava quase terminando a sua parte e a minha também faltava pouco.

– Será que conseguimos terminar isso antes do meio dia?  -ele perguntou em tom de desafio.

– Podemos tentar.  –respondi já começando a digitar novamente.

Após dez minutos nós já estávamos fazendo as Planilhas e supostamente não conseguimos terminar ela em cinco míseros minutos. Deixamos a papelada em cima da mesa e fomos almoçar. Dessa vez em outro lugar, não na empresa. Arrumei a alça da minha bolsa no ombro e Matt pegou a dele que transpassava pelo corpo.

– Seria demais de minha parte pedir férias agora?  -ele começou a andar ao meu lado.

– Você não tem nenhum ano de estagiário, Matt.  –o empurrei.

– Tenho seis meses, é quase um ano, oras. 

– Eu só tenho um mês, então não reclame.

– Certo, agora vamos esquecer essa história de trabalho e falar de coisas boas.  –ele passou o braço pelo meu ombro.

– E o que seriam essas coisas boas?

– Sábado e a festa. 

– Eu não tenho ideia do que usar, sempre que vou sair eu não consigo achar nada descente.

– Tente usar algo menos formal.

– E o que sugere? Um decote lá no umbigo? Suas sugestões me assustam.

– Você irá saber na hora, acredito nisso.

– Espero mesmo.

Nós almoçamos em uma lanchonete que ficava a três quadras da empresa, e por mais que eu tenha tentado não consegui pedir nada saudável. A não ser que eu considere batata-frita, hambúrguer e refrigerante, alimentos não gordurosos. A parte ruim de comer aquilo era que depois eu me sentia pesada e mal tinha forças para levantar da cadeira que estava sentada. Ficamos nas mesas que se situavam na parte exterior do lugar e um ventinho suave passava por mim, eu sentia mais sono ainda.

– Acho melhor nos irmos, faltam dez minutos para acabar nossa hora.  –ele falou.

– Temos mesmo que ir?  -perguntei ainda mexendo o canudo do meu refrigerante.

– Infelizmente sim, mas agora o horário de ir embora vai chegar mais rápido.  –ele comentou como se fosse mesmo passar logo.  

– Vou pagar a minha conta.  –levantei-me com o copo quase vazio em minha mão e fui até o caixa.   – Por favor, eu gostaria de saber quanto deu tudo que eu pedi?

– Só um segundo.  –falou a moça do outro lado do balcão.  – São vinte e um dólares.

– Certo, aqui está.  –dei o dinheiro contado.  

– Obrigada e volte sempre.  –ela sorriu.

– Eu é que agradeço.  –saí e me encontrei com Matt na saída.  – Vamos parceiro?

Entrelacei nossos braços e Matt riu.

– Claro. Senhorita Lisy. 

– Idiota.  –murmurei batendo em seu ombro.

Nós não tínhamos pressa para chegar, por isso nossos passos eram o mais lento possível. Uma lesma estava mais rápida do que nós. Estava no inicio da tarde, minha barriga estava cheia, eu precisava dormir e rápido. Bocejei longamente e tapei a boca com a minha mão.

– Eu não costumo ser preguiçosa, mas eu daria tudo para não trabalhar amanhã. 

– Fale com Louis sobre isso e ofereça seu corpo em troca, essa é uma das vantagens de ser mulher.  –Matt fez parecer que aquilo era a coisa mais normal do mundo.

– Matt quer parar? Você sempre pensa o pior de mim e Louis.

– É porque eu acho bonitinho você e ele juntos, no fundo eu torço para que vocês um dia fiquem juntos. 

– Você é maluco?  -levantei um pouco o tom de voz. 

– Talvez sim, talvez não. Mas eu só digo a verdade.

– Eu já comentei que você é estranho?  -perguntei sussurrando.

– Porque acha isso, baby?

– Louis e eu? Juntos? Você só pode estar brincando.  –era impossível aquilo acontecer e nem se fosse possível, eu não iria querer isso.

– Estou falando sério. Você é tão calma e Louis é tão nervoso, já ouviu falar que os opostos se atraem?

– Não nesse caso. A única forma que eu quero ele na minha vida é como chefe, e tem lá suas exceções.

– Mesmo assim eu espero ver vocês como um casal antes de morrer.

– Matt, com todo o respeito... Você só fala merda.

– Não vai me fazer mudar de opinião.  –disse convencido.  – Chegamos.

– Esqueça isso, está bem?  -mordi o lábio tentando não rir com aquilo.

– Você um dia vai ver como eu estou certo.

– Porque você não profetiza que eu vou me dar bem na vida?

– Porque isso já é uma certeza.  –passamos pela entrada ainda com os braços enlaçados um ao outro.  – E quando você for uma empresária grande, não se esqueça do amigo aqui.

– Eu digo o mesmo para você. Agora vamos terminar logo as planilhas e ficar livres.

– Tudo bem, mas você vai entregar elas a Louis.  –ele puxou a cadeira e se sentou.

– Porque eu? Estou cansada e você quase nunca vai lá.

– Pretendo continuar assim.

– Você definitivamente não presta Matt.

– O sujo falando do mal lavado. Isso não está certo.

– Oh cale a boca.  –joguei alguns papeis nele.  – E já que eu vou ter que entregar, você digita, imprimi e organiza nas pastas.

– Estou começando a me arrepender.

 – Tarde demais para isso.

Ele me olhou indignado e eu apenas o ignorei. Impostos eram chatos para fazer, mas Planilhas compensava todo o tédio que eles causavam. Não que fosse legal, só que era menos trabalhoso e cansativo também. Estava chegando o fim de mais um trimestre, tenho certeza que é por isso que Louis pediu para fazer todos aqueles troçinhos. Tínhamos algumas fichas para passar para o computador, enquanto eu ditava tudo para Matt, ele digitava com pressa.



Depois de menos de trinta minutos, os documentos estavam impressos e eu os terminava de arrumar com a ajuda de Matt, já que ele não quis fazer tudo sozinho. Finalizei a arrumação dos Balancetes em pastas azuis e o nomeie para não me confundir.

– Prontinho, terminamos.  –bati as três pastas em cima da mesa.

– Ótimo. Agora você precisa entregá-las. 

– Isso é o de menos.  –falei enquanto me levantava.  – Já fizemos a parte mais difícil.

– Pelos meus conhecimentos, você está enrolando para não ir.   –ele segurou o rosto com as duas mãos.

– Só estou preocupada com hoje à noite. Minha irmã quer que eu falte a faculdade para ajudá-la com um jantar.

– Está enrolando de novo.

– Você é muito chato sabia?  

Matt sabia irritar às vezes. Enquanto esperava o elevador descer, eu checava mais uma vez as pastas para ter certeza que estavam certas.

– Vai subir?  -alguém falou atrás de mim.

– Oh vou sim.  –respondi ainda sem encarar a pessoa.

– Então vou te acompanhar.  –levantei um pouco o meu rosto e para o meu alivio era Zayn.   – Se incomoda?

– O que? Não. De jeito nenhum.  –sorri.

– Sabe eu estava mesmo querendo te ver.

– Sério?  -eu não sabia mesmo o que falar.

– Vai estar ocupada amanhã?  -ele perguntou e a porta do elevador se abriu.

– Eu acho que não.

– Quer almoçar comigo?  -a porta se fechou.  – Precisamos conversar sobre a nossa parceria.

– Ok. Amanhã almoçaremos.  –eu odeio ser tímida, minha voz sempre falha quando falo com alguém que não tenho tanta intimidade.

– Combinado.  –ele sorriu pra mim e colocou as mãos nos bolsos da calça.  – Está indo entregar isso a Louis?

– Aham.

– Diga um ‘’Oi’ por mim. Aposto como ele vai ficar nervoso. Louis ainda não me perdoou por você ter escolhido a mim e não a ele.

– Eu tentei explicar a ele que você iria apenas me ajudar, mas você o conhece melhor que eu e sabe que ele não escuta a ninguém.

– Um dia ele tomará jeito, ninguém poder ser assim pra vida toda.  –disse ele.  – Você tem dito mais alguma coisa que o deixe bravo?

– Se eu falar promete não se ofender?  -ele afirmou com a cabeça.   – Perguntei se ele tinha um caso com você.

– Também não é assim amiga.  –imitou voz de gay e eu tive que gargalhar.

– Eu falei por brincadeira, queria saber o porquê ele não gostou de saber que você iria me ajudar.

– O que foi que ele disse?

– Que eu era louca.  –foi a vez de Zayn rir.

– Eu gosto de você.  –ele disse quando a porta finalmente se abriu.  – E não se esqueça do nosso almoço amanhã.

– Não vou. Prometo.  –segurei as pastas em frente ao meu corpo.

Ele acenou com a mão e foi para o lado oposto ao meu. Caminhei logo para a sala de Louis e no mesmo momento saía um homem de lá. Terno e gravata, cabelos loiros, olhos azuis e a pele branca. Ele sorriu meigamente pra mim e eu respondi da mesma forma. Lembro-me de já o ter visto com Louis. Para minha sorte a porta estava semiaberta e nem precisei bater ou pedir licença para entrar. Ele estava rabiscando alguma coisa no papel e parecia estar entretido.

– Louis.  –o chamei e ele finalmente me encarou.   – Vim trazer os documentos que pediu.

– Pode se sentar.  –resolvi não questionar nada daquela vez. Sentei-me em uma das cadeiras e cruzei as minhas pernas.   – O que temos de novidade nesses três últimos meses?  –eu abri as três pastas.

Eu poderia estar ficando louca, delirando, mas eu jurava que vi o olhar de Louis abaixar para a parte descoberta das minhas pernas. Seus olhos não estavam mais grudados aos meus e sim naquele local, que para mim faltava muito para chegar ao nível ‘’bonito’’. Era um absurdo imaginar tal coisa, então eu coloquei na minha cabeça que tudo não passava de um fruto da minha imaginação e comecei a falar:

– Houve uma melhora no setor de vendas, mas um aumento considerável em impostos. Você ganhou cerca 25% de clientes a mais do que o trimestre passado.  

– Se você não percebeu, eu não estou conseguindo ver nada, Lisy.  –ele disse.

– Desculpe.  –coloquei ambas em cima de sua mesa e joguei os meus cabelos todos para o lado.

Fique em silencio esperando ele terminar de analisar os dados ali demonstrados, girei o olhar pela sala e parei nas minhas unhas, que naquele momento eu batia freneticamente em meu joelho.

– Tem certeza que despesa foi tudo isso? 

– Deixe-me ver.  –levantei para conseguir ter uma vista melhor e me inclinei um pouco sobre a mesa.  – Todos os valores que estão aí foram os que passaram para mim e o meu amigo.

– Vou pedir para que peça outro pra mim.  –ele disse como se duvidasse da minha palavra, contei até dez mentalmente e suspirei.

– Tudo bem.  

– Sábado eu estarei aqui pela manhã.

– Sinto muito, mas sábado eu não vou conseguir te entregar nada.  –fiz cara de decepcionada.   – Prometi a mamãe que ajudaria ela com algumas tarefas e as dez horas eu serei voluntária em um orfanato.

– Como vou saber se não está mentindo pra mim?  

– Pode ir lá se quiser. O orfanato fica aberto para todos, aqui está o endereço.  –tomei liberdade de pegar a caneta que antes estava em sua mão, um pedaço de papel e anotar o lugar indicado.

– Porque eu iria lá?  -Louis se aproximou um pouco e eu estiquei a minha mão para que ele alcançasse o pedaço de papel.

– Porque você não confia em mim.  –aquilo saiu sem querer. Ele ficou calado e seu único movimento foi arrancar a folha dentre os meus dedos.

– Pedirei a Zayn que faça isso. 

– Obrigada.  –agradeci e voltei a posição anterior.   – Mais alguma coisa?  -ele negou.  – Então eu já vou.

Dei alguns passos até a porta e a puxei pela maçaneta.

– Lisy...  –ouviu-o me chamar e me virei.   – Gostei do vestido.

Olhei para ele e sorri largamente.

– Fico feliz por isso.  –gesticulei com a cabeça e sai de sua sala.

Eu tinha ficado realmente feliz com aquele elogio e pela primeira vez eu conversei civilizadamente com Louis, nada de gritos, ameaças, brigas. Ele não poderia ser assim sempre? Eu poderia até gostar dele se ele não fosse tão rabugento, cheio de marra e ignorante. Passei a mão em minha testa e entrei no elevador. Mal podia esperar a hora de ir embora.

[...]

Lá estava eu tirando uma forma de macarrão do forno, tudo aquilo graças a Micaela. Ela discutiu comigo e como eu sou idiota cedi a vontade dela. Faltar a faculdade, ficar em casa e agir como a irmã querida. Não sei mesmo porque aceitei fazer aquilo. Com certeza era o cansaço do serviço, aquilo deve ter sido a brecha para a minha falta.

– Você já tirou o macarrão do forno, Lisy?  -Micaela gritou do andar de cima.

– Já. Ai.  –dei um gritinho quando a ponta do meu dedo encostou-se ao material quente, levei-o até a boca para aliviar a dor.

– Você deveria vestir algo melhor.  –ela disse entrando na cozinha.

– E você deveria me agradecer por estar aqui e não reclamar da minha roupa.  –ao contrário de mim ela usava um belo vestido azul escuro tomara que caia e sandálias de salto. E eu estava com uma camiseta branca estampada com a cara de uma mulher, jaqueta de couro preta, uma saia jeans curtinha e o meu Converse sem cadarço.

– Caleb já vai chegar, onde está a mamãe? 

– Deve estar terminando de se arrumar.  –nesse instante a campanhinha soou e Micaela virou-se para mim.  – Você está ótima.

Ela foi atender e eu terminava de ajeitar a mesa, mamãe descia o ultimo degrau da escada a ouvi a risada de Caleb se fazer presente. Ele a cumprimentou com um abraço demorado e depois segurou na mão de Micaela.

– Onde está a nossa futura contadora?  -ele disse animado e eu sorri envergonhada recebendo um beijo na testa.

– Ela esta cada dia mais linda e inteligente.  –mamãe disse e passou as mãos por minha cintura.

– Oh pare com isso.  –pedi timidamente.

– Por favor, não iluda a menina.  –Caleb brincou recebendo uma repreensão de Micaela.

Fazia quase quatro anos que os dois namoravam, mas ambos só queriam casar quando Micaela finalizar a faculdade. Eu gostava dele, sempre de bom humor e me dava bons conselhos sempre que podia. Sentamos-nos à mesa e nos servimos, no meio do jantar Caleb nos convidou para passar um fim de semana na fazenda dos pais. Micaela aceitou por todas nós.

Conversamos sobre coisas diversas, desde negócios até filmes de terror. Mamãe ria de tudo que falávamos, ela parecia se divertir conosco. Micaela era outra pessoa na frente de Caleb, ela conseguia pronunciar o meu nome sem nenhum tom de superioridade.

De alguma forma foi bom ter faltado na faculdade aquele dia.


Quando eu cheguei em minha cama, eu literalmente me joguei. Deitada eu tirei o tênis, saia, jaqueta e até o sutiã. Fiquei apenas com a camiseta. Peguei o notebook em cima do travesseiro ao meu lado e abri no facebook. Ninguém interessante online e nada de novidades. Aproveitei para atualizar o meu campo de trabalho e com isso xeretar o perfil de Matt. Curti algumas de suas fotos, ele levava jeito para fotografias. O que me chamou atenção foi quem estava entre os seus amigos; Louis Tomlinson. Cliquei por curiosidade.

A foto de seu perfil era ele com óculos escuros e a cabeça um pouco baixa, camisa regata e era só isso que eu conseguia ver. Fiquei surpresa ao notas todas as suas tatuagens expostas. Já tinha visto algumas marcas deixadas pelas blusas que ele usava no escritório, mas não achei que fossem tantas. Desci mais um pouco a página e encontrei algumas fotos com dele com Eleanor. Várias curtidas e o numero de comentários era maior ainda. A maior dizia que eles eram um belo casal e desejavam felicidades. Balancei a cabeça de um lado para o outro e fechei as abas abertas e também o notebook. Virei para o outro lado e logo eu adormeci.

[...]

Quando eu contei a Matt que Zayn me chamou para almoçar ele só faltou berrar e gritar para o mundo todo. Mesmo não vendo nada de muito magnífico em um almoço para conversas, eu estava feliz porque ele era experiente e ia me ensinar muito mais coisas sobre o mundo da Contabilidade. Não tínhamos muito trabalho aquele dia e incrivelmente o tempo passou rápido. Quando menos esperei já eram meio dia e do meu combinado com Zayn.

– Sinto muito ter que te deixar sozinho hoje.  –falei para Matt.

– Eu no seu lugar não sentiria tanto assim. 

– Muito obrigada pela consideração.  –me fiz de triste.

– Nós vamos nos ver daqui a pouco então não precisa chorar.

– Você se acha demais.  –mostrei a língua.   – Bem, até já.

– Até.

Eu não sabia se ficava ali esperando Zayn ou iria atrás dele. E se ele viesse até mim e eu estivesse atrás dele em outro lugar? Isso daria uma bela confusão. Resolvi ir até a sala de Valery e perguntar por ele, ela era a única que sabia os passos de todo mundo ali dentro, inclusive de Louis. A porta de vidro estava completamente aberta e ela sabia que era eu, por isso nem olhou pra mim.

– O que quer dessa vez, Lisy?

– Por acaso sabe onde está Zayn?  -nesse exato momento ela levantou a cabeça com tudo e me encarou tirando os óculos de grau.

– Para que quer vê-lo?  -ela perguntou com desdém.

– Ficamos de nos encontrar na hora do almoço.  –respondi simplesmente.

– Posso saber para que?

– Para almoçar?  -não quis ser grossa, mas aquela mulher merecia ser tratada com ignorância.

– Está saindo com ele?   -porque eu senti uma pitada de inveja em sua fala?

Haja paciência para aturar gente chata como ela.

– É obvio que não. Porque acha isso?

– Você parece ser uma garota que dá tudo para ter o que quer.

– Que tipo de pessoa você acha que eu sou? Eu jamais faria algo assim.  –pensando bem ela era igual a Louis. Qual era o problema das pessoas daquela empresa?  – Eu só quero saber onde está Zayn, só isso.  –encerrei logo aquele assunto patético, antes que eu ficasse com raiva e mandasse a tomar naquele lugar.

– Estou aqui, Lisy.  –aquela voz masculina soou pela sala.   – Que bom te encontrar, estava te procurando.

– E eu estava procurando você.  –sorri sem graça.

– Acho que agora podemos ir.   –ele se aproximou e me puxou pela mão, fiquei sem saber o que fazer com aquele gesto.   – Valery pode me fazer um favor?

– Claro senhor.  –ela tomou uma postura ereta.

– Se Louis me procurar, diga-o que saí para almoçar com Lisy, ele vai gostar de saber disso.  –piscou e me carregou para fora dali.

Seria legal se Louis fosse como Zayn. Levasse a maioria das coisas na brincadeira, tivesse senso de humor, fosse espontâneo e me elogiasse vez ou outra. Mesmo dizendo que ele não é um exemplo pra mim, ao menos uma vez eu o gostaria de ouvir dizendo que sou boa em algo.

[...]

Zayn sem duvidas era uma pessoa divertida, mesmo o conhecendo muito pouco, ele me deixava tão confortável ao seu lado que eu parecia o conhecer a anos. A única coisa que eu sabia era rir e poucas vezes dizer alguma coisa, maldita timidez.

– É serio. Você tinha que ver como ele ficou quando carregamos ele da cama dormindo e o jogamos na piscina.  –ele me contava sobre as palhaçadas que fez com Louis.  – Ele não olhou na minha cara por uma semana.

– Vocês definitivamente se amam.

– E temos boas histórias juntos.

– Sabe, é difícil imaginar Louis se divertindo, como você falou, ele é tão sério. 

– Nós nos conhecemos a mais de dez anos, já aprontamos muito e Louis era o mais louco de nós cinco. Mas ele mudou um pouco depois que começou a namorar, perdeu um pouco o espírito de ‘’zoação’’.   

– Que pena.  –comentei.

– Também acho, todos mudam um dia, mas não esperava que com Louis fosse tão rápido.   –ele abriu o pacotinho que guardava o canudo dentro. Nós almoçamos McDonalds, dois dias seguidos almoçando coisas calorosas. Eu insisti para que eu pagasse o meu lanche, mas ele não deixou de modo algum.  – Mas indo ao que interessa...

Me endireitei um pouco na cadeira e o encarei.

– Eu pensei que seria melhor se trabalhássemos no mesmo escritório, eu poderia te pedir algumas coisas e te ensinar a fazer elas. 

– Não vai ser um incomodo para você? 

– Jamais.  –ele sorriu e escorou os cotovelos na mesa.

– Você não existe.  –falei abobada.

– Porque acha isso?

– Ainda pergunta? Você está me dando uma oportunidade que muitos querem ter. Como eu posso agradecer tudo isso?

– Me mostre que você tem mesmo capacidade de ser uma contadora, assumir negócios e estar no controle de uma empresa.

– Isso não deve ser fácil.

– Essas são as primeiras palavras que não podem existir para um Contador, nada é difícil se você não tentar. Nós tentamos e nós conseguimos.

Sorri ainda mais com aquele dito, Zayn sabia como deixar alguém entusiasmado. E ele estava certo, nada é fácil. Você não conseguir nada se não tentar.

Continua...


Notas Finais


(1) http://www.polyvore.com/lisy_monroe/set?id=100357926
Duvidas: http://ask.fm/NatyMooreira
Ficou chato, eu sei. Mas eu não posso correr com a história porque acaba fica chato. Peço que tenham só mais um pouco de paciência, porque no próximo capítulo iremos ter mais Louisy ><
Estarei postando o próximo ainda essa semana, então até logo amores.


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